É assim que Eu te amo

By JamilyVitoria951

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Se você venho procurando romance, seu lugar é aqui. Se você veio procurando amizades, seu lugar é aqui. Se vo... More

NOTAS
PERSONAGENS
BEM VINDOS
NOVIDADES
O QUE VOCÊ NÃO PEDE CHORANDO QUE EU FAÇO CHORANDO TAMBÉM
MINHA COZINHA ESTÁ PEGANDO FOGO
CONFORTO
AQUELE VENTILADOR ESTAVA ALÍ?
CADÊ A CHAVE?
ELE ME PAGA
DRAMA
EU NÃO SEI RECEBER UM ELOGIO
PRESUNÇOSO
PINK LEMONADE
PACIÊNCIA TEM LIMITE
COMPETITIVOS
PHYSIS
OUTONO
O PROBLEMA SOU EU?
BALÕES
VERDADE OU DESAFIO
PERFUME
DO CÉU AO INFERNO
AMIGOS?
RECOMEÇO
ESSA É MINHA GAROTA
GELO QUEIMA
MARRENTO
BORBOLETA
DESSA VEZ NÃO FOI O VENTILADOR
SEGREDO
BISCOITOS DE CHOCOLATE
LIBERDADE
INTERROGATÓRIO
ISSO PROVAVELMENTE É ILEGAL (NÃO FAÇAM CRIANÇAS)
FINALMENTE
QUEIMAÇÃO
CONSENSO
UMA BOLA LARANJA ME ODEIA
TAREFA REALIZADA
ATAQUE CARDÍACO
VERÃO
QUÍMICA E MÚSICA
RAZÃO E EMOÇÃO
QUEM CALA CONSENTE
PEDIDO
VOU MATAR MEU IRMÃO!
SILÊNCIO
ACÃO DE GRAÇAS
AGRADECIMENTOS

PEQUENEZ

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By JamilyVitoria951

ANNE

Meu sono da tarde é interrompido pelo som de algum ser do mal batendo frequentemente na minha porta. Aos poucos volto para realidade lembrando do que estava sonhando, coro na mesma hora. Eu estava em uma quadra e de repente Jacob aparece com uma bola de basquete e começa a jogar, logo me entrega a bola para ensinar-me a jogar. Ele estava atrás de mim explicando o movimento perfeito para fazer uma cesta. Sua mão tocava meu braço fazendo contato com minha pele, e apesar de ser um sonho parecia tão real que poderia, de fato, sentir o seu calor. Acordo no momento em que jogo a bola na cesta.

- Maninha! – meu irmão grita e me tira dos meus pensamentos – abra a porta, por favor – ele choraminga.

Talvez se eu fingir que estou dormindo ele desiste e vai embora brincar com seus brinquedos, mas ele não para de esmurrar a porta.

- Maninha! – ele continua insistindo - abre, por favor!

Levanto ainda um pouco sonolenta e vou em direção a porta para a abrir antes que Joaquim a quebrasse a base dos socos.

- O que você quer Joaquim? – perguntei tentando ser o mais paciente possível quando vi seu rostinho na porta, que logo sumiu, pois ele passa correndo por mim entrando em meu quarto – Ei!

- Eu não gosto quando você tranca a porta do quarto – ele diz me olhando com um biquinho. Levanto a sobrancelha surpresa.

- Desculpa então dono da casa - digo rindo - O que você quer? Está com fome?

- Não é isso... – ele se joga em minha cama e abraça um de meus travesseiros.

- Então o que aconteceu? Fez xixi na cama? - pergunto indo me sentar do seu lado.

- NÃO! Já sou grandinho. – Luto para não rir da sua fala.

- Então fala!

Ele enrolou as mãozinhas umas nas outras e me olhou. Já sei que ele quer pedir algo.

- Lembra quando prometeu que ia me levar pra brincar? - Lembro-me de ter prometido alguma coisa assim quando fui ao jogo de basquete - Então... Me leva hoje, por favor...

- Joaquim, estou cansada hoje e...

-Por favor maninha, você prometeu!

Eu estou morrendo de fome, mas acho que já estou enrolando Joaquim a bastante tempo, tenho certeza que daqui a uns dias terei desculpa suficiente por conta dos estudos, e além disso, agora tem os ensaios da banda.

- Ok... vamos – seu sorriso se abriu de uma orelha a outra, ele ergueu os bracinhos em comemoração – Pede pra mãe ou o pai te ajudar a trocar de roupa.

- Mamãe acabou de sair.

- Onde ela foi?

- Disse que foi ao mercado e que era pra eu ficar com você.

Agora entendi o porquê Joaquim não parou de bater na porta. Uma coisa que ele odeia - depois de eu trancar a porta - é ficar sozinho.

- Pede para o pai – Falo – Agora, me dê licença para trocar de roupa.

- Não precisa – ele saltou de minha cama – sei me arrumar sozinho – Apenas concordo sabendo que nosso pai não sairia ileso.

Ele saiu e começo a me trocar. Já eram quase seis horas da tarde, mas ainda sim fazia calor, então optei por um short jeans solto com uma blusinha branca. Me sento e calço meu all star de cano médio azul bebê.

Quando terminei de me arrumar Joaquim já estava sentado no sofá apenas esperando por mim. Faltou pouco para quase rir quando vi o jeito em que Paulo – nosso pai – arrumará o cabelo dele.

- Vamos? – ele perguntou animado.

- Vem aqui primeiro.

Ele caminhou até mim e tentei de alguma forma arrumar seus cachos bagunçados. Apesar da lateral raspada, em cima está grande. Pequei um elástico e fiz alguma coisa parecida com um coque samurai.

- Fala para o pai te levar no cabelereiro, seu cabelo está enorme – Falo finalizando o coque – Pronto! Podemos ir.

Pego minhas chaves, meu celular, um dinheiro em minha carteira e coloco tudo na minha pequena bolsa.

- Podemos ir no parquinho da praia? - Ele disse cantarolando um pouco - Meu amigo mora lá perto.

- Que amigo? – Perguntei.

- O Arthur.

Não fazia ideia de quem era Arthur, mas creio que seja seu coleguinha de sala.

- Aquele parquinho é um pouco longe, vamos a um mais perto.

- Mas aquele é o mais legal, e meus amigos vão estar lá.

- Como sabe que eles estarão lá? – perguntei vendo-o chutar as pedrinhas enquanto andava.

- Eles sempre estão lá.

Acabou que já estávamos indo em direção aquele parque, mesmo que fosse longe. Seguro mais firme a mão de Joaquim ao atravessar a rua e de antemão conseguimos avistar a extensão do mar.

O dia está deslumbrante, quase agradeço ao Joaquim por me fazer sair. O sol ardente beijava minha pele a deixando levemente corada. A maré do mar está baixa, mas seu som se estende pelo litoral, definitivamente uma das melhores músicas da natureza.

- Aquele não é o Jacob? - Joaquim pergunta.

- Onde? - não estava vendo direito por conta da luz do sol.

- Ali - ele apontou, mas ainda não o enxergava - Ali maninha. JACOB! - meu irmão grita.

Joaquim conheceu Jacob em um dos aniversários de Vic. Meu irmão o adora desde então.

- Joaquim! Não grita na rua.

Apesar de corrigi-lo ele já estava abanando a mão para o alto. Fecho um pouco meus olhos tentando ver o menino que Joaquim acena. Vi Jacob mais claramente quando o próprio se achegou mais perto dando uma pequena corridinha.

- E aí tampinha! - ele cumprimenta meu irmão com um higth five e logo passa a mão sobre sua cabeça. Não, no cabelo não penso comigo.

- Oi Jacob! - meu irmão o cumprimentou de volta sorrindo. Engraçado como ele esqueceu os amigos facilmente.

- Oi Anne! - agora sua atenção vem até mim – Já está virando tradição nos encontrarmos – lembro-me dele dizer a mesma coisa da última vez.

- Oi Jacob. – O comprimento – Deveria me preocupar?

- Me diz você – Senti um certo cinismo na sua fala, principalmente por conta da leve curvatura que formou em sua boca

- O que é fazendo aqui? - Pergunto mudando de assunto olhando o suor do da sua mandíbula traçando um caminho pelo seu pescoço.

- Correndo um pouco.

- E o Gregory? Não veio? -perguntei já que os dois sempre andam juntos.

- Por incrível que pareça nós não nascemos grudados – Jurava que eram irmãos siameses – E ele está descansando para o campeonato de natação. E você?

- Estou cumprindo uma promessa levando o pestinha para brincar.

- Vem com a gente Jacob! - meu irmão chama, e arregalo os olhos para ele - Você pode brincar comigo ou ficar com a maninha enquanto brinco – Ah pode?

- Joaquim! - sussurrei para ele -Talvez o Jacob tenha algum compromisso agora.

- Mas ele estava correndo – O que eu faço com essa criança? – Vamos Jacob, nós nunca nos vemos mesmo.

Jacob olha para mim tentando achar alguma rejeição. Tento não demonstrar nada, deixá-lo escolher por conta própria. Sei lá, dar qualquer desculpa.

- Se você insiste – Jacob se vira para o meu irmão.

- Eba! Então vamos rápido - ele segurou a barra da camisa de Jacob e o puxa um pouco - Vamos, vamos, se não vai escurecer.

Fiquei o caminho todo em silêncio, até porque Joaquim sempre fazia perguntas para Jacob. As perguntas eram muitas vezes inoportunas como: "Você tem namorada?"; "Porque está tão suado"; "Eu ouvi meu pai reclamar porque um menino trouxe minha irmã em casa, olhei na janela e era você"; essa última fala quase me fez tropeçar, não sabia onde enfiar minha cara. O incrível era que Jacob conseguia responder todas as perguntas tranquilamente, até ria as vezes.

Da última vez que Jacob brincou com Joaquim, ele passou o resto do dia falando sobre o menino ao nosso lado. Nunca escutei o nome Jacob sair tantas vezes de uma boca em minha vida.

- Não foi maninha? - meu irmão se dirige a mim, mas estava em outro mundo. Então, apenas assenti. Jacob tentou parecer empolgado para não cortar a empolgação do Joaquim

Torci para não ter sido nada de mais que ele havia perguntado.

Quando o parquinho já estava perto Joaquim foi pulando até ele. Há três crianças, ele parece conhecer todas.

- Vamos nos sentar ali. – Jacob aponta para um banco colorido sem olhar para mim, caminhamos juntos até o assento e sentamos.

O banco é relativamente pequeno, visto que foi feito para crianças, em razão disso fica um pouco difícil não nos encostarmos às vezes.

Por estar muito perto dele consigo sentir o cheiro do seu perfume amadeirado. Como pode suado ser cheiroso. Não sei porque, mas isso me dá um pouco de raiva. Certamente no sonho ele tinha o mesmo cheiro. Afasto esses pensamentos. Um silêncio se firmou sobre nós durante alguns minutos. 

- Não sabia que fazia seu tipo passear com criança. – Afirmo quebrando o silêncio.

- Nem eu na verdade – Ele expõe olhando o horizonte.

Deixo o silêncio se impor novamente pensando se faço ou não a pergunta que martela em minha mente.

- Por que aceitou então? – Pergunto olhando o Joaquim descer o escorregador.

- Aceitou o quê? – Sabia que ele estava olhando para mim, mas não encontro meus olhos com o dele.

- Por que aceitou fazer isso? – Pergunto agora virando meu rosto para encará-lo.

Imediatamente me arrependo percebendo a proximidade que nossos rostos estão. Não próximo o suficiente para sentir sua respiração na minha pele, mas o suficiente para observar seus olhos mel e descobrir que há um leve contorno esverdeado em volta deles.

- Quem não gostaria ouvir gritarias de crianças? – Jacob diz irônico.

- Pare de desviar da pergunta - Ele dá um leve sorriso com canto da boca. - Por que está aqui?

Ele não responde em imediato.

- Talvez eu só queira estar aqui - As suas respostas são vagas, não tem como ter certeza de algo.

- Por que simplesmente não deu uma desculpa e foi embora? – Insisto já que ele não ajuda.

- Eu estou começando a achar que não está gostando da minha presença.

- Não!- Elevo minha voz sem querer e viro meu corpo para ele - Não é isso. É que... não é seu estilo.

- É... você já disse isso. – Jacob não tira seus olhos do meus - Talvez eu também não saiba qual é mais meu estilo.

Não sei se foi impressão minha, mas seus olhos ficaram mais intensos subitamente, se é que é possível. Essa intensidade me faz querer desviar deles, porém, por algum motivo não consigo. É como se minha mente se recusasse a mandar estímulos para o meu sistema motor. Ela está ocupada demais pensando na ultima frase dita por Jacob, o jeito que ele falou, como se fosse um constante pensamento, o modo como ele me olhou. Como está me olhando.

- Anne! - Joaquim me chama, e dou graças a Deus pois Jacob não desviava os olhos de mim - Vamos comer o sorvete do Senhor Tyler?! Jacob você vai experimentar o sorvete de milho, é o melhor que tem.

- Tenho sérias dúvidas.

- Pode confiar em mim - Joaquim diz com um sorriso enorme no rosto.

- Posso? - Jacob se vira para mim.

- Pode – confirmo ainda desnorteada.

Enquanto vamos em direção a barraca de sorvete minha mente ainda pensa no menino ao meu lado.

Não entendo essa relação repentina. Em um momento ele agi como se eu nunca tivesse existido e em um passe de mágica aparece para tomar sorvete com meu irmão.

O pior é que eu gosto. Eu gosto da sua companhia, gosto das nossas breves conversas, gosto de como ele me dá o prazer de ouvir sua risada. Às vezes eu fico me perguntado: Eu deveria gostar? Deveria gostar tanto da companhia do irmão da minha melhor amiga?

Chegamos na barraca e pedimos os sorvetes, peço o meu preferido, de baunilha, e para o Joaquim de milho, Jacob o acompanha aceitando o concelho que meu irmão acabara de dar.

Depois de recolher o sorvete resolvemos nos sentar em um banco que está de frente ao mar.

Fico quieta para ouvir o som da maré, enquanto Jacob e Joaquim estava em uma conversa frenética sobre não sei o que. Meu cérebro só se concentrava no pôr do sol a minha frente que beijava a extensão do mar.

É de uma contradição enorme se sentir calma ao ver o mar agitado. Talvez esse sentimento venha pela brisa da água, ou talvez seja pelo encanto de ver a beleza em meio ao caos que é o mar.

- É bonito né? - Ouso a voz calma do meu lado.

- Cadê o Joaquim? - Pergunto não respondendo sua pergunta.

- Foi jogar os potes fora - Ele diz.

Foi raro as vezes que ouvi Jacob elevar sua voz. Na maioria das vezes ele tem uma voz calma, não fala de forma rápida ou apressada é simplesmente calma. E isso fica mais evidente quando ouso ela se misturando com a música do mar.

- Em certos momentos penso que poderia me perder olhando a extensão do mar - Ele diz e dessa vez eu me viro para ele. Seus olhos estão vidrados na água a nossa frente.

- Por que?

- É umas das poucas maneiras de entender o quão grande é o mundo.

- E o quão pequeno nós somos diante dele - Digo me virando para o horizonte novamente. Ouso ele repetir minha frase em voz baixa sorrindo.

- Por que estava tão calada? - Jacob pergunta.

- O mar me deixa reflexiva - Ele franziu o cenho para mim. Não é uma mentira, o mar me deixa realmente reflexiva, mas o que passava pela minha cabeça era ele. Olho para o lado e vejo que Joaquim vindo em nossa direção.

- É melhor eu ir, já está escurecendo - Digo me levantando.

- Quer que eu leve vocês? - Jacob pergunta.

- Não precisa...

- Sim! - Joaquim me interrompe.

- Não precisa de Jacob – Aperto a mão de Joaquim calando sua boquinha.

Nos despedimos e fui para casa com uma criança falando na minha cabeça o tempo inteiro sobre suas pequenas aventuras, mas minha mente apenas avaliava as perguntas não respondias em minha cabeça.  

________________________________________________________________________________

Esse cap é bem especial para mim, por conta da reflexão que ele trás sobre a nossa pequenez diante do mundo e o do universo, mas principalmente de Deus. E nada melhor do que postá-lo na véspera da pascoa.  

Feliz Pascoa para vocês que o amor renasça no corações de vocês! 

Bjs!

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