Malfoy estava jogado em uma das cadeiras da biblioteca olhando para o teto tedioso, juntamente de Madame Pince que aguardava batendo o pé no chão em raiva.
A porta da biblioteca se abre, revelando o garoto atrasado que estava todo desarrumado, cambaleando levemente com sua feição cansada.
-Desculpe-me o atraso, Madame Pince.- alega o moreno.
-Deixarei passar desta vez Sr.Potter, mas que não se repita.- responde a senhora. -Quero que vocês organizem sem pilhas correspondentes por ordem de capítulo, SEM o uso de magia.
A senhora aponta para uma montanha de livros bagunçados sobre uma mesa empoeirada, isso seria uma tortura para ambos.
-Retornarei as 00:00 para verificar, e espero que todos estes livros estajam alinhados corretamente.- a mulher diz andando até a porte de saída fechando-a.
Os garotos vão na direção dos inúmeros livros misturados, querendo amaldiçoar a bibliotecaria.
-O que aconteceu, Potter?- Malfoy quebra o silêncio entre os garotos.
-Nada.- responde apalpando os livros.
-Você está bem?- o loiro perguntando insistindo uma resposta.
-Apenas empilhe os livros Malfoy, pare de me fazer perguntas.- ordena o moreno friamente, fazendo o loiro se aborrecer.
-Por Merlin, eu estou farto de brigas entre nós Harry.- pronuncia se aproximando do moreno abatido. -Só quero saber se você está bem..
-Harry..?- questiona o garoto olhando para os olhos de Draco.
-Certo, estou farto das nossas brigas Potter.- reafirma Malfoy desviando o olhar baixo para os livros.
-Eu cai em uma armadilha na volta a Hogwarts, por isso estou assim Draco.- confessa Harry ainda olhando para Draco.
-Ele te machucou? Você está ferido?- Malfoy se exalta com a revelação do moreno, começando a olhar todo o seu corpo segurando seus antebraços gentilmente.
-Não, ele não fez nada para mim. Eu apenas machuquei a minha perna denovo.- fala apertando sua perna esquerda. -Mas 'Mione já resolveu isso. Acho que ele só quer me assustar.
-Maldito Carrow. Não saia mais sem mim 'Testa Rachada',- diz dando um peteleco na testa do moreno. -até aquele desgraçado estar em Azkaban.
-Ai, pra que isso?- deposita os dedos na testa acariciando o local. -Eu não preciso de um loiro oxigenado como guarda-costas, muito obrigado.
-Foda-se, não saia sem mim.- Malfoy ordena fanzindo as sombrancelhas em raiva, voltando a atenção aos livros.
-Fica difícil saber se isso é precaução ou paixão reprimada.- Harry decide descontrair provacando o mais alto.
-Isso eu deixo para você adivinhar.- Malfoy se vira para Harry deixando uma picadinha.
-Nunca gostei de adivinhações, mas essa eu tentarei com muito prazer.- Potter aproxima-se do pescoço do outro, sussurando em seu ouvido. Logo em seguida pegando a pilha de livros arrumados levando para a mesa ao lado.
Malfoy arrepia violentamente com o rosto quente pela ação de Harry, querendo saber até aonde essa noite poderia ir.
-Flertando comigo em uma biblioteca vazia, Potter? Onde você quer chegar?- se vira esgueirando-se na mesa apoiando os braços, assim podendo fitar o moreno.
-Achei muito convencido da sua parte achar que estou flertando com você.- responde olhando o garoto de canto de olho.
Malfoy encara Harry com uma sombrancelha erguida e um sorrido malandro.
-Se você insiste,- Harry vira completamente para o garoto com as mãos nos bolsos. -tanto que eu flerte com você, quem sou eu para rejeitar os pedidos do 'principe da Sonserina'.
Harry tinha um sorrido de pura malícia, secando o loiro de cima somente em provocação. Fica animado ao perceber que Malfoy estava corado com isso, percebendo que isso poderia ser melhor do que perecia.
-Não acredito que está tão envergonhado com um único comentário, Draco.
-Fique quieto Potter, termine de arrumar os livro.- Draco ordena desconcertado com um rubor crescente em suas bochechas.
Assim eles fizeram, continuaram empilhando os livros em meio a olhares discretos e sorissos disfarçados. O horário era 11:30 da noite e todos os livros foram organizadamente separados.
-Meu Merlin, finalmente acabou.- Harry se esparramou numa cadeira de madeira.
-Eu só quero dormir.- completa Draco.
Ambos os garotos saem da biblioteca cansados, indo em direção a suas comunais até um deles quebrar o silêncio.
-Ainda não respondeu aquela minha pergunta, Harry.- Malfoy pergunta olhando para o outro de canto de olhos, ainda andando.
-Que pergunta?
-Por que aquele dia você estava olhando para o meu zíper da calça?
O rosto de Harry nunca esteve tão vermelho e quente como agora, qualquer um que visse acharia que estava doente ou prestes a pegar fogo. Não sabia como explicar tal ação, e dessa vez sabia que não poderia escapar.
-E-eu não sei, não é difícil reparar.- vira a cara na direção contraria ao loiro.
-Concordo, se você estiver olhando para as calças da pessoa.- um sorriso toma os seus lábios -Por que estava olhando as minhas calças, Potter? Gostou do que viu?
-Cale-se Malfoy, pare de me infernizar.- resmunga envergonhado.
-Não precisa se envergonhar por sentir-se atraído por mim 'Cicatriz', quem não se sente?- responde entre risadas convencidas.
-Você é impossível, Draco.- fala retirando os óculos para esfregar os olhos.
Eles chegam a bifurcação onde se separam, corações pulsando fortemente com sorrisos bobos no rosto, até que as detenções não são tão ruins assim.
Sábado, setembro de 19**.
Harry on
Estou em Hogsmead com Ron e 'Mione na praça central. Ron esta reclamando sobre a aula de História da Magia e o quão tediosa ela era e eu concordava com ele, mas 'Mione nos dizia o quão importante 'blá blá blá', sinceramente não dei ouvidos para isso.
-Olha só, doces trouxas!- 'Mione aponta para uma pequena barraquinha do canto da praça, com uma jovem senhorita organizando-os.
-Meu Merlin, a tempos que não como esses pirulitos que explodem na boca.- revelo acompanhando Hermione indo na direção da barraquinha.
-Pirulitos que explodem na boca? Isso realmente é um doce trouxa?- Ron não tinha praticamente nenhum conhecimento trouxa, então estava o tempo todo confuso.
Nos aproximamos e notamos a quantidade de doces vindos das lojas de Londres, dos bolinhos de chocolate até as balas de menta.
-Olá meninos, gostariam de comprar algo? Temos de tudo e mais um pouco!- a senhorita percebe a nossa presença.
-O que você vai pegar Harry?- a garota me pergunta.
-Acho que vou querer os pirulitos que explodem na boca e chicletes em fita.- respondo Hermione já fazendo o meu pedido.
-Ótima escolha rapaz, parece que sabe sobre doces trouxas.- a mulher diz com um saquinho marrom em mãos, depositando os doces pedidos nele.
-Acho que eu vou querer alguns bombons e balinhas de uva, por favor.- Hermione faz seu pedido.
-Nunca nem ouvi falar nesses doces em toda a minha vida, são bons?- Rony estava nos observando.
-Muito, mesmo não sendo nem um pouco saudáveis.- respondo pegando o saco de doces enquanto entrego o dinheiro. -Aqui, pegue um.
Entrego para Ron um saquinho de pirulito que explode, mostrando-o como comê-lo. Quando o ruivo sente as pequenas explosões em sua língua fica facinado, e me olha chocado.
-Como isso é possível? Isso realmente não tem magia?- pergunta com a boca aberta para ouvir os barulhos vindo dela por conta do pozinho azedo.
-É uma reação química amor, não tente entender.- a garota responde com seus doces em mãos.
Assim continuamos o nosso passeio por Hogsmead, passando pelas lojas observando os produtos e de vez em quando fazendo brincadeiras.
Foi assim até Hermione e Ron começarem a ficar de casal e me deixarem de vela, mas recusei tal humilhação. Então disse a eles que iria comprar algo e voltaria logo, convenhamos, eu não iria voltar.
05:30 da tarde do mesmo dia.
Um pouco longe do centro de Hogsmead, me sento em baixo de uma árvore observando um grupo de bezerros apaixonados dormindo. A luz do Sol estava sumindo no horizonte deixando o céu alaranjado, o vento bagunçava os meus cabelos enquanto eu me deliciava com um chiclete trouxa.
De repente sinto um corte raspando a lateral do meu rosto, olho para o lado e vejo uma faca fincada na árvore grande que estou encostado.
Dou um pulo para o lado levando a mão ao corte no meu rosto que sangrava. Olhos assustado para os lados tendando compreender de onde vira tal objeto.
Levanto-me rapidamente sacando a minha varinha, percebendo outro objeto pontiagudo vindo em minha direção, no qual defendo com Protego.
Agradecendo por ter bons reflexos.
Decido voltar correndo para Hogsmead ainda desviando de adagas que vinham em minha direção, seja lá quem está fazendo isso pretende me machucar de qualquer forma.
Mas me lembro que provavelmente Ron e Hermione já retornaram para o castelo, estava fudido para voltar.
Chego na praça central, meus olhos corriam de um canto ao outro na procura de um rosto conhecido. Felizmente avisto cabelos curtos e loiros sentados num banco solitário, tinha um livro vermelho em mãos.
Corro até o Malfoy assustado, se isso tiver algo haver com Carrow Craco também estava em perigo.
-Malfoy!- chego até o loiro conferindo os arredores, notando olhos curisos dos moradores.
-Potter? O que houve? O que aconteceu com o seu rosto?- olha para mim fechando o livro ao notar meu rosto ferido.
-Vem precisamos voltar para Hogwarts agora!- respondo com pressa, agarrando o pulso dele.
-Mas por que?-
-Só vamos agora! Não tem tempo de explicar.- puzo seu pulso o fazendo levantar, assim aparatando para a entrada de Hogwarts, que ainda assim era um pouco longe do castelo em si.
Enquanto corremos defendo mais adagas vindas na nossa direção. Quando me viro para conferir se o loiro estava bem, uma adaga estava prestes a atingi-lo em seu abdômen quando estico minha mão em reflexo para defendê-lo.
Grito em dor ao sentir a adaga perfurar minha mão esquerda, olhando para o sangue que jorrava vermelho.
Sem pensar duas vezes puxo Malfoy com a minha mão direita ela manga de sua blusa até o castelo, soltando-a apenas quando atravessamos as portas da entrada principal.
-Por Merlin Harry, por que vez isso?- o loiro tinha uma voz apavorada enquanto olhava para a minha mão. Estava ofegante e assutado com tudo.
-Você ia ser atingido..- respondo com a voz cansada. Até que lembro da adaga atravessada na minha mão esquerda, sentindo uma dor insuportável.
Agarro o meu pulso caindo de joelhos no chão cheio de sangue, gritando pela tamanha dor que parecia aumentar a cada minuto.
Sinto Draco me puxar para si, enrolando seu casaco preto envolta da minha mão cuidadosamente para o sangue parar de escorrer pelo chão.
-Você e sua síndrome de herói, nunca mais ouse fazer isso denovo.- eu tava sangrando e Malfoy tava me dando sermão, nada de diferente.
Ele me levanta passando o braço por baixo dos meus, me levando até a Ala Hospitalar o mais rápido que podia. Os alunos nos encaravam assustados enquanto cochichavam entre si.
Até que finalmente chegamos na enfermaria, eu sinceramente não sentia mais a minha mão e estava apavorado com isso.
-MADAME POMFREY!- Malfoy berrou me levando para uma cama.
-O que esta acontecendo?- a mulher chegou confusa, puxando sua varinha do bolso.
-A mão dele foi perfuranda por uma adaga.- o loira estava com a voz tremula e preocupada.
Eu estava tonto, minha mão não doia mais. Finalmente raciocinei o que estava acontecendo, tinha a porra de uma adaga atravessando a minha mão.
Tudo ficou preto.