Crias do Alemão

By LifeWang

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Quarta temporada de: No Alemão A última geração está por vir, cheia de emoções e reviravoltas 🔥 ⚠️ plágio é... More

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By LifeWang

Eduardo

Estar na prisão não é bem uma maravilha, eu odeio essa porra de lugar. A sensação de estar enjaulado me faz se remoer por dentro, pronto para perder a mente e qualquer merda boa que pode restar dentro de mim.

"não se pode enjaular um espírito livre"- Era o que meu pai sempre dizia, porra, sinto falta dele. Sinto falta da minha família, dos meus amigos, da emoção de estar nas ruas e em ação. Sinto falta da liberdade. Mesmo me arrependendo de muitas merdas que já fiz, definitivamente deixar que me prendessem é o maior arrependimento de todos.

Mas quando se faz parte de uma facção, quando você é apenas um boneco de merda, você tem que cumprir o que lhe é designado. Confiaram em mim para estar aqui e foda-se, sou grato pelo voto de confiança. Mas á um ponto em que as pessoas podem aguentar, e eu não posso mais.

-O que você tem pra mim garoto?- Um dos detentos senta em minha frente

Eduardo-Dois kilos-Tiro o saco do bolso, olho para os lados e deslizo por baixo da mesa.

-Você me garantiu que é da boa, espero que seja um homem de palavra ou...-A pausa dramática me faz revirar os olhos.

Eduardo-Experimente a merda, depois partimos para as ameaças-Digo firme-Agora vamos para minha parte do acordo.

-Gosto de você rapaz, direto e profisisonal-Sua grande mão desliza para dentro do bolso guardando o pacote-Certo. Faz tempo que não vejo pesadelo, aposto que ele está no auge da sua velhice agora.

Sua risada me faz querer empurrar meu punho contra seus malditos dentes amarelados.

-Um dos meus contatos lá fora me deixou por dentro da bagunça. Mas sinceramente, não esperava que vocês viessem até mim precisando de ajuda.

Eduardo-Não precisamos de ajuda, não somos um bando de maricas de merda-Travo meu maxilar-Queremos uma aliança, você é quem vai sair ganhando nos tendo do seu lado.

-Cuidado com as palavras rapaz, aqui dentro você está sob o meu território -Seus pulsos batem sobre a mesa-Lá fora você pode ter sua facção de merda para salvar sua bunda, mas aqui dentro não

Eu o encarei com meu sangue fervendo, esse velho do caralho. Meu primeiro impulso é me levantar e enfiar meu canivete em seu pescoço, mas me contenho.

Eduardo-Marcelo quer uma resposta sua até o fim do dia-Digo por fim-Pense bem sobre o lado que vai ficar. Pesadelo pode estar aposentado, mas ele ainda tem o seu legado. Marcelo, Ryan e Jhonatan são suas melhores versões. Então escolha com sabedoria.

Me levanto em toda minha glória, com meu tom firme e pesado deixando as palavras fluir sobre nós. Estou cansado de ser intimidado, ele pode estar no seu território mas eu ainda sou um dos cria.

♠️

Giro o canivete entre meus dedos, brincando com a lâmina em uma tentativa de esvaziar minha mente. Um filete de sangue escorre por meu polegar e pinga em minha testa. Abaixo minha mão, caindo pesada sobre o colchão e meus olhos se viraram para a madeira da beliche de cima.

Meu coração arde, o corte em meu dedo lateja mas não o suficiente para se comparar com a merda dentro de mim. A foto me encarava de volta, seus cabelos loiros brilham com a porra do sol. Seus olhos claros parecem atravessar o plástico e olhar dentro da minha maldita alma espinhosa. Um suspiro pesado sai dos meus lábios.

Desvio minha atenção para a grade em minha frente, um guarda para sobre ela e abre o cadeado. Eu pulo da cama escondendo o canivete dentro da minha camisa.

-Eduardo, venha comigo- Ele empurra a porta e espera eu passar.

Atento ao que acontece em minha volta, eu o sigo. Em alerta sobre o que pode acontecer. "Não confie em nada e em ninguém, além de você mesmo, um passo em falso e eles te matarão"- A voz de Marcelo ecoa em minha cabeça. Maldito seja.

Eu acompanho o guarda por todo o pátio até chegarmos em uma porta de aço, ele coloca a senha e segundos depois ela se abre. Os pingos da chuva batem no chão e molham a barra do meu uniforme, seguimos para o pátio aberto deixando nossas roupas grudando em nosso corpo. Meu cabelo escorre por minha testa e o vento frio corta minha pele.

Meus dedos apertam o canivete, olho em volta enquanto a escuridão da noite nos engole como um maldito filme de terror. Certo, eu estou farejando merda, muita merda.

O guarda para e eu também, ele se vira e tira sua boina. "Fique focado, não se deixe ser pego desprevenido. Eles atacam por todos os lados"- Dessa vez é a voz da minha avó, Ysabela. Ela sabe como essas merdas são.

Desvio minha atenção do cara em minha frente, me viro de costas para ele e pulo para o lado em um movimento rápido. No mesmo instante que outro guarda avança sobre mim com uma maldita faca, não sei da onde ele saiu, mas eu sabia que essa merda só estava começando.

Levantei meu braço bloqueando seu golpe e suspirei quando a lâmina raspou em meu pulso abrindo um corte no mesmo instante. Dois contra um, acho que posso lidar com isso. Com meu punho livre eu acerto seu rosto, o maldito cambaleia para trás enquanto o outro corre em minha direção

Meus reflexos me permitem se livrar do seu primeiro golpe, mas sou atingido logo depois. Algo grande e duro vem de encontro com minha nuca. Meus sentidos ficam bagunçados e pontos brancos se espalham por minha visão. A chuva não ajuda muito.

Eu caio para frente, meus joelhos se chocam contra o chão duro enquanto eu tento recobrar meus sentidos. Mas não tenho tempo de pensar muito, um chute tira meu ar quando a botina de couro pressiona em minha barriga e eu rolo sobre as poças de água.

Eduardo-Porra-Ofeguei tentando procurar meu canivete que sumiu.

-Malditos traficantes de merda-Um dos guardas balbucia, sua silhueta aparece sobre mim.

A dor em minha nuca sobe por minha cabeça até minha têmpora, meu estômago embrulha com a dor latejante. Quando tento me levantar, a sola suja e molhada da sua botina pressiona meu peito. Arrancando de mim os últimos resquícios de ar, sinto que estou sufocando conforme ele pressiona com mais força e as gotas da chuva se acumulam em meu rosto.

"Lembre-se, os pontos fracos em uma luta. Pegue seus oponentes desprevenidos, não seja óbvio com seus ataques"- É como ouvir Jhonatan sussurrando em meu ouvido.

Mesmo lutando contra a pressão em meu peito, reúno o máximo de força que posso e acerto meu punho entre suas pernas. O desgraçado grunhi, a pressão diminui me dando tempo para agarrar sua perna e com um movimento rápido eu girei trazendo ele comigo para o chão. O grito de dor se espalha por todo o pátio quando o movimento faz seu joelho se partir. Ele cai com sua perna frouxa enquanto o outro vem correndo em minha direção.

Rapidamente puxo a arma do segurança caído, destravo o gatilho e sem pensar eu miro sobre o guarda e atiro três vezes. O som dos disputados é alto o suficiente para acordar todos os outros. Mas eu sabia que isso seria um motim de merda. As porta se abrem e os outros guardas saem apontando suas armas pra mim.

-Mãos para cima! Mãos para cima-Eles gritam em unissolo

Eu largo a arma e levanto as mãos, porra, agora são mais de cem. Nem se eu fosse a porra do Batman conseguiria vencer uma luta com esses filhos da puta.

O guarda no chão continua gritando enquanto segura sua perna ferida, o outro está morto. Bem vinda prisão perpétua!

Os guardas fazem uma linha única com suas armas apontadas pra mim, garantindo uma distância segura. Eu me ajoelho e coloco as mãos em minha nuca que ainda lateja para um caralho. Espero até que um deles se aproxime para me algemar e me jogar na maldita solitária.

Mas é claro que isso não acontece, pelo contrário, sou pego desprevenido quando o som de uma metralhadora me faz se jogar no chão. Atrás de mim alguém está atirando, de uma forma boa pra caralho. Os guardas atiram de volta e me pego em um fogo cruzado.

Pego o corpo do guarda morto e coloco sobre o meu, nem fodendo eu irei morrer no pátio de uma cadeia de merda. Os tiros continuam por quase meia hora, até que o silêncio insurdecedor toma conta do lugar antes da sirene de alarme começar a tocar.

Jogando o corpo de lado, eu levanto. A suspresa me toma quando olho em volta e vejo todos os guardas mortos, do outro lado os detentos estão parados com a mesma expressão que eu.

Me viro lentamente e perto da grade, do lado de fora, tem uma figura alta parada. Uma matralhadora em cada mão, com uma roupa toda preta como um fodido comensal da morte. Em passos lentos eu me aproximo da grade e uma gargalhada sai dos meus lábios.

Por um instante acho que a pancada em minha cabeça pode me fazer delirar. Porque eu jurava estar vendo Pesadelo em minha frente, mas quando me aproximei o suficiente eu percebi que não era ele. Mas sim sua versão 2.0.

Seu maldito filho, Ryan!

Ryan-Hora de ir pra casa, garoto-Sua voz de autoritade me faz estremecer.

Eduardo-Você está sozinho?-Pergunto surpreso

Ryan-Trabalho melhor sozinho-Ele joga a matralhadora sobre os ombros- Pegue uma arma, cuidarei do resto.

Ele se vira e some no meio da floresta nebulosa. Porra, esse cara consegue ser ainda pior que seu pai e seus irmãos. Eu não sei o que ele está planejando, mas eu sei que a merda vai ser feia.

Pego a arma dos guardas e não demorou até que o som dos tiros voltaram. Os detentos começaram a gritar e o motín voltou, homens se socando, se esfaqueando e se matando. Os guardas correm de um lado para o outro. Por um instante eu nem sei o que fazer.

Uma explosão faz o chão em baixo dos meus pés tremer, eu olho para os lados e uma das torres caiu sobre a floresta. A grade de choque faz outra explosão, dando uma abertura segura para a fulga. Eu suspiro e dou risada, os detesto passam por mim correndo em direção a liberdade deles.

Eu penso em fazer o mesmo, mas não posso deixar Ryan para trás. Eu corro na direção oposta até a outra torre, o som dos tiros se tornam mais densos conforme eu me aproximo. Eu paro entre as duas escadas, Ryan bate a ponta de arma contra o rosto de um dos guardas, e com um chute o homem despenca para o lado de fora.

Eduardo-Precisando de ajuda?-Pergunto a ele, o mesmo me olha e joga uma das metralhadoras em minha mão.

Ryan-Eu pareço alguém que precisa de ajuda?- Ele vem em minha direção e desce as escadas correndo.

Eu o sigo atentamente, me sentindo meio inútil enquanto vou atrás dele. O homem derruba quem aparece em sua frente, não deixando nem uma brecha para eu agir. Ele é rápido, preciso e muito bom em lutas corporais. Mesmo estando coberto de sangue, nenhum pingo é dele. O cara está invadindo uma prisão, sozinho e sem reforço. E mesmo assim está intocado.

Quando achegamos na última porta, Ryan atira com uma bala certeira entre os olhos do último guarda. Ele coloca a senha no painel e a porta se abre no mesmo instante, suspiro aliviado quando chegamos ao asfalto. O som das sirenes fazer um frio percorrer minha espinha, Ryan corre atravessando a pista e eu continuo lhe seguindo, feito um cachorrinho.

Paramos entre as árvores e ele puxa um lençol, revelando uma moto. Ele me joga um capacete e coloca a arma em sua cintura, eu faço o mesmo que ele. E assim a realidade bate em minha porta, eu estou livre, indo para casa.

Olho uma última vez para a prisão com uma parte em chamas. Tudo isso acabou, essa é a minha liberdade e ela não poderia ter um gosto melhor.

Ryan-Deixe a melancolía para depois-Ele bate em meu ombro-Suba, temos mais trabalho para fazer.

Um sorriso aparece em meus lábios, foda-se, posso fazer qualquer coisa agora. Posso voltar para minha vida, para o lugar que sempre pertenci. E talvez, possa voltar para ela...

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_Beijos da Isa_

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