Vogelfrei | Livro 02 - Trilog...

Par JulianaSouza655

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Qual é o preço de ser livre? Tecnicamente deveríamos ser livres de graça, não? Mas, infelizmente, muitos vive... Plus

Sinopse
Personagens
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Bônus Um - Murilo & Sandro
Capítulo Treze
Bônus Dois - Murilo & Sandro
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Livro Físico Maktub
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Bônus Três - Murilo & Sandro
Bônus Quatro - Murilo & Sandro
Bônus Cinco - Murilo & Sandro
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Bônus Seis - Murilo & Sandro
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Bônus Sete - Murilo & Sandro
Bônus Oito - Murilo & Sandro
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Bônus Nove - Murilo & Sandro
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois

Capítulo Vinte e Seis

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Par JulianaSouza655

Matias Fonseca

Fazia anos que eu não sentia essa sensação tão boa e prazerosa que é abraçar o meu pai. É duro e doloroso lembrar da última vez que nos abraçamos dessa forma... com amor. Porém, maior que a tristeza é a minha felicidade em o ter em meus braços. Poder sentir a rigidez de seus braços, o calor de seu abraço, a proteção e carinho que esse gesto transmite. É surreal!

- Eu te amo, me perdoa. - É isso que ele sussurra em meu ouvido e eu paraliso por um instante.

Seus braços me apertam e ouço o barulho de seu choro, o que é uma enorme surpresa para mim. Meu pai está chorando abraçado a mim, dizendo que me ama e me pedindo perdão. E isso não é um sonho, eu sei que é a realidade, porém parece tão louco.

Eu sempre sonhei com esse momento, quando o meu verdadeiro pai voltaria para mim, mas depois de alguns anos eu achei que isso seria impossível. Mas veja onde estamos... está finalmente acontecendo e não tenho ideia de como reagir, do que dizer. Sinto meus olhos cheios e as lágrimas não demoram a se derramar por minha face. Meu peito está cheio, meu coração bate em uma frequência rápida, há um frio em meu estômago, é uma situação em que me sinto totalmente extasiado.

Ele voltou para mim.

Fecho meus olhos e afundo meu rosto em seu peito, fungando ao me sentir tão acolhido nesse abraço. É o meu pai, ele está vivo, ele foi me salvar, ele novamente está aqui por mim. E ele me ama. Ele me ama!

- Você é o meu bem mais precioso, perdão por tudo que fiz e falei nos últimos anos. Não há um só dia que não me arrependa de tudo e sei que vou carregar essa culpa até minha morte. Você não merecia nada disso. - Sua voz soa rouca e extremamente embargada pelo choro.

Sou afastado de seus braços e suas mãos pegam meu rosto, fazendo meus olhos se cruzar com os seus, que são idênticos aos meus.

- Eu fui a pior pessoa do mundo com você, mas prometo que a partir de hoje vou fazer tudo que tiver ao meu alcance para ser o melhor pai do mundo a você, aquele que você sempre mereceu. - Ele diz e sinto a sinceridade em suas palavras, seus olhos não o deixam mentir. Eu vejo que finalmente tenho meu pai comigo, após longos e tristes anos.

- Está tudo bem, pai. Eu estou feliz apenas por ter o senhor vivo e me abraçando - respondo, sincero.

Seus olhos me analisam e vejo mais lágrimas caindo de seus olhos. Ele balança a cabeça em negação e então volta a me abraçar com força.

- Eu não mereço ter um filho como você, mas juro que serei diferente. Meu maior objetivo será te manter seguro e feliz. Você nunca mais sairá dos meus braços.

Sorrio ao ouvir suas palavras, pois é exatamente isso que eu quero. Estar para sempre em seus braços acolhedores. Aqueles que me abraçavam sempre que eu estava triste, feliz ou apenas para me fazer sentir sua presença.

[...]

Caminho pelos corredores do hospital empurrando uma cadeira de rodas enquanto ouço os resmungos do meu pai, ele insistiu em ver Ícaro e mesmo sem entender muito bem eu estou o guiando até o quarto do meu namorado. Ok, nos parecemos acertados, mas ainda não sei realmente como reagir, principalmente com relação ao meu namoro. Levando em consideração que foi o fato de eu ser gay que me levou a toda essa situação com meu pai.

Para o meu alívio Sandro está ao nosso lado e por algum motivo desconhecido por mim sorri. Faço uma careta, suspirando e enfim chegamos ao quarto em que meu namorado e provavelmente sua família está. Respiro fundo e bato na porta antes de abrir. Me sinto extremamente nervoso, por isso junto minhas mãos ao entrar, para que ninguém note o quanto elas estão trêmulas

Meus olhos pousam primeiramente em Ricardo, que está sentado na poltrona do quarto com um notebook no colo e alguns papéis em mãos, provavelmente trabalhando. Ele sorri ao me ver, mas logo volta atenção ao PC. E então meus olhos vão até à cama hospitalar onde Ícaro está parcialmente sentado. Ele tem um livro em mãos que logo é abandonado ao me notar. Seu sorriso é uma das coisas mais lindas que já vi na vida e não canso de admirar.

- Estava com saudades, formiguinha. - Ele diz com humor e abre seus braços para mim, o qual vou sem demora.

- Eu realmente não sei de onde vocês arrumam esses apelidos... já me basta seu irmão sendo chamado de almofadinha - Ricardo reclama em um suspiro e não posso deixar de rir.

Fecho meus olhos quando sinto os braços de Ícaro ao meu redor e não deixo de me arrepiar quando seus lábios deixam um selinho em meu pescoço. O abraço com extremo cuidado, tendo medo de ferir ele de alguma forma. Só fazem alguns dias desde a cirurgia e sua recuperação está sendo lenta, mas boa.

- Tem uma pessoa querendo te ver - falo ao me afastar dele, entrelaçando sua mão na minha.

- Quem? Sua mão está gelada, o que foi? - Ele questiona e sorrio minimamente.

Viro meu rosto em direção a porta que ainda está aberta.

- Podem entrar - aviso e não demora para meu pai entrar na cadeira de rodas, sendo empurrado por Sandro.

Involuntariamente aperto a mão de Ícaro que está na minha e me sento na beirada da cama, sentindo um pouco de fraqueza em minhas pernas. Ricardo para automaticamente o que está fazendo e presta atenção na cena prestes a se desenvolver.

É agora. Essa é a prova de fogo, não?

- Vejo que seguiu meu conselho - ouço meu pai dizer em direção a Matias e ergo uma sobrancelha, não entendendo.

- Como assim? - pergunto, alternando meu olhar entre os dois.

Ícaro solta um suspiro e então me olha como um filhote que caiu da mudança.

- Não fica bravo, tá? Promete? - meu namorado pergunta e não gosto disso.

- O que você fez, Ícaro? - pergunto, sério e ele resmunga algo inaudível.

- Não queria realizar a cirurgia... pronto, falei! - Ricardo entrega e olho para meu namorado com os olhos sérios.

- Pai! - Ícaro reclama e não me olha. - Porra, você queria o quê? Foi logo depois do sequestro, tive medo de morrer e nunca mais te ver. - Ele diz e meu coração se aperta somente de ouvir essa possibilidade.

- E achou que não fazer a cirurgia que ia te garantir permanecer vivo era a solução? - pergunto, bravo.

- Sim, ele achou. Mas Uriel deu um jeito... como sempre. - Ricardo novamente é quem responde, tendo um sorriso no rosto.

- Pois é, aquele pestinha foi até o seu pai e pediu para ele falar comigo - Ícaro diz, contrariado.

E isso me pega totalmente de surpresa, tanto que olho para o meu pai buscando uma resposta.

- Eu sabia que ele é importante para você e tinha certeza que te encontraria em breve. Então seu amigo me pediu e eu vim, ele é seu namorado, não? - Ele diz e meu coração dá uma pequena parada em meu peito.

- Pai...

- Eu fui um escroto com você, Matias. Já te pedi perdão, mas farei isso pelo resto dos meus dias. Eu quero te ver feliz e sei que esse garoto faz parte dessa felicidade. Então eu desejo que dê tudo certo no namoro de vocês, pois tem a minha benção a partir de hoje. Na verdade, já aceitei no dia em que vim pedir a esse idiota que fizesse a cirurgia e se mantivesse vivo para te encontrar - meu pai diz e não consigo conter as lágrimas que se acumulam em meus olhos.

- Obrigado, pai - falo em um sussurro, mas há um sorriso enorme em meu rosto.

- Mas vou deixar bem claro que se machucar meu filho, você está muito ferrado. Eu tenho uma arma e sei muito bem usá-la. Então espero que faça meu filho feliz e cuide dele como seu bem mais precioso... é só isso que eu peço.

- Então eu já posso entrar na sua casa pela porta da frente? - Ícaro pergunta, tendo um pequeno sorriso no rosto.

- Pode, garoto.

- Almoço no domingo em família?

- Sim.

- Dormir com meu namorado? - Ele arrisca e vejo o momento em que meu pai poderia facilmente pular da cadeira e lhe dar um mata leão.

- Se quiser deixar esse mundo mais cedo... fica a seu critério - meu pai diz e dá de ombros, olhando para Ícaro com o olhar mais mortal que existe.

- Eu bem disse isso, não adiantou nada... aquele playboyzinho ainda me paga por ter se aproveitado do meu pequeno - Ricardo resmunga e não é difícil saber de quem ele está falando.

Prendo meus lábios para não rir e enxugo as lágrimas dos meus olhos.

- Agora vou indo, espero que se recupere bem. Vou te esperar em casa para uma conversa de homem pra homem - meu pai diz por fim e Sandro se prepara para levá-lo. E não posso deixar de reparar no sorriso que ele carrega no rosto. Sei que ele está muito feliz por mim.

- Boa recuperação também, sogrão - Ícaro provoca e vejo meu pai quase soltar um rosnado.

- Repete isso de novo e repenso toda a história de te deixar entrar na minha casa. - Ele avisa, apontando para Ícaro, que levanta as mãos em rendição.

- Para com isso, Murilo. Ele só está brincando com sua cara... são crianças - Sandro alerta meu pai, começando a sair  do quarto.

- Crianças, até parece! - meu pai sai resmungando.

- Vou pegar um café - meu sogro avisa e sai em seguida, fechando a porta, nos deixando à sós.

O silêncio se faz presente no quarto e me viro de frente para Ícaro, sorrindo ao vê-lo tão pertinho de mim. Meu coração parece que vai explodir em meu peito, tamanha felicidade que sinto nesse momento.

Meu pai está bem.

Meu pai disse que me ama.

Meu pai me pediu perdão.

Meu pai apoia meu namoro.

Meu pai foi o responsável por convencer Ícaro a fazer a cirurgia.

Meu namorado está bem e saudável na medida do possível.

Eu posso pedir mais que isso?

- Está feliz? - A pergunta de Ícaro me faz dar voz a tudo o que estou sentindo.

- Sim! Amor, isso é tão bom... acho que nunca me senti assim - respondo e sinto novas lágrimas caindo por meu rosto.

Ícaro segura minhas mãos nas suas e sinto uma leve caricia em meus dedos, me passando conforto e afirmando que ele está aqui comigo.

- Por anos eu esperei para escutar novamente meu pai dizer que me ama. Mas não é só isso. Parece um sonho, sabe? Um sonho muito bom depois de um pesadelo terrível - falo com a voz embargada. Mas apesar do choro, há um sorriso em minha boca.

- Você merece isso, formiguinha. Merece tudo de melhor nessa vida. - Ele diz, olhando profundamente em meus olhos.

- Você também, amor. E eu estou feliz por isso também. Vejo o quanto sua relação com seu pai melhorou e agora você está bem, não tenho mais medo de perder você para essa doença - falo e mordo meu lábios, contendo uma careta.

- Você não vai me perder... terá que me aguentar por longos anos ainda. Nossa história está apenas começando, anjo. - Ele diz e gosto do que escuto.

Porque sim, nós ainda temos muito pela frente. Nossas vidas eram extremamente complicadas, mas em meio ao caos conseguimos nos encontrar, dar as mãos e vencer os obstáculos. Agora podemos finalmente aproveitar... ser livres para viver esse amor com todo o nosso ser.

- Eu te amo - declaro e sinto meu coração ficar mais leve. Dizer essas palavras em voz alta depois de todo aquele caos é maravilhoso.

- E eu amo você com todo o meu humilde coração - Ícaro declara e sorri, me puxando igual um imã até ele.

E para selar essa nova fase em nossas vidas, deixo que minha boca se encaixe na sua com delicadeza, deslizando meus lábios pelos seus, provando nesse gesto que estamos um pelo outro em qualquer situação.

➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️➖️

Voltei!!!

Gostaram??? Agora as coisas vão dar uma acalmada... eu espero. 🤭

Bjus da Juh 😘 😘

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