Certo dia eu cheguei em casa animado para contar a Sue a grande notícia: eu ia viajar para Milão no dia seguinte para ir ao casamento do meu melhor amigo, Diego. Eu mal podia esperar para compartilhar essa experiência com ela e sentir a sua alegria junto comigo.
Mas antes que eu pudesse fazer algo, recebi uma mensagem dela. "Precisamos conversar". O meu coração afundou. Eu sabia que essas duas palavras nunca eram um bom sinal. Nós nos conectamos pelo Skype e eu podia sentir a tensão no ar antes mesmo de ela começar a falar.
-Oiii, amor, tudo bem? - Eu perguntei, tentando esconder a ansiedade.
-Oi, Andrew. Precisamos conversar - Ela disse com uma voz triste.
-Claro. O que aconteceu? - Eu perguntei, mas já temia a resposta.
-É difícil de dizer... - Ela começou a explicar.
-Podes dizer, confia em mim - Eu disse, tentando acalmar ela e a mim mesmo.
-Andrew, eu gosto muito de ti, mas eu não sinto mais o mesmo amor que sentia antes - Ela finalmente confessou.
O meu coração afundou. Eu mal conseguia respirar. Eu sabia que isso era possível, que relacionamentos podiam acabar, mas eu nunca achei que isso aconteceria connosco.
-Eu entendo, Sue... Eu só... Eu só não sei o que fazer agora - Eu disse, me sentindo perdido.
-Eu sei que é difícil, Andrew... eu também não sei o que dizer, eu sinto muito.
Não havia muito mais a conversar, até porque estava um clima tenso, então desligamos a chamada. Eu sabia que não podia impedir o fim do relacionamento, mas isso não me impedia de sentir a dor da perda e por isso não tentei fazê-la continuar a namorar comigo. Porque mesmo que ela continuasse, ela o faria por pena e não por sentir o mesmo que eu, então de que me valeria isso? Seria eu realmente feliz? Soltei o que sentia dentro de mim e que não quis demonstrar á Sue e recebi uma nova mensagem: "Posso só voltar a ligar pra dizer algo?" Eu disse: "Ok" e voltei a fingir que estava tudo bem comigo:
-Eu sei que o que vou perguntar não é fácil, Andrew... Mas eu espero que possamos ser amigos - Ela disse
Eu não sabia se conseguiria ser amigo dela, mas eu sabia que não queria perdê-la completamente.
- Tudo bem, Sue. Nós podemos tentar.
Eu sei que eu tinha o meu coração partido a 2 dias de ir para um casamento, mas eu não a odiava, não tinha rancor pela Sue. Ela não tinha culpa de não sentir mais o mesmo que eu e parte de mim ainda tinha esperança que lá na frente ela talvez visse que estava errada em ter terminado comigo, que eu a poderia fazer feliz e voltasse atrás na decisão. Independentemente do que ia acontecer, ia ser uma viagem muito difícil, aonde eu teria que usar das minhas habilidades de ator pra parecer que estava tudo bem.