Amor Insano ༆Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Iʀᴍᴀ̃ᴏs...

By stellaautora

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De um lado está um homem que foi traído por aqueles que mais amava. Do outro, a mulher que foi abandonada por... More

⚠︎𝐀𝐯𝐢𝐬𝐨+𝐒𝐢𝐧𝐨𝐩𝐬𝐞⚠︎
𝐂𝐚𝐬𝐭 ⌫
𝐃𝐞𝐝𝐢𝐜𝐚𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 ☁︎
𝐄𝐩𝐢̄𝐠𝐫𝐚𝐟𝐞 ➪
Prólogo
¹| Vejo que você é mesmo esperta, ratinha
²| Eu não brinco com coisas sérias
³| Emojis de uma mulher dançando
⁴|Por você, faço caridade
⁵|Uma mini Genevieve
⁶|Atuação de noivos felizes
⁷|Isso não é uma regra, é um fato
⁸|Aproveite e vá se foder
⁹|Parece que você tem algo com os deuses
¹⁰|Ciúmes, amor?
¹¹|Glacê cor de rosa
¹²|Furos de agulha
¹³|Você ainda sabe implorar
¹⁴|Duas baratas tontas
¹⁵|Encontro (Part.1)
¹⁶|Encontro (Part 2)
¹⁷|Uma cama
¹⁸|É isso que amigos fazem
¹⁹|Batata, cenoura e berinjela
²⁰|Amigos ou Amantes?
²¹|Hoje é o meu aniversário!
²²|Me deixe ir
²³|Respostas monossilábicas
²⁴|Rainha
²⁵|Métodos perfeitos
²⁶|Isso não é um "sim"
²⁷|Bonecos de palito
²⁸|Eu te odeio
²⁹|A insanidade nunca pareceu tão boa
³⁰|O que mais você esconde?
³¹|Só quatro vezes
³²|Confuso. Novo. Diferente
³³|Eu nunca odiaria você
³⁴|Meu
³⁵|Laranja avermelhado
³⁶|A mais rara e preciosa de todas
³⁷|Do que você gosta?
³⁸|Me conte tudo
³⁹|Para amar e cuidar
⁴⁰|Filhos de sangue
⁴¹|Não vou à lugar algum
⁴²|Você é a minha pessoa preferida
⁴³|Tempestade
⁴⁴|Você não está sozinha
⁴⁵|Show de horrores
⁴⁶|Verde grama
⁴⁷|Um dia de folga
⁴⁸|O presente perfeito
⁴⁹|Um vilão medíocre
⁵⁰|O karma às vezes é uma droga
⁵¹|Desfecho
⁵³|Tempo perdido
⁵⁴|Nossa família
Epílogo
Agradecimentos
Curiosidades Sobre O Livro
Leiam meus outros livros
⚠️Livro do Khalil - Desejo Insaciável ⚠️

⁵²|Máscara prateada

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By stellaautora

Duas semanas depois

    Se os meus pais já não fossem os melhores pais do mundo, eles com certeza ganhariam o título depois de nos perdoar por mentir para eles. Ambos tinham total direito de não querer ver nossas caras por alguns dias ou semanas, ou quanto tempo eles poderiam precisar, mas não foi necessário. Ficaram obviamente chateados, mas entenderam quando explicaram tudo.

— Não podemos ficar realmente bravos quando tudo isso trouxe não só você, Genevieve, para nossa família, mas Freya também. Nós não conseguimos imaginar como seria nossa vida sem ela — minha mãe disse, um enorme sorriso no rosto e meu pai concordou.

    Anthony, por outro lado, disse que já sabia. Segundo ele, "era como se eu estivesse assistindo "A Proposta" ou qualquer outro filme de comédia romântica". Eu apenas revirei os olhos, mas no fundo estava feliz que ele não ficou chateado conosco; comigo.

— E aí, quando vai ser o casamento? — Anthony pergunta numa quinta-feira à noite enquanto lavamos a louça.

— Ainda não falamos disso.

— Hum. Contanto que eu seja um dos padrinhos, por mim tudo bem. E também vou organizar sua despedida de solteiro.

— Eu não quero uma despedida de solteiro.

— Isso não está em negociação.

    Resolvo deixar para lá. Eu não terei uma despedida de solteiro, de toda forma. Não vejo a necessidade disso, não tenho amigos para convidar e não quero uma última noite de bebidas antes de me casar.

     Na verdade, não sei nem porque estamos falando disso. Não é como se eu tivesse feito o pedido a Genevieve ou algo assim. Não que eu não queira casar com ela também, Deus sabe que isso é tudo o que eu mais quero, mas tenho medo de estar indo rápido demais. Faz poucos meses que Genevieve e eu estamos juntos e mesmo que eu não tenha dúvidas que ela é a mulher com quem quero passar o resto da minha vida, não quero assustá-la.

     Além disso, as coisas ainda não se acalmaram totalmente. Tobias delatou Adrien, e isso levantou uma série de investigações. Ele está envolvido com corrupção e tráfico de pedras preciosas. Ele está sendo acusado, mas seus advogados são bons e Adrien está respondendo aos processos em liberdade. Diferente de Tobias, que está preso e aguardando seu julgamento.

    Felizmente, pelo menos, a mídia não está mais em cima de nós desde que Genevieve e eu demos uma entrevista semana passada. Lorelei disse que esse era o jeito mais fácil de acalmar os fofoqueiros, do que liberando notas de esclarecimento.

— Será que você pode pedir pra sua filha me deixar em paz? — Khalil entra na cozinha pela porta dos fundos. Ele fugiu de ter que lavar a louça. Agora está com um olhar desesperado no rosto.

     Freya surge atrás dele, rindo enquanto segura meu celular, apontando a câmera para Khalil.

— Tio Khalil, olha pra cá! Você vai gostar desse. É de gatinho — Freya pede, ainda dando risada.

— Ela está usando filtros do Snapchat em mim — Khalil acusa, indignado. — Você não vai fazer nada?

     Encolho os ombros, tentando não rir e mostro a ele minhas mãos ocupadas.

— Foi mal.

     Ele fica vermelho e acho que ele vai descontar em mim como quando criança, mas então ele vira e vai embora. Freya vai atrás, gargalhando.

— Ela é uma pestinha. — Anthony ri.

    Jogo água nele, mas não discordo totalmente. Freya tem atormentado Khalil desde o dia que ela descobriu que ele não gosta de Miraculous ou do Homem-Aranha ou de conversar com ela, como todo mundo. Mas ao invés de desistir e deixar Khalil ser o tio silencioso e afastado, Freya fica atrás dele. Parece que virou a missão da sua vida fazer Khalil rir ou brincar com ela, mas tudo o que ela tem conseguido é irritá-lo. Suspeito que ela irá ganhá-lo no cansaço.

     Depois que Anthony e eu terminamos, nós vamos para a sala, como de costume.

     Eu me junto a Genevieve, sentando ao seu lado no sofá.

— Vocês já sabem o primeiro lugar que querem ir? — Genevieve pergunta à minha mãe e ao meu pai.

— Lottie quer ir para a Tailândia — meu pai responde, usando o apelido que só ele usa com a minha mãe. — E eu vou para onde ele for, então… — Ele dá um sorriso estúpido de um homem apaixonado.

     Fico feliz em vê-lo sorrindo outra vez. Ele já está melhor, não precisando mais da cadeira de rodas, mas o médico disse que ainda precisamos ter cuidado. É claro que para meu pai, isso entrou por um ouvido e saiu pelo outro, e agora ele está planejando uma viagem para a Tailândia.

— Nós ainda iremos consultar o médico para saber se você está apto para a viagem — Minha mãe diz.

     Ele a ignora.

— Depois da Tailândia, eu gostaria de ir para o Caribe. Talvez a gente nem volte mais.

     Kate bufa de onde está, bebendo vinho na poltrona.

— Até parece que vocês vão aguentar ficar mais de uma semana longe de Freya. Na verdade — ela vira para Genevieve — eu tomaria cuidado se fosse você. A próxima coisa que você irá receber é uma foto deles na Tailândia com Freya, depois de eles tê-la levado dentro da mala.

     Carlota ri, mas não nega que eles poderiam fazer isso.

     E falando em Freya, ela entra correndo na sala.

— O tio Khalil quer me pegar! — Então sobe no sofá, entre sua mãe e eu e põe meu braço na frente do seu corpo, para protegê-la, imagino. — Ele não gosta de joaninhas.

— Joaninhas? — Genevieve questiona, tentando não rir.

     Freya anue freneticamente e mostra o meu celular. Na tela, uma foto de Khalil brilha, com um filtro de joaninha enquanto ele faz cara feia. Freya deve ter tirado a foto de modo sorrateiro.

— Você. — Khalil entra na sala, apontando para Freya. — Pestinha.

— Você não vai me pegar, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá — Freya zomba dele, se encolhendo no sofá enquanto ri e me usa como escudo.

— Ah, você acha que seu papai vai te proteger quando o bicho papão for te pegar à noite?

— Khalil — meu pai, minha mãe e eu falamos ao mesmo tempo.

— Ele não vai me pegar! — Freya diz, parando de rir. Ótimo, ele a assustou.

— Vai, sim. E vai te levar pra bem longe.

— Cale a boca, seu idiota. — Jogo uma almofada nele, mas meu irmão desvia, dando passos para trás em direção a porta, mas ainda olhando para Freya.

— Ele vai puxar seu pé enquanto você dorme.

— Não vai! — Freya funga. Ela está franzindo as sobrancelhas e tentando não chorar.

     Suspiro.

— Permissão pra bater em Khalil? — pergunto aos meus pais enquanto meu irmão mais velho sai pela porta.

— Deixe-o. Ele estava brincando — meu pai diz.

— Exatamente. O bicho papão não existe — Genevieve diz a Freya, mas nossa filha não parece muito convencida.

— Por que não tiramos fotos com o filtro de joaninhas? — ofereço. Freya pensa por um momento, mas assente, animada outra vez.

     O que nós não fazemos pelos nossos filhos, não é mesmo?

💎

    Depois de um tempo, nós nos despedimos de todos e viemos embora. Freya já estava cochilando no sofá e minha mãe queria que a deixássemos lá, mas Freya tem escolinha de futebol amanhã e seu uniforme está aqui.

     É a vez de Genevieve colocar Freya na cama. Nós temos revezado desde que as duas voltaram para casa, há uma semana. Tivemos que esperar mais alguns dias enquanto eu decorava o quarto de Freya. Como agora é definitivo e Genevieve e eu estamos juntos, o meu quarto agora é nosso e o quarto que as duas dividiam antes é apenas de Freya.

     Nós perguntamos a ela como ela gostaria de ter seu quarto decorado e ela disse que queria que fosse tudo do Homem-Aranha. Então fiz isso e fiquei muito feliz quando ela viu pela primeira vez e pulou de alegria.

     Depois de fechar a garagem e ver os cachorros, subo para o nosso quarto, mas paro no meio do caminho quando encontro Genevieve encostada no batente da porta do quarto de Freya, olhando para nossa filha, que está dormindo.

— Lembre-me de matar Khalil depois — Genevieve murmura quando a abraço por trás. — Freya me fez olhar debaixo da cama para eu ver se o Bicho Papão não estava lá.

    Não deveria, mas acabo rindo um pouco.

— Pelo menos ela dormiu — murmuro.

— Mmhmm.

— Vamos.

      Não fechamos a porta, deixando-a apenas encostada e vamos para o nosso quarto.

     Quando entramos, Genevieve vai se sentar na cama enquanto desfaz a trança do cabelo. Ela faz isso quase todo dia. Eu gosto dessa nossa nova rotina. Gosto principalmente de acordar cedo e fazer amor lentamente com ela enquanto o sol termina de nascer. Se tornou uma das partes preferidas do meu dia.

     Depois de semanas, finalmente podemos respirar direito. Viver nossas vidas sem as sombras daqueles dois nos atormentando. Apesar de Adrien não ter sido preso ainda, nós conseguimos uma medida protetiva contra ele. Não acho que ele seja burro o suficiente para vir atrás de nós, de Genevieve e Freya principalmente, mas é bom nos garantir.

     Donna, a mãe de Genevieve, também se precaveu e pediu o divórcio. Ela saiu da mansão Prescott e está morando agora no apartamento que sua filha e sua neta moravam antes. Nós dissemos para ela ficar aqui conosco, mas a mulher recusou gentilmente.

     Com tudo calmo e correndo bem outra vez, eu tive tempo para pensar nas minhas próprias ações.

— Vou voltar a fazer terapia — digo a Genevieve ao sentar ao seu lado.

     Ela me olha surpresa, mas deixa que eu continue.

— Eu andei pensando muito nisso. Eu sei que o que a mídia fala de mim não é verdade e sei que eu nunca machucaria alguém que eu amo, mas não gosto de quem eu viro quando fico com raiva. Não me arrependo de ter dado a Tobias o que ele merecia, mas sei que violência nem sempre é o caminho e eu não quero mais ser assim. — Faço uma pausa. — E ainda tem toda essa coisa com Olivia.

     Não vejo a mulher desde o dia que ela veio aqui em casa semanas atrás para falar comigo. Genevieve me contou tudo o que elas conversaram, mas nada mudou para mim. Eu não quero e nem vou perdoá-la. Então ela pode sumir de novo que não estou nem aí.

     Mas eu sei que preciso falar sobre esses sentimentos de angústia e raiva.

— Eu sei que sempre posso conversar com você — digo a Genevieve, coçando minha nuca —, mas sinto que preciso fazer isso, sabe?

— Claro. — Ela anue, pegando minha mão. — Eu acho isso ótimo e você tem o meu total apoio. Estou muito feliz que você tomou essa decisão.

     Relaxo meus ombros sem nem perceber que estava tenso. Eu sabia que ela me apoiaria, mas não sei porque fiquei um tanto inseguro. Acho que é porque algumas pessoas poderiam me considerar fraco por fazer terapia e mesmo eu sabendo que Genevieve não pensa assim, não pude me impedir de sentir isso.

— Obrigado, amor. — Beijo seus dedos, sorrindo um pouco.

      Genevieve retribui o sorriso e olha para nossos dedos entrelaçados. Ela engole em seco e fecha os olhos por um momento.

— Preciso te contar uma coisa. Mas você precisa me prometer que vai me ouvir. Preciso... Preciso que você saiba que eu não sabia.

— Do que você está falando? — Franzo as sobrancelhas. Eu não havia percebido, mas Genevieve está tensa.

— Você foi para Oxford, não foi? Há sete anos atrás, você foi visitar Tobias.

     Minha carranca se aprofunda. Por que ela está falando sobre isso?

— Eu fui atrás de Khalil, na verdade... Como você...

— Você se lembra da garota de máscara prateada? — Seus olhos estão agitados e ela está apertando minha mão com força. Mas não é isso que me faz ficar tenso, mas o que ela acabou de dizer.

— Como você sabe dessas coisas?

— Porque a garota... era eu. Eu era a garota com quem você transou naquela noite.

💎

7 anos atrás

      Já faz meia hora que estou procurando Tobias. Eu adoro festas, mas ter que ficar rodando por essa república está me dando nos nervos. Ele também não atende minhas ligações. E por que atenderia? Nós brigamos feio meia horas atrás. Mas como sempre, eu fui a primeira a dar o braço a torcer.

     Uma garota do segundo ano de química esbarra em mim, derrubando a bebida que tinha em seu copo.

— Droga! Desculpa — pede, mas eu apenas reviro os olhos e continuo andando. Em outro dia, eu teria dito a ela para não se preocupar, mas há muitas coisas consumindo minha cabeça no momento.

     Vou até a cozinha, decidida a tentar limpar um pouco a bagunça vermelha que se formou na minha blusa branca.

    Pego algumas folhas de papel toalha e molho antes de passar na minha blusa.

— … de Tobias. Parece que vieram visitar. — Ouço Izzy, uma garota da mesma turma que eu, dizer.

     Ergo o rosto, seguindo seu olhar e o da garota ao seu lado. Elas estão olhando para a sala e para os garotos sentados no sofá.

     "Garotos". Eles são bem mais velhos que nós e…

    Semicerro os olhos atrás da minha máscara prateada. Eles não estão usando fantasia, então é fácil distingui-los.

    Khalil e Eros Blackburn.

     Que ótimo. Agora tenho mais esse problema. Tudo o que menos preciso agora é desses dois fazendo fofoca quando voltarem para Chicago.

     Termino de limpar minha blusa e vou em direção às escadas. Talvez Tobias tenha voltado para o quarto em que estávamos. Nós transamos antes de brigar. Tobias viu uma mensagem de um colega de classe no meu celular e ficou fazendo perguntas, me pressionando. Mesmo quando eu disse que meu colega só estava perguntando sobre o trabalho que precisamos fazer, ele não acreditou em mim. Eu fiquei puta, ele ficou puto e aí a coisa explodiu. Tenho certeza que todos que estavam nesse andar ouviram nossa discussão.

      Abro a porta devagar, para caso tenha outro casal e arregalo os olhos quando, de fato, ouço gemidos.

     Estou começando a fechar a porta de novo quando ouço a voz familiar dele:

— Isso, gata, desse jeito…

     Escancaro a porta e olho para a cena à minha frente, sem acreditar.

     Mas ali está Tobias sendo montado por Agatha, uma das minhas antigas amigas.

— Seu filho da puta! — Jogo a primeira coisa que vejo pela frente, assustando os dois e fazendo-os ficar cientes da minha presença.

— Porra, Jenny… — Tobias tira Agatha de cima dele e começa a se vestir. — Não é o que você está pensando.

— Eu estou vendo com os meus próprios olhos! Você não vale nada, Tobias. Eu te odeio! — cuspi as palavras com as lágrimas já descendo pelas minhas bochechas.

    Dou as costas aos dois e começo a andar pelo corredor, mas sinto um puxão no braço.

— Jenny.

— Não encosta em mim! — grito e empurro seu peito. Ele segura meus punhos, mais forte do que o necessário enquanto me dá um dos seus olhares que me causa arrepios. Eu sei que ele está bravo por eu estar gritando com ele, mas minha mente está pouco se importando com isso.

— Pare com isso. Vamos conversar. — Tobias tenta me puxar, mas eu resisto.

— Não. Me solta! — Não sei se minhas lágrimas agora são pela dor da traição ou por causa do seu aperto. Ele está me machucando.
   
     Suas narinas estão dilatadas e ele olha em volta, para os outros estudantes observando. Com certeza para eles é apenas mais um casal fazendo uma cena.

      Tobias me solta, me olhando com nojo.

— Vá. Não quero mais te ver aqui. E a Agatha fode melhor do que você.

       Fico olhando ele ir e entrar no quarto, provavelmente para terminar o que estava fazendo com a Agatha. Como ele pôde fazer isso comigo? Eu me afastei dos meus amigos por causa dele; deixei de ir ao balé; me dediquei cem por cento ao nosso relacionamento, sempre preocupada em agradá-lo… Ele não me ama? Ele nunca me amou? Eu fui apenas mais uma para ele?

     Ignoro os olhares de todos enquanto desço para a cozinha. Terei que lidar com toda a fofoca amanhã, mas hoje… Hoje eu preciso esquecer desse dia de merda.

      Pego a primeira garrafa de vodka que eu acho e viro de vez na boca. A bebida queima minha garganta, mas a sensação é boa para me distrair. Tudo o que eu preciso.

      Não sei quanto eu bebi, mas sei que foi muito. Tudo começou a ficar embaçado em algum momento, assim como meus pensamentos, mas algo surgiu no meio da névoa: vingança. Sim, Tobias me traiu, mas eu posso me vingar.

     Eu estou pensando nisso quando tropeço em um cara. O mundo está girando e ele me segura em seus braços, parecendo tão fora de órbita quanto eu.

— Porraaa… Desculpe. Você… Você está bem? — Ele me parece vagamente familiar, mas minha mente bêbada não consegue lembrar de onde.

    Então eu o beijo. Meu estranho que vai me ajudar com a minha vingança.

    O tempo passa rápido e do nada, estou deitada em uma cama com um corpo grande, musculoso e estranho em cima de mim. Nós rimos de absolutamente nada enquanto nos beijamos e tiramos nossas roupas, mas em seguida, apenas gemidos deixam meus lábios quando o estranho me fode nesse quarto escuro. Tenho a sensação de que estamos esquecendo de algo, mas é tão bom aqui que eu deixo para lá e aproveito a sensação.

     Então tudo acabou. Não lembro como ou se chegamos lá, mas a próxima coisa que estou encarando é uma mancha de mofo no teto. Minha cabeça zumbe e eu franzo as sobrancelhas para o peso estranho em minha barriga. Quando olho para baixo, vejo um braço com algumas tatuagens nele.

     Tobias não tem tatuagem.

      Ai, merda.

     Rapidamente fico de pé, me livrando do braço do desconhecido. O que diabos aconteceu ontem? Quem é esse cara?

— Merda, merda, merda… — sussurro e começo a vestir minhas roupas. Minha máscara se perdeu em algum lugar, mas felizmente todas as minhas outras coisas estão aqui e eu me apresso em me vestir.

     O estranho ainda está dormindo, deitado de bruços com o rosto virado para o outro lado, debaixo de um travesseiro. Ele não está  usando nada, nem mesmo um lençol e eu demoro cinco segundos observando sua bunda antes das minhas bochechas ficarem vermelhas quando percebo o que estou fazendo.

     Que vergonha, Genevieve!

     Pego meus sapatos e saio do quarto.

      Apenas para esbarrar em alguém. Não olho para cima, vendo apenas braços tatuados e murmuro um "desculpe" antes de seguir meu caminho, sem olhar para trás.

AGORA

— Eu não me lembrava daquela noite até khalil mencionar há algumas semanas — digo a Eros, sentindo meu coração bater tão forte que acho que ele pode ouvir. — Eu sabia que vocês estiveram lá, vi vocês, mas não dei muita atenção para isso. Eu transei com Tobias aquela noite, mas depois fiquei bêbada quando vi ele me traindo. Eu não pensava nisso há um bom tempo, eu nem mesmo lembro do seu rosto naquela noite, não lembro se usamos camisinha ou se chegamos até o final, mas quando vi a marca de nascença nas suas costas, tudo voltou.

     Eros franze as sobrancelhas, soltando minha mão.

— Achei que poderia ser coincidência, achei que eu estava louca — engulo em seco, sussurrando as próximas palavras: —, porque de modo algum Freya poderia ter a mesma marca de nascença.

— O que você está me dizendo...

— Eu não queria contar até ter provas, então eu fiz um teste. — Levanto e vou até a minha bolsa, pegando o exame de DNA.

    Minhas mãos estão tremendo quando entrego a Eros.

— Você está me dizendo — Eros abaixa o exame, suas mãos trêmulas também enquanto me encara com os olhos marejados. — Você está me dizendo que Freya é minha filha biológica?

     Meu coração está martelando em meu peito quando anuo, mais lágrimas deslizando por meu rosto.

— Sim.

💎

Genteeeeeee, finalmente vcs sabem a verdade!

Vcs não imaginam como foi difícil ter que guardar isso TODOS ESSES MESES. Desde que comecei a escrever esse livro ( há quase um ano), eu já tinha planejado que o Eros fosse o pai da Freya!

Vcs já desconfiavam? (quem disser sim vai apanhar)

Espero que tenham gostado dessa reviravolta!

Vou tentar postar amanhã (dessa vez é verdade) FALTA SÓ MAIS TRÊS CAPÍTULOS PRA ACABAR

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2bjs, môres♥

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