A volta para a Tailândia foi calma. A chegada nem tanto. Rak contou aos pais o susto que passou e Tom, Torr e Joly entraram em colapso. Entretanto, quando os três se acalmaram, Rak percebeu como eles estão entrosados no papel de pais.
- Você não deveria passar por isso sozinho, filho. Quando sua mãe e seu irmão partiram, você estava lá para mim. Errei em ficar tão preso em minha dor e deixei de ver seu sofrimento.
Torrent chegou chorar quando desabafou. Seu medo de perder o filho exposto ali para Chan, Tom e Joly verem.
- Papai, não o culpo. Você tinha outras dores para acomodar. Eu sei que o desprezo de seus pais por nós o feriu a vida toda. Não conseguia falar sobre o que eu sentia para o senhor.
- Filho! Não deveria ter ido tão longe para fugir de mim.
- Eu não fugi. E nem estava sozinho. P'Chan estava comigo. Vegas também. E eu via vocês quase todos os dias, não foi.
Joly chorava abraçada ao marido, sem forças para explanar sua dor.
- Filho, deveria ter nos dito. Passaríamos por essa dor com você. - Tom interferiu, também ferido. De alguma forma ele se vê com os mesmos direitos paternos que Torrent.
- N'Chan, deveris ter nos contado. Vocês não tinham esse direito... - Joly gemeu.
- Mãe, eu proibi eles de contarem. Não queria que nem eles soubessem. Sabe como foi triste ver o Vee chorar escondifo? E olha que ele e Chan tinham certeza que eu não estava doente.
- Pobre Vegas! Ele mesml msl se livrou da dor de perder a mãe! - Joly sabe como o rapaz ficou. Mesmo que já morasse em Nova York, não tinha perdido o contato direto com a amiga e com Gun.
- Desculpem-me. Eu realmente não quis preocupar vocês. - Chan abaixou-se, sendo interrompido por Torrent.
- Você esteve com ele. Somos gratos. Só não façam mais isso.
Todo o carinho que Rak precisava lhe foi devotado. Passou a tarde conversando com os pais. Mas tinha que encarar o irmão.
A viagem para a casa de Pol e Tawan foi tensa. De alguma forma Rak sabe que o irmão vai fazer cobranças e vai sentir mais que os pais.
Chan e Rak foram dar uma volta na praia e encontraram Tawan fotografando. A hora da verdade vindo direto sobre eles.
- Oi. Pol disse que vocês viriam só à noite. Tudo bem? Rak, você ainda parece muito magro!
- Oi, cunhado. Como vocês estão?
- Estamos bem. Mas Pol anda muito preocupado com sua magreza. Aconteceu algo?
Tawan tem os olhos precisos de um jornalista de seu porte. Está desconfiado há tempos e encontrar o cunhado ali o fez aproveitar a oportunidade.
- Vocês vão me contar logo essa história ou vou ter que torturar os dois?
Rak olhou preocupado para Chan. Se o cunhado está assim, imagine o irmão! Os olhares dos dous não passaram desapercebidos por Tawan. Há algo nessa história. Se os dois tivessem vivendo um amor secreto, ele não veria toda a tensão que percebe entre os dois. Há muito mais wue negação de sentimentos entre eles. Muito mais. A mente de Danawitt viaja em busca de possibilidades. Rak falou pouco por cam com Pol e em todas essas vezes ele não estava por perto, logo foi intencional. Rsk e Chan sabiam que para esconder algo dele deveriam não vê-lo.
- Vocês não acham que me enganaram com a história de só fazer chamadas de vídeo quando Pol estava no escritório, não é?
- Cunhado, eu nào quis enganar. Só não estou pronto para falar sobre isso várias vezes.
- Sabia! Foram aqueles exames que você e Pol fizeram?
Rak gelou. Sentiu o corpo tremer e não conseguiu firmar o olhar em Tawan. Buscou socorro em Chan, que lhe abraçou com carinho.
Tawan percebeu tanto o destempero dd Rak quanto o carinho cúmplice de Chan.
- Tawan, vamos para sua casa. Lá conversamos. Rak está cansado da viagem. Ainda nem descansamos depois do vôo.
Entraram no carro de Chan e terminaram o percurso. Ao chegar à casa viram o carro de Pol. O som da música vindo da cozinha deram aos três o destino do outro dono da casa.
Pol começou a conversa sem os cumprimentos como ele e Arm costumam fazer.
- Estou fazendo risoto de tomate seco, maninho. A receita de sua... nossa mãe.
Desde que se enckntraram, Rak deu ao irmão os livris de re eita da mãe. Ele e o pai são uma negação na cozinha, mad o irmão mais velho é praticamente um chef. O mais novo sentiu-se em casa. De fato o perfume de manjericão estava pela casa.
Rak abraçou o irmão com alegria. Sentiu-se vivo e grato. Os olhos úmidos alertaram Pol.
- Ei! Você vai viver muito para comer todas as receitas que a mãe marcou que são suas prediletas.
A frase despretensiosa mexeu com Rak, que ficou tenso no abraço. Pol teve certeza que nào foi por ouvir da mãe wue o irmão se retesou em seus braços.
- Chega! Conte o que há para seu hia. Agora.
Sem soltar o irmão, desligou a panela e tirou da boca quente. Saiu da cozinha empurrando o mais jovem.
Sentou Rak no sofá e abaixou-se em sua frente.
- Fala agora. Tudo.
Os olhos úmidos de antes, agora vertiam lágrimas silenciosas.
- Os exames... Os nossos últimos exames... O meu veio errado...
Tawan soltou uma imprecação. Pobre Rak!
- Diziam que eu tinha poucos meses de vida, hia... Eu ia perder você... logo depois de achar...
Pol puxou o irmão para seus braços. Ele também chorando.
- Deveria ter dividido essa dor conosco. Por que fugiu?
Rak apenas chorava. Vhan, logo atrás do sofá, olhava os dois sem saber como ajudar, mas interferiu:
- Pol, ele não euis contar para ninguém. Descobri por acaso e o fiz contar para o Vegas.
- Por que não para mim, Chan. Sou o irmão dele!
- Acha que não teimei com ele para se abrir com todos? Você me conhece, Pol!
Pol e Vegas são os que mais se aproximaram de Chan, por isso o tom magoado dele ao falar com o amigo.
- Ainda assim, Chan! É meu irmão! Ele ia morrer sem eu saber!
- Pol, eu soube que o exame estava errado tão logo ele me disse. Seu irmão não tinha nenhum dos sintomas finais de um câncer agressivo. Esqueceu?
Pol não tinha esquecido. Ele é o único que sabe. Rak olhou para os dois curioso, mesmo que ainda nervoso por ter imaginado morrer e não ver mais o irmão que ele tanto tentou encontrar. A consciência de quase perda só se deu ali, quando estava nos braçosdo de Pol e ele, inocente, ainda na cozinha, brincou sobre a morte.
"O que é que Pol sabe de Chan e não me contou?" O pensamento cruzou a mente de Tawan. Eles não têm segredos. Entretanto, a consciência o lembrou que todos têm segredos, alguns inconfessáveis. Ele mesmo guardou alguns na vida.
Chan abaixou os plhos e Rak se soltou do irmão e foi ao encontro do outro homem e o abraçou.
- Você está bem, P'Chan?
A preocupação era muito maior que a curiosidade.
- Estou. Fique calmo. Você é importante agira. Estamos falando do seu susto, meu anjo.
Tawan notou o carinho ali. "Há mais entre esses dois. Talvez a história de Venice não seja assim tão fantasiosa."
- Como você descobriu sobre Rak, Chan?
- Ele estava no parque e o vi chorar lá. E ele disse que não queria fazer o tratamento.
- Nenhum médico ia fazer um tratamento agressivo ou invafivo sem novos exames, Rak!
- Hia, você não viu como mamãe sofreu... - Lágrimas voltatam aos olhos do jovem.
- Pol, o psicólogo disse que o falso diagnóstico desatou o luto por sua mãe e pelo irmão de vocês. Ele precisa viver todas as fases da dor para ficar bem.
Pol e Tawan entreolharam-se e uma promessa silenciosa se fez entre ambos. São mais dois para cuidar de Rak.
- Como ele está agora, Chan? - Tawan perguntou, preocupado.
- Não sabemos de fato em qual estágio está, mas está se recuperando bem. O psicólogo nos indicou um amigo aqui. Vimos ele a caminho daqui. - Chan não soltou Rak, que agora está mais calmo.
- Por que ele perdeu tanto peso, Chan?
- Hia, eu sentia que estava morrendo. Mesmo quando os primeiros exames desmentiram o diagnóstico. - A dor presente na voz dele feriu Pil, que sentou-se sem forças.
- Eu nem pude ajudar você, maninho!
- Ajudou sim. Quando todos foram contra eu viajar com o Chan, você e Vegas me defendersm e apoiaram. Aqui eu não ia mesmo buscar tratamento. Eu tinha aceitado morrer...
- Prometa, maninho, prlmeta nunca mais fazer isso!
- Prometo.
Para espanto de Tawan e Chan, ambos ergueram o dedo mindinho e os uniram em uma promessa infantil.
Chan achou aquilo tão fofo que sorriu pela primeira vez desde que chegou a Hua Hin.