Shark Tank (Concluída)

By OlivinhaRodrigo

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Fanfic Hot (18+) Lauren Jauregui queria desesperadamente alavancar as receitas de seu spa. Por sua vez, Karla... More

Capítulo 1 - Piloto
Capítulo 2 - Nosso Segredo
Capítulo 3 - Colegas
Capítulo 4 - Primeira vez (C)
Capítulo 5 - Mentirosa
Capitulo 6 - Jaçanã
Capítulo 7 - Spar (L)
Capítulo 8 - Combinado (F)
Capítulo 9 - Baile de Favela
Capítulo 10 - Programa
Capítulo 11 - Trato (C)
Capítulo 12 - Contrato
Capítulo 13 - Linha Amarela
Capítulo 14 - Banho (F)
Capítulo 16 - Vinho, Leblon e...
Capítulo 17 - Conveniente (C)
Capítulo 18 - Flamengo x Vasco
Capítulo 19 - Rio de Janeiro (F)
Capítulo 20 - Confraternização
Capítulo 21 - Méier
Capítulo 22 - Buenos Aires
Capítulo 23 - Mitomaníaca
Capítulo 24 - Shark Tank
Capítulo 25 - Reconciliação (L)
Capítulo 26 - Decisão
Capítulo 27 - Aniversário (L)
Capítulo 28 - Pedido Perfeito (C)
Capítulo 29 - Natal
Capítulo 30 - Encontro

Capítulo 15 - 25 de março

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By OlivinhaRodrigo

VOLTEI!!!!!!

Que sdds, como vcs estão para esse capítulo?!!!! Ele vai ser tudo!

Shark Tank tem uma versão em espanhol! Eu fiquei emocionada! Link nos meus avisos!

Espero que se divirtam e muito com esse capítulo! Estou tão feliz de ver tantas pessoas comentando, votando, que essa, SEM DÚVIDAS, está se tornando minha fic fav apenas por tantas interações!!!!

Fiz com mt carinho esse capítulo pra vcs! Espero que gostem! Não se esqueçam de comentar as partes q gostarem e de interagirem no twitter!!❤️❤️❤️❤️#STCS

Amo vcs! Boa leitura!

🤍🤍🤍🤍🤍

— Assim ficou bom, Lo? — disse ela, logo após colocar o óculos de sol e dar uma volta para eu lhe analisar.

Lauren Jauregui 

Estávamos no meu quarto, fingindo ser duas boas amigas, enquanto Clara nos esperava na cozinha, onde fazia o nosso café da manhã, mesmo observando as sacolas do café da manhã em cima da mesa que Camila tinha comprado um pouco antes de ela chegar. 

A tapioca recheada e o café preto que tomávamos antes de irmos para a 25, Brás e São Miguel Paulista era sagrada. 

— Camila, você tem certeza que quer ir com a gente? — talvez se eu ficar perguntando toda hora, Duarte perceba que este passeio não era para uma pessoa do nível dela.

— Eu acho que ainda dá para ser reconhecida. — passou a mão pelos cabelos. — Meus cabelos são perceptíveis. Qualquer fã de Karla Duarte reconheceria de longe, e eu não quero ocasionar aglomerações sem segurança.  — puxou a touca do moletom laranja para cobrir a cabeça. — E agora, Lauren? — fingia não estar ouvindo minhas indagações a partir do instante que entramos nesse maldito quarto.

— Camila, eu realmente acho que você não precisa ir conosco...

— O que foi, heim? — arrancou a touca e óculos de sol do rosto, aparentemente nervosa após minha insistência. — Você está com medo da sua "mamãe" saber que você, uma mulher de trinta e dois anos e que mora sozinha, transou co...

Antes que pudesse concluir a frase em alto e bom tom, eu apontei meu dedo indicador pro seu rosto, afirmando:

— E por que você não assume sua real sexualidade diante a TV, Camila?

Ela ficou boquiaberta com a minha resposta, onde colocou cheia de "mágoa" a mão direita no peito.

Meu olhar discriminava meus sentimentos. Se ela estava sem paciência, eu tampouco, que acumulado com a tensão, acabava com toda a minha energia. Hoje a farpa seria de igual para igual.

— Eu vou fingir que não ouvi isso, Lauren! — me encarava como quem fosse metralhar palavras duras para cima de mim. Mas sempre que ousava, sempre que abria a boca para me xingar, voltava atrás. — Sua ordinária.... Você não pode... — engoliu em seco. — Não pode... Não pode falar assim comigo, aghh!!! —  gesticulava com as mãos. Seus nervos à flor da pele. — Sinceramente? Não ouvi! — por fim, empina o nariz, fechando os olhos e se virando de costas para mim. Após ouvi-la respirar fundo, se arrependeu da sua atitude anterior, onde tornou a me encarar.  — E só para você saber, querida. — enjirece o maxilar para o meu lado, cheia de marra e postura. Havia recuperado sua autoridade em um piscar de olhos. — Estou indo apenas para fazer as pazes com a sua mãe. Não é porque desejo ir neste lugar ou porque quero ser vista ao seu lado. É um sacrifício da minha parte. Não consigo dormir sabendo que estou sendo mal interpretada pelas pessoas. 

— E por que quer tanto agradar a minha mãe, Camila? 

De pronto, soltou um riso nasal, negando de leve sua cabeça.

— Você fala como se a sua mãe não importasse para mim, por deus, Lauren! — então Karla Duar sorriu para o meu lado toda... nervosa?

Sim! Ela sorriu nervosa!

Para que eu não percebesse seu estado, voltou a ficar de costas, onde colocou os óculos e a touca. Estava se escondendo da minha pergunta.

— E ela importa? — vou até o final. Pensei. Quem sabe indagando-a eu não ouço o que tanto espero ouvir de sua boca?

O óculos de sol entre o nariz, onde me fitou entre ombros, com o canto dos olhos. Se um olhar pudesse matar, eu seria uma mulher morta naquele instante.

Karla torna a ajeitá-lo em seus olhos. Em seguida, em silêncio e sem me dever satisfações, deixou o quarto. Ela se desloca até a cozinha e eu a sigo, batendo a porta do meu quarto. A primeira coisa que faz após ter a atenção da mulher mais velha em si, é elogiar o cheiro das tapiocas recheadas que Clara estava fazendo. 

Ao menos uma vez escutou algumas das milhares de coisas que falo e peço para ela fazer.

Tomamos café, com exceção de uma pessoa. Karla não experimentou da tapioca, visto que, segundo as suas justificativas, era alérgica àquela massa.

— Vamos voltar tarde e almoçar em sabe lá Deus que horário. É melhor comer. Você vai sentir fome e Clara odeia parar cedo.

— Posso comer o café da manhã que comprei. — sussurrávamos como se estivéssemos cometendo o maior pecado das escrituras. Enquanto isso, minha mãe lavava a louça, reclamando do meu detergente e esponja. Eu sempre comprava os mais baratos do mercado.

— Você que sabe. Não sei se dá tempo. —respondi.

— Vai dar. 

Puxou as sacolas que estavam em cima da mesa depressa. Depois, caminhou em passos apressados até o meu quarto e trancou a porta. Estava "contrabandeando" comida apenas para não provar a deliciosa tapioca de Clara, como podia?

— Essa moça me assusta, querida. — achamos um assunto diferente das reclamações e eu prontamente me apaguei a ele. — Eu não sei se é mau impressão, entende? Mas eu sinto que tudo que  ela fala, é para agradar. Não sinto verdade nesta menina. Tome cuidado com as suas amizades. 

— Camila é uma boa pessoa, mãe. Vive em uma bolha diferente da nossa, mas tem um bom coração.

Minutos depois, para me queimar de vez, a carioca simplesmente me aparece com seu iphone, um cartão de débito com quinze mil reais, onde consigo carregava um sorriso falso sustentado nos dois cantos da boca, chamando Clara para irem na frente até o uber, querendo amizade, já que, por conta própria, havia abobinado e recusado a ideia de fazermos o caminho todo através do transporte público. 

Clara não aceitou o pedido.

Mas eu aceitei.

— Acha que alguém pode me reconhecer assim? — perguntou-me novamente. Neste instante, estava apenas eu e ela. Clara desceu na frente a fim de cumprimentar a nossa porteira ou somente não ficar a sós com Camila. —Pode falar sem medo, Lauren. Acha que consigo ser reconhecida mesmo vestida assim?

Como fã da jurada carioca do Shark Tank Brasil, afirmo com todas as palavras que Camila naquele instante parecia uma grande e enorme cenourona. A calça de moletom laranja definiu seus quadris assim como um contador definia seus balancetes: perfeito, sem erro. Ora usava touca, ora não. Fato era que trajava peças nem um pouco condizentes com a sua identidade visual. E embora mantivesse engraçada, ao meu ver, com tais modelitos, precisei manter a seriedade e lhe conceder uma resposta válida, afinal, era somente isso que importava naquele momento:

— Você está ótima, ninguém irá te reconhe-

— 'Tá brincando?! Ai meu deus do céu! — as portas do elevador que esperávamos chegar, abriu, junto trazendo uma mulher alta, loira, de olhos verdes claro que se arregalaram assim que focaram no rosto completamente coberto por touca e óculos de sol de Camila. — Sra. Duarte?!  — meu coração acelerando mais e mais ao que eu também olhava para Camila, a espera de sua reação. — Amor, só um instante! Só um instante porque eu estou SIMPLESMENTE na frente de Karla Duarte! — falava ao telefone antes de anunciar aos quatro cantos o nome da Shark. — Eu já te ligo! Te amo! — vejo suas mãos tremerem, fazendo-a soar até um pouco ansiosa demais. Fico me perguntando em silêncio se essa foi a imagem que passei a Camila quando a conheci: de uma fã desesperada, que larga tudo que está fazendo apenas para lhe conceder atenção. — Ai meu deus, eu sou tão sua fã, Sra. Duarte! Eu assisto e acompanho a senhora em todos os lugares! — a loira saiu do elevador, que fechou as portas e seguiu caminho, para pegar aquele mesmo celular que anteriormente vinha usando para conversar com outra pessoa, onde ligou a câmera. — Posso tirar uma foto com a senhora? Eu e meu marido te admiramos muito!

A mais velha mantém um sorriso surpreso, e quando eu estava prestes a responder a pobre fã a sua frente, Camila interveio, dizendo:

— Eu estou falando, docinho. É a quarta vez só neste mês que me confundem com essa moça, meu. — pegou na minha mão ao que sustentava um sotaque fajuto paulista. Ela estava tentando se passar por outra pessoa? — Desculpe, querida, mas eu não sou quem você está pensando. Estou indo pro treino com a minha mulher

E enlaçou minha cintura como se essa parte do meu corpo pertencesse à ela. Me arrepiei em silêncio, aplaudindo ao seu bom e velho teatro. 

— Impossível! — negou a cabeça entre sorrisos incrédulos. Sim, moça, você tem razão. Alguém que acompanha o seu ídolo de cabo a rabo dificilmente vai acreditar numa desculpa dessas. Se esta mulher for tão analista e detalhista quanto eu, tenho certeza que não vai cair nessa. — Por deus, a senhora é muito igual a ela! Eu não posso estar ficando louca, estou?!

— Eu lamento muito... — suspirou em pena. Vadia. Ela mentia tão bem que sequer precisava de tempo para refletir as respostas que precisaria dar. — Mas infelizmente não sou a pessoa ao qual admira e está ansiando bater a foto.

Ela estava com a câmera pronta na mão. Ficou decepcionada com a resposta, porém não se deixou abater.

— Oh, lamento pelo inconveniente. Acabei de chegar da caminhada, meus neurônios ainda estão assimilando algumas coisas, me entendem? — soltou uma risada clara e tipicamente sem graça. — Bom, meninas. Que vergonha...haha... não sei onde enfiar a minha cara após esse vexame. — suas bochechas corando. — Eu já deveria ter afirmado a principio que não se tratava dela apenas por serem um casal, mas não consegui me conter. — este último comentário foi mais um sussurro de autocontestação do que uma afirmação para eu e Camila ouvirmos. Porém, escutamos tudo. — Um bom treino para as senhoras. Tenham um ótimo dia. — acenou cordial com a cabeça e nos deixou um sorriso.

Prestes a passar por nós duas, foi a vez da carioca, com sua tentativa de imitar o sotaque paulista, lhe chamar a atenção:

— Do que está falando? — de repente, seu ego foi maior que sua mente, onde Camila a indagou de sobrancelhas franzidas.

— Perdão? — ela sorriu, também sem entender. 

— O que quis dizer com isso? Com a questão do relacionamento? 

Nesse contratempo eu já havia apertado o botão do elevador novamente. Eu só precisava chegar no térreo sã e salva com Camila.  E se parassemos para pensar, esse caminho não era tão difícil assim. 

Não era até a mulher loira a frente contestar a imagem de Camila apenas por ela ter se autodenominado minha mulher.

— Não me entendam mal, por favor. — soltou outro daqueles sorrisos nervosos. Apenas durante esses minutos, pressumi que fosse aquele tipo de pessoa que fala demais, e logo depois, se arrepende de 95% das coisas que falou em alto e bom tom. — A bolha do centro paulistano de nada agrada as características de Karla, uma carioca agitada e conservadora. — errada, porém não a julgo, dado que há uma semana e um dia atrás eu provavelmente pensaria a mesma coisa de Camila. Bom, pelo menos é isso que ela demonstra ser dentro e fora da Tv pelas revistas. — Tenham um bom dia, vizinhas. — saiu pisando apressado sem sequer olhar para trás. Felizmente, a loira nos deixou justamente no instante que o elevador alcançou nosso andar. Sobrevivemos ao nosso primeiro reconhecimento em público!

Camila e eu entramos em silêncio na máquina. Um clima estranho havia se instalado, de repente.

— Algum problema? — por algum motivo, ainda estávamos de mãos dadas e eu só conseguia pensar na parte que ela me chamou de meu "docinho", segurou minha cintura cheia de posse, e declarou que eu fosse "sua mulher".

— Isso me incomodou um pouco. 

— O quê?

Por favor, que não seja o que eu estou pensando, Por favor!

— Porra, a mulher me reconhece com mil e uma peças de roupa, óculos de sol e touca, mas totalmente me desconsiderou quando eu te apresentei como minha mulher. O olhar dela mudou, Lauren. Você viu que mudou! — cruzou insatisfeita os braços abaixo dos seios.

— Pensei que era essa a intenção, Camila.

— Era, mas... — suspirou. — Mas isso me incomodou. 

Assenti com a cabeça sem ter direitos a contestações. O que eu poderia falar? Era o ego dela em jogo misturado com todo o seu potencial de carreira. 

— Eu e Keana criamos uma estatística que calculava os danos perdidos caso eu viesse assumir-me como bissexual. 

Caramba, mas já?!

Meus olhos saltando tal qual a da mulher loira.

Por que tinham feito isso?

Será que Camila estava desejando mesmo avançar uma casa do nosso sexo casual em menos de uma semana? 

Será que se sente pressionada quanto a isso? Acho que está na hora de ela saber que, assim como ela, eu não sou assumida a ninguém, nem mesmo a Thiago. 

— Sabe a média do valor de investimentos que posso perder apenas por me declarar bissexual, Lauren?

— Não. 

Meu coração apertou de uma maneira ruim no peito. Isso, de certo modo, me trouxe culpa. Eu não queria que ela se sentisse assim por minha causa.

— 4 bilhões de dólares só no primeiro semestre. 

Então, engoli em seco.

Sim, eu engoli porque eu sei o significado disso. 

Independente do quão grande seja o seu poder de mercado, eu tenho mais ou menos a noção que para ser substituída por um outro fornecedor que se adequa aos "valores" estipulados pelo mercado conservador, é num piscar de olhos. Se Camila é grande na indústria? Oh, com certeza ela é. Mas para manter seu patrimônio e aumentá-lo ao longo dos anos, ela sempre precisou de pessoas comprando e usufruindo de seus produtos e serviços. E para alguém comprar um produto que custa cinco vezes mais o preço de outro produto simular à mercado, significa que tal pessoa se identificou com o seu produto, e por isso o compra sem contestar o preço.

Ela trabalha com o público de alta renda. Ela sabe o que vai enfrentar ao sair dos padrões, infringindo aquilo que eles autodenominavam como certo e errado. Eu não tenho muito o que fazer diante dessa situação quanto à essa perda dela. Logo, apenas respondo sincera:

— Eu sinto muito.

Porém, ela prosseguiu:

— Só na minha patente, significa que eu teria que demitir mais de cinco mil pessoas para cortar os gastos variáveis no curto prazo. Cinco mil pessoas. Justamente aquelas que mais dependem deste maldito salário.

— Sério, eu sinto muito mesmo. 

Estávamos quase chegando no térreo.

— Não quero que se sinta pressionada a isso. — comecei a falar o que meu coração me dizia ser o certo a responder. — Caso isso que estamos tendo avance no futuro, podemos pensar com calma sobre isso... digo, na maneira de amenizar esses impactos. Eu não ligo de manter a nossa relação em segredo. — meu deus do céu, o que eu estou falando?! Me sinto a fã loira que fala sem parar e depois se arrepende! Eu dei a entender a ela que quero um relacionamento?!! Ah, Lauren, como você é burra! — T-também não sou assumida, logo, não tenho poder de fala sobre muitos pontos, mas posso te passar confiança. Tudo o que fazemos aqui,  fica aqui. Fica comigo e com mais ninguém, Camila. Para mim, tanto faz nós nos mantermos assim. O que eu gosto mesmo é de estar com você.

— Você é um amor. — acariciou a pele da minha mão com o polegar. Ainda estávamos de mãos dadas. Meu coração disparando no peito quando ela sorriu para mim, sugerindo beijar minha boca após eu aparentemente ter dito as palavras certas!!! Ah! Eu quero pular de felicidade! Queria beijá-la também, sussurrando logo após outros conselhos em seu ouvido, mas infelizmente as portas do elevador se abriram, levando com elas toda a nossa intimidade e tensão que aos pouquinhos estava se construindo.

Entramos no uber com Clara e de Higienopólis até a entrada da 25 de março, se passaram uns vinte minutos de pura conversa furada, onde Duarte tentava trazer para si aquele carisma todo que minha mãe havia a oferecido na primeira visita que teve, mas que Karla naquele dia fez pouco caso. Minha mãe precisava pegar confiança nela novamente.

— Prontinho, senhoras. Boas compras e bom dia. 

Clara abriu a porta e foi a primeira a descer pela calçada. Como eu estava no meio, o mais racional seria eu ser a próxima a descer também, pórem senti um par de mãos agarrar o meu antebraço como se a sua vida dependesse disso. 

— Lauren, não estou vendo nenhum shopping, nem estacionamento, estamos na rua certa mesmo? 

"Shopping"

Sinto minha saliva descer rasgando pela minha garganta.

Ela estava brincando, sim? Estava brincando. Ela precisava estar brincando quanto ao que acabou de dizer.

— Camila... — como eu vou falar? Como eu vou falar que não estamos indo para um shopping, mas sim para um comércio popular? — Camila, a 25 de março não é um shopping.

— Vocês disseram que iriam comprar roupas!

E vamos! A um preço 75% mais barato que em qualquer promação de vinitre de um shopping. 

— Camila, você precisa se acalmar, okay?

Estávamos parados a uma esquina e uma rua da real multidão. Imagina quando ela chegasse e visse toda aquela gente?

— Como assim me acalmar, Lauren?! Olha o lugar que você está me trazendo! — e apontou para os moradores de rua que logo, logo viriam ao nosso encontro pedir comida ou alguns trocados. — Ah, meu deus do céu, eu vou voltar, Lauren! Não posso ficar aqui! Vou ser assaltada, morta!

— Foi por isso te obriguei a deixar o cartão em casa, Camila! Achei que você estava brincando no momento que falou aquilo!

— Não, eu não estava! — tirou o óculos apenas para eu enxergar o quão furiosos seus castanhos estavam para mim. Ela queimava. Queimava de raiva por dentro. — Quer saber? Eu vou embora mesmo. — pegou o celular e insinuou abrir o aplicativo do uber. — Vou embora e só Deus sabe o dia que vou voltar para ver essa sua cara de palhaça, sua cretina!

— Camila, eu perguntei se você queri-

Tentei puxá-la para mais perto, falar em seu ouvido a fim de tentar acalmá-la, mas acho que a ideia de se misturar com um bando de gente suada, fedida, em busca daquele precioso desconto das calças 3 por 100 reais só fazia sentido para microempreendores e aposentadas baixa renda. Ela tinha razão. Era melhor ela ir. Esse lugar não pertencia ou combinava com seus valores.

— PORQUE EU ACHEI QUE ERA UM SHOPPING DE POBRES, E NÃO UMA FEIRA DE POBRES A 25 DE MAIO!

O motorista nos entreolhou pelo retrovisor no exato momento que eu sentia a vontade de enfiar a minha cabeça embaixo de qualquer uma das quatro rodas deste veículo. Por que ela era assim, meu pai?

— Por que vocês duas estão demorando tanto, heim? Vamos, Karla, preciso de companhia para comprar a decoração de casa enquanto a Lauren compra as coisas dela do outro lado. Isso daqui vai ferver até o meio dia. Precisamos ser rápidas. 

Camila começou a levemente me empurrar para fora ao que sorria cheia de cor à minha mãe. Era a primeira vez que Clara pronunciara o nome de Camila corretamente. Só hoje, se não me falha a memória, havia chamada a jurada de"Kátia Duarte" quatro vezes. 

— Não pense em se separar de mim, Jauregui.  — grudou seu antebraço no meu, obrigatoriamente me prendendo ao seu lado ao entrelaçar nossos braços. — É o mínimo que pode fazer após me trazer para este lugar sem aviso prévio.

E o que eu poderia fazer para descomplicar essa situação? Sendo bem verdadeira, muitas coisas.

Agora se eu queria dispensar Camila e suas dezenas de reclamações que eram feitas apenas para eu escutar? De forma alguma.

Estava adorando testar os limites desta carioca. Tornou-se meu novo hobbie vê-la se sacrificar apenas para agradar a minha mãe. 

E na minha cabeça, tudo ficaria bem se eu me mantesse ao seu lado, de olho nela e nas pessoas que se aproximavam. 

E ficaria mesmo. 

Ficaria se Karla Duarte reconhecesse e seguisse duas palavras: limite e precaução.

.

.

.

Karla Camila Cabello Duarte

Tem coisas na vida que a gente só acredita que vai passar quando já estamos passando.

Eu, especialmente, me recordo dos convites de área VIP que recusei ao longo da vida. Espetáculos, shows, absolutamente tudo! Isso porque eu odiava dividir espaço. Odiava sentir aquela angustia de não ter para onde ir, ficar em pé por horas compartilhando do mesmo ar. 

O lugar onde estou agora? Após pesquisar no google, descobri que a 25 de março é considerada o maior centro comercial de varejo e atacado de toda a América Latina. Era mais do que um shopping. Era um shopping acessível, o shopping do povo. 

E por ser o shopping do povão, eu estava sendo obrigada a ver e sentir no meio desse pessoal aquilo que nunca imaginei na vida. Em plena às nove e meia da manhã, alguns já estavam suados, fedendo a cecê, fora as quatro pessoas que me pararam para perguntar se eu queria comprar calças e estavam com mau hálito.

— OLHA O PESADO!!!!!!!! 

Saltei em susto, puxando Lauren para o lado. Esses rapazes pareciam se divertir fazendo isso: eles chegavam de fininho, bem perto do seu ouvido, e quando você menos esperava, eles berravam no pé da sua orelha tais palavras. 

Ele puxava um carrinho carregado de mercadorias embaladas. Fico me perguntando se todas essas peças de roupas eram baratas porque não eram originais, ou eram baratas porque "caíram do caminhão" e foram colocadas à venda sem necessidade de contabilizar imposto. Aliás, haja receita fiscal que o Estado perde com todos esses ambulantes. As calçadas são tomadas por eles, por pessoas das mais diferentes nacionalidades africanas ou América Central que vieram ao Brasil em busca de uma melhor condição financeira.

Nada contra eles, veja bem, mas hoje eles trabalham como camelô na rua, esbajando tapestes azuis por toda a calçada, atrapalhando o fluxo dos compradores e pedestres, para colocar a maior variedade de produtos a preço de banana que já vi em toda a minha vida. Como conseguiam lucrar vendendo tão barato assim?

Enquanto andávamos em busca da loja de vestidos procurada por Clara, eu estava sentindo hora ou outra meu celular vibrar no bolso do meu moletom, mas não podia atendê-lo, pois segundo Lauren, aqui era uma região perigosa e o valor do meu celular poderia chamar a atenção dos batedores de carteira.

— CUIDADO, CUIDADO, MADAME! CAIU, HEIM! CAIU ALI, Ó! ACABOU DE CAIR!

Que rapazinho atencioso e gentil!

Rapidamente olho para trás, especificamente para o chão. O rapaz de boné e corrente de prata disse aquilo olhando para mim, dado que também apontava para onde eu estava pisando. 

— Espera, Lauren. — firmei meus dois pés no chão, virando-me de costas para Jauregui, procurando o meu adereço que provavelmente tinha caído. — Acho que caiu alguma coisa.

— É ISSO MESMO QUE VOCÊ OUVIU, FREGUESIA! O PREÇO DOS CONJUNTOS DE MOLETONS ACABOU DE CAIR! Venha conhecer a nossa loja!

Eu me senti uma idiota e tudo piorou quando olhei para trás e vi Lauren e Dona Clara rindo de mim. Respirei fundo, do contrário iria ficar estressada à toa, sobretudo porque de cada dez comércios que passávamos, onze tinham caixas de som. Eu estava a um fio de linha para enlouquecer. Isso porque a loja de calcinhas tocava pop internacional. A de varejo de calças e croppeds,  forró. A esportiva, tocava trap.

Agora sei onde aquelas meninhas e rapazes da rave de Jaçanã compravam suas roupas. Sei o quanto pagam, onde nada daqui ultrapassava a média de setenta reais. O cheiro de cigarro, maconha e outras coisas estavam me deixando enjoada. Andávamos como quem estivesse percorrendo uma maratona. Não sendo exagerada nem nada, mas sinto que a pouco ultrapassaríamos a divisa com o Rio, chegaríamos em outro estado, mas não chegávamos na maldita lojinha de Clara. 

— Que carinha é essa, hm? — finalmente percebeu minha presença ali. Estou andando de braços dados com ela desde que chegamos aqui e essa é a primeira vez que Lauren fala comigo. — Está com fome? Sede?

— Estou cansada, Lauren. Quero voltar pra casa. 

Clara estava comprando sandálias de um daqueles ambulantes que ocupam ruas e calçadas. Ela provava a rasteirinha. Provava na rua, acreditam? Se esqueceu completamente dos riscos de se pegar uma Leptospirose.

— Você sabe que não estamos nem na metade, não sabe?

— Não estamos? — indaguei.

— Não...

Suspirei pesadamente. 

— Vai esquentar, Lauren. Vou morrer aqui dentro. Você quer me levar desacordada até um hospital de emergência? Acho que não, né...

— Ou...

Ela sorriu de canto.

— O quê?

— Você sabe...

— O quê? Eu sei o quê?

— Ou você pode comprar alguma coisa para você trocar de roupa. Sei que está com uma regata por baixo, mas pode comprar um short para tirar o moletom....

Quase me esperneei ao ouvir tamanha ousadia!

— Você está de brincadeira comigo, Lauren Jauregui? — desvencilhei-me de seu braço. Ela acha mesmo que eu vou usar alguma coisa extremamente extravagante escrito "Sal & Pimenta"? E o meu estilo? Karla Duarte é uma identidade, ela ouviu isso da fã que esbarramos mais cedo.

Ordinária. Eu ainda vou falar isso na cara dela. Oh se vou.

Como se não bastasse, cá estava ela rindo de mim novamente enquanto eu tento não transparecer raiva. Ela me tratava com tanta indiferença. Meu status não parecia amolecer seu coração de pedra. E queira eu aceitá-lo ou não, eu sei que este é o segredo que me trouxe até ela. Não sei explicar o porquê, mas sinto que preciso dessa atenção de Lauren. Que preciso que ela me corteje e zele como as pessoas ao meu redor estão acostumadas a fazer sem esforço algum da minha parte.

— Não quero que se perda de mim, vem cá.

Marília Mendonça - Entre Quatro Paredes

Em seguida e sem pedir permissão, Lauren voltou a enroscar o braço no meu.

Mantenho meus lábios selados um no outro, uma vez que não poderia lhe ceder uma deixa maior das que eu já vinha cedendo nos últimos dois dias. 

Enquanto tento esconder o meu sorriso satisfeito após ela falar aquilo, Lauren e eu ficamos no canto da calçada. Estávamos esperando por Clara e à medida que o fazíamos, a loja de eletrônicos a frente tocava uma música que de certo modo e por estar em silêncio, despertou a minha atenção. 

"O que esse amor tem de tão diferente, que prende a gente, ninguém abre mão?"

Ah, a eterna Marília Mendonça. Sempre certa em suas palavras. Miro de relance Lauren para saber se ela estava prestando atenção na letra tanto quanto eu. 

"A gente se dá tão bem, entre quatro paredes, que pouco me importa do quarto pra fora"

Era exatamente isso, Marília! 

Nada parecia importar quando eu estava nua, deitada ao lado dela. Colocava toda a minha carreira e vida em risco apenas para passar mais uma noite com Lauren.

"Eu e você, sem regra, sem lógica"

Eu me tornei uma completa irracional desde que coloquei os meus olhos em Lauren naquele bendito evento. Mudei minha vida do avesso, troquei de rotina e cronograma apenas para me encaixar no dela.  Algo nesta bela mulher de olhos verdes me chamava a atenção. Ao mesmo instante que sei que nossos mundos não se encaixam, não quero abrir mão disso. Sinto como se ela tivesse me hipnotizado. Nos dávamos tão bem na cama, que eu só sabia implorar e ansiar por mais. 

Jauregui olhou para mim quando o refrão da canção tornou a ecoar. 

"A gente se dá tão bem, entre quatro paredes, que pouco me importa do quarto pra fora"

Ela sabe o que eu estou pensando. Então, sorriu em cumplicidade para mim. 

Estamos flertando, nos reconhecendo em uma música enquanto a mãe dela tenta se decidir na banquinha. Era tão boa essa sensação que nem mesmo o ambiente caótico que estávamos inseridas parecia atrapalhar o nosso momento.

Ali, tudo o que parecia importar era somente eu e ela.

"Eu e você, sem regra, sem lógica"

. . .

Tudo ocorreu perfeitamente bem nos últimos vinte minutos. Aos pouquinhos, Clara estava se rendendo a mim, onde eu a ajudava a carregar algumas de suas compras, além de sugerir qual cor de vestido combinaria melhor com as sandálias que tinha acabado de comprar.

— Lauren, posso pegar meu celular? Temo que Keana esteja me mandando mensagem. 

Estavámos novamente paradas em frente a uma banca. A mulher mais velha queria, aparentemente, comprar um jogo de cozinha. Até escolher a cor, modelo e tamanho, demoraríamos mais dez minutos ali. Logo, presumi que daria tempo suficiente de acalmar o coração da minha assessora.

— Tudo bem, me dá aqui as coisas da minha mãe. — já segurava três sacolas e acabou capturando as outras duas que eu levava.  — Eu fico na frente pra fazer a proteção, responde bem rapidinho.

Pronto, bastou falar aquilo para eu me sentir extremamente protegida. 

Pego o celular na certeza de que qualquer coisa que fosse acontecer, Lauren iria fazer alguma coisa por mim. Ela me fita enquanto entro no whatsapp. Finalmente me sinto zelada. Não é tão difícil me tratar bem, não é, Lauren? Que continue assim. Sob seu olhar atento, entro na conversa de Keana, onde começo a escutar seus áudios.

"Camila, comprei sua passagem para segunda, às dez da noite".

O segundo áudio dizia:

"Consegui reagendar todas as suas reuniões, você não vai sair com nenhum prejuízo".

Vou sair no prejuízo sim. Minha noite com a paulistana mais encantadora e gostosa que já conheci seria jogada para escanteio.

— O que ela disse? – me questionou.

— Vou precisar voltar pro Rio amanhã a noite. 

Assentiu com a cabeça.

Como no final acabou não confessando que iria ficar com saudades de mim, eu mesma tomei meu partido, dizendo:

— Podemos ir para Jabaquara daqui e pagar um uber a parte pra sua mãe, o que acha?

— Eu trabalho amanhã, Camila. – nossa, mas por que para ela tudo tinha que ser tão difícil?

— Você também iria trabalhar na quarta se fossemos na terça. — a lembrei de imediato.

Lauren corou.

— Okay, mas eu não trouxe nada. Aliás, quando chegarmos em casa, vamos estar tão cansadas, que vamos apenas querendo dormir.

— Fale isso por você.

Ela acha mesmo que vou querer descansar tendo uma mulher gostosa daquelas só para mim, por tempo limitado? 

Quero aproveitar cada minuto que tenho com ela. Fazê-la sentir prazer, saudades de mim. As horas passando e cada vez mais aquela sensação de que preciso plantar em Lauren a mesma urgência que ela me causou, crescendo no meu peito. O beijo quente, pegado, enquanto nossas línguas se tocam. Eu amo quando ela me puxa cheia de devoção para si. Me sinto tão quente e desejada, única, sempre que nos abraçamos na cama. Eu preciso despertar esse sentimento nela. Preciso ou vou enlouquecer sozinha tendo que esperar até terça-feira para tê-la nos meus braços.

:. Oi, Dinah?

Minha melhor amiga estava me ligando. Após responder Keana, corri para verificar nossa conversa. Ela estava em Alphaville, na porta do meu condomínio. Tinha acesso e por isso já estava dentro da minha casa.

:. Deixe eu advinhar! Você está com a mulher do Spar de novo? 

:. O som de fundo me dedurou, droga! — tocava barões da pisadinha. Sorri negando a cabeça para a situação que me prestei. — :. Estou com ela.  E o que você faz na minha casa?

:. Vim te ver.

:. Sem me avisar? — sorri de canto, já entendendo sobre o que se tratava.

Lauren me olhava atenta enquanto eu conversava no telefone. Linda, estava rodeando a área, me protegendo como uma segurança faria. Como será que ficaria se eu lhe fizesse ciúmes conversando com Dinah?! Ah, estou louca para vê-la sentindo ciúmes de mim.

:. Cheguei sexta. Fiquei hospedada em um hotel na Vila Olímpia.

:. Vila Olímpia, Dinah? Conte-me mais.

Eu sei quem mora na Vila Olimpia, e com certeza não estou falando do namorado alemão de Dinah Jane.

:. Passei sexta e sábado com Normani.

Bingo!

Encaro de relance a gerente do Spar. Ela está atenta em nossa conversa.

:. Estão juntas há quanto tempo?

:. De flerte? Anos. De toque, a mesma que você e a bonitona de olhos verdes transaram. 

Dinah e Normani era o típico casal proibido que se apresenta na novela das nove. As duas se cortejavam há muito tempo. Se a memória não me falhar, desde 2017, especificamente. Me lembro de ir com Dinah em uma confraternização no Ceára em que Kordei a cobria com sua equipe. Sentou-se à nossa mesa e desde então não conseguiu tirar os olhos da minha arquiteta francesa favorita. Eu as via praticamente se despirem com os olhos. É engraçado que dá para perceber a tensão sexual entre duas pessoas mesmo mediante a esforços fora de série. Normani, porque era uma mulher casada. Quando conheceu Dinah, neste evento no Ceára, minha amiga ainda estava solteira. 

:. Uau. — o que vou falar? Parabenizá-la por adultério duplo? —:. E o Helke, seu namorado? E o marido dela, Dinah? Como eles ficam?

Lauren piscando os olhos, toda assustada com o rumo que a conversa tomou, tadinha

Eu tinha vontade de encerrar a ligação apenas para lhe falar:

Sim, meu amor, as pessoas são insanas.

Minha melhor amiga, por exemplo, não era o tipo de pessoa que pula uma cerca para se satisfazer nos braços de outro alguém. Mas se tem uma coisa que aprendi nos últimos sete dias, é que algumas pessoas mudam a cabeça de outras pessoas. Olhe para mim, Lauren. Só estou aqui, na 25 de março, por você, porque quero agradar a sua mãe e criar mais um vínculo que me ligue a ti.

:. Ele agora está na França, mas eu sei que ele tem os casos dele na Alemanha também, não sei dizer se estamos juntos, mas nenhum de nós dois somos inocentes. 

:. 'Tá, mas e ela? Ela sabe o perigo caso alguém da mídia saiba disso? Porque pelo o que eu saiba, o casamento deles dois está bem firme, eles tem dois filhos, Dinah.

Todo o marketing construído com muito suor pela madrinha de Normani seria transformado em poeira caso sua imagem fosse manchada pela mídia. Tanto eu, quanto ela, dependíamos da maneira que as pessoas nos enxergavam através das notícias para contratarem os nossos serviços.

:. Sabe. Nós duas sabemos, mas eu sinceramente não estou me importando mais, me entende, Mila? Estou quase nos quarenta e cinco, ela também. Por que estamos fugindo disso há mais de cinco anos sendo que o nosso tempo é limitado aqui na Terra? Eu quero ela, Camila. Estou enloquecendo por essa mulher. Eu amo os dois filhos dela, sei de suas dificuldades, mas eu não aguento mais esconder isso por mais tempo.

Miro Lauren e a situação que lhe contei mais cedo no elevador.

Eu falava de dinheiro, toda preocupada, enquanto minha amiga falava de um bem ainda mais precioso: o tempo.

:. Você ama ela? — perguntei, engolindo em seco ao levar uma baita lição de moral da minha melhor amiga.

:. Amo. 

Respiro apertado, sentindo culpa. Tudo bem que o tempo que Normani e Dinah tiveram para se conhecerem era diferente do meu com Lauren. Mas meu patamar não era tão diferente assim com a escala da dona da Kordei's Buffet. Por que para ela não importa as consequências que um caso às escondidas traria a sua imagem? O que  seus filhos e familiares pensariam? E os patrocínios que iria perder? O desemprego que causaria? Não é possível que somente eu tenha a mente sã para pensar em todas essas pessoas e na vida miserável que terão que levar até conseguirem outro emprego. 

:. Ainda não decidimos o nosso próximo passo, mas eu quero me mudar para São Paulo, amiga. Quero ficar por aqui, perto dela, para planejarmos o que iremos fazer. Ela é a mulher da minha vida.

— Camila, eu acho que... Ai meu deus do céu, Camila! — Jauregui falava alguma coisa para mim, porém de coração mesmo? Eu sou apenas suspiros invejosos neste momento. Não dei a mínima para o que ela me alertava somente por estar pensativa.

:. Fico feliz por você. — Eu queria tanto saber como Normani atrevessou todos os seus medos para se abrir assim para Dinah. Será que eu teria que esperar cinco anos para conseguir assumir minha sexualidade ao público? Será que Lauren me esperaria até lá? 

— Camila! — Jauregui me tocou, apertando o ombro, mas eu estava tão hipnotizada na coragem de minha amiga e sua amante, mais tão hipnotizada, que acabei não lhe dando muita bola. 

Se o tempo delas na Terra era limitado, isso significava que o meu e o de Lauren também era. Elas não queriam mais desperdiçá-lo. Eu também não queria mais desperdiçar o meu com coisas inúteis e vazias. Com isso, entendi que eu tinha uma lição a aprender com Dinah e Normani nos próximos dias.

"VAI, VAI!!!!"

— Camila, guarda esse celular agora! — tomou o celular da minha mão e eu franzi minhas sobrancelhas, odiando o que tinha acabado de fazer.

Por que estava gritando comigo? A música de fundo estava alta, mas eu ainda conseguia ouvi-la perfeitamente. Clara já estava conosco, caroçou e caroçou a banquinha do conjunto de cozinha, e no final acabou não levando peça alguma. Não era a primeira vez que fazia isso hoje. 

"OLHA O RAPA!!!!!!!!!"

Quando me dou conta, já era tarde demais. Eu estava tão atordoada com as palavras da minha melhor amiga, que sequer reparei que, no momento que Lauren tomou o celular de minhas mãos, um bocado de pessoas já estavam passando correndo entre nós. 

Os ambulantes, eufóricos, pegando suas mercadorias do chão, as enrolando na tenda azul, amarrando-a e, posteriormente, a colocando atrás das costas. Eles corriam em direção divergente das dos policiais. Um piscar de olhos e aquela rua parecia um formigueiro. 

Pessoas suadas correndo, esbarrando em mim, fazendo-me desejar tomar um delicioso banho no cloro assim que chegasse em casa. A caixa de som da loja vizinha tocando uma música que repetia de maneira exaustiva o refrão "Pra, pra, pra, pra, pra, pra, bunda pra lá, bunda pra cá". O meu disfarce se desfazendo, pois no meio da correria, alguém levou o óculos de sol da gerente do spar. Olho para o lado e não vejo ninguém. Logo, me perco de Clara, pois para não ser pisoteada a sangue frio, eu fiz da mesma maneira que havia praticado na rave de Jaçanã: corri no que devia apenas alguns impostos sonegados, corri pela minha vida e para não ser encuralada pelos selvagens. Hoje, de sandália e com uma calçada mais uniforme para fazer de pista, não foi tão difícil assim me esquivar da multidão. Fico impressionada com a agilidade dos ambulantes de embrulhar trinta par de tênis numa sacola e as carregar nas costas. Deveriam estar acostumados com essa confusão toda. Era a minha segunda vez nela e eu confesso ter sido muito mais ligeira agora do que da última vez. 

— Lauren?! — só após entrar dentro de uma loja de calcinhas e sutiã qualquer que estava fechando as portas por conta da correria, que eu percebi que eu estava sem Lauren, sem celular, e pior, sem dinheiro. — Lauren?! — eu estava mais segura ali dentro do que lá fora, com a tropa de choque e seus cavalos fazendo a limpa nos comércios ilegais do centro, mas como eu poderia continuar sem dinheiro e sem Lauren no centro de São Paulo? Se eu me perdesse dessa mulher nas condições que ela me deixou, poderia me considerar a mais nova sem teto da capital paulistana.

De peito estufado e pronta para achar a mulher de olhos verdes, peço para a atendente da loja abrir a portinha de metal. Voltei a rua caótica, em busca de Lauren e Clara Jauregui. Neste instante, a rua toda estava livre, sem ambulantes e policiais, apenas centenas de rostos assustados devido a forma rápida e rude que toda aquela operação se sucedeu. 

Eu vi crianças, vi bebes de colo com seus devidos pais fazendo compras minutos antes de tudo aquilo acontecer. Fico me perguntando, enquanto caminho de calçada em calçada procurando pela minha Lauren, se nenhuma dessas crianças ficaram feridas durante o corre-corre. Sei que soa como total falta de responsabilidade dos pais trazerem-nas para um local como este, mas aos poucos estou entendendo que, para algumas pessoas, esta é sua única opção de comprar algo para seus filhos sem necessidade de gastar com babá ou outra passagem caso as roupinhas não a sirvam, tendo em vista o dinheiro limitado que essas pessoas possuem.

— Camila!

A voz rouca com leves resquísios de preocupação me acendeu por inteira. Lauren estava me chamando pelo nome. Começo a olhar para os lados em busca da região que a minha voz favorita proferia. Após a operação policial, os sons foram momentaneamente desligados, o que me possibilitava ouvi-la melhor.

Ao me virar para trás, dou de cara com seu semblante aflito, suas bochechas coradas pelo calor e corrida, estava boquiaberta, suspirando. 

Me abraçou com tanto desespero, que eu juro que senti sua saudade e medo antes mesmo de ouvir as batidas descompassadas de seu coração se fazerem audíveis durante o abraço.

— Por favor, me perdoe por isso. — segurou meu rosto com as duas mãos. Provavelmente tinha deixado as cinco sacolas com Clara. — Você está bem, Camz? Se machucou?

"O nosso tempo é limitado aqui na Terra". Essas palavras martelavam a minha mente e só pararam de martelar quando eu ouvi Lauren me chamar por um apelido diferente. Meu coração ficou todo bobo quando ela me chamou assim. Sinto que estou sorrindo, desmoronando após tamanha surpresa.

— Eu estou bem, e você e sua mãe? 

— Estamos bem!

Ela me segurou pelos ombros, olhou dentro dos meus olhos e depois me abraçou toda sentimental, me pedindo desculpas por ter me trazido neste lugar. O que Lauren provavelmente  não sabia, era que, se fosse para ser recebida por ela dessa forma, além de ganhar um apelido hiper carinhoso, eu reprisaria este dia quantas vezes fossem necessárias. 

— Não precisa se desculpar. Eu estou feliz em revê-la. Por favor, não me solte mais.

— Eu não vou te soltar. — cortou o nosso abraço para falar aquilo me olhando nos olhos. — Não vou te soltar, prometo. 

Segurei minha vontade de selar aquela promessa com um beijo, pois logo em seguida vi Clara caminhando em nossa direção. 

Eu queria pedir para Lauren me chamar daquele apelido de novo. Queria degustá-lo com calma, sabendo que havia o criado apenas para mim.

Porém, querer não é poder.

Logo, de cortesia, o meu karma me concedeu mais quarenta minutos de compras naquele lugar lotado, sem contar a poluição sonora que estava acabando com os meus tímpanos. Estava sem óculos e no final das contas acabei tirando a blusa de moletom e amarrando-a na cintura devido ao calor. Quem quisesse bater uma foto de Karla Duarte na 25, poderia. Eu estava tão cansada por dentro, mais tão cansada, que confesso que estava mais disposta a debater com Keana sobre minha sexualidade do que continuar por mais quinze minutos nesse caldeirão, correndo o risco de me perder e ser sufocada durante um arrastão ou operação policial.

— Que carinha é essa, hm?

Lauren sabia como me despertar um sorriso. De repente, tinha adivinhado que eu gostava de ser tratada com mais cuidado. Eu ficava toda boba quando ela fala assim comigo.

— Do que está falando? Estou ótima.. — bocejei. Era a primeira vez que sair para fazer compras me deixava com sono.

— Estou vendo você aí... até bocejando está.

— Isso não foi um bocejo. — ela acha que eu sou fraca? Pois eu vou mostrar que não.

— Se isso servir de incentivo, enquanto você ajudava a minha mãe a escolher os vestidos dela, eu fui comprar uma coisa para a nossa noite.

Pronto, bastou falar aquelas palavras mágicas em um tom divergente do que aquele que eu estava acostumada a acompanhar, que o meu corpo entrou em estado de alerta.

— O quê? – meus olhos deslizando por todo o seu corpo. Lauren viera de blusa regata preta, calça jeans e tênis. Seus braços tatuados à mostra tanto quanto seus ombros, dado que seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo.

— Eu comprei um conjunto vermelho de renda para você...

Safada... ela sabia como eu adorava os conjuntos rendados. Peças tão inúteis, pois mesmo com elas, eu conseguia ver tudo que eu queria. Eu adorava essas peças desnecessárias. Sentia vontade de tirá-las com a boca. Meu coração pulsando, meu sangue fervendo por dentro. Estávamos dentro de uma loja. Minha vontade naquele meio tempo era de puxar Lauren para qualquer um desses provadores e dar uma rapidinha apenas para descontar essa excitação precoce que ela me causou apenas por me falar o que iria vestir para mim nessa noite.

— Eu vou tirar ele com a boca... – sussurrei de volta, cheia de malícia enquanto encarava-a. — E depois vou te chupar inteira... — eu assisti de camarote o poder das minhas palavras sob o corpo da menor. Ela trepidou, fechando os olhos com força logo após.

— Okay...

— "Okay"? Foi você quem começou, Lauren... — com minha mão livre, acariciei sem muito alarde a cintura dela, a chamando para mim, mostrando a ela como eu estava com saudades de nós duas e o quanto eu a ansiava independente do momento e lugar.

— Não me provoque aqui. — umedeceu o lábio inferior, olhando preocupada para os lados a fim de checar se nenhuma atendente estava se dando conta do que estava acontecendo na região onde nós duas nos mantínhamos, a espera de Clara.

— Eu te provoco aonde eu quiser. Você é minha.

Lauren me fitou rapidamente. Sei o significado de seus olhos surpresos, onde não piscava enquanto olhava para mim. Se ela pensa que eu vou me desculpar, reformulando minha frase, ela está completamente errada.

— É isso mesmo que você ouviu. — prossegui, tranquila. — Aonde eu quiser, quando eu quiser, porque você é minha.

Então ela sorriu toda nervosa, excitada, sua respiração estava minimamente mais ofegante do que cinco segundos antes de eu pronunciar que ela era minha mulher.

— Voltei. Acabei não comprando o vestido, não gostei do preço e a vendedora me negou desconto. Tem alguém aí com fome?

Lauren sacudiu que sim a cabeça enquanto eu particularmente me alimentava de toda a sua tensão. Era tão radiante e delicada, que fazia sentir vontade de possui-la ali mesmo, mostrar a ela o quão linda e maravilhosa era.

Pensei que pelo menos no horário de almoço fôssemos escolher um restaurante no mínimo regularizado pela secretaria da saúde, que contesse saneamento básico, mas nem isso eu tive direito.

Lauren me contou durante o caminho que este era o restaurante que sempre comiam quando vinham para cá e que Clara estava ansiosa para eu provar um de seus pratos favoritos.

Mas como eu posso explicar o motivo do meu impasse?

Por exemplo, o rapaz que nos atendeu assim que conseguimos achar um lugarzinho vazio, ele espirrou, limpou o nariz com a mão sem luva e me passou, com a mesma mão, aquele cardápio caindo aos pedaços e agora cheio de germes e meleca.

Há rachaduras no teto e infiltração em algumas paredes.

Se isso não for o bastante, o homem que está na cozinha tem os pelos do peitoral estufados para fora da camiseta com gola de botões e aquilo me deixou com um nojo profundo, visto que ele estava suando naquele fogão, e vez ou outra passava a mão, TAMBÉM SEM LUVA, pela testa para secar as gotas de suor. Depois, ele voltava a fritar na chapa as misturas pedidas pelos clientes antes mesmo de lavar as mãos.

— Lauren, sem condição alguma. — me viro para ela enjoada, quase vomitando, que ainda estava a escolher seu prato no cardápio. E como eu tinha sorte, a cadeira que eu estava sentada vez ou outra rangia os pés. Logo, logo sinto que eu estava prestes a provar o meu segundo tombo do dia. — Me diz se esse estabelecimento tem alvará para se manter aberto que eu penso de pedir uma água tônica!

— Camila, por favor...

— "Por favor" nada! Olha que nojento aquele cozinheiro ali fritando o peito de frango, olha! — aproveitando que Dona Clara tinha ido no banheiro lavar as mãos, eu apontei sem nenhuma discrição para ele. — Ele nem precisa temperar a carne porque o suor dele tá caindo todo na chapa e temperando naturalmente o frango!

— Ai, Camila, que nojo... — caiu na gargalhada.

— Lauren, isso não tem graça! Eu não vou comer nada daqui. E se vocês duas não forem embora após almoçarem aqui, fique sabendo que eu vou!

— Minha mãe veio o caminho todo querendo te apresentar a comida daqui...

— Você não pode me falar isso, Lauren..

— Mas é a verdade.

Será que valia a pena?

— Não! — sacudi mãos e cabeça. — Lauren, é muita humilhação. Eu só tô pedindo higiene, ok? Não é nada demais. Aquilo dali. — apontei para o garçom que tinha o nariz escorrendo em 80% do tempo que atendia os clientes. — Aquilo dali, Lauren, é nojento pra caralho, me ouviu?

— Eu a convenço de ir embora depois daqui se você comer o que ela pediu.

— Eu não vou comer aqui. Sem chances. — empinei meu nariz e dessa vez com razão.

— Não quer reatar a amizade com a minha mãe?

Continuei em silêncio, de olhos fechados e nariz apontado para cima. Nada iria me fazer colocar um grão sequer de arroz desse restaurante na minha boca. Gravem bem. Nada!

— E por mim, hm? Posso te recompensar à noite... — ela está proferindo as palavras no que arrasta, propositalmente, as frases. — Fazendo uma massagem bem gostosa no seu corpo, usando o conjunto que eu comprei para você. — eu senti esse contragolpe bem no meio das minhas pernas. Fiquei cheia de tesão apenas visualizando o que iríamos fazer mais tarde.

— Lauren... — soltei meu sorriso de canto. Adorava quando ela me provocava toda a safada às custas de algo que queria muito.

— Me responda.

Se eu pedisse uma saladinha eu já  alcançaria os dois objetivos sem muito esforço, né?

— Tudo bem. Mas eu quem vou escolher o tipo de massagem que quero, fechado?

Retribuiu meu sorriso malicioso, onde suas bochechas foram ruborizando.

— Certo...

Clara voltou, me presenteou com um brinco banhado a "ouro" e disse que adorou minha companhia. Fiquei tão feliz com as palavras dela, mais tão feliz, que acabei pedindo o mesmo prato que ela e Lauren pediram.

Comi arroz, feijão, batata frita e "bife a cavalo" com salada. Durante o preparo, fiz questão de me encontrar brevemente com o dono do restaurante. Eu estava sem filtro, sem óculos e moletom, porém não fui reconhecida pelo rapaz. Contei para ele o que vi e ameacei denunciar o local. Minutos depois, prontamente enxerguei resultados ao, após me sentar novamente à mesa, ver todos funcionários do estabelecimento usando luvas e toucas. Felizmente, o rapaz que temperava a carne com suor e sofrimento passou a usar sal grosso, junto com um ventiladorzinho perto do fogão. Comemos, agradeci o presente de Clara e como cortesia, paguei o nosso almoço, deixando Clara extremamente satisfeita.

Da 25, eu não comprei nada. Não comprei porque sei as pessoas que visitam a minha casa, e tenho noção que eles, assim como eu, julgam os móveis e objetos baratos cujo podem ser encontrados com facilidade pela residência.

Deve ser desconexo de um lado avistar um quatro caríssimo, adquirido em um leilão à quarenta mil dólares, e do outro, um porta trecos, por apenas dois reais, comprado em uma banquinha qualquer.

Clara não me deixou pagar o seu uber até o Jaçanã, mas ao final, me cumprimentou com dois beijos e disse que irá me chamar de novo das próximas vezes que for fazer compra. Lauren não tinha tanta paciência para ajudá-la a escolher o vestido florido perfeito. Eu também não tinha, mas precisava reconquistá-la, então fazia como se tivesse.

Por minha vez, voltei com Lauren de uber para Jabaquara.

Estava ansiosa por esse momento. Ela me provocou parte da tarde e eu queria fazer valer todos os meus esforços.

Seria uma noite memorável.

Uma noite que ela nunca iria esquecer.

.
.
.

Lauren Jauregui

Estava passando creme nas pernas, me preparando para satisfazer Camila.

O sobrado que tinha comprado em Jabaquara era muito mais luxuoso e grande que sua casa no condomínio em Alphaville. Para quem iria passar apenas uma noite nele, ela tinha exagerado. Uma casa com três cômodos estaria de bom tamanho para um pessoa comum. Repito, uma pessoa comum com alto poder aquisitivo. Assim que repiti em pensamentos,  eu parei, pensei e me lembrei que estava falando de Karla Duarte. Entendido isso, tudo que envolvia seu nome precisava remeter grandiosidade, exagero. É disso que ela gosta e sempre gostou. Não vou condená-la pela sua essência.

Eu estava tão ansiosa para essa noite. Ela veio sussurrando e digitando besteiras na nossa conversa por celular o caminho todo da 25 de março até aqui. Me sinto pegando fogo e a cada instante que passo creme nas minhas pernas, ficando ainda mais cheirosa e macia para os seus toques, mais excitada eu me mantenho.

Será que tinha comprado algum brinquedo? Será que iria propor algo diferente hoje?

Eu usava o conjunto vermelho rendado que prometi ter comprado. Meu sutiã era sem bojo e a renda deixava à mostra meus mamilos. Minha calcinha com uma depilação cavada, do jeito que ela mais gostava de sentir. Além do conjunto, aproveitei a espera do uber para comprar os produtos cujo usaria para massageá-la.

O que será que iria pedir? Uma massagem tântrica? Afinal de contas, o que iríamos fazer para estreiar a nossa nova casa?

Para não deixar a dúvida me consumir, abri a porta do banheiro após ter obrigado-a a tomar banho em banheiros separados.

Sai umedecendo meu lábio inferior, meu corpo em chamas, ansiosa para receber seu olhar de cortejo e todas aquelas palavras que me escreveu por mensagem enquanto eu me mantinha ao seu lado, no banco traseiro do uber, sendo provocada.

Ao contrário de tudo que eu imaginava, o que recebo ao chegar mais perto da nossa cama é uma Camila completamente desacordada, cansada, dormindo de chinelo e tudo em cima da cama, sem roupa.

— Ah, meu deus, Duarte... — sorri toda boba para a cena, negando a cabeça.

Como eu não tinha muitas alternativas, coloquei os produtos no chão, caçei um edredom bem quentinho no enorme guarda-roupa preto e a cobri.

Tirei meu conjunto, me deitei junto a ela e, a exemplo do que fez mais cedo, a envolvi obrigatoriamente em uma conchinha, engolindo minha excitação e ansiedade, e aproveitando ao máximo desses momentos mais íntimos cujo não se caracterizavam meramente com o sexo casual.

🤍🤍🤍🤍🤍

como fomos?!!!!

Espero q tenham gostado! Não se esqueçam de votar!

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