Brasil*
Nunca imaginei que algum dia iria me deparar com aquela cena. De ter um burguês safado vestindo minhas roupas. E como eu queria que ele vestisse mais minhas roupas, porque isso era algo tão...nem sei explicar que sentimento era aquele que eu estava sentindo.
-Então agora, o senhor, vai usar minhas roupas? -disse em um tom sarcástico.
-Sí, algum problema?
-Não mesmo -disse indo em sua direção. -Você está perfeito. -segurei sua cintura e o trouxe para mais perto. -Se quiser, pode usar quantas roupas minhas você quiser, vai ficar lindo no estilo "brasileiro".
-Hmm. Só se vc vestir minhas roupas, tenho certeza de que vai ficar mais elegante no estilo "argentino". -ele entrelaçou os braços em meu pescoço.
-Então você quer me ver todo engomadinho igual a você, corazón?
-É,... talvez eu queira. Você vai ficar bem mais sofisticado.
-Para o seu governo, querido, eu tenho roupas sofisticadas. OK? Só não as uso porque são desconfortáveis.
-Sei, sei.
-Que bom que sabe, mi amor.
Deixei um beijo delicado em seus lábios e ele correspondeu o beijo. Cara, o que esse argentino fez comigo?
-¿Estás seguro de que quieres ir a lá playa?
-Sim, e nem mesmo esse seu sotaque brasileiro no meu espanhol vai me fazer mudar de ideia. Ok? Agora vamos. Antes que fique tarde.
Me rendi e peguei as coisas para irmos, só coisas básicas, protetores solar, toalhas e uma bola de vôlei, caso fique entendiado.
Chegando a praia me lembrei do sentimento que tive quando olhei para o mar e depois para o Argentina, comparando sua beleza com a beleza natural de meu território.
Nunca jamais, falaria isso em voz alta, principalmente ao Argentina, porque ele ia ficar se achando. Mas ele era e é mais bonito que a beleza natural de meu território. Tão bonito quanto.
Levei para o mesmo ligar da última vez e estiquei as toalhas na sombra do coqueiro.
-O que você quer fazer agora?
-Hamm, não sei, acho que vou tomar sol.
-Cara, você só pode estar brincando, né? Te trouxe para a praia, passei por cima do meu orgulho, você ficou enchendo minha cabeça todo esse tempo, pra chegar aqui e falar que vai tomar sol?
-hmm, sim?
-Ok, mas pelo menos nós vamos jogar vôlei, você querendo ou não.
-Arghhh, ok, já que não tenho outra escolha.
-Ótimo -disse enquanto pegava a bola -mas antes de começarmos, você vai passar protetor solar. - peguei o protetor e joguei para ele.
-Por que eu tenho que passar protetor solar e você não? -por mais que ele tenha dito em tom de relutância, colocou um pouco de protetor em uma das mãos e foi passando pelo corpo.
-Porque você não está acostumado com o sol igual a mim. Você sabia que quando o sol está muito quente ou quando você não é acostumado com o sol e vai passar um dia inteiro debaixo dele faz mal? Pode dar isolação ou algo pior, sabia?
-Não...-ele disse ficando meio vermelho.
-Viu, tá tão quente que seu rosto já tá até vermelho. -falei e dei um sorriso de lado.
Qual é? Eu não sou idiota, por mais que pareça. Sei que ele ficou vermelho por pura vergonha, mas invés de rir da vergonha dele, resolvi provocar para ter mais razão em nossa pequena discussão sobre o protetor solar.
-Tá tá, já passei viu.
-Sim, vi sim. Agora me dá aqui o protetor, também vou passar.
Ele jogou o protetor para mim e eu espalhei um pouco em meu corpo. Peguei novamente a bola que eu tinha deixado na areia e encarei o Argentina
-Sabe jogar vôlei né, corazón? -joguei a bola em sua direção.
-Claro que sei, idiota. -ele falou enquanto pegava a bola no ar.
-Ótimo, então vamos começar.
Ok, ele sabia jogar e tudo, mas não era tão bom quanto no futebol, fizemos uma linha na areia para dividir o campo. E caraca, em menos de 20 minutos eu tinha feito de 5x2 nele (dois pontos que deixei ele fazer por pura dó)
-É, parece que você não é bom em tudo, miss perfeitinho.
-Ei, você perguntou se eu sabia jogar, e eu sei.
-É, que bom que você sabe que não é bom no vôlei igual o pai aqui.
-Olha aqui, eu nunca disse que era ruim, e muito menos disse que você era bom, você tem só três pontos de vantade.
-É, não são cinco porque fiquei com dó.
Eu podia ver a raiva saindo de dentro dele. Acho que o deixei irritado, e nunca é bom ter um Argentina irritado com vontade de jogar algo, é sinônimo de pedir para ser humilhado. Quando o vi andando em minha direção, engoli em seco.
-Ok então, vamos começar a jogar denovo, já que você é tão bom, não tem problema em reiniciar com o jogo. Certo?
-Claro que não. Então quem inicia com a bola?
-Imper ou par?
-Par.
-Então eu sou imper.
Jogamos os dedos e eu coloquei cinco, o merdinha do Argentina colocou dois fazendo a soma dar imper.
-Eu começo com a bola.
Ele pegou a bola de minhas mãos foi até a outra linha que tínhamos feito para marca o lado de fora da "quadra" e fez um saque viagem, ele bateu na bola com tanta força que nem deu tempo de eu reagir, quando menos esperava a bola tinha caído na areia bem ao meu lado
- 1 a 0, querido
Ok, eu realmente irritei o Argentina.
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30 minutos depois e eu não tinha conseguido marca nem um ponto na quele branquelo. Como é possível alguém melhorar tanto assim do nada?
-5 a 0, cansou, cariño?
-Tá bom -disse sem fôlego -como...como você fez isso? Vc foi literalmente de 0 a 100 muito rápido.
-Ninguém mandou dúvidar de mim. Você tá cansado né. -ele disse se aproximando e parando ao meu lado, me forçando a olhar para cima para encara-lo já que estava com minhas mãos apoiadas em meu joelho.
-Você acha?
-Acho -ele disse rindo -vamos entrar no mar então, para refrescar.
Tava com tanto calor, que nem pensei em discutir com ele. Deixei a bola perto das toalhas e fui em direção ao argentino parando ao seu lado e segurando sua mão.
Fomos até o mar um do lado do outro e entramos lentamente sentindo a água gelada contra nossos corpos.
Quando a água estava batendo um pouco abaixo dos nossos peito eu parei. Normalmente iria ir mais fundo, mas como o Argentina não é acostumado resolvi ficar onde estávamos e dei um mergulho.
-Não vai mergulhar? Você fez um show e tanto para vir a praia
-É que...eu tô com medo
-Não se preocupe, ok? Não tá tão fundo igual da última vez e qualquer coisa eu tô aqui, tá?
-Ok
Ele respirou fundo e abaixo, se passaram 10 segundos apenas e eu já tava ficando doido. Comecei a contar
- 11, 12, 13, 14, 15. -senti algo agarrar minhas pernas e imediatamente puxei ele de volta para a superfície. Certeza que ele não sabe nadar, porque assim que subiu para superfície começou a tossir.
-Ei ei, calma ok? Respira devagar e fundo. Acompanha a minha, ok? Um....dois....três.... Melhor?
-Sim, obrigado.
-Você sabe nadar, Argentina?
-Sei
-Tem certeza? Não precisa mentir para mim.
-...não. Eu não sei nadar
-Então eu vou te ensinar.
-Você... VOCÊ VAI OQUE?
-Te ensinar a nadar. Vamos voltar para o prédio, lá tem piscina e quase ninguém usa.
-Como você sabe?
-Porque a maioria dos donos dos apartamentos, isso é se não for todos, são milhonarios que não moram na cidade. Muitos tem a posse dos AP para vir passar as férias e pouquíssimos vem no Carnaval, porque a cidade é sempre lotada e quando eles vêm não ficam na piscina ficam na praia
-Ahh..ok.
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1304 palavras
Ent né gnt, a criatividade tá voltando aos poucos. Particularmente não gostei deste capítulo, mas não quero deixar muito grande.
Espero que tenham gostado do capítulo de hj. Semana que vem (eu acho) tem mais!!
Bjsss até o próximo 😘
(Obs: obrigada pelo o apoio!! 🫶🏼)