O Experimento do Deus

By ThaiDragomir

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Um experimento levou o senhor das moscas a conhecer a verdadeira essência de um ser, seria esse o fim de sua... More

Capítulo 1 - A Veela
Capítulo 2 - Melancolia do deus
Capítulo 3- Conflito de decisões
Capítulo 4 - A Verdade
Capítulo 5 - O nascer de um sentimento
Capítulo 6 - Você é perfeito
Capítulo 7 - A dança
Capítulo 8 - A dor da rejeição
Capítulo 9 - Cidade do Pecado
Capítulo 10- Ciúmes
Capítulo 11- Sintonia
Capítulo 12 - Lembranças que mais doem
Capítulo 13 - Descobrindo o amor
Capítulo 14- Neblina
Capítulo 15 - A decisão
Capítulo 16 - Quebrando barreiras
Capítulo 17 - Entrega Sublime
Capítulo 18 - Ritual Humano
Capítulo 19 - Desejo intenso
Capítulo 20 - A caminhada
Capítulo 21- Cidade dos anjos
Capítulo 23 - Passado Sombrio
Capítulo 24- Amor é a cura
Capítulo 25- Enfrentando seus demônios
Capítulo 26 - Coração puro
Capítulo 27- Coração cheio de amor
Capítulo 28- Encontro com Satã
Capítulo 29- Poder total
Capítulo 30- Fogo eterno
Capítulo 31- Cuidando de você
Capítulo 32- Amando-a como se deve
Capítulo 33- Casa comigo?
Capítulo 34- Meu amor por você
Capítulo 35- Vou lutar por você
Capítulo 36- Eternidade ao seu lado

Capítulo 22- História dos Anjos

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By ThaiDragomir

Esse capítulo tem 3697 palavras.

Será todo narrado na visão de Electra, não é Aine ai, ela retornou as memórias e está vendo tudo como se estivesse vivendo tudo novamente.

Boa leitura ❤

A cidade dos anjos, local onde viviam os mais poderosos guerreiros angelicais, criados para servirem os deuses, não possuíam um único panteão, pois estavam presentes em todos, adorava aquele local, morar ali era uma dádiva dada pelos deuses. Fizera parceria com diversos anjos ao longo dos anos, mas apenas quando completara seus dezoito anos, fora designada para equipe dele, apesar de ser proibida as relações amorosas entre os parceiros, não conseguiu impedir o sentimento que surgira, os deuses acreditavam que um romance poderia atrapalhar as missões, já que os amantes costumavam a colocar os deveres de lado quando seus amados estavam em perigo.

Concordara em parte com os deuses, apesar de nunca terem falhado em nenhuma missão ao longo desses três anos que eram um par, conheceram-se aos gradualmente, fora apaixonando-se pelo seu jeito, era um guerreiro frio em batalha, mas com ela o amor e paciência se sobressaia, era como se fosse outra pessoa, o cuidado com o próximo, o carinho e afeição que tratava a todos era a característica que mais a encantou, sempre possuindo compaixão pelos outros, seu esplendor era tão belo que emanava luz por onde passava deixando todos extasiados.

Era irmão mais novo de Ansel, o mais forte entre os guerreiros angelicais, estava sempre em contato direto com os deuses, isso o fazia ter um respeito como se fosse um deus entre os anjos, apesar disso, Draco não ficava atrás do irmão mais velho, era tido como mais perfeito, sábio, belo e formoso, entre os anjos.

Draco era de uma patente alta entre os anjos, apesar de não estar em contato com os deuses como seu irmão, possuía respeito o que fazia ser um guerreiro temido ali, sorriu ao pensar nisso, mesmo assim apenas para ficar próximo a ela, resolvera fazer parte das guardas, tudo por que ela havia se oferecido e ele não queria ficar longe.

— Está a espera de meu irmão? — a voz de Ansel ecoou pelo local fazendo-a pular de susto, estava tão imersa aos seus pensamentos que nem ao menos notara sua aproximação.

Virou-se para poder observá-lo, Ansel era um homem alto, seu porte era bem-parecido com seu irmão mais novo, embora seus cabelos fossem castanhos e seus olhos num negro completamente escuro, sempre se perdia naquele olhar, apesar de achar errado esse sentimento, pensava ser por conta da amizade entre ambos, ele era também o irmão de seu namorado, embora ele não soubesse do romance.

Ao perceber a sua pergunta, arregalou levemente os olhos, não poderia saber, Draco falaria se fosse comunicar ao seu irmão, pedira um tempo até saberem, Ansel era certinho, não queria uma confusão e muito menos ocasionar em uma ira dos deuses.

— Não sei que está falando — desconversou tentando assumir um ar mais tranquilo, mas era uma péssima mentirosa, ele analisou-a por uns instantes antes de rir, deixando-a frustrada.

— Electra, eu estava presente quando meu amado irmão pediu permissão para participar das rondas, ato que me causou choque já que ele fugia delas antes, além disso, eu conheço você desde criança e ele é meu irmão! — Ansel fala olhando-a maroto.

— Certo, não diga em voz alta então! — resmunga para o anjo que ri abertamente.

Observou seu olhar em sua direção, ato que a deixou curiosa, tinha um olhar quente e amoroso que a fazia sentir-se bem em sua presença, sorrindo bateu no banco ao seu lado chamando-o, eram amigos desde crianças, apesar de ser da idade de seu irmão mais novo, isso nunca os impediu de conversar, sempre tiveram uma afinidade absurda, apesar de não se falarem a tempos, sentia que a conexão era a mesma, Ansel sempre sabia o que pensava, sem que precisasse verbalizar, assim como ela conseguia fazer o mesmo por ele.

Apesar de amar Draco, nunca sentira uma conexão tão profunda assim com ele, pelo contrário, era muito imprevisível. Horas passaram sem que dessem conta, estavam rindo de uma das missões do anjo, quando observaram Draco chegar correndo.

— Desculpa o atraso, tive que arrumar umas coisas de última hora — Draco fala olhando-os com seriedade.

Ansel devolveu o olhar em direção ao irmão fazendo-o aproximar-se dela, estranhou o ato, mas pensara que ele percebeu que Ansel já sabia dos dois, então não teria motivos para fingir que não tinham nada.

— Tudo bem — fala sorrindo para o namorado.

Draco devolveu o sorriso enquanto enlaçava o braço em sua cintura puxando-o em direção a ele, arregalou levemente os olhos ao receber o selinho, ficara envergonhada pela presença de Ansel que agora evitava os olhar. Então ele virou-se para Ansel com um enorme sorriso em seu rosto, ato que foi retribuído pelo mais velho.

— Hey irmão! Não o vejo a dias! — Draco fala sorrindo para o irmão que ergue a sobrancelha brincalhão.

— Se fosse no meu quarto me veria — Ansel retrucou bem-humorado.

— Eu fui ontem, fiquei horas esperando, no fim desisti — Draco respondeu fazendo o anjo suspirar triste.

— Desculpe, fui chamado de última hora — Ansel respondeu olhando-o com carinho, ato que fez Draco suspirar irritado.

— Pense em dar um pouco de atenção para a família! — Draco resmungou.

— Estive ocupado, aliás, tenho que ir, preciso ir para a reunião — Ansel desconversa suavemente chamando a atenção de Draco em sua direção.

Ao olhar para o namorado, ficou surpresa ao ver seu olhar mudar, não parecia nada aquele irmão que parecia sentir saudades, agora seu olhar estava frio e com uma pontada de malícia que deixou-a com um leve medo, Ansel pareceu perceber a mudança, pois fechou completamente o semblante, apenas o vira assim em combate, assustou-se de imediato com o comportamento de ambos, não estava entendendo o que estava ocorrendo ali.

— Outra reunião entre os deuses? — Draco pergunta com uma malícia incomum em sua voz.

— Sim — Ansel responde ainda em postura de combate.

— Boa sorte então! — Draco fala com sorriso malicioso enquanto jogava o braço ao redor do seu pescoço puxando-a contra ele.

Sem entender nada, despediu-se do amigo, foram para a clareira que eles conheciam, ainda faltava um tempo antes da ronda. O anjo parecia inquieto e distante, nunca o vira daquela forma, julgava ser por conta do encontro com o irmão, ou melhor, a menção dos deuses que o fizera mudar.

— O que está acontecendo? — pergunta vendo-o bufar.

— Nada apenas problemas pessoais, se não se importa prefiro contar em outro momento, tudo bem? — ele pergunta gentil vendo-a assentir.

Assentiu em concordância, ele sorriu abrindo os braços num sinal claro, devolveu o sorriso deitando-se sobre seu peitoral, apesar de sempre sentir paz, naquele momento não conseguia ficar tranquila, a sensação de algo errado estava fazendo seus pelos eriçarem, mas não disse nada, ele não falaria naquele momento.

❈✡

Ao passar dos dias fora sentindo-o cada vez mais distante, principalmente quando o assunto eram os deuses, a arrogância estava se sobressaindo, ato que a assustava já que ele não era assim, estava tratando os deuses como se fossem seres comuns, agindo como um idiota por ter a luz mais brilhante entre os anjos, como se isso o fizesse melhor que todos.

Por isso não pensou duas vezes ao aceitar ir ao seu encontro, se tivesse alguém que o conhecesse melhor que ninguém era ele.

— O que quer comigo? — pergunta ansiosa para Ansel.

Era tarde quando recebeu o bilhete do anjo para encontrá-la, apenas colocara um robe por cima da sua camisola e foi encontra-lo.

— Tem notado algo estranho com Draco? — Ansel pergunta seriamente fazendo-a arregalar os olhos, sabia que a sua intuição estava certa e ele sabia de algo!

— Aconteceu algo? — pergunta preocupada.

— Alguns anjos estão alvoroçados e estão... seguindo-o digamos assim — Ansel responde olhando-a com seriedade.

— Seguindo-o? — pergunta confusa.

— Ele está arrumando seguidores, agora não sei o motivo, ainda não contei para os deuses, mas não vai demorar até que descubram, queria descobrir antes da merda estourar, sabe o que vai acontecer a ele — Ansel falou deixando-a surpresa.

Sabia ser algo pesado que estava acontecendo, sentia isso nele, seu nome era em significado ao seu poder, radiante, era aquela que poderia ver a escuridão, assim como a luz nos corações, ultimamente não via nada em Draco, era como se ele bloqueasse ou não possuísse um, era por conta disso que se sentia aflita.

— Ansel, o que-

Um som de passos foi ouvido deixando-os alerta, interrompeu-se ficando em silêncio assim como o anjo em sua frente, não demorara até que Draco aproximasse com o rosto fechado, seus olhos brilhavam em fúria para ambos, como se estivessem fazendo algo profano.

— O que minha namorada faz com meu irmão a está hora e vestida assim? — Draco pergunta com raiva.

— Nada de mais — responde evitando contato com seus olhos.

— Está mentindo! — ele respondeu segurando seu queixo com uma certa agressividade.

Ao olhar em seus olhos, não vira nada daquele anjo por quem se apaixonou, a frieza que via, ocasionava arrepios violentos em seu corpo pelo medo, percebendo a gravidade da situação, resolveu mentir melhor, não podia dizer das desconfianças de Ansel, mesmo que não fosse tão grave quando pensara, se falasse algo iria estragar a relação entre os irmãos, estava já visivelmente desgastada.

Sorriu em sua direção segurando com firmeza a mão que estava em seu queixo, o ato fez ele relaxar o aperto, beijou-a olhando por entre os cílios, mostrando submissão.

— Ansel apenas queria conversar comigo, não se preocupe com isso — responde meiga vendo-o virar com os olhos em chamas em direção ao irmão que o olhava com seriedade.

— Tentando toma-la de mim? — Draco pergunta arrogante para o irmão.

— Idiota, ela é minha amiga! — Ansel responde bravo.

— Amiga? Apenas porque ela quer! — Draco retruca ferino.

— O quê? — Ansel pergunta aturdido.

— Você a deseja, eu sinto isso e nem adianta mentir, mas saiba que ela é minha, eu sou o mais perfeito daqui, logo o ser mais radiante foi designado a mim! — Draco fala arrogante.

A fala a deixou completamente irada, como ele se atrevia a tratá-la daquela maneira?!

— Fala como se eu fosse um objeto que você conquistou! — fala brava dando-lhe as costas.

Não fora muito longe, gemeu de dor ao sentir as costas batendo contra a parede, os olhos dele pareciam fogo em sua direção, engoliu a seco ao vê-lo daquela maneira.

— Me solta! — rosnou com fúria fazendo a chama em seu olhar aumentar.

— Eu nunca a vi dessa maneira, está totalmente provocante para aquele miserável? — ele perguntou com a voz maliciosa.

— Draco, eu já disse-

— Eu sempre a respeitei, tratei-a como a joia preciosa que é, ganho em troca isso? — ele perguntou irado.

Ficara chocada ao vê-lo tratá-la daquela maneira, era verdade que sempre fora respeitoso, não se sentia pronta para avançar na relação e ele a entendeu, mas não pensaria que jogaria em sua cara daquela maneira.

— Eu não fiz nada! — respondeu com raiva igual.

— Fez! Está com uma maldita camisola transparente perto de alguém que a deseja, pensei que quisesse esperar, ou apenas não me quer? — ele perguntou deixando-a atônita.

— Draco, não aconteceu nada, acredita em mim! — respondeu irada.

Sem responder nada, ele apenas puxou-a para um beijo sedento, ficara assustada com a intensidade, mas entregou-se, sentiu seu corpo ser prensado contra a parede com brutalidade, o ar já estava faltando, percebendo isso ele começou a descer os lábios para seu pescoço deixando um monte de mordidas, sentia-se estranha, era desconfortável, mas segurou-o pelos cabelos para mostrar algum carinho, logo após ele seguiu novamente para seus lábios onde deixou um suave beijo.

— Acredito em você, sei que não iria me trair assim — ele fala olhando-a com tanta intensidade que parecia que via a sua alma, assentiu sentindo os braços dele rodearem seu corpo num abraço terno.

❈✡

Com o passar dos dias, pode observá-lo cada vez mais arrogante, pensou então nos sentimentos que tinha para com ele e sobre seu relacionamento, Electra era o significado de radiante, sua luz era uma das mais belas, logo abaixo dele, sendo assim uma das mais fortes também, por um momento pensou se ele não teria se aproximado por conta disso, afinal ele mesmo dissera que ela fora designada a ele por ser radiante.

Começou a notar o comportamento dele, cada vez mais estranho, instável e irritado, aquilo a assustava, mas manteve-se firme em apenas observar, concluiu que Ansel tinha razão, ele estava juntando seguidores, estava fazendo tudo as claras para que todos vissem, era como se não estivesse dando a mínima se os deuses descobrissem.

Quero falar com você, encontre-me no final da trilha.


Draco.

Leu o bilhete aflita, desde a briga com Ansel, ele vivia a cobrando demonstrações de amor e devoção para consigo, apesar de tudo ainda acreditava o amar, queria trazê-lo para o caminho da luz, antes que fosse tarde.

O caminho parecia tedioso a seu ver, no entanto, valia a pena, seguiu pela enorme trilha com pressa, sabia que já tinha o feito esperar demais, coisa que detestava e ele também, não queria irritá-lo, demoraram tantos dias para se ver, os trabalhos estavam cada dia mais exaustivos impedindo-os de se verem todos os dias. Ao vê-lo no final da trilha, simplesmente correu em sua direção, sentira tanta falta dele!

— Demorou! — ele falou sorrindo.

Olhando-o da cabeça aos pés, viu um homem alto com a pele bronzeada marcando bem seus músculos, olhos amarelos e o cabelo em um pálido loiro quase branco, lindo tal qual estava na última vez que vira, mas não conseguia impedir-se de sentir, saudade, como se fizesse uma eternidade.

— Sabe que nem devíamos estar aqui Draco — fala olhando maliciosa para o homem.

Olhou-o marota enquanto mordia suavemente o lábio, o olhar em sua direção era como ouro derretido fazendo-a encantar-se mais, não poupava a sua luz para cortejá-la, não que detestasse, pois isso a fazia lembrar-se do motivo que estava com ele.

— Electra, faz dias que não nos vemos, estou com saudade da minha namorada, então não seja certinha! — o anjo fala brincalhão puxando-a para si.

Um vento toma conta de seus corpos enquanto ambos caem do penhasco, quando um enorme par de asas surgem em Draco, num tom de ouro com as pontas vermelhas, eram as mais raras dali, amava o brilho que elas emanavam, tornando-o mais luminoso em sua visão, assim como o ser resplandecente que ele é, abriu as suas fazendo-o sorrir ao olhar para aquele amarelo pálido, quase tímido, ele vivia dizendo que as adorava, ambas asas tocaram-se numa carícia sútil retirando um sorriso de ambos.

— Para onde está me levando? — pergunta curiosa segurando firme em seus ombros largos

— Anjinha curiosa, espere um pouco, quero mostrar-lhe uma coisa — ele fala segurando-a firme pela cintura.

Ao chegar perante ao templo arregala os olhos, ficando surpresa, aquele local era acessado apenas pelos deuses e alguns poucos anjos que possuíam permissão adequada, o que não era a situação dele, sentiu-se uma traidora, se os deuses soubessem que estavam ali, nem queria pensar no castigo que teria, sempre sobrevoavam por cima do templo, indo além das florestas onde poderiam ficar sozinhos sem que os outros vissem, mas nunca estivera ali e sabia que ele muito menos.

— O que quer aqui? — Electra pergunta olhando-o desconfiada.

— O quanto me ama? — Draco pergunta olhando-a com seriedade.

Aquela mesma pergunta, já provara tantas vezes seu amor por ele, mas naquele caso era absurdo, era algo maior que eles, apenas os deuses tinham acesso ou davam acesso para aquele local, o medo estava se sobressaindo ao seu amor, nunca ousara contrariar as ordens dos deuses, fora criada para servi-los.

— Draco, estou falando sério! O templo apenas pode ser acessados pelos deuses! — Electra fala fechando o rosto.

Ele sorri terno abraçando-a suavemente, apesar de sempre sentir calor em seus braços, aquela fora a primeira vez que não sentiu, era como se o abraço fosse vazio, sentiu-se estranha em seus braços, até mesmo a respiração em seu pescoço era fria, ele exalava um sentimento que não conhecia, mas estava dando-lhe medo.

— Quero acabar com isso, sou o mais belo entre os anjos, quero tomar o topo, ser aquele quem comanda tudo, você iria comigo, meu amor? — ele pergunta rente a seu ouvido.

Olhou-o completamente em choque, aquilo era mais sério do que pensara, não era apenas uma mudança de comportamento, ele estava planejando tomar o lugar dos deuses, só poderia estar louco!

— O quê? — pergunta aturdida.

— Prefere Ansel? — Draco pergunta arrogante.

Não conseguia tirar o choque de seu rosto, eram seres criados para adorar e servir os deuses, mas ele queria fazer ao contrário, ele nada lembrava aquele belo anjo que conhecera, seus olhos puros, agora demonstravam a chama da maldade pura, ele tinha se corrompido!

Um longo arrepio passou por seu corpo, pela primeira vez em eras sentiu medo, ele era mais forte se ele usasse a sua força, não teria chance nenhuma, precisava ser mais esperta, precisava ganhar tempo.

— Esqueça o Ansel, claro que não prefiro ele, amo você e sabe disso! Apenas fiquei surpresa, quer tirar os deuses do poder? — pergunta abraçando-o tentando demonstrar amor.

— Quero ser o único deus! — ele fala chocando-a.

Engolindo a seco fechou os olhos tentando encontrar uma saída, não achou nenhuma a não ser seguir o fluxo, concordar com ele e ser uma tola apaixonada.

— Eu amo você, iria a qualquer lugar com você! — fala fazendo-o sorrir.

— Eu sei! — ele responde beijando-a com amor.

❈✡

Estava paranoica, mas todo cuidado era pouco, não podia deixar ninguém perceber, afinal não sabia quem eram os seus seguidores, esgueirando-se na escuridão, foi com cuidado até o quarto de Ansel, achou melhor o esperar ali, minutos passaram até que o anjo entrou ficando chocado ao encontra-la, após contar tudo a ele, chorou em seus braços.

— Ele não é mais aquele que conheceu, não merece tuas lágrimas — Ansel fala abraçando-a com carinho.

— O que vamos fazer? — pergunta com a voz embargada.

— Infelizmente terei que contar aos deuses — Ansel fala num fio de voz.

Arregalou os olhos em choque, sabia o que isso significava, ele seria expulso da cidade no melhor dos casos e no pior ele seria morto pelos deuses!

— Estou tão devastado quanto você, ele é meu irmão caçula, aquele que eu deveria proteger, ter de entregá-lo aos braços da morte, parte meu coração, mas se não fizer isso, inocentes vão sofrer — Ansel fala desolado ao notar seu choque.

Assentiu triste deixando as lágrimas escorrerem, o anjo nada falou, apenas a abraçou em silêncio compartilhando a sua dor, sabia que Draco merecia isso, afinal ele pedira por isso, por qual motivo tomar o lugar dos deuses?!

❈✡

O tempo para se movimentarem contra ele foi longo, afinal era um dos anjos mais fortes e tinha um grande exército consigo, com o passar dos dias ficou cada vez mais próxima a Ansel, acabou apaixonando-se perdidamente por ele, isso a fez pensar no que sentia por Draco, aquilo não era amor, por isso nunca fora conectada a ele como era com Ansel, entregou-se a ele sem medidas ou medos.

O que nunca sentira com Draco, sempre evitou muito contato físico, no fundo, sabia que ele não era o certo, sentia o que todos sentiam por ele, o deslumbramento pela sua luz, sua bondade, esta que não existia, tudo que se encantou nele era mentira, por isso sabia que nunca o amou verdadeiramente, podia ver isso agora com Ansel, a forma que ele a tratava era completamente diferente, não era uma joia adquirida e conquistada, ele fazia questão de mostrar o seu apreço, ficou surpresa em saber que ele sempre a amou em segredo, sofrera em silêncio para a felicidade dela e do irmão, mas ao vê-la livre para amar, não perdeu a oportunidade de faze-la feliz.

Dias passaram-se até arrumaram uma emboscada para o anjo, seria a isca, matara ali todos os sentimentos que tinha, apesar de não o amar, tinha carinho e pena pelo que ele tinha se tornado, não podia mais levar adiante isso.

— Estava a sua espera — Draco fala vendo-a aproximar-se de si.

— Desculpa a demora, o que queria comigo? — pergunta ligeiramente nervosa.

— Uma prova que está do meu lado — ele fala suavemente.

— Qual? — pergunta engolindo a seco.

— Mate Ansel — Draco fala sorrindo.

Não pode deixar de arregalar os olhos, ele sabia, no entanto, não se entregaria tão fácil assim, ele não a teria como achava!

— Não posso mata-lo! Ele é um anjo importante, se eu o fizer seus planos vão falhar! — fala tentando manter a voz normal.

— Não perguntei o que acha, quero que o mate! — Draco retruca olhando-a em desafio.

— Já disse a você que não farei isso! — resmunga brava.

— Esse é o amor que sente por mim? — ele pergunta furioso a ela que arregala os olhos ao ver seu olhar vermelho puro-sangue contra os seus.

Aquele olhar era de uma malícia pura da qual nunca vira, ele fora aproximando-se a passos pesados ocasionando em uma onda de medo em seu ser, era uma guerreira, no entanto, naquele momento o medo a paralisou, com raiva ele a ergueu pelo pescoço, sentia o ar sendo bloqueado, não conseguia respirar, longe de ter um olhar apaziguado, seu olhar parecia brilhar em prazer em vê-la sofrer, iria morrer por suas mãos.

— Não! Pa-para! — fala tentando soltar-se.

Um sorriso maléfico cruza a face do homem em sua frente, sentiu que ele não iria parar, não conseguiria lutar contra ele naquele estado, ele a mataria!

Lentamente os lábios colam-se a seu ouvido, pode sentir a respiração quente dele, um arrepio de medo passou por todo seu corpo.

— Vadias merecem um doce castigo, acredita que não sei que traiu minha confiança e contou tudo a ele? Pensa que não sei que está trepando com o maldito? — Draco pergunta furioso.

— D-draco p-para e-eu re-spi-rar — fala pausadamente sentindo seus pulmões explodirem.

Com os olhos em completa fúria o anjo perfura seu coração, vendo-a engasgar no próprio sangue, sorrindo aproxima-se dando-lhe um breve selinho.

— Tadinho, ele perdeu a mulher que ama e seu maldito filho bastardo! — Draco fala rindo.

Fechou os olhos sentindo a morte abraçar-lhe, sabia de sua gravidez e estava esperando o melhor momento para contar a Ansel, agora ele nunca iria saber o que a deixava aflita, no entanto, prometeu que sua alma iria guiar alguém de coração puro para livrar do mal seu maior amor, um filho fruto de um amor puro não poderia sofrer assim!

Os anjos ambientados aqui foram tirados da minha imaginação, sobre Ansel, originalmente ele era Miguel, quis "afastar" a religião, já que como disse no início, vou me guiar pelo mangá/anime e também seguir minha própria imaginação, a partir daqui os acontecimentos serão explicados de outra maneira, vão ser motivos diferentes do descrito no anime.

Draco e Electra estão na capa, imaginei-os assim, ela tem os cabelos extremamente negros e os olhos num castanho escuro.

Ansel significa "Deus é meu protetor" ou "proteção divina"

Electra como descrito ali em cima, significa "radiante"

Draco significa "dragão", em draconiano" significa "severo ou cruel." Em romeno, "drac" significa "diabo".

Quis dar outro nome para ele, já que os nomes dos amigos de Belzebub já significam o satã em si, assim como o próprio nome do Bel.

Essa foi a aparência que imaginei em Ansel

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