Família Uchiha Uzumaki - Menm...

By Teleya_Inshinda

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Algumas histórias sobre a vida da família principal do universo de Menma Next Generations, mangá de Naruto (f... More

1 - Feliz aniversário, papai!
2 - Vamos tentar?
3 - Apaixonado
4 - Más notícias
5 - Nunca mais será adeus
Especial dia dos pais

7 - Sobre nossos nomes

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By Teleya_Inshinda


Akira não tinha apenas um bom faro literal, pois também era excelente em farejar sentimentos que as pessoas não conseguiam externar. Se essa era uma habilidade nata ou um mecanismo desenvolvido para lidar com as pessoas que amava — como sua mãe super reprimida ou seu melhor amigo que mudava de temperamento com muita frequência — não saberia dizer, já que nunca havia prestado tanta atenção assim em si. Apenas acreditava piamente em seus instintos e odiava quando captava cheiro de mentira no ar.

Aquela tarde passou quase que o tempo todo em um dilema moral. Sabia que Menma escondia algo, aquela ruguinha entre as sobrancelhas sempre o entregava, mas não conseguia determinar se era ou não viável questionar o amigo sobro o que o estava incomodando tanto.

Mesmo com apenas sete anos o Uchiha já tinha uma personalidade muito rígida, cheia de regras e limites que se ultrapassados poderiam resultar em danos a amizade que os dois garotos vinham construindo a certo custo no último ano. Então, se queria fazer alguma intervenção em algo que não lhe dizia respeito, precisava escolher sabiamente as palavras.

— Acho que é melhor recolher as coisas, o Hachiko está com fome. — Apontou para seu cãozinho companheiro e sorriu docemente.

— Ah... Tem algo marcado com o Hatake? — Menma sabia que quase todos os dias Akita tinha algum compromisso com o outro amigo e que não era bem-vindo a participar.

Ser a segunda, talvez terceira opção, do Inuzuka não irritava Menma por ciúme, mas sim por ter uma constante desconfiança de que só estava recebendo atenção por caridade. Sendo ele tão fofo e atencioso com todos, pensava que tivesse um sentimento de obrigação com um menino sem amigos e era hostilizado por boa parte da população da vila. Esse sentimento não o impedia de aproveitar o tempo que passavam juntos, entretanto.

— Na verdade, não. Ele foi pernoitar na casa do primo. — Foi a vez dele franzir a testa lembrando que havia sido trocado por Lee, com quem Usagi vivia brigando e mesmo assim sempre encontrava algo em comum para aprontarem juntos em segredo. Quase sempre era Akita quem tinha que limpar a bagunça no dia seguinte. — Se quiser lanchar lá em casa a área está limpa.

— Tá bom, não quero ir para casa tão cedo. — Deu de ombros, nem percebeu que tinha deixado algo escapar.

Seria chegada a hora de perguntar? Não, ainda não. Precisava ter mais pistas do que poderia estar acontecendo para escolher a abordagem certa.

— Usagi quase sempre diz isso, principalmente quando quer dormir na minha casa. — Continuou olhando para o caminho a frente, sem esboçar nenhuma reação, apenas esperando para ver se sua ideia estava dando frutos.

— Hum... E por que ele só não pede? É o que eu faria se tivesse uma amizade como a de vocês. — Pensou em soltar uma pequena ofensa, mas se conteve. Apesar de todo o ressentimento, respeitava o amigo e não tentaria plantar a semente da discórdia.

— Esse é o jeito dele de pedir... Mandar... É o jeito dele. Eu gosto, na verdade. Cada pessoa se expressa de uma forma diferente e é bem legal quando aprendo a me conectar com eles. — Ponderou um instante, vendo uma curiosidade surgindo nos olhos negros ao seu lado. — Minha mãe faz bolo...

— É o que vamos ter de lanche? — Ficou confuso com a mudança brusca de assunto.

— Não. Quis dizer que esse é o jeito dela expressar o que não consegue falar. Ela é muito tímida, ainda mais do que eu, e quando sente algo que não consegue pôr para fora ela vai lá e bate um bolo. — Sorriu lembrando que essa constatação veio do pai e que ele o havia ensinado sobre isso para que pudesse ajudar sua mãe quando ele estivesse ausente. — Qual o seu jeito?

Quando algo incomodava Menma ele apenas procurava o lugar mais isolado que podia e tentava racionalizar até se acalmar. Sentia que se conversasse sobre algo que não entendia, seria um fardo para o ouvinte ou então que acabaria explodindo e fazendo algo de que se arrependeria mais tarde. Algumas pessoas tinham um dom irritante de trazer à tona esse segundo lado, o mais Uzumaki de ser, Akita não era uma delas.

— Eu não tenho um jeito. O que quero falar eu falo. — A ruga na testa ficou ainda mais acentuada.

Parecia que não havia jeito, voltaria ao dilema moral de perguntar diretamente ou se calar. Talvez de estômago cheio pudesse se decidir enfim.

Como Hinata ainda estava puérpera e com uma recém-nascida muito agitada, quem organizou a refeição das crianças foi Kiba, com toda sua irreverência que fazia Menma entender, porque ele era o melhor amigo do seu pai Naruto. Eram inclusive bastante parecidos o que deixava ao garoto muito à vontade.

Tiveram bons momentos de conversa sobre assuntos triviais da vida ninja, antes que uma pergunta trouxesse de volta a angústia que havia sido esquecida.

— Não recebi o convite do casamento dos seus pais. O Naruto esqueceu ou continuam discutindo a data? — Kiba esticou as pernas sobre a mesinha de centro, despreocupado. Era um dos poucos que sabia sobre o relacionamento dos amigos e não fazia cerimônias para falar a respeito.

— Eles estão tendo alguns problemas para resolver antes de marcar a data... — O sorriso sumiu e a ruga voltou.

Com um suspiro cansado, Kiba levantou do seu lugar e se aproximou do menino. Esfregou os cabelos pretos arrepiados de um jeito muito parecido com o que Akita fazia.

— Esses dois te dão muito trabalho, né? Mas saiba que eles sempre foram assim, e seja lá pelo que for que estiverem brigando agora vão se entender. Sua única preocupação tem que ser com os docinhos da festa. — Abraçou o garoto pelo pescoço com um único braço.

Akita observou admirado a preocupação deixando o rosto do amigo. Parecia ter percebido, então, que seu dom para compreender as pessoas era herdado ou aprendido do seu pai. Mas restava a curiosidade que o fez perguntar enfim:

— O que eles estão discutindo?

— Qual vai ser o sobrenome após casados... — Para Menma o mais lógico era ser Uchiha, por nenhum motivo. Passou a vida toda sendo ele e Sasuke, então sentia esse como o mais oficial, apesar de que sentia algo ótimo quando Usagi o chamava de Uzumaki.

— Não acredito. — Kiba deu uma risada muito gostosa. Como adulto entendia a questão melhor, mas ainda parecia algo idiota para ser motivo de não marcar a data. — Se eu precisasse ser Hyuga para me casa com a Hinata, teria trocado com prazer.

— Mas seu clã é enorme. O dos meus dois pais termina neles se não passarem para frente.

— Hum... Então, por que não usa cada um o seu? Quer dizer... O Naruto não vai ter filhos biológicos mesmo... — Ajeitou a gola da camisa meio sem jeito. Menma poderia ser apenas Uchiha, mas amava Naruto como a um pai verdadeiro.

— Na verdade... — Akita levantou a mão como se fosse interromper uma aula.

Ambos o olharam esperando que ele tivesse algo agradável para dizer, algo que os fizesse esquecer o clima ruim que havia ficado após a fala de Kiba.

— Poderiam usar os dois? E você também, assim os clãs continuariam como um só. — Ficou vermelho, queria retirar o que tinha dito, queria voltar no tempo e nunca ter convidado Menma para ir à sua casa, como detestava essa sensação.

Porém, um brilho Uzumaki surgiu nos olhos de Menma, enquanto seu sorriso tipicamente Uchiha se fez presente nos lábios. Tinha tido uma ideia que esperava ser perfeita.

— Akita, você sabe desenhar? — Disparou repentinamente.

O garoto apenas fez que não com a cabeça, mas sabia de alguém que poderia ajudar, fosse lá o que fosse.

Não foi de imediato que o plano foi posto em prática, quase duas semanas se passaram até que uma discussão matinal na casa de Menma fosse bruscamente interrompida por Kiba que entrou sem convite na cozinha da família e disparou:

— Vocês têm quatro horas para vestir os quimonos e dar um jeito no cabelo! — Respirou algumas vezes para recuperar o fôlego, com as mãos erguidas pedindo paciência. — O casamento vai acontecer hoje por bem ou por...

Calculou que talvez não fosse uma boa ideia usar o tom de ameaça contra aqueles dois, então mudou de tática.

— O Menma está no quintal e quer mostrar uma coisa... — Não esperou pelos dois, precisava sair dali antes que exigissem respostas.

Naruto foi o primeiro a chegar e ver a obra de arte no muro do clã, não entendeu nada. Cruzou os braços e fez uma cara neutra à espera da explicação de Sasuke para copiá-lo.

O segundo pai de Menma ficou estupefato com o que via. Era o símbolo do clã Uchiha, meio torto e com o adicional de uma espiral no meio do leque. Era uma fusão dos símbolos dos clãs.

— Agora seremos o clã Uchimaki! E fim de discussão. Vão se arrumar, que nós já preparamos tudo para o casamento acontecer. — O sorriso aparentemente confiante tremia de leve, torcendo para que não houvesse contestações.

— Isso é muito atencioso filho... — Sasuke já se rendia aos encantos de seu menino.

 — Não, não, não! Por que é que o Uchiha vem primeiro? — Naruto havia compreendido o que acontecia, mas claro que tinha encontrado um motivo para disputar com o noivo.

— Mas é o último que normalmente é mais importante em lugares que adotam dois sobrenomes. — Kiba tentou ajudar e conseguiu convencer Naruto, mas agora Sasuke quem se preparava para reclamar.

Bastou um gesto de Menma para que uma explosão acontecesse e trouxesse a atenção de todos de volta para si.

— Obrigado, Inomi. Como eu tentava explicar, já pensamos em tudo. A ordem não é sobre importância, mas sim pelo significado que cada um tem nessa família. — Se aproximou dos dois e tomou uma mão de cada um. — Papai, você é nosso protetor, então Uchiha vem primeiro simbolizando que está guardando nossas costas. Já você papai, é o mais corajoso, então vai no final representando que está liderando nosso caminho. Eu amo os dois e suas diferenças, então quero muito que se casem logo. Hoje de preferência, porque já compramos a comida.

Ambos sorriram sem jeito e assentiram com a cabeça. Estavam de acordo em fim.

— Sério que era por isso? Pensei que a gente tinha escolhido o que soava melhor. — Inomi perguntou com inocência.

— Só uma pergunta. — Foi Naruto quem falou. — Se o Inomi pintou nosso muro, isso significa que ele vai explodir?

— Usei tinta normal, senhor Uzumaki. — O sorrisinho do menino exibia uma janelinha. — Mas não toquem nos cogumelos.

Ao longo do muro havia uma trilha de pequenos fungos brancos. Talvez para não estragar o momento, talvez por achar que seria um bom sistema de segurança, Sasuke puxou Naruto para dentro sem dar corda para o assunto. Apenas dizia precisarem tomar banho antes da cerimônia.

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