Conte-me Seus Sonhos

By groliveira

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SINOPSE Valentina é uma professora que adora viajar para participar de congressos. Ela sofreu uma grande perd... More

CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38 (FINAL)
Epílogo
NOTA DO AUTOR
LIVRO NOVO
Livro com capítulos a mais...

CAPÍTULO 1

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By groliveira

VALENTINA

Era um dia atípico, e a presença marcante das flores ainda estava em meu pensamento. Sempre fui uma admiradora da natureza, não só pelo fato de ser algo que nos fora concedido, mas também porque sua beleza é espontânea, limpa e instigante.


Nunca fui de reclamar, mas hoje ao acordar senti que era complicado algo me entreter. Uma simples conversa seria difícil de ser digerida; é complicado descrever o que se passa. Sinto que há um vazio em mim que aumenta a cada dia que passa e, sinceramente, não sei o que posso fazer para preencher esse espaço em meu peito.


Meu cotidiano é normal. Tento me desvencilhar de distrações que possam modificar minha rotina. Peco por meu perfeccionismo e pontualidade na maior parte do tempo – acaba que os dias são sempre iguais e faço as mesmas coisas.


Atualmente tenho 25 anos de idade, terminei a faculdade aos 23. Moro em Deverland, que fica no estado de Nevada, nos Estados Unidos. A formação em Pedagogia obtida no ano retrasado na faculdade da cidade de Deverland me fez sentir realizada em um certo período, mas ainda acho que falta algo para dizer que estou feliz e completa, de uma forma especial e útil.


Sempre gostei de ler e escrever, principalmente da segunda, que se tornou um dos meus hobbies. Escrevo cartas para amigas, nelas redijo o que penso e sinto; assim me sinto útil de certa forma. Tento frequentemente ajudar meus amigos, os quais sabem que podem contar comigo.


Durante minha graduação morava com minha família. Éramos somente três pessoas: eu, meu pai Fernando, que era veterinário e atualmente está aposentado, e minha mãe Marcelle, que sempre foi dona de casa. Tinha vontade de ter um irmão, mas, devido a complicações no meu parto, meus pais acharam melhor não terem outro filho. Minha mãe sofreu muito por dois motivos: ela quase morreu em minha gestação, e sempre quis ter um casal de filhos. O médico dela disse a eles que era muito arriscada a gravidez, pois o bebê poderia morrer ou até mesmo ela, quando desse à luz.


Hoje a 200 km de minha família, toda semana dou um jeito de ligar para eles e perguntar como estão. Meu pai sempre foi de ficar no canto dele, não conversa tanto igual à minha mãe. No telefone ficamos pelo menos 30 minutos, minha mãe é muito carente e, às vezes, meu pai é bastante reservado. Ela já me ligou várias vezes chorando e dizendo que sente minha falta. Fico triste, pois onde cresci não tem tantas oportunidades na área que pretendo seguir.


Sou pedagoga, leciono para o ensino fundamental. Durante o curso de Pedagogia fiz várias amizades, algumas especiais, como a de Lilian. Tínhamos a mesma idade: eu e ela fomos muito unidas, sempre fazíamos trabalho juntas, saíamos, conversamos, fazíamos coisas de amigas. Lilian era meu oposto em relação à semelhança física: ela era uma menina alta, com seus 1,70 m, morena, rosto redondo, olhar penetrante, genes de um pai africano e uma mãe americana; já eu sou baixa, 1,60 m de altura, olhos azuis-claros e cabelos castanhos bem claros, rosto fino, e não peso mais que 55 kg.


Quando nos formamos, eu e Lilian procuramos empregos como pedagogas sempre nos mesmos locais. Conseguimos as duas vagas que estavam sendo oferecidas na escola Jardim do Paraíso, e desde então nos falamos frequentemente todos os dias, até em finais de semana. Ela sempre foi uma pessoa desinibida, sentávamos perto uma da outra, e eu não tinha muitos amigos na época. Então, acabei me aproximando dela e, com o tempo, nos tornamos grandes amigas.


Moro sozinha, ou melhor dizendo, moro com Jeff, meu cachorro, em uma casa simples, bem organizada e arejada. Minha casa tem somente um dormitório com uma suíte, sala, área de serviço e cozinha, e um grande corredor onde ele fica.


Sempre me interessei por viagens, pelo menos o interesse é algo que eu possuo desde que me entendo por gente. Fui a congressos relacionados à minha faculdade ou não – se tenho um vício, este é ir a congressos. Mas também gosto de viajar a lugares desconhecidos por prazer. Sou uma pessoa focada nos estudos e que busca a perfeição em tudo. Virei noites e noites estudando e vi que valeu a pena, pois tenho orgulho de minha formação.


Amanhã irei a mais um congresso, dessa vez na cidade de Notre Ville, que também fica em Nevada – tenho cinco dias de folga e os usarei. O Congresso começará terça e irá até quinta, mas ficarei lá de segunda até sexta.


Tenho estado pensativa sobre minha vida, sobre o vazio que sinto constantemente. Há vários fatores que desencadearam alguns problemas em minha vida, mas o que mais me marcou fora o drama com meu namorado.


Ele se chamava Isaac, era incrível o que passávamos juntos. Ele tinha o dom de conseguir meu riso da forma mais cativante possível. Éramos pessoas com pensamentos diferentes a respeito de várias coisas, mas nos completávamos, tínhamos um sentimento puro, irreal. Lembro-me de como nos conhecemos: Eu estava com 20 anos, terceiro período, cursava Pedagogia de manhã, ele veio transferido da Faculdade de Cramford pra cá. Lembro que aqueles olhos me chamaram a atenção – perdi o foco da aula, e olha que isso era difícil de acontecer –, mas, desde que ele entrou pela porta, não consegui desgrudar os olhos dele. Ele era da minha idade, alto, mais ou menos 1,88 m de altura, cabelos cacheados, olhos castanhos claros, magro. Tinha um olhar forte, penetrante, que contrastava com seu rosto calmo e jovial.


Tudo começou com um trabalho em grupo. Conforme a intimidade entre nós aumentava, sentia mais confiante de me abrir com ele; os meus sentimentos aumentavam a cada dia, e queria lhe contar logo o que se passava em meu coração, mas ainda tinha muita vergonha e não sabia direito o que falar. Nesses percalços da vida, em um belo dia, quando estávamos conversando ele disse que não dava mais para esconder o que pensava e sentia por mim, me disse que meus olhos eram lindos e vivos, e que, a partir desse momento, nem por um segundo conseguiria desgrudar mais de mim. E assim me beijou, me entreguei por completo; após três dias juntos ele me pediu em namoro.


Depois que começamos a namorar, tudo foi perfeito ao seu lado: tínhamos desejos, pensamentos e um futuro planejado pela frente. Em dois anos de namoro nunca tivemos nenhuma discussão séria, somente pequenas brigas, como casais normais – éramos um casal normal. Até que algo aconteceu...


Me lembro ainda do ocorrido, forço para conter as lágrimas em meu rosto e a dor em meu peito... minha vida mudou bruscamente. Como de costume, encontrei Isaac pela manhã na faculdade, à época morava com meus pais e ele com os dele, naquela manhã senti algo, uma dor no peito – agora não sei descrever com exatidão como me sentia exatamente. Sei que a aula transcorreu normalmente e com ele também tudo estava normal. Combinamos de nos encontrar pela noite na praça perto de casa, um local agradável em que muitos casais ficavam lá para terem momentos juntos e ficarem mais à vontade. No fim da aula nos despedimos e, como de costume, de forma carinhosa.


– Te adoro, minha branquinha! – Ele disse, olhando firmemente em meus olhos.

– Sei que sim, acho que gosto de você também! – Brinquei com ele, passando a mão em seu rosto delicadamente.

– Não se esqueça do combinado de hoje à noite, hein?! – Enfatizou, me dando um beijo na testa.

– Claro. – Assenti.

Quando ia me virando, ele puxou-me pela mão, me deu um beijo carinhoso nos lábios e disse, com os sentimentos à flor da pele:

– O que sinto por você é algo imenso e verdadeiro, você me completa. Eu te amo!

– Sei que sim. – Disse. – Também te amo! – Me deu outro beijo nos lábios.

Fui pra casa, a tarde transcorrera bem, fiz minhas atividades. Por volta de 17h30 recebi uma ligação, era uma ligação de Robert, irmão do meu namorado.

– Valentina, preciso falar com você. É urgente, venha aqui pra casa! – Ele falava de uma forma rápida. Parecia sufocado com algo.

– O que aconteceu? – Perguntei preocupada com seu tom de voz.

– Por favor, não posso lhe falar por telefone. Peço que venha imediatamente pra cá! – Retrucou asperamente.

– Certo, em 10 minutos estarei aí. – Finalizei e desliguei.

Aquele sentimento do começo da aula aflorou em meu peito, não sabia o que poderia estar acontecendo comigo. Sei que fui para a casa de meu namorado rapidamente.


Chegando à casa de Isaac, me preparei para o pior. Digo isso, pois, chegando lá, vi uma confusão de pessoas saindo e entrando da casa, parecia que o que ocorrera fora sério. Chegando em frente à porta me deparei com Robert, irmão do meu namorado. Sua face estava desolada, claramente estava abalado com algo, e nesse instante a preocupação tomou conta de mim em proporções alarmantes. Antes de ele dizer qualquer coisa, perguntei o que havia ocorrido:


– Algo aconteceu, Valentina. – Disse ele, tentando enxugar as lágrimas.

– Eu sei que algo aconteceu. Olha seu rosto e esse tanto de gente saindo e entrando da sua casa. – Disse bastante preocupada.

– Estou tentando ser forte no momento, mas não sei se consigo, não há palavras para descrever o que estou sentindo... – E começou a chorar bastante.

– Por favor, estou preocupada, o que está acontecendo? Por favor, me diga! – Nesse momento eu já estava desesperada e prestes a chorar.

– É o Isaac. Voltando da mercearia, ele foi ele foi desviar de um animal na pista, e... capotou o carro que estava. – Fez uma pausa.

– Ele está bem? Onde ele está? Quero falar com ele agora! – Disse aturdida.

Com lágrimas nos olhos, ele disse a pior notícia que eu poderia ouvir no momento: – Ele não resistiu aos ferimentos. Meu irmão faleceu!

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