Um Inquilino e Meio

By guqpjm

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Jimin se vê atolado em dívidas depois que o dinheiro que sua falecida mãe deixou para ele acaba. Agora, ele... More

Apresentações
[1] Dívidas.
[2] Soluções.
[3] Reforma.
[4] Mudança.
[5] Lar.
[6] Amigos.
[7] Proteção.
[8] Jeon's.
[9] Sol.
[10] Invasão.
[11] Ciúmes?!
[12] Promessa.
[13] Próximos.
[14] Próximo passo.
[15] Depois.
[16] Fazenda.
[17] Frutas.
[18] Me conte.
[19] Eu e você.
[20] Você merece.
[21] Cuidar de você.
[22] Recomeçar.
[23] (re)começo.
[24] Importância.
[25] Barracas.
[26] Sem bandanas.
[27] Único.
[28] Aprendizados.
[29] Aniversário?
[30] Ãn?
[31] Meu tchan.
[32] Um chuchu que colhi na vida.
[34] Amor e seus significados.
[35] Novas sensações.
[36] Como quiser.
[37] Primeira vez.
[38] Fizemos amor!
[39] Abacaxi.
[40] De mentirinha.
[41] Descobertas. 2
[42] Ciclos.
PRÉ VENDA DE UIM!
[43] Fim.
Epílogo.

[33] Futuro.

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By guqpjm


Eu falei que iria atualizar com mais frequência🗣essa vai pra todo mundo que duvidou de mim (inclusive eu)

Me sigam no insta, tô sempre aparecendo por lá pra avisar sobre as atualizações e dar spoiler (é o mesmo user daqui)

Boa leitura! Amo vocês💚

#GarotodasBanandas🌧

Por mais que todos soubessem que os Jeons aprovavam o relacionamento deles mais do que qualquer outra pessoa, Jimin e Jungkook queriam ter um momento a sós com eles para colocarem o papo em dia, assuntos normais do dia a dia, explicando como estavam, se estavam bem, se precisavam de algum auxílio, se já tinham novos planos para o futuro; faculdade, cursinho, trabalho…coisas do tipo

Para os mais velhos, era de suma importância estarem por dentro de assuntos como estes, queriam estar presentes e apoiá-los de todas as formas; seja financeiramente ou com uma palavra de apoio.

Conversas como aquelas aconteciam com frequência: Senhor Jeon dava a eles os mantimentos e dinheiro necessário para passarem o mês – e fazia o mesmo pelos outros –, e quando o mês passava, eles tornavam a fazer a mesma coisa, isso porque eles não queriam que os meninos se preocupassem com coisas daquele tipo, eram jovens, não precisavam carregar a responsabilidade que os adultos carregavam.

Como "troca", pediam apenas que eles focassem nos estudos, porque os dois cuidariam de todo o resto.

As intenções de Jong-su iam muito além do que apoiá-los sem receber retorno, quem sabe, futuramente, um deles assumiria seu cargo na empresa?

Poderia ver qualquer um deles com um terno administrando a empresa.

E mesmo já sabendo que era tratado como um verdadeiro filho por eles, Jimin estava nervoso, ele tentava conquistá- los todos os dias de uma forma diferente, até porque cuidava do bem mais precioso que eles tinham: Jeon Jungkook.

Ah…Será que era preciso colocar em palavras o esforço que Park fazia para conquistar o seu garoto todos os dias?

A forma como Park o conquistava todos os dias, não era com viagens caras, passeios extravagantes, jantares em restaurantes chiques, não. Jimin o conquistava com coisas simples, que ele nem mesmo percebia. Kook era alguém lerdo, mas bastante detalhista.

Quando Jimin acordava todas as manhãs e dizia "eu te amo", Jungkook se apaixonava um pouco mais por ele.

Quando Jimin topava fazer qualquer boiolice que com certeza quebraria a pose que tinha demorado tantos anos para construir, Jungkook se apaixonava um pouco mais.

Quando Park o cuidava sem medir esforços, quando tirava suas dúvidas, quando o elogiava, quando roubava beijos e lhe dizia que era a pessoa mais doce do mundo, quando Kook pegava ele conversando com as duas pelúcias pela madrugada, ou quando Park aceitava ficar lhe abraçando por horas, sem se importar com mais nada, Jungkook se apaixonava um pouco mais.

Era muito além do que Jungkook um dia tinha imaginado.

Os pequenos momentos eram tão importantes.

Naquele momento, Jimin estava sentado sobre o sofá, e Jungkook estava em seu colo, na mesma posição que sempre costumavam ficar: Kook sentado na horizontal, apoiando as pernas em um dos braços do sofá e a cabeça no outro.

Jimin o segurava pela cintura, como se estivesse ninando um bebê, e lhe oferecia um cafuné muito gostoso.

Lá fora, parecia estar caindo o mundo, então estavam pertinho para conseguirem conversar devidamente, sem impedimentos. Não havia quase nenhum espaço entre os corpos e bocas. A espera pelos Jeons desengatou vários assuntos aleatórios e profundo entre os dois namorados, entre eles:

— Ji, aí ela me disse que o tio dela era professor de educação física também… – Jungkook terminava de explicar sobre a tal conversa que tinha tido com Lia no outro dia. Sinceramente, Jimin não aguentava mais, o garoto ficou com aquela menina na cabeça durante a semana toda. — Mas quando ela disse isso, hyung, eu percebi que ela estava diferente!

— É? – Perguntou, mesmo que não estivesse interessado. Jungkook estava realmente dando a vida para terminar de lhe contar, era fofo, claro que Park não seria capaz de demonstrar um pingo de desinteresse. Passou a mão na testa de Goo, arrumando os fios soltos. — Como ela estava?

— Eu não sei! Mas você não achou estranho a forma como ela queria sempre estar ao meu lado?! 

— Eu achei sem noção. – Opinou. — Só queria ficar pertinho de você naquela aula, mas você nem me deu atenção, preferiu ficar investigando a menina. – Dramatizou, juntando as testas.

— Eu te dou atenção todos os dias, não dou?! – Perguntou com os olhinhos grandes brilhando. Se aproximou para conseguir deixar um beijinho estalado no nariz do seu hyung. — Me desculpa, Ji…talvez você tenha razão.

— Bebê…você ficou desse jeito por que acha que alguém…?

Ele desviou o olhar.

— Eu sei que nem sempre as coisas vão acontecer como aconteceram comigo. – Mordeu os lábios, se achando meio idiota agora que estava falando em voz alta. — Mas eu só pensei que…só pensei que poderia ajudá-la caso ela estivesse sofrendo algum tipo de abuso.

Jimin entendia aquilo, e ficava muito orgulhoso, na verdade. Mas achava que talvez Kook estivesse se envolvendo demais, quando na realidade não tinha nada de errado, só uma garota que tinha achado o ponto fraco dele.

— Goo…você não conhece ela, não pode dizer que ela estava estranha, nós dois não sabemos o jeito dela para afirmar isso com tanta convicção. – Disse baixinho, dedilhando as bochechas grandes do mais novo. — Talvez ela só seja uma menina muito manipuladora que acha que você deve alguma coisa porque ela deu uma força pra gente. Detalhe: ninguém pediu. E outra, ajuda não se cobra. 

Para Jimin, ela só estava abusando do bom coração de Jungkook. Não fazia sentido.

Ela passou a semana toda puxando conversa só com ele, não importava quantas pessoas estivessem ao redor de Jeon, ela ignorava todos e começava a conversar como se o restante dos meninos, e principalmente Park, não estivessem ali.

E já conhecendo seu menino, Jimin sabia que ele tinha ficado tocado, e até culpado, por não ter dado á ela toda a atenção que aparentemente necessitar.

— O Tae disse pra eu ficar longe dela…disse que ela é barra pesada. – Kook comentou, pensativo. — Mas ela não parece ser assim.

— O Jin não gostou dela. – A informação arrancou um suspiro surpresa do outro. — Disse que ela tá tentando roubar você da gente. 

Os olhos de Jungkook se arregalaram diante daquela fala. Era o maior absurdo que alguém já tinha lhe falado, ninguém poderia, nem mesmo pensar, em lhe roubar dos meninos.

Eram uma família, poxa. Ele tinha os melhores hyungs do mundo, que não eram apenas amigos, mas sim irmãos. A chance de alguém roubá-lo era de zero por cento, Kook dizia isso com convicção.

E mesmo tomado pelo choque do pensamento de Jin, Jungkook ficou feliz internamente, porque, poxa…

Tinham medo de perder ele!

Isso não é algo muito, muito, muito especial?

Ser importante em uma roda de amigos, fazer falta quando não está presente, saber que seus melhores amigos tem medo de perder você…não é legal?

Era tão bom lembrar que ele não era só mais um tagarelinha insignificante que as pessoas aturavam na força do ódio, ou por pena.

Tinha realmente encontrado a família certa.

 — Eu devo ficar com ciúmes dela? – Jimin semicerrou os olhos, fingindo estar desconfiado, arrancando Jeon dos próprios pensamentos. — Você acabou de soltar um sorriso muito bonito, se eu não for o motivo dele, quero terminar! – Era óbvio que era brincadeira, Jimin sorria em meio a própria fala, mas Jeon não percebeu isso porque a fala veio do nada, ele não teve tempo de raciocinar.

Os olhos enormes ficaram tão arregalados que ficaram idênticos ao do Hamster “Zoiudo", do filme Um Faz de Conta que Acontece.

— Não! Ninguém vai me roubar de vocês, Ji! Nunca! – Se apressou em dizer, respondendo a outra fala de Park. — E não termina comigo, hyung…eu juro que o motivo do meu sorriso era você e os meninos! Eu só estava pensando.

— Era só brincadeira, bebê. – Gargalhou alto. Já devia saber que tinha um namorado um tanto lerdo em algumas ocasiões. Era fofo. Muito fofo. — Como eu poderia terminar com o amor da minha vida, hein?!

Ele fez um bico bonito e cruzou os braços depois de ter deixado um tapa no peito do outro, se acomodou no colo de Park, sentando de costas para ele. 

— Não brinca com coisa séria! 

Mas conforme os segundos iam passando, ele ia falhando na missão de não deixar que o sorriso em seu rosto o entregasse. Em instantes, já tinha se rendido e voltado à posição anterior, com o rosto de frente para o de Park enquanto mordia um sorriso. 

— Você disse que eu sou o amor da sua vida… – Comentou risonho, esfregando o nariz na bochecha dele.

— Você sempre fica desse jeito, mesmo já sabendo que é o amor da minha vida. – Observou, um tanto envergonhado. Quando Kook falava em voz alta, Jimin se sentia patético por saber que aquelas palavras saíram de sua boca, mas então, sentia a gargalhada gostosa do mais novo soando bem ao pé do seu ouvido, enquanto este lhe oferecia um carinho em sua bochecha com o nariz, e tudo valia a pena. Ser patético era bom. — Eu te amo, Jungkook, e quero o seu bem sempre. 

Goo escondeu o rosto na curvatura do pescoço dele, e o envolveu em um abraço desajeitado.

— Eu sei, Ji. – Suspirou. — Acho que não gostaria de ouvir você falando sobre uma menina por tanto tempo. – A voz era baixinha, atenciosa, carinhosa, suave. — Me desculpa, azedinho. Você deve estar me achando muito inconveniente agora. Eu juro que não faço por mal. Ela é bonita, mas eu não gosto dela assim, hyung…eu não vejo malícia nisso, me desculpe.

As sobrancelhas de Park se franziram, sua mente nem conseguiu processar o que Jungkook estava tentando dizer, por isso, permaneceu quieto, sua boca era incapaz de soltar algo que contradizia aquilo, porque era absurdo demais.

Não estava incomodado com aquilo, passava longe disso. Sabia que não havia malícia alguma, sabia que o namorado só estava preocupado.

— Docinho…Não precisa se explicar, acha que eu não conheço o meu namorado? – Ele virou o rosto para o lado, onde depositou um beijinho no pescoço de Kook. — Fala pra mim o que está se passando nessa cabecinha…

—  Acho que só tenho medo de deixar acontecer alguma coisa com alguém bem debaixo do meu nariz. – Explicou, suspirando aliviado por Jimin ter o entendido. — Eu não quero que ninguém passe pelo que eu passei, porque dói muito, hyung. E é uma dor irreparável, como a dor do luto: você não supera, só aprende a viver com aquilo. Ninguém merece sentir nojo de si mesmo por algo que alguém fez, Ji. – O pequeno desabafo carregava um peso muito grande, o coração de Jimin doeu. Mas percebeu que, daquela vez, era diferente, Jungkook não estava com a voz embargada, não estava com a voz falha, não parecia se esforçar para falar, pelo contrário, saía de forma tão natural.

Um sorriso tomou conta de seus lábios, porque, porra…seu menino foi tão forte e corajoso por enfrentar suas batalhas internas e conseguir vencê-las sozinho. O orgulho que sentia ia muito além de palavras, e a única coisa que conseguiu fazer, foi abraçá-lo mais forte, de forma que pudesse sentir o coração do menino bater junto com o seu.

Mas para Kook, a única preocupação era saber se Jimin estava chateado. 

Imagina se eles terminassem por culpa sua?!

O abraço meio que respondeu a pergunta, mas ele quis saber:

— Você está chateado com o amor da sua vida, Ji? 

Agora sim, o tom da voz era fraco e apressado, como se estivesse com medo do que Park estivesse pensando. Realmente se sentiu muito culpado, o peso em sua consciência ficaria ali por bons dias, e se Park estivesse chateado por causa daquilo, era um direito dele.

Quem gostaria de ver o namorado falando sobre outra pessoa por tanto tempo?

— Não, não é isso. – Jimin soltou uma gargalhada alta, dando de ombros, como se tudo aquilo que Jungkook tinha dito não tivesse passado de explicações sem motivos. Kook ficou aliviado ao ver o sorriso dele. — Sei que a sua intenção é ajudar, bebê. Conheço o coraçãozinho mole do meu namorado. E eu sei que você não tem outras intenções, não fiquei chateado. Se você não puder compartilhar seus pensamentos comigo, vai compartilhar com quem?

— Alguém já te falou que você é o melhor namorado do mundo?! – Gritou, segurando as duas bochechas dele, formando um biquinho.

— Ninguém nunca me disse. – Respondeu com dificuldade. — Quer ser a primeira e última pessoa a falar isso?

— Jimin-shi… – Aproximou-se, fazendo um carinho delicioso em sua bochecha. Os pelos do corpo de Park se arrepiaram ao ouvir o menino lhe chamar por aquele apelido. A voz saía forte e sensual, mas ao mesmo tempo fofa e carinhosa, havia alguma forma de explicar isso? — Você é o melhor namorado desse mundo! E eu vou ser a última pessoa a te dizer isso, mas essa não vai ser a última vez. Você é só meu namorado!

O coração de Jimin deu piruetas dentro do seu peito. Teve que fazer um esforço além do normal para não deixar que um sorriso escapasse. E mesmo tendo ficado completamente derretido com a declaração .fofa do namorado, ele deu de ombros, fingindo não ter ficado mexido. 

— Saiba que se o Messi aparecesse na minha frente, você ficaria solteiro.

— E você iria querer pagar pensão de dois filhos, hyung?! – Rebateu.

— De um só, né? O Mike era fruto seu antes da gente se conhecer, não tive escolha. 

— Hyung! – O repreendeu. — O Jin disse que é pra eu te morder toda vez que você parecer um hétero top. – Lembrou-lhe. — Eu não sei muito bem o que esse termo significa, mas eu acho que se encaixa nisso. 

Ao completar a fala, Kook se ajeitou no colo de Park, e dessa vez, colocou as pernas ao redor da cintura dele.

Jimin parecia sem reação, sem saber onde colocar as mãos ou o que fazer ao certo, mas quando tomou controle das coisas, passou a encarar Kook com os olhos espremidos e uma cara de deboche, como se estivesse o desafiando. E, bem…Kook se sentiu motivado o suficiente para tomar o rosto dele em suas mãos, e sem seguida, antes que Park pudesse raciocinar, puxar o lábio inferior dele entre os dentes, com uma força um pouco exagerada, e de forma lenta.

Só soltou quando ouviu Jimin gemer de dor, baixinho.

— Droga…que dentinho afiado.

Ele fechou os olhos, passando as mãos pelo local enquanto sentia um leve gosto metálico de sangue tomar conta da sua boca. Kook sustentava um sorriso orgulhoso e convencido. Um dia desses, Jimin tinha mordido sua bochecha com essa mesma intensidade, só estava dando o troco.

Jimin balançou a cabeça para os dois lados, negando, antes de provocá- lo.

— Cê quer me beijar, cê fala. Não precisa usar desculpa boba. Sabe que eu sou todo seu, docinho.

— Para…eu não sou assim, hyung.

Como era possível alguém conseguir mudar da água pro vinho daquele jeito?

As bochechas de Kook ficaram vermelhas, ele ficou tímido, teve que esconder as orelhas porque sentiu elas pegarem fogo, arregalou os olhos em pura perplexidade ao ouvir a voz de Jimin se tornar tão rouca e grossa de repente. Engoliu em seco quando se deu conta da posição que estavam, novamente, uma posição que poderia ser muito perigosa caso fizessem algum movimento errado. 

Jimin sabia que não havia malícia alguma naquele contato, nunca havia, a provocação só veio porque não queria sair por baixo. Não queria confessar em alto e bom som o quanto era cadela daquela menino que estava em seu colo, não podia confessar que era incapaz de ficar zangado com ele, mesmo quando o menino mordia sua boca sem explicações concretas.

— Você me fez ser um otário, Jeon Jungkook. Está feliz? – Puxou o cabelo para trás, se encostando no sofá e admitindo aquilo para si mesmo, a voz dramática brincava entre os lábios. Uma risada fofa escapou de Goo. — O Jimin de antes provavelmente foi pra casa do caralho.

— Então deixa ele lá! – Pediu, fazendo um biquinho. — Eu me encantei e gostei primeiro do Jimin antigo... – Comentou, abraçando o pescoço de Park e deixando os peitos colados. — ...mas me apaixonei e amei esse Jimin que está na minha frente, hyung. E é esse Jimin que faz eu me apaixonar todos os dias, esse Jimin que me mostrou o significado do amor, esse Jimin que me deu forças quando eu precisei. Então, por favor, deixe o antigo Jimin na casa do caralho.

Um sorriso tomou conta dos lábios de Park, e ele abraçou a cintura do menino, de maneira forte. 

— Aquele era um Jimin vazio, que não conhecia a felicidade completa ainda. Mas ele não existe mais, porque o Jimin de agora conhece a felicidade que o completa...é você, docinho. Você é a minha felicidade. 

— Eu te gosto, hyung. – Sorrisos escaparam da boca deles quando ouviram a declaração. Era a declaração que faziam quando ainda não tinham adquirido coragem e confiança o suficiente para dizer o que realmente queriam dizer, embora soubessem que as declarações carregavam um peso maior do que apenas a palavra Gosto.

Jimin roubou um beijo dele, um beijo intenso e profundo, cheio de línguas, chupões e mordidas. Não durou muito tempo, mas foi tempo necessário para deixá-los um tanto desnorteados.

Se separaram ofegantes, e o mais novo passou a brincar com o dedo mindinho de Jimin, gostava de fazer isso.

Jimin recordou-se que não existiam mais limites que os impediam de se amar. Não tinha porquê conter as palavras. Por isso, declarou com toda a sinceridade do mundo:

— Eu te amo, Jungkook.

                     
                                   🌧

Não demorou muito tempo para os Jeons chegarem, se atrasaram um pouco por conta da chuva forte, mas os meninos não se importaram de esperar, na verdade, aproveitaram bastante naquele sofá. 

O jantar foi preparado com muito amor e carinho por Kook, que contou com a ajuda de Park. E com "ajuda", quer dizer que o loiro ficou agarrado em si a todo momento, lhe passava os ingredientes mas também roubava beijos e mais beijos, isso, claro, até Jong-su intervir e chamar o genro para a sala, alegando que Jungkook e Areum se davam bem na cozinha, e poderiam ficar encarregados daquilo.

Na sala, Kook os "obrigou" a colocar as roupinhas que seu pai tinha comprado para seus dois netos…as pelúcias.

— Pai…posso dar um selinho no meu namorado? 

Foi o que Kook perguntou quando chegou do banheiro após escovar os dentinhos.

Já tinham jantado, e pra variar, o jantar estava muito bom. Jungkook e Areum tinham arrasado naquela lasanha com massa de pastel.

Fizeram de monte, pensando que sobraria, mas estavam enganados, Jimin e Jong-su pareciam fazer competição de quem limpava o prato primeiro, estavam realmente famintos.

— Não precisa me pedir autorização, filho. Vocês namoram, né? – Rebateu, terminando de organizar as cartas do uno que jogava com Park.

Kook caminhou até o namorado, e lhe deu um selinho rápido.

Jong-su fingiu que não viu.

Areum deu risada da cara do marido.

Jimin fez o mesmo.

— O senhor ainda me ama, pai? – Kook perguntou em tom de brincadeira enquanto deitava no colo da mãe, pedindo por um carinho.

Ah…o colo da mãe era sempre tão confortável e lhe dava uma sensação de paz.

Jungkook não conseguiu segurar a risada, a cena que via era tão boa.

Seu pai e seu namorado tomavam café, sim, café, depois da janta, enquanto estavam sentados no chão da sala jogando uno.

— Claro que te amo, filho. Que pergunta é essa?

— É que o senhor nem ligou pra mim hoje, só ficou dando atenção pro Ji…

— Claro, eu sou o filho favorito dele agora. – Park o provocou, mostrando a língua. 

O homem gargalhou alto.

— Eu estava com saudade do meu genro também, Goo. – Jogou uma carta de +4, sorrindo vitorioso.

— E eu do meu sogro. – Jimin disse, jogando outra carta de +4 por cima. — Não me diga que tem outra carta dessa…

Jong-su gargalhou alto, uma risada maléfica, a sede de vitória se fazendo presente.

— Pois tome essa! – Acrescentou mais uma carta de +4,  e estava pronto para fazer uno e bater, mas para a sua surpresa, Park acrescentou outra carta de +4 por cima.

— Compra dezesseis, sogrão! – Gritou, como se sua vida dependesse disso. — Uno, bati!

Ele comemorou gritando e dando risada da cara do mais velho, Jong-su estava desacreditado, parecia ter perdido tudo que tinha.

Seu mundo caiu. Ele encarou Park com um ódio tão grande, que poderia explodir a cabeça do genro com apenas aquele olhar.

— Não vale! Você roubou! – Acusou, descontente com a derrota. — Fala pra ele, amor!

— Mas ele não roubou. – Areum respondeu, rindo junto com Jungkook. – Aprenda a perder, amor.

— Pai…o senhor foi muito bem! – Tentou anima-ló. 

— Quem ri por último, ri melhor. – Park se gabou, fingindo posar para as câmeras dos paparazzi, arrancou um sorriso de todo mundo.

— Agora que os bonitos já acabaram…Se sentem e vamos conversar mais um pouco, não vamos ficar por muito tempo. – Areum pediu só uma vez, não precisou nem mudar o tom de voz, logo, os dois já estavam sentados no sofá também. — Como estão as coisas por aqui, hein? Tudo certo? Estão felizes?

— Muito felizes, mãe. – Kook sorriu, encarando Jimin, que fazia o mesmo. — As coisas estão boas, o Ji me cuida muito bem.

— Fico feliz. Sempre soube que você estava em boas mãos, filho. – Jong-su disse, com sinceridade. Era um grande alívio. 

Senhor Jeon, na verdade, veio com intenção de perguntar algo, mas estava com medo de parecer muito invasivo. Tinha em mente que aquilo não era uma entrevista de emprego, fazer perguntas uma atrás da outra podia parecer inconveniente, não sabia se seus meninos ficariam desconfortáveis.

Mas Areum conhecia muito bem o marido, e não via porquê não questioná-los. Era o papel de uma mãe e de um pai se preocupar com os filhos.

— Conversei com o Jin ontem pelo telefone… – Ela comentou. — Ele disse alguma coisa sobre a prova do final do ano. Estão sabendo de algo?

Jimin fez um barulho com a boca, parecendo se recordar.

— Ah, sim! Eu e os meninos conversamos...acho que vamos tentar fazer essa prova pra pular o último ano, já que estamos atrasados em comparação a todos na sala. Namjoon já está com planos para a faculdade, Yoongi já não aguenta mais estudar. – Riu. — Entre outras coisas.

A fala de Jimin teve efeitos diferentes em cada um presente ali: O Jeon mais velho parecia muito contente e orgulhoso, Areum sorria de maneira gentil, aquele olhar de mãe que passava tranquilidade e paz para qualquer um, e teve Kook...ele estava paralisado, a notícia o pegou de surpresa e ele se perguntou porquê Park não tinha lhe contado um detalhe tão importante assim.

A expressão vacilou por segundos, ele ficou parado, não conseguiu fazer outra coisa além piscar repentinas vezes até, de fato, raciocinar, entender e processar.

— Isso é ótimo! – Senhor Jeon sorriu, contente, deixando alguns tapinhas no ombro de Park. — E já fazem alguma ideia do que querem fazer?

Jimin negou com a cabeça, sem parecer se importar naquele momento.

— Isso não é problema, querido. Você tem a vida toda pela frente pra decidir, é por isso que existem várias tentativas. – Disse Areum. Não estava mentindo, e para Jimin, aquelas palavras foram muito boas, ele se cobrava muito, mas saber que só ele se cobrava daquela forma, tornava as coisas muito melhores. 

— E você, meu amor? – As atenções novamente caíram sobre Jungkook, e ele permanecia do mesmo jeito.

Jimin mordeu os lábios, inquieto.

— Eu…eu ainda tenho u-um ano pela frente, mãe. Acho que me decido até lá.

Park foi rápido em apoiá-lo.

— Jungkook é muito inteligente, tenho certeza que vai se sair bem em qualquer área que escolher.

A conversa se desenrolou entre os três, Park, Jong-su e Areum conversaram sobre muitas coisas. Mas Jungkook permaneceu quietinho ao lado da mãe, apenas observando com aqueles grandes olhos a conversa deles. E quando seus pais foram embora e restou apenas os dois novamente, Jimin o encarou com o semblante preocupado.

— Tudo bem, docinho? ‐ Fechou a porta da sala, caminhando até ele.

— P-por que você não me contou, hyung? – A chateação era evidente, seus olhos buscaram os olhos de Park imediatamente. — Sobre a prova…

Jimin se sentou no sofá, ao lado dele, soltou um suspiro alto, fechando os olhos com força.

— Eu…estava esperando pra te contar.

— Esperando o que?

— O momento certo.

— Mas era algo tão importante, Ji…eu queria apoiar você e os meninos, por que resolveram me deixar de fora? 

Jimin não queria dizer nada ainda ao menino. A conversa e a decisão partiu dos seis, concordaram em falar com Jungkook depois, todos juntos.

Mas Jungkook se sentiu meio…meio estranho, parecia que Jimin não tinha confiado nele pra contar aquilo. 

E, nossa…uma decisão dessa não era algo que podia passar batido, era muito importante, se tratava do futuro deles.

— A gente ia te contar, bebê, sério. Eu fiquei com medo de você ficar mal.

— Por que eu ficaria mal com isso, hyung? – Questionou, não entendendo a linha de raciocínio dele.

O diálogo acontecia baixinho, ambos praticamente sussurravam, tornando tudo mais intenso. Estavam encolhidos no sofá, virados um para o outro.

Os dois sabiam que nem sempre as coisas seriam como em um conto de fadas, mas era sempre tão difícil ter conversas mais sérias.

Jimin levou uma das mãos até a bochecha de Jeon, onde iniciou um carinho.

— Eu ia pensar em algo primeiro. Não queria te deixar sozinho na escola de novo. Quero você comigo sempre, te proteger sempre, te fazer companhia sempre.

— M-mas eu não sou egoísta assim, hyung…eu ia ficar feliz por vocês. – Mordeu os lábios para conter um bico de choro que queria se formar. — Você tinha que ter confiado em mim.

— Eu confio em você, Goo! Tenta me entender, por favor…a decisão não era tão certa ainda, só foi algo que a gente comentou.

A ideia de deixar Jungkook sozinho, como era antes, não agradava Jimin nenhum pouco. Não queria que ele passasse por tudo aquilo de novo, não queria vê-lo debaixo daquela árvore comendo seu lanche sozinho, não queria que ninguém desfizesse dele. Por isso, estava vendo ainda.

Kook ficou um tempo com os olhos atentos ao rosto de Jimin, observava cada detalhe, bastante pensativo. 

— Eu te entendo, hyung… – Chacoalhou a cabeça, soltando um suspiro fofo. — Agora que parei pra pensar, vou ficar sem nenhum de vocês na escola.

Poxa…mesmo que ficar sozinho naquela escola fosse a pior coisa do mundo, seria um ano apenas. O que era um ano pra quem já tinha ficado praticamente a vida toda assim?

Mesmo assim, conseguia compreender o que Park estava tentando evitar ao não lhe contar sobre a prova que iriam fazer.

— Mas eu vou dar um jeito, docinho. Eu só quero te proteger, tá? Não queria ter escondido algo de você. Me desculpe.

— Você promete me contar tudo a partir de agora? – Perguntou, estendendo o dedo mindinho. — Eu fiquei chateado, hyung…

Jimin sorriu sem mostrar os dentes e entrelaçou os mindinhos.

Jungkook era tão lindo, sempre dizia quando estava chateado para que eles pudessem resolver as coisas.

— Eu prometo.

— E-então agora tem que me dar um beijo pra selar a promessa.

— Não era um beijo nos mindinhos? – Espremeu os olhos, desconfiado.

Kook sorriu sapeca, antes de advertir:

— Não!

O loiro mordeu os lábios, assentindo com a cabeça.

— Então tá bom.

Ele mordiscou o lábio inferior de Kook com deliberada ousadia, ouvindo um gemido de aprovação partindo dele. Inclinou a cabeça levemente, para conseguir roçar os lábios, como forma de provocá-lo. O menino era ansioso, queria que Jimin tomasse seus lábios logo, que envolvesse as línguas, porque, de certa forma, só beijos rápidos pareciam não o satisfazer mais, então queria ser beijado a todo momento por Park, a fim de descobrir o que queria a mais, o que estava faltando.

O beijo aconteceu um pouco depois, de forma lenta, profunda, intensa, se beijavam entre gemidos de aprovação abafados. As línguas ansiosas buscavam uma pela outra, e quando o atrito aconteceu, Jimin envolveu os dedos na nuca de Jungkook, guiando a cabeça dele para conseguir trocar de ângulo.

Os lábios eram sugados de forma ousada, sem qualquer pingo de vergonha, as línguas resvalavam uma na outra, causando arrepio por todo o corpo deles, as mãos buscavam alguma coisa para se apoiar, a fim de descontar toda aquela onda de prazer.

O beijo só teve fim quando Jimin sentiu que a posição que estavam não os favorecia. Separou as bocas com um estalo alto, as respirações ofegantes, os lábios inchados, uma pequena linha de baba que ainda os unia, os cabelos de Kook completamente bagunçados a ponto de tampar seu rosto.

— O-o que vem a-agora, hyung? – Questionou ansioso, com a respiração acelerada, as mãos indo de encontro com os ombros dele.

Jimin respirou fundo, penteando o cabelo dele para trás.

— Algo muito bom, que vai te fazer ficar horas na cama. – Respondeu, esfregando o nariz na bochecha dele.

Jungkook mordeu os lábios, tímido. 

— O-o que é, Ji?

— Dormir. – Deu de ombros, rindo da cara dele. — Tá tarde já.

— Você tá querendo ficar dormindo no sofá, hyung?! – Perguntou retoricamente, bravo, fazendo um bico enorme.

— Nossos filhos precisam dormir. Para de ser safado. – Mordeu o lábio inferior do menino. 

— E-eu não sou assim! 

Os dois caminharam para o quarto de mãos dadas, Jimin provocando Jungkook, e Jungkook caindo nas provocações.

Trocaram de roupa, escovaram os dentes, fecharam a casa, apagaram as luzes, e por fim, se deitaram na cama, colocando as duas pelúcias junto com eles, mas não entre eles.

— Você é a conchinha de fora, Ji. – Avisou, virando de costas, esperando Park encaixar seu corpo. 

— Boa noite, docinho. – Deixou um beijo na nuca dele antes de abraçá-lo por trás.

— Boa noite, meu azedinho. 

                                 🌧

Enquanto a chuva caía e inundava as ruas da cidade, Taehyung se permitia chorar mais uma vez naquela noite. 

O dia, na verdade, tinha sido uma merda. Não era novidade para ninguém que seus pais tivessem brigado, mas ainda sim, aquela avalanche de pensamentos ruins insistiam em rondar sua mente, assim como todas as outras vezes.

Mais uma vez, não sabia onde seu pai estava porque sua mãe tinha colocado o homem para fora de casa em meio a aquela chuva, sem se preocupar se ele votaria vivo para casa ou não. No final das contas, a mulher não se importava mesmo, tinha virado rotina; no outro dia passariam a agir normalmente como se não tivessem chamado atenção da vizinhança inteira com seus gritos e objetos voando para lá e pra cá.

E então, sobraria para Taehyung. Aquelas séries de eventos traumáticos estavam o deixando farto. 

Não encontrava paz na própria casa, pelo contrário, estar naquele lugar era como estar no inferno, a diferença era que ele tinha certeza que nem mesmo lá as pessoas tinham tanto empenho em acabar com sua sanidade mental como na sua própria casa.

Se pegava pensando: Será que o amor realmente não existe para a minha família?

Será que somos tão egoístas e egocêntricos a ponto de viver com uma pessoa apenas por puro comodismo e pelo que ela tem a oferecer materialmente e financeiramente?

Será que eu posso colocar um fim nesta maldita hereditariedade?

Posso ter um bom casamento sem ter que expulsar meu esposo ou minha esposa para fora de casa todos os dias?

Eu posso…posso ser a diferença dentre a minha família toda quebrada?

Na verdade, aquelas perguntas só serviam para incentivar a sua crise existencial.

A fim de expulsar aquilo, Taehyung virou para o outro lado, onde mais uma vez encontrou sua parceira de todas as noites: a completa solidão.

Não que fosse uma pessoa depressiva que pensava em tirar a própria vida, isso nunca passou pela sua cabeça. Mas o desejo do seu coração era que aquele vazio fosse preenchido por alguém, por algo, porque era tão ruim se obrigar a acreditar que estava tudo bem quando na verdade só queria alguém que estivesse disposto a tudo por ele, alguém que lhe provasse que o amor podia ser bonito e apaziguador, porém, havia outra coisa que se sobressaía: o medo.

Por algum motivo, toda vez que seus pais brigavam, a fala de sua mãe e da sua tia ecoava em sua cabeça.

"Você não pode fugir, isso vem de família. No futuro você vai ser assim também"

"Casamentos só duram dessa forma"

E era por isso que ele tinha medo de se entregar a alguém por completo. 

Podia curtir uma ou duas noites com a mesma pessoa, beijar estranhos nas festas, flertar com as pessoas por pura brincadeira, mas no fim das contas, ninguém estaria ali quando ele precisasse, e era porque ele não deixava.

Uma vez que as portas do seu coração estivessem abertas, permitiria que a pessoa entrasse em sua vida. E se conhecendo bem, sabia que se desse errado, dificilmente voltaria a tentar de novo.

Só havia uma única chance e ele não estava afim de jogar fora.

Antes que Taehyung pudesse pensar em mais alguma coisa, ouviu o celular vibrando mais uma vez, foram tantas vezes que ele teve que pegar o aparelho para conferir de onde vinham aquelas mensagens, além disso, se recusava a ficar a noite toda naquele estado deprimente.

Era o grupo deles, Hoseok tinha mandando uma foto de Yoongi dormindo, e nas mensagens seguintes, os meninos mandavam figurinhas engraçadas uns dos outros. Aquilo conseguiu arrancar uma risada sincera dele.

Enviou uma figurinha do Namjoon rindo, e depois saiu da conversa negando com a cabeça.

Aproveitou para analisar algumas mensagens que não havia respondido, tinha mensagem de todos os meninos perguntando se ele estava bem, se precisava de algo, coisas que eles sempre mandavam uns para os outros, ele não quis abrir todas, só respondeu a de Kook dizendo que estava tudo ótimo e desejando um bom jantar para eles.

Além dos meninos, havia mais um nome que lhe chamou atenção.

Bogum.

Tinha algumas mensagens que Tae ainda não tinha visualizado, não porque detestava conversar com o garoto, mas porque estava com vergonha de algumas atitudes suas.

Se beijaram aquela vez na Disney, e tudo que Tae conseguiu dizer como desculpa no dia seguinte foi: "Foi só um beijo, estávamos na Disney, por que não aproveitar?"

Mas sua fala não pareceu deixar Bogum tão contente, visto que o sorriso dele foi morrendo aos poucos e ele se limitou apenas a fazer um carinho singelo na perna de Taehyung, enquanto este desabafava sobre mais um episódio da sua família.

Ah, sim.

Taehyung descobriu que Bogum era um ótimo confidente. Descobriu também que curtia muito a companhia dele, e curtia ainda mais quando o menino aparecia na esquina da sua casa aleatoriamente para lhe entregar um churros.

Achava uma desculpa fofa para vê-lo.

Naquele momento, Tae precisava conversar com alguém, ou ficaria louco. Foi por isso, e só por isso que ele não se importou em ligar para Bogum.

O telefone tocou algumas vezes antes de ser atendido.

— Tae?! – Bogum o chamou do outro lado da linha. Falava alto por conta da chuva, mas era notória a sua preocupação. — Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

— Meus pais brigaram de novo… ‐ Desabafou, sem se importar se estava sendo muito direto ou não. — Você tá ocupado agora?

— Eu… – Ele pareceu pensar muito na resposta. Um silêncio escurecedor se fez presente, e Taehyung mordeu os lábios, ansioso. — Tae…quer que eu vá até aí? Você não parece bem.

— Mas tá chovendo…

— É bom que já tomo banho. – Uma risada gostosa lhe escapou.

Taehyung riu sem perceber, negando com a cabeça.

— Eu vou, se quiser. – Ele voltou a falar.

— Pode vir, se quiser. – Rebateu, fazendo círculos no travesseiro que estava abraçado.

Bogum suspirou audível do outro lado da linha. A voz meio quebradiça de Taehyung o deixava mais preocupado que o normal.

— Se eu quiser? – Bogum riu sem nenhum pingo de humor. – Por que você me ligou, Tae?

Taehyung mordeu os lábios para descontar o nervosismo que se apossou de si. Bogum parecia ter dito aquilo de forma tão séria, quase como uma repreensão, mas no final das contas, ele estava certo por fazer isso.

Taehyung nunca o convidava diretamente, só dava a entender algumas coisas. Não queria confessar que precisava de Bogum ali, agora, naquele momento, seu orgulho não permitia.

Ele não queria ter que dizer aquilo. Mas…Bogum sempre fazia tanto esforço pra lhe ver, sempre se mostrava preocupado, sempre lhe atendia e dava prioridade, mesmo quando tinha coisas muito importantes pra fazer.

Então, Tae resolveu deixar o orgulho de lado naquele dia, era só uma única vez. Confessaria uma única vez.

— Eu quero que venha, Bogum. Preciso de você aqui.

Kim poderia ligar para os meninos, poderia mesmo, porque sabia que podia contar com aqueles idiotas seja qual fosse a ocasião. Mas não queria atrapalhar os casais que já estavam ocupados com suas próprias preocupações, além disso, por algum motivo, ansiava pela presença de Bogum.

Por que? Bom…Ele achava que era porque Bogum tinha afeto por ele além da amizade, e ele gostava daquela sensação. A sensação de que Bogum faria de tudo para lhe conquistar, ao mesmo tempo, quando estavam perto, Tae controlava até a respiração, se policiava sobre tudo, e quando sentia que a conversa estava tomando um rumo diferente, desviava do assunto, ou escondia com seu humor meio ácido.

Ele e Jimin eram bastante parecidos nesta área: usavam o humor ácido como um escudo. Mas, aparentemente, Jimin não precisava mais daquele escudo, já tinha encontrado alguém que colocasse aquilo por terra sem que ele pudesse perceber, por outro lado, Kim ainda não tinha se desfeito disso, não se tocava que suas palavras estavam machucando a outra pessoa, desde que não o machucasse.

— Vou demorar um pouco… – Avisou, a ligação saía entrecortada e Kim conseguia notar a movimentação por trás do telefone, denunciando que Bogum talvez já estivesse se arrumando. — Já chego, Tae…beijo.

— Até daqui a pouco. – Foi o que respondeu, para a tristeza do outro.

Kim era sempre tão seco e grosso consigo, mesmo quando estava lhe fazendo um favor, em alguns momentos, Bogum chegou a pensar que ele o repugnava de todas as formas, mas as ligações inesperadas que recebia de Tae com a desculpa de que tinha ligado errado, provavam o contrário.

Era confuso para ele. Taehyung era confuso e não lhe permitia entendê-lo.

Mas se Tae não gostava dele, por que ficava alimentando aquilo todos os dias?

Afundando em pensamentos mais uma vez, Taehyung desligou o celular e foi até a cozinha tomar um copo d'água, estava nervoso com a chegada do menino, confessava. Sua mãe estava lá na cozinha, preparando a janta, como se nada tivesse acontecido.

Ela o encarou como se ele fosse um intruso, um olhar de tédio e de cansaço, pois já sabia as perguntas que viriam a seguir.

— Não me enche hoje…

— Pra onde meu pai foi? – Foi a primeira coisa que ele perguntou quando recebeu a atenção da mulher. Nem ligou se ela estava nervosa ou não, se iria responder ou não.

Ela parou de cortar a cenoura instantaneamente, furiosa.

— Eu não sei. Mas ele sabe se virar.

Uma risada sem um pingo de humor lhe escapou, antes de ironizar:

— Claro que sabe…assim como naquela vez em que ele dormiu na frente da casa da mãe da minha colega, quando eu ainda estava no pré, e depois eu tive que aguentar as gozações das crianças durante o ano inteiro falando que eu era filho de um mendigo?

Senhora Kim foi rápida ao advertir:

— Não foi assim que aconteceu, Taehyung. Deixa de drama. Você nem se lembra, era só uma criança.

— Exatamente! Era uma criança! O quão fodida deve ter sido a infância dessa criança pra ela se lembrar até do modo que as pessoas imitavam o ronco do pai mendigo dela? E como acha que essa criança se sentiu ao notar o olhar de pena das professoras sobre ela?

As palavras saiam como várias flechas sendo lançadas ao mesmo tempo. Taehyung não era de ficar contrariando a mãe, mas quando chegava ao seu limite, precisava expor como se sentia. E por mais que ela tivesse aquela cara de brava e aquele jeito estranho, era mãe. Sentia a culpa também.

— Perdão se a sua vida foi tão fodida por causa dos seus pais. – Suspirou, analisando o menino pelo canto dos olhos. — Brigas entre casais acontecem, é normal. Um dia você vai casar, e então vai ver como as coisas são. – Declarou, voltando a cortar os legumes.

— Um dia eu vou casar e vou provar pra essa família que todos vocês estão errados. – Murmurou, sentindo algumas lágrimas banharem seu rosto. — Mãe, eu te amo…mas o meu maior medo é ser como você quando crescer.

A expressão dela vacilou por alguns minutos, um nó se formou em sua garganta. Ouvir aquilo do próprio filho não era fácil. As mães deveriam ser exemplos e modelos de vida dos filhos.

— Só, por favor, não coloque mais meu pai pra fora. Eu fico acordado a noite inteira quase morrendo de preocupação. – Suplicou. — Se não estiverem aguentando mais…por que não se separam?

— Está louco? A separação não é uma opção! – O repreendeu, como se aquilo fosse a pior coisa do mundo para ela. — Eu ficaria tão envergonhada…

— Assim como eu fico quando um dos vizinhos me pergunta por que vocês dois estavam discutindo tanto durante a noite? – Riu. — Acho que tudo o que estão tentando evitar está caindo em mim. – Quando as palavras saiam, um peso também era retirado de suas costas. 

Ela não conseguiu dizer nada. Taehyung tinha conseguido arrancar as palavras da boca daquela mulher. E por mais que não parecesse às vezes, ela o amava. Do jeito dela, mas amava. 

— Eu vou ligar para o seu pai, vou dizer que ele pode voltar pra casa essa noite. – A voz permanecia como antes. 

Ele assentiu.

— Vou receber uma pessoa aqui em casa, só tentem não…tentem não se matar enquanto essa pessoa estiver aqui.

Antes que a mãe conseguisse responder alguma coisa – se é que conseguisse –, os dois foram interrompidos por um barulho alto vindo da porta. Taehyung nem chegou a pensar na possibilidade de ser Bogum, o tempo até a casa dele era muito mais do que apenas aqueles minutos, era impossível ele ter chegado tão rápido, e estava chovendo muito, Bogum não sairia assim na chuva, era até perigoso.

— Não vai atender? – Ela perguntou, secando as mãos em um pano de prato. 

— Não acho que seja quem eu estou esperando. – Deu de ombros. Caminhou até a geladeira e bebeu um pouco de água, no bico da garrafa mesmo, só havia um restinho, depois, deixou a garrafa na pia. 

Mas o barulho ficou mais alto e repetitivo, de longe Tae conseguiu reconhecer a voz.

Em passos rápidos, caminhou até a porta. E seu coração não deveria ter se alegrado tanto ao ver aquela cena.

— Oi. – Era Bogum. 

A cara de espanto de Taehyung era notável, arrancou um riso meio sem graça do outro. Bogum estava completamente encharcado, não havia uma única parte que estivesse seca, o tênis parecia ter sido pintado de preto, a boca tremia e ele abraçava o próprio corpo a fim de fazer o frio passar, também carregava algumas sacolas nas mãos.

Kim poderia pontuar muitas coisas. Poderia confessar que ele ficava bem bonito daquele ângulo, poderia dizer que se esqueceu de toda aquela cautela que tinha em relação às pessoas, mas o que saiu de sua boca foi:

— Você está louco?! Por que veio correndo na chuva, seu idiota?

— A chuva não ia parar tão cedo…Achei que estivesse precisando de mim. – Confessou, com dificuldade, os dentes batiam um no outro. — Posso entrar? Tá meio frio aqui fora.

— Entra. – Pediu, lhe dando espaço para entrar.  

Ele entrou, deixando o tênis na porta.

Os dois caminharam em silêncio até o quarto de Kim, ele ignorava as pegadas que Bogum deixava em sua casa por estar todo molhado. E quando adentraram dentro do quarto, Tae se viu nervoso, agora que estavam a sós, não sabia o que falar ou o que pensar. Talvez a ligação tivesse ocorrido por pura emoção. Estava se sentindo culpado por ter feito o menino encarar aquela chuva forte.

— Toma, se seca. – Ele entregou uma toalha para Bogum, depois se sentou na própria cama, esperando o menino se secar e fazer o mesmo. — Valeu por ter vindo…correndo na chuva. Você estava fazendo algo muito importante? – Perguntou, tentando puxar algum assunto, mesmo que estivesse realmente interessado.

— Eu estava dando monitoria pro pessoal que tem dificuldade em Química, mas tive que encerrar mais cedo.

— Por quê?

— Você disse que precisava de mim.

Taehyung prendeu a respiração, sem saber o que falar. Mas, para sua sorte, não precisou sequer pensar em algo, pois Bogum, ao ver sua cara de espanto, tratou de tomar a fala novamente.

— Eu trouxe alguns doces pra você. – Coçou a nuca, sem jeito. — Pesquisei na internet e lá dizia que doces ajudam quando alguém não está em um bom dia, então…

— N-não precisava…

Kim não podia negar que tinha gostado. Contudo, ele não queria demonstrar a euforia perto de Bogum, não sabia porquê, talvez porque não quisesse parecer frágil ou rendido. 

Por outro lado, Bogum já não fazia ideia de como agradá-lo, parecia que nada era o suficiente, ele sempre carregava a mesma expressão, como se estivesse odiando tudo aquilo. Às vezes era até desconfortável e confuso.

Mesmo que Kim tivesse o chamado, parecia que ele tinha aparecido como um intruso, que ele tinha se convidado, quando na realidade, tinha cancelado coisas importantes para dar o suporte que Tae precisava. Ele parecia não reconhecer o seu esforço. E sobre reconhecer, não se referia a beijá-lo ou algo do tipo, só ser grato mesmo, agradecer, demonstrar isso de alguma forma, Taehyung nunca demonstrava.

Se ele estava odiando sua presença…por que o chamava e continuava confundido sua cabeça daquela forma?

 — Meu pais brigaram de novo, Bogum. – Kim deu continuidade ao assunto, quebrando o silêncio que havia se instalado. Aceitou os doces de bom grado, e aproveitou para comer um. — Só tô cansado, sabe? 

— Sinto muito…acha que vai ser assim pra sempre?

— Ou até eles decidirem se separar. – Completou.

— Quer que eles se separem? – Franziu as sobrancelhas, tentando o entender.

— Se for pra continuar dessa forma, eu prefiro assim. Talvez eu acabe de vez com a minha paranóia sobre o amor. – Murmurou, analisando a cômoda do seu quarto. — Acha que eu posso ser feliz com alguém algum dia?

— Acho que você pode fazer tudo que quiser, Taehyung.

Taehyung quis sorrir, mas não deixou que o sorriso aparecesse porque o outro lhe encarava com tanta intensidade, que parecia saber de todos os seus pecados.

Os dois estavam muito próximos, Bogum ainda estava úmido, com o cabelo molhado e o rosto limpo, Tae sentia o rosto pegar fogo, as memórias das cenas anteriores indo embora, aquilo funcionou. Conversar com Bogum, incrivelmente, melhorava seu humor.

Naquele momento, a boca de Bogum lhe pareceu tão atrativa, seu coração estava disparado, suas mãos estavam inquietas. 

Foram se aproximando devagar, um clima diferente pairava sobre o ar.

Kim levava tanto jeito com as pessoas, conseguia as seduzir tão facilmente, não tinha vergonha na cara em situações assim, mas com Bogum, era diferente, e ele odiava se sentir assim, porque não sabia o que significava.

Resolveu deixar tudo aquilo de lado, porque o desejo falava muito mais alto, não tinha nada a perder. Por isso, perguntou em um sussurro:

— Quer me beijar? 

Estava tão acostumado a sempre receber um sim de Bogum, a sempre ter o menino ali para si, a sempre conseguir arrancar um sorriso dele, mesmo com o mínimo, que quando observou ele desviar o olhar para o outro lado e negar com a cabeça, franziu as sobrancelhas de imediato, não acreditou que ele estava mesmo negando.

Quer dizer…não era isso que ele queria?

— Não quero me aproveitar da sua fragilidade. 

— Mas eu quero.

— Eu também quero, Taehyung, eu quero muito, mas não com você desse jeito.

— Desse jeito como? – Perguntou, indignado. — Eu estou bem, já passou…eu quero. Que droga.

— Esse é o problema. – Ele coçou a testa, soltando um suspiro alto e longo. — Você quer agora, mas e depois? Depois você vai dizer que estávamos afim e que é melhor esquecer porque você não quer nada sério, e eu entendo isso, entendo mesmo, é um direito seu. Mas, e quanto a mim?

— Do que está falando, Bogum? – Ele estava desnorteado, sem saber o que responder. Bogum parecia tão cansado, e só agora Taehyung conseguia ver aquilo, a expressão, a forma como suspirava, os sorrisos sem humor que lhe lançava. — Eu só não quero me machucar!

— Mas você está me machucando. Por que ainda me dá esperanças se não quer nada sério ou se não gosta de mim? – Aquilo parecia estar intalado em sua garganta há muito tempo. — Você gosta de me ter na palma da sua mão, sabe que eu gosto de você e mesmo assim insiste em me dar esperanças pra depois dizer que não foi nada demais. 

— Eu estou te machucando? – Riu irônico. — Isso não é verdade. O que você quer que eu faça? 

— Joga limpo comigo, Tae. – Respondeu, baixinho. — Não me use pra suprir sua carência passageira. Aquele dia, quando nos beijamos, eu estava realmente feliz e achei que você também estivesse, mas estava errado. Você me pediu pra esquecer um dos momentos mais marcantes pra mim, e eu me esforcei pra conseguir, eu juro…

— V-você falando dessa forma parece que eu sou um egoísta! – Não podia ser desse jeito, se negava a acreditar que estava agindo assim. — Não foi assim! 

— Foi assim, sim, Tae…sabe, eu tô tão cansado de ficar no escuro. – A fragilidade como aquelas palavras foram proferidas partiu o coração de Kim em mil pedacinhos. Só não estava tão despedaçado quanto o de Bogum, ah…o coração deste estava dilacerado há alguns dias. — Você gosta da ideia de ter alguém que faça tudo por você, é por isso que não me mandou a real até agora. Você sempre me chama quando precisa e eu venho correndo, como agora, mas será que você faria o mesmo por mim? 

— Achei que gostasse de passar um tempo comigo.

— Não fala assim….Você sabe que eu gosto. – Era difícil, mas era a verdade. Bogum gostava muito de Taehyung, mesmo. — Me desculpa por não poder te ajudar hoje…desculpa. 

Ele levantou-se da cama lentamente, pronto para ir embora. Talvez fosse melhor assim, talvez ele quisesse se convencer de que ficaria bem.

O coração de Taehyung disparou de maneira tão rápida, ele nunca se viu tão desesperado assim. A ideia de deixar Bogum sair por aquela porta sabendo que poderia ser a última vez que o teria, fazia ele ficar desesperado, amedrontado. Não queria que o garoto fosse embora, não queria que fosse a última vez.

Passou tanto tempo com medo de se machucar, que acabou não percebendo que estava machucando a pessoa que estava sempre ali por ele. 

— Não, por favor! – Ele segurou a mão de Bogum, o impedindo de continuar caminhando. O que fez em seguida pegou Bogum de surpresa, e ele também. Era como se não tivesse controle sobre as suas ações, e foi bom não ter que ter cautela até com o ar que respirava.

Talvez por isso ficava tão atento quando estava perto do menino: sabia que se não fizesse isso, teria atitudes como aquela.

Kim deixou as testas coladas, segurando no ombro do outro.

— Fica comigo essa noite, por favor. Fica comigo. – Implorou. — Não quero que vá embora, Bogum. Me desculpa.

— Não faz isso, Tae, por favor. Está jogando sujo, sabe que eu não consigo sair se você ficar assim…

— Então não saia. – Pediu mais uma vez. — Eu sou um babaca, me desculpa…

— Se eu ficar, só vai alimentar algo que não vai acontecer. Eu só vou me machucar mais.

— Você não vai estar alimentando algo que não vai acontecer, seu idiota. Não tá percebendo que eu tô querendo dizer que eu também penso em você? Eu também curto você, Bogum. – Respirou fundo, mal podia acreditar que estava tentando conter as lágrimas. — Fica comigo essa noite e eu prometo não te deixar no escuro…só não desiste de mim ainda.

— Eu não vou desistir de você… – Respondeu, fechando os olhos. —... mas quem sabe um tempo pra você pensar seja bom. – Respondeu, reunindo forças até de onde não tinha para conseguir se separar do abraço dele. Foi difícil, queria tanto ficar. — Eu fico em cima de você toda hora, talvez seja melhor você ter um tempo só seu, com seus amigos. Quando tiver certeza de algo, me procura, seja uma resposta positiva ou negativa. Só vou desistir de você caso você me disser que não sente nada por mim.

Ele depositou um selinho demorado nos lábios de Taehyung, se separando quando o menino tentou aprofundar o beijo. Não podia. Teria que ficar se permitisse que aquele beijo acontecesse. Tinha que ser forte e esconder sua fraqueza por Kim Taehyung, só naquele momento. 

— Fica bem, Tae. Quero te ver bem.

E então, ele saiu.

No fim das contas, não adiantou nada tentar esconder os sentimentos, Taehyung queria voltar no tempo e impedir que aquilo acontecesse. Queria não ter sido tão egoísta. Foi tão doloroso perceber que Bogum estava certo…por que tinha agido daquele jeito com ele?

— Me desculpa…–  Sussurrou, mas já era tarde, Bogum estava longe.

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