Meu Melhor Amigo Imaginário

Por nayk0z

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"Mamãe vivia me dizendo que lucas era passageiro.... aqui estou eu com meus 16 anos nas costas deitada no pei... Más

O começo de tudo...
Capítulo 2 : Personagens
Capítulo 3 :
Capítulo 4 : você denovo não....
Capítulo 5 : crise de meia idade
Capítulo 6 : biblioteca
Capítulo 7 : dia chuvoso
Capítulo 8 : pesadelo
Capítulo 9 : pevertida
Capítulo 10 : pandinha
Capítulo 11 : loucos
Capítulo 12 : Noite das garotas
Capítulo 13 :
Capítulo 14 :
Capítulo 15 : cabana
Capítulo 16 : lago
Capítulo 17 : noite estrelada
Capítulo 18 : paraíso
Capítulo 19 : noite estrelada
Capítulo 20 :
Capítulo 21 : frágil
Capítulo 22 : carona
Capítulo 23 : beldades
Capítulo 24 : sala de química
Capítulo 25 :
Capítulo 26 :
Capítulo 27 : festa
Capítulo 28 : surpresa
Capítulo 29 : A verdade
Capítulo 30 :
Capítulo 31 : diga-me...
Capítulo 32 :
Capítulo 33 :
Capítulo 34 : O destino os aguardam
Capítulo 35 :
Capítulo 36 :
Capítulo 37 : intruso
Capítulo 38 :
Capítulo 39 : química
Capítulo 40 :
Capítulo 41 : sorvete
Capítulo 42 : lar
Capítulo 43 : imprevisto
Capítulo 44 : notícia
Capítulo 45 : novo lar
Capítulo 46 : andarilho
Capítulo 47 :
Capítulo 48 :
Capítulo 49 : Novato
Capítulo 50 :
Capítulo 51 : cachoeira
Capítulo 52 :
Capítulo 53 :
Capítulo 55 :
Capítulo 56 :
Capítulo 57 :
capítulo 58 :
Capítulo 59 :
Capítulo 60 :
Agradecimento

capítulo 54 :

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Por nayk0z

Ainda estava com a cabeça cheia das lembranças da noite passada. Sentia como se havia tido um sonho estranho, após toda aquela confusão com a bola de pelo falante, por algum motivo minha intuição apitava em alerta e em letras maiúsculas. Mas ignorei tudo isso no instante que fui convidado a entrar e meus pés adentraram pela porta

- Como a senhora está? - a segui até a cozinha e me apoiei no balcão

- Estou bem, obrigada. Não me chame de senhora, me sinto uma idosa - ela respondeu, sorrindo gentilmente. - E você, como está se sentindo?

- Ah, estou ótimo. Acho que dormi pouco, mas nada que não dê para aguentar- respondi, tentando soar confiante.

Ela foi para o fogão terminar de fazer o que suspeitava ser panquecas

- Quer tomar café da manhã? Aposto que Kauane vai demorar pra se arrumar - ela despejou a massa na frigideira e voltou sua atenção para mim

- Se não for incomodo, claro - sorri sem jeito, ela abriu um sorriso empolgada, um cheiro de queimado subiu e ela se desesperou para virar a panqueca. Ouvi ela sussurrar xingamentos e abafei minha risada

- Deixa comigo - fui até ela e gentilmente a expulsei da cozinha, ela se sentou no banco do balcão derrotada

- sou uma péssima recepcionista, não devia por você pra fazer isso - ela falou brincalhona como se uma panqueca queimada não fosse o suficiente pra estragar sua manhã

- Não se preocupe, não acho que seja uma péssima recepcionista- Passei os próximos minutos preparando um novo lote de panquecas e servindo-as com morangos e chantilly.

- Deixa comigo, vá se sentar garoto - A ajudei a arrumar a mesa e logo estávamos sentados juntos, tomando café e comendo panquecas.

Ela sentou-se na cadeira a minha frente - Kauane me disse que você ficou de estudar com ela para a prova de matemática hoje.

- Ah...Claro, sim. Vamos estudar juntos depois da escola - respondi, sem titubear e evitando o olhar da mãe de Kauane.

Essa é nova, pelo menos tenho uma desculpa pra ficar grudado nela

Enquanto comia, observei a mãe de Kauane com um pouco mais de atenção. Ela era uma mulher bonita e elegante, ela e Kauane não se pareciam muito mas lembravam uma a outra

- Anda com problema com notas Lucas? - escutei passos vindo da escada, pequena foi até sua mãe e lhe deu um beijo na bochecha, logo em seguida sentou na cadeira ao meu lado

Que pena, não vou ganhar nenhum beijinho

- Sim, Kauane é um anjo e me ensina direitinho - coloquei a mão em sua coxa por baixo da mesa - Bom dia flor do dia

Abri um sorriso satisfeito ao ver ela ruborizar

- Bom dia, do que estavam falando?

Entramos em uma conversa animada, a ponto de perdermos a noção do tempo. Me senti em casa naquela manhã, quase como uma família.

- Sabe, Lucas, tenho notado que você é um rapaz interessante - a mãe da pequena falou, interrompendo os meus pensamentos. Havíamos todos terminados de tomar café da manhã, pequena havia subido e eu estava lavando os pratos

- Ah, eu? Interessante? - ri, fingindo desdém. - Não há nada de especial em mim.

- Discordo. Pelo pouco que tenho conhecido de você, vejo que é um rapaz inteligente, engraçado e bem-educado - continuou - E notei como seus olhos brilham quando olha pra ela

Achava que ela estava sendo um pouco exagerada mesmo sabendo que ela tinha toda a razão no que falava

- Bom, eu tento fazer o meu melhor - respondi, sem saber direito o que dizer. Ela deu um sorriso simpático e se apoiou na pia ao meu lado

- Deixa eu adivinhar, você ainda não falou pra ela - apenas concordei com a cabeça

- não é tão fácil assim - sorri sem jeito tentando achar resposta para minha covardia e futura sogra, nesse momento Kauane entrou na cozinha cantarolando uma música que estava ouvindo em seu fone de ouvido. Ela sorriu ao nos ver juntos e foi até sua mãe abraçando-a.

- Precisamos ir, chega de conspirações mãe. Vamos, Lucas? - disse ela. Eu senti meu coração bater um pouco mais rápido quando ouvi meu nome saindo de seus lábios.

- Pequena. Sua mãe estava dizendo coisas muito legais sobre mim. - eu disse sorrindo.

- Ah, é? O que foi? - perguntou ela curiosa.

- Nada demais... Só que sou um rapaz interessante. - eu disse piscando para ela, fazendo-a rir.

- Isso é verdade, querida. - disse a mãe de Kauane sorrindo. - E eu também disse que vocês ficam fofos juntos - ela piscou pra mim

Lucas 1 × Jonathan 0

Eu corrigi a posição do meu corpo na pia onde estava encostado, torcendo para ninguém notar minha reação. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas parecia que tinha encontrado a paz que não sabia que estava procurando. Eu estava me sentindo feliz ao lado dessas duas mulheres.

- Bom, mãe, pelo visto você caiu na lábia dele. - disse Kauane interrompendo meus pensamentos. Eu a acompanhei com o olhar enquanto ela ia em direção à saída da cozinha.

- Tchau, pequena. Tá esquecendo de nada não? - acenei para ela.

- o que? - ela pareceu conferir os bolsos - tô com tudo aqui já

- tipo, um galã de novela de 1,80 e sonho de toda sogra, que por coincidência você está olhando?

A mãe da pequena caiu na gargalhada e Kauane se limitou a bufar e revirar os olhos

- Até mais tarde, mãe. - disse ela acenando de volta. Sem me esperar saiu pela porta

- olha que abusada - peguei minha mochila - obrigada pelo café da manhã, melhor eu ir antes que fique pra trás

- venha tomar café mais vezes com a gente

- vou sim, concerteza - antes que eu pudesse saír ela me deu um último conselho

- Não se intimide com o gênero forte dela e boa sorte tentando conquista-la

- Já a conquistei só falta ela admitir isso - sai confiante pela porta, ela andava apressada com suas pernas curtas me obrigando a correr para a alcançar

- preciso me exercitar mais - passei o braço por seus ombros

- nunca te vi se quer fazer uma caminhada

- isso é só um detalhe, para de me desmotivar garota

- bem que falam que as drogas mudam as pessoas

- tem razão mas meu vício é outro - ela tirou os olhos da rua a frente e me encarou, perdi a conta de quantas batidas meu coração errou em cada fração de segundo que se passou naqueles míseros instantes

- não me olha desse jeito - ela desviou o olhar, antes que pudesse perguntar o motivo um carro parou do nosso lado e a voz de um Jonathan preocupado veio de dentro dele

- Seu filho da puta, você me assustou sabia? - ele parecia estar bravo e aliviado por me ver inteiro

- Bom dia pra você também, aliás estava muito saboroso o brigadeiro batizado de ontem - Jonathan soltou uma risada ao ouvir minha resposta sarcástica. Sua preocupação era evidente em seu rosto

- Desculpa por isso, eu esqueci de te avisar. Só fiquei realmente assustado quando você sumiu do nada ontem à noite

- todo esse papin de sumir no meio da noite faz vocês parecerem amante - Kauane saiu de perto de mim e se sentou no banco da frente

- não precisa ficar com ciúmes Pandinha, ele é todo seu - ele usou seu indicador para a fazer o olhar diretamente

- Se quiser ainda ter mãos quando chegarmos a escola melhor as manter longe dela - entrei no carro e me sentei no meio do banco

- estraga prazeres - revirei os olhos com tamanha ironia

- esse é você, não eu - pequena deixou escapar uma risada que logo a encobriu com uma tosse falsa, Jonathan apenas se limitou a me olhar pelo espelho com os olhos semi cerrados

seguimos para a escola. O clima dentro do veículo ficou mais leve, apesar da tensão anterior. Pequena ligou o rádio, uma música animada começou a tocar e, aos poucos, começamos a cantar junto. A risada de Kauane era contagiante e, aos poucos, todos acabamos cedendo

Chegando na escola, com toda agitação o caminho parecia ter reduzido, Jonathan estacionou o carro e Pequena foi a primeira a descer

- ela é uma boa conquista, não é mesmo?

- ela é minha e não é um troféu - semi cerrei os olhos, Jonathan deu um sorriso e levantou as mãos em redenção

- não precisa me olhar como se fosse arrancar meu crânio, essa sua marra não funciona comigo - ele desceu do carro e pegou sua mochila

- vou tomar banho de sal grosso só para garantir - ele bagunçou meu cabelo ao passar por mim

- o que perdi? - Kauane apareceu ao meu lado

- Lucas com medo de más energias - ele saiu andando na frente, deixando eu e Kauane para trás

Enquanto caminhávamos juntos para a entrada da escola, senti a mão de Kauane tocar a minha de leve. Um sorriso involuntário se formou em meus lábios, de todas as coisas que poderiam acabar se tornando meu vício, a sensação de estar ao lado dela, mesmo que apenas como amigo, parecia cada vez mais irresistível, e como um viciado eu queria mais

Continuamos caminhando lado a lado até chegarmos aos corredores da escola. O ambiente estava agitado, repleto de estudantes conversando e se preparando para o início das aulas. Sentia o olhar curioso de algumas garotas, umas se contentavam em apenas me encarar, outras cochichavam quando passava

Odeio isso

- Então, Lucas... o que exatamente você acha que vai acontecer depois de tomar esse banho de sal grosso? - Kauane perguntou, com um tom de divertimento em sua voz.

Eu ri, passando a mão pelo cabelo ainda levemente bagunçado.

- infelizmente sal grosso não afasta talarico, mesmo se afastasse, precisaria de uns mil mar morto pra afastar o Jonathan

Ela balançou a cabeça rindo, e em seguida segurou minha mão com um pouco mais de firmeza do que de costume.

- Vamos? - ela me puxou para longe dali, como se conseguisse ler meus pensamentos e soubesse que se não fosse por ela, já estaria a quilômetros de distância. O sinal tocou avisando o início das aulas, os corredores foram se esvaziando aos poucos e seguimos entre a manada de adolescentes

Passei todo o primeiro horário praticamente dormindo, quando finalmente acordei faltavam 5 minutos para a troca de professores. O motivo do meu despertar foi uma bolinha de papel

- Jonathan seu filho d...- a carteira de Jonathan estava vazia e a risada abafada de Kauane a entregava

- bom dia bela adormecida - levantei da minha mesa e fui até próximo a ela, apoiei uma mão em sua mesa e a outra no encosto de sua cadeira

- até onde me lembro, a princesa é acordada com um beijo - aproximei nossos rostos, ela se comprimiu ainda mais contra a parede - não com bola de papel

- os tempos são outros - ela fez sinal com o dedo para me aproximar mais, a obedeci - só não se esqueça que acham que somos primos - ela sussurrou em meu ouvido e se recostou novamente na parede

Olhei sob o ombro, haviam alguns poucos olhares curiosos sobre a gente

Qual a fissura do adolescente com a vida alheia?

- não é pra isso que existe incesto? - ela fez cara de reprovação e me deu um tapa no peito - todo mundo tem um passado obscuro

- vou fingir que não ouvi isso - me sentei novamente na minha carteira

- Ei, vamos dar uma volta - sussurrou ela, inclinando-se para mim enquanto o professor saía da sala. Fiz o mesmo, sentindo meu coração acelerar diante da proposta.

- Essa é minha garota - Assenti com um sorriso, ela se levantou e foi na frente, apenas a segui.O corredor se estendia à minha frente, vazio e silencioso, diferente de mais cedo

- Onde a gente vai?

- Tomar um pouco de ar puro - Segui Kauane pelo corredor vazio, sentindo a adrenalina correr pelas minhas veias. Ela parecia determinada, guiando-me sem dizer uma palavra

Chegamos até as escadas que levavam para o terraço e ela parou por um momento. Olhei ao redor e avistei Jonathan e Beatriz conversando perto da escada, pareciam tão entretidos numa conversa séria que mal notaram nossa presença

Jonathan tirou do bolso o que parecia ser um vidro de frasco de remédio e deu a Beatriz

- merda - praguejou baixo

- leu meus pensamentos, docinho - Kauane me puxou, indo em direção ao banheiro masculino que ficava próximo.

- No banheiro masculino? Sério?

- Não temos outra opção. Vamos nos esconder lá dentro e esperar eles irem embora.

Seguimos para dentro do banheiro, cuidando para não fazer barulho. Ficamos em uma das cabines, torcendo para que Jonathan e Beatriz não tivessem nos visto. O silêncio era quase ensurdecedor. O tempo parecia passar devagar enquanto esperávamos.

- nunca imaginei que Beatriz fazia negócios com Jonathan - sussurrei

- com certeza, é algo que não querem que os outros saibam

- ela é louca de confiar nos produtos de baixa qualidade dele

- Lucas, você converso com um gato acho que qualidade ele tem - cruzei os braços em indignação

- Agora tá do lado dele?

- Não, só apontei um fato - ela deu de ombros

- fica aí, já volto - sai da cabine mas uma mão me impediu de ir muito longe - O que foi?

- Tá bravinho atoa - revirei o olho, mania que tava começando a pegar de Kauane

- só tô indo vê se eles já acabaram com o workshop de droga - ela abriu um sorriso travesso

- você tá bravo, vejo no fundo dos seus olhos brilhantes - ela pressionou minhas bochechas com sua mão até minha boca fazer um bico

- Se eu tivesse bravo faria isso? - a peguei no colo, ela solto uma risada baixa e se agarrou a mim com seu corpo pequeno, a sentei na pia - Aliás, você é péssima tentando me tirar do sério

A beijei em seguida, o beijo foi intenso e Kauane o correspondeu fervorosamente, suas mãos se enroscava em meus cabelos enquanto eu desfrutava da sensação do seus lábios misturados com adrenalina. Quando nos separamos, ainda ofegantes, Kauane me lançou um olhar qual não soube decifrar

- Isso é exatamente o que faria se estivesse bravo - ela sussurrou em meu ouvido.

Um sorriso divertido se formou em meus lábios enquanto a observava. Kauane sempre tinha essa forma de me provocar, de me fazer lembrar da importância de aproveitar cada momento.

- agora me obedece, desce e fica quietinha numa dessas maravilhosas cabines - falei num tom sério e com um brilho travesso nos olhos. Ela desceu da pia e pude jurar a ouvir bufar

- faz sua mágica, gasparzinho

- Se pudesse, já teria feito. Tô sem meu poder - seus olhos ficaram tão arregalados que pensei que pularia para fora

Nossa conversa foi interrompida com barulho de passos vindo, a apressei para se esconder na cabine que estávamos

- Lucas? - ao ouvir a voz de Jonathan quase soltei um suspiro aliviado

Antes esse Ken traficante do que um estranho dedo-duro

- até onde sei, esse é meu nome - fui até a pia e joguei um pouco de água no rosto

- cadê a Kauane? - ele se encostou na pia próximo a mim

- na sala, onde mais ela estaria? - dei um sorriso travesso

- você tá bem? - ele tirou do bolso um cigarro eletrônico e deu uma longa tragada - digo, por conta de ontem

Ele soltou toda a fumaça, ela saiu pelo nariz em uma corrente constante, formando um pequeno véu no ar.

- tô vivo, isso já diz muito

- tá vivo mas sua cara não tá das melhores - olhei meu reflexo no espelho, ele me estendeu o cigarro

- acho que se drogar sem querer, conversar com animais falantes e invadir uma casa na surdina na madrugada te deixa assim - o peguei e dei uma tragada, tinha um leve gosto de morango

Mata igual mas é mais saboroso que cigarro

- longa história?

- concerteza, aliás isso mata - o entreguei e me encostei na pia como ele

- caro amigo, a morte é inevitável - ele deu um sorriso amargo e saiu andando deixando um rastro de fumaça que desaparecia lentamente, dissipando-se no ar como se nunca tivesse estado ali, deixando apenas uma brisa passageira e o leve cheiro doce da essência do cigarro.

Cada um se mata do jeito que quer

- Essa escola só tem louco - fui até a cabine onde Kauane estava - vamo dá o fora daqui logo - ela agarrou minha mão e entrelaçou nossos dedos. O corredor parecia se estender infinitamente enquanto caminhava de mãos dadas com Kauane, é essa sensação era boa

Ao empurrar a porta que nos separava do terraço, uma brisa fresca acariciou nossos rostos. A cidade se estendia majestosamente abaixo, com seus prédios altos contra o céu azul e límpido da manhã.

- Finalmente, um lugar onde podemos escapar de tudo isso.

- Enfim, ar puro - olhei em volta, havia algumas mesas e carteiras velhas espalhadas. O barulho do caos da escola e da cidade pareciam distantes - prometa nunca mais nos enfiar num banheiro

- viro claustrofóbico depois de hoje? - ela deu uma risada brincalhona

- depende do espaço cúbico que você for enfiar a gente - Ela me abraçou pelo ombro, apoiando sua cabeça confortavelmente em meu peito. Por um momento, ambos permaneceram em silêncio

- Olha, um gato preto - ela apontou para um amontoado de mesas e no meio daquela bagunça estava ele - talvez seja seu guarda felino

- felina, ela deu ênfase nisso - ela foi até o gato, saindo do meu abraço - É bom, ela falava, acho que seria fácil diferenciar ela de um gato normal

- acha coincidência ou sinal divino? - ela o deu um beijo e acariciou seu pelo

- um pouco dos dois, quem sabe - dei de ombro e peguei duas cadeiras velhas pra sentar perto deles. Sentamos lado a lado e ela encostou sua cabeça em meu ombro - ainda não entendo como podem falar que essa coisa fofa dá azar

- muita das vezes as pessoas vêem maldade onde não há ou simplesmente culpam outro alguém pelos desastres alheio - o gato miou como se concordasse arrancando um sorriso dela - viu, ele concorda comigo

- Se eu fosse um gato, por rancor eu daria azar, é só uma ideia amigo felino. A siga por sua conta e risco

Ela se levantou e caminhamos até o muro de proteção do terraço, nossos olhares se perdendo além da onde a vista panorâmica da cidade se revelava diante de nós. O vento suave sussurrava em nossos ouvidos, fazendo com que nossos cabelos se movessem ao ritmo lento da brisa. Ela se sentou na murro

- isso se chama murro de proteção por um motivo

- não vou me jogar daqui de cima, não há perigo nenhum - ela balançava seus pés suspensos como uma criança que não alcançava o chão ao se sentar numa cadeira - tá com medo?

- jamais - me deitei no murro, usava sua coxa como apoio para a cabeça e uma das minhas pernas ficava suspensa no ar

- isso sim que é perigoso - Ela me deu um sorriso brincalhão - não tem medo de morrer?

- Como um grande filósofo disse uma vez, a morte é algo inevitável

- Jonathan não conta como filósofo - Sua risada preencheu o lugar e logo foi substituída por um silêncio ensurdecedor

- você fica mais bonita quando tagarela, então fala, sou todo ouvidos

- Sabe, as vezes me pergunto como tivemos a sorte de nos encontrarmos. É como se o destino quisesse nos unir de toda forma - ela disse, com um sorriso melancólico.

É eu agradeço a ele por isso

Olhei para ela, perdida na sua própria cabeça. Eu brincava com sua mão a acariciando, entrelaçando nossos dedos ou apenas fazendo desenhos imaginários nela.

- Eu também me pergunto isso, Pequena. A vida é cheia de surpresas

É uma das melhores com certeza foi você.

Um silêncio tranquilo se instalou entre nós, apenas o som suave do vento preenchendo o ambiente. Era como se cada palavra fosse um sussurro, uma promessa de que estaríamos sempre ali um para o outro.

O tempo parecia ter parado, apenas nós dois compartilhando aquele momento no tempo. Não havia pressa, apenas o presente e a certeza de que estávamos exatamente onde deveríamos estar. A certeza que eu não escolheria estar em nenhum outro lugar além daqui, com ela

- me beija - as palavras escaparam da minha boca com facilidade e com uma insegurança maior ainda, sussurradas ao vento, sem intenção ou malícia. Quando seus olhos encontraram os meus, tinham um brilho diferente e por pouco não deixei escapar as três palavras que queria tanto a dizer. Foi mútua nossa aproximação, nossos lábios tavam tão próximos que sentia sua respiração contra a minha. Um miado chamou nossa atenção, o gato tava no chão sentado próximo a nós observando a gente

- não precisa fica com ciúmes, não vou rouba lá de você - inesperadamente ele pulou em mim e se aninhou em meu peito

- ele gosto de você - sorri sem jeito

Quando descemos do terraço já estava na hora do recreio, passamos certa de 1 hora lá encima, eu, ela e nosso amiguinho peludo isolados do mundo e em nosso mundo. Os corredores movimentados e barulhentos quase me fizeram voltar para lá

- odeio isso - disparei ao notar que um grupo de garotas me encaravam

- Se acostume, você é a novo celebridade da escola

- pra vocês mulheres sou apenas um pedaço de carne, um brinquedo descartável - falei com melancolia

- sim, agora me poupe da sua atuação meia boca - ela foi andando em direção a parte exterior da escola me deixando para trás. Assim que passei por Beatriz ela agarrou meu pulso

- Lucas né? - ela mordia o lábio insegura

- aham - procurei por Kauane em meio a multidão - o que você quer?

- só te parei pra te convidar pra ir a minha festa, esse final de semana

- Kauane me falo - ao escutar seu nome ela estreito os olhos

- são primos né?

- não de sangue - ela respondeu a esse fato com um simples " hum " e logo mudo de assunto

- Espero te ver na minha festa, sabe..pra gente se conhecer melhor - ela deu um passo para perto e mexeu no meu cordão

- O Jonathan faz mais seu tipo, agora preciso encontrar a Kauane, licença - sem dar tempo para ela responder sai o mais rápido possível dali.


















° Depois de muitas ameaças, está aí o capítulo novo kkkk

° Não o revisei, se tiver algum erro me avisem

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