Mr. President

By GeovanaJackson

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A corrida pela Casa Branca nos obrigou a lidar com os problemas do passado e aquilo que estava mal resolvido... More

Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Epílogo

Capítulo 17

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By GeovanaJackson

Anastasia

Carter parece confortável no colo do Christian enquanto seguimos em direção ao Brooklyn.

Ele teve uma reunião rápida com os marqueteiros responsáveis pela campanha e eu queria ter participado para apresentar as métricas econômicas que podem ser agregadas ao discurso mas Mia me garantiu que não era necessário por enquanto e que hoje seria uma dia de descanso.

Eu secretamente acho que ela quer manter o Christian o mais longe possível do cenário político por pelo menos 24 horas para observar atentamente quais serão os próximos passos do Carrick.

Aquele soco na cara com certeza não vai ser esquecido e todos nós estamos temerosos sobre o rumo turbulento que isso pode tomar.

Carrick colocou na cabeça louca dele que eu sou uma espécie de ponto fraco para o Christian e, depois daquela explosão no auditório em Buffalo, ele vai usar isso para pressionar e pressionar até conseguir nos tirar dos trilhos.

— Larga esse celular pelo menos por hoje. — Christian reclama e eu olho para ele, depois para Mia e Elliot sentados no acento à nossa frente.

Ela bufa e revira os olhos, jogando o celular dentro da bolsa com um suspiro frustrado.

— Estou checando as notícias para saber se o seu pai não falou nenhuma outra merda na imprensa. Você deu um soco na cara dele, esqueceu? — Christian sorri vitorioso e dá de ombros, acariciando as patinhas do Carter.

— Foda-se, ele mereceu. E não se preocupe com as declarações dele, deixe que fale. Quanto mais o Carrick me critica pior a situação dele fica e mais a minha popularidade cresce. Ele é o meu maior apoiador.

Mia estreita os olhos, as bochechas ficando levemente coradas a medida que o sorriso do Christian cresce.

— Você trata isso como se fosse uma grande piada, não é? Se esqueceu do que está em jogo aqui, irmãozinho? Se esqueceu de quem você é? — ele tomba a cabeça para trás e geme.

— Não, Mia, eu não me esqueci. Só quero deixar isso de lado por hoje, aproveitar o dia e participar um pouco mais da vida da Ana. — Christian pisca para mim e segura a minha mão, dando um beijo no dorso.

Sinto o meu rosto ficar quente e tento me afastar do toque, mas ele segura a minha mão com mais força e arqueia uma sobrancelha.

Um silêncio sepulcral cresce no carro e eu engulo em seco, desviando meus olhos novamente para a janela. Sinto quando o Christian esfrega a parte fofa do dedão pela minha pele, brincando com os meus anéis.

O Brooklyn nunca pareceu tão distante.

Taylor parece notar o clima pesado que surgiu de repente e coloca uma música qualquer, a melodia preenchendo o silêncio ensurdecedor.

Parece que demora séculos mas quando finalmente fazemos a curva na Bedford Avenue eu suspiro aliviada. Taylor consegue uma vaga em frente a uma livraria e eu sou a primeira a saltar para fora do SUV.

Respiro fundo e deixo o cheiro de flores, verão e culinária latina preencher os meus pulmões.

Eu sempre amei esse lugar.

O Brooklyn é o melhor bairro para quem quer aproveitar o dia sem precisar se preocupar com a prepotência e arrogância de Manhattan. As pessoas são risonhas e educadas, a culinária é maravilhosa e o encontro das várias nacionalidades e culturas trazem um sabor especial à cada esquina.

Mia dá um gritinho animado e entrelaça o braço no meu, olhando tudo ao redor com um sorriso enorme.

— Eu nunca estive no Brooklyn, sabia? Sempre quis conhecer mas meu pai falava que era um bairro perigoso. — reviro os olhos.

— O seu pai não sabe nem onde está o rabo dele. Esse é um dos melhores bairros de Nova York, pode perguntar para quem quiser. É tranquilo, histórico e moderno, tudo ao mesmo tempo.

— Você parece gostar muito daqui. — sorrio para ela e assinto.

— Eu gosto, realmente. Não comprei um apartamento aqui porque ficaria muito longe do trabalho mas pretendo investir. Um lugar para o fim de semana, talvez.

— O melhor destino de fim de semana é Upper East Side. — Christian se enfia entre nós com um sorriso, afastando a Mia de mim para ficar ao meu lado. — Tenho uma casa lá. Podemos ir quando você quiser.

Franzo as sobrancelhas e me afasto um pouco, colocando alguma distância entre nós. Olho discretamente ao redor para ter certeza de que não estamos sendo fotografados e forço um sorriso.

— Nós estamos em público e você é um dos rostos mais conhecidos do país atualmente. Eu não quero o meu nome envolvido com o seu em colunas de fofocas, muito menos ser colocada como uma das suas muitas conquistas.

Christian ri e eu respiro fundo para controlar a minha vontade crescente de bater a cabeça dele no meio-fio até que ele esteja inconsciente e calado.

— Me lembro que você vivia dizendo que não se importava com o que as pessoas pensavam.

— Porque naquela época você não era candidato a presidência e eu não era a sua conselheira econômica e futura Secretária do Tesouro. — Christian morde o lábio inferior e me fita intensamente, os olhos cinzas brilhando misteriosamente.

— Ainda bem que tocou nesse assunto. Precisamos conversar sobre isso. — arqueio uma sobrancelha e puxo ele pela calçada para nos afastarmos dos demais.

— Algum problema que eu não esteja sabendo? — minha voz denuncia a curiosidade mas o Christian nega e acaricia o meu rosto, colocando uma mecha solta atrás da minha orelha.

— Problema nenhum. Só uma coisa importante que precisamos resolver.

— Já que é tão importante pode falar. Se estiver precisando de uma planilha ou qualquer coisa do tipo é só dizer que consigo providenciar até o almoço. — ele sorri e pressiona os lábios nos meus num beijo casto.

Me afasto bruscamente e olho ao redor outra vez.

— Você precisa parar com essas demostrações públicas de afeto. Nós trabalhamos juntos, estamos no centro dos holofotes e não devemos passar impressões erradas para as pessoas.

— Que impressões erradas, Anastasia? Nós transamos, dormimos juntos e passamos grande parte do dia na companhia um do outro, baby. Somos mais íntimos do que você gosta de admitir. — minha boca se abre num perfeito "o" e dou mais um passo para trás enquanto tento recuperar a minha capacidade de fala.

— Você está tirando as coisas de contexto. — sussurro exasperada e Christian gargalha.

— O que eu estou tirando de contexto, Ana? Você mesma disse que nós trabalhamos juntos e isso é um fato. Mas nós também fodemos, baby e é gostoso pra caralho. — ele agarra a minha cintura e puxa o meu corpo de encontro ao dele, acabando com qualquer espaço entre nós. — Você implora pelo meu pau, geme quando te dou umas palmadas e grita o meu nome quando goza. Isso não é tirar as coisas de contexto, Coelinha. Isso são fatos.

Bastardo filho da puta.

Christian morde o lóbulo da minha orelha e esfrega o nariz na minha têmpora, os dedos apertando a minha cintura possessivamente. Fecho os olhos e respiro o perfume dele, agarrando os bíceps enormes ainda mais evidentes graças a camiseta de malha justa.

— Ei, casal do ano, podemos ir? — ouço a voz divertida da Mia e saio do meu transe, empurrando o peito dele.

Tropeço para trás e Christian vem para me amparar, mas dou um tapa na mão dele e me firmo sozinha, dando as costas e marchando para longe dele de queixo erquido.

Ele gargalha do meu ato de rebeldia e vem logo atrás, pegando o Carter dos braços da Mia. O meu gato vai de bom grado e de alinha no peito dele, fechando os olhos.

Maldito traidor de merda.

Taylor abre um guarda-chuvas e Christian entra em baixo, passando as pontas dos dedos delicadamente pelas costas do Carter.

— O Taylor e o Elliot ficarão com ele enquanto participamos da ação social, tudo bem? Nada de sol, água a cada trinta minutos e comida de hora em hora. — Christian murmura tranquilamente e eu olho para ele com as sobrancelhas franzidas. — O quê? São as recomendações que você passou para o Mia antes de irmos para Buffalo.

E desde quando ele se importa?

Acho que a minha expressão chocada é engraçada porque ele ri e segura o meu queixo, empurrando delicadamente para cima.

Por que ele está fazendo isso, porra?

Por que ele está dando cuidados e carinhos para o meu gato?

Por que ele está me tratando como se eu fosse uma espécie de namorada de longa data ou qualquer merda parecida?

Esse definitivamente não é o Christian verdadeiro.

Quando estudávamos juntos ele também tinha essa coisa do toque mas nada parecido com hoje em dia, nada parecido com essa necessidade de me agradar a cada momento.

Talvez seja alguém idêntico se passando por ele.

Ou talvez ele tenha sido abduzido.

— Tia Ana. — o grito estridente afasta os meus pensamentos idiotas e eu olho na direção do som, sorrindo abertamente.

Lily tropeça nos próprios pés enquanto se levanta de um puff em formato de urso e corre na minha direção. Os bracinhos pequenos cercam as minha cintura e ela esconde o rosto na minha barriga.

Eu me abaixo na frente dela e a envolvo num abraço apertando, fazendo-a gargalhar.

— Oi, querida. Que saudade de você. — beijo as bochechas rosadas dela e a abraço novamente, passando as mãos pelos cabelos lisos e loiros.

— Achei que não viria.

— E perder a sua apresentação de dança? Claro que não. Eu tinha prometido que viria e olha só, trouxe até amigos para verem você dançar. — ela dá um passo para trás e olha para todos com um sorriso travesso.

— Eu conheço você, já te vi na televisão. Minha mãe te acha muito bonito. — Lily aponta para o Christian e ele sorri, se abaixando ao meu lado.

— E você, também me acha bonito? — ela tomba a cabeça para o lado como se considerasse a pergunta e assente freneticamente. — Você também é linda, querida. Qual seu nome?

— Lily Simpson. Tenho oito anos e dois irmãos, um mais velho e um mais novo.

— Você é muito inteligente, senhorita Simpson. — Christian murmura com um sorriso e ela cora, desviando os olhos envergonhada. — Eu sou Christian Grey.

Lily repete o nome dele como se testasse as palavras e sorri.

— Seu nome é bonito, tio. Você é namorado da tia Ana? — ela pergunta naturalmente e faz carinho na cabeça do Carter, ignorando os meus olhos arregalados.

Christian ri, não sei se dá pergunta ou da minha cara, e sussurra alguma coisa no ouvido da Lily. Ela morde o lábio inferior, os olhinhos brilhando.

— O que você acha? — ele soa cheio de expectativas e ela assente freneticamente, o sorriso nunca sumindo.

— Eu acho incrível, tio. — arqueio uma sobrancelha mas Lily me ignora, acenando enquanto se afasta. — Eu preciso me trocar, tia Ana. Até daqui a pouco.

— Ela é adorável. — Christian fala cheio de admiração, um sorriso enorme nos lábios.

— Sim, ela é. Lily faz parte do grupo de dança e sonha em ser bailarina. Ela tinha alguns problemas de concentração na escola mas desde que começou com as aulas as notas ficaram excelentes. Greg exige a dedicação com a escola e também a participação dos pais. O programa incentiva totalmente a educação e se eles desviam um pouco são chamados para uma conversa mais séria.

— Isso é incrível, Ana. Vocês incentivam que eles se dediquem a escola, cobram o retorno de notas e ainda oferecem gratuitamente uma atividade extracurricular. — Christian murmura orgulhoso e eu sorrio. — Por que nunca procuraram a prefeitura para uma divulgação? Muita gente se interessaria em ajudar.

— Nós já tentamos. Fomos atrás de prefeitos, mandamos emails para o congresso mas ninguém moveu uma palha para ajudar. Depois de um ano tentando apoio federal acabamos desistindo.

— E tudo vem de doações? — assinto.

— Absolutamente tudo o que você ver aqui são doações. A comunidade abraçou a causa e as pessoas contribuem como podem. Alguns doam dinheiro, outros doam objetos e outros doam seu tempo. — aponto para a direita, meu coração se enchendo de amor ao ver o Greg repassando os últimos passos com as crianças, enchendo-as de incentivos e elogios.

— Imagino que ele seja o Greg.

— O próprio. — sorrio e aceno quando ele olha na nossa direção.

Greg se afasta das crianças e corre até mim, envolvendo os braços ao redor da minha cintura e me levantando do chão.

— Ana, quanto tempo. Achei que não viria. — ele sussurra no meu ouvido e dá um beijo na minha bochecha.

— E perder a oportunidade de ver os meus bebês brilhando? Nem depois de morta.

Greg sorri alegremente e me coloca no chão, jogando um braço sobre o meu ombro.

Ele é um tipo alto e bonito com cabelos pretos, pele bronzeada e músculos salientes. Os olhos verde-oliva são um destaque a mais na imagem sensual e é realmente difícil não notar a presença dele.

Nós nos tornamos amigos desde o primeiro dia que conheci o Future Steps. Ele foi o responsável por me apresentar o projeto, explicar como funcionava e os planos que tinha para um futuro próximo.

— Você fez bem em vir, Lily falou sobre isso a semana inteira. — Greg revira os olhos com um sorriso. — E vejo que trouxe amigos. Sejam bem-vindos, é sempre bom conhecer novas pessoas interessadas no que fazemos aqui. Sou Greg Stanley.

Ele cumprimenta todos com um sorriso amável, demorando um pouco mais ao apertar a mão da Mia. As bochechas dela ficam levemente rosadas e ela desvia os olhos, claramente envergonhada.

Mia, quem diria?

Greg demora um pouco para soltar a mão dela e se virar para Christian. Os olhos dele se arregalam, o rosto ficando pálido.

Christian sustenta uma careta aparente, os lábios franzindo num bico insatisfeito todas as vezes que ele olha para o braço do Greg sobre o meu ombro.

Ciúmes, senhor Grey?

— Deus, eu não acredito. Christian Grey? O candidato a presidência? Isso é sério? — Christian força um sorriso e assente, me puxando para longe do Greg.

— O próprio. Anastasia falou sobre esse projeto social e fiquei interessado. Queria conhecer e tirar algumas fotos se não for muito incômodo. — Greg ri atônito.

— Claro, senhor Grey. Por favor, fiquem à vontade. Ana, leve todos para a frente do palco para assistirem a apresentação das crianças, começamos em cinco minutos.

Assinto e mando um beijo para ele. Christian aperta a minha cintura quase dolorosamente e eu dou um tapa na mão dele.

— O palco fica no final da rua. Vamos?

Mia observa tudo com um sorriso animado enquanto Elliot tira fotos. Ela faz anotações num bloquinho e cumprimenta as pessoas calorosamente, se apresentando e pedindo autorização para um registro.

As crianças já estão no palco improvisado quando chegamos até lá. Lily é quem lidera o grupo, ajeitando o boné na cabeça com toda a doçura que só ela tem.

Os primeiros acordes da frenética "Kiss Kiss" do Chris Brown soam e as crianças começam a executar os passos perfeitamente ensaiados. Christian relaxa um pouco e me coloca na frente no corpo dele, as mãos estrategicamente na minha cintura.

Tento novamente colocar uma distância amigável entre nós mas ele não deixa, me segurando no lugar e apoiando o queixo no topo da minha cabeça.

O música rapidamente dá um giro e muda para "Somebody To Love" do Justin Bieber. Os mais velhos aparecem no palco com piruetas e passos de brakdance e o público vibra, gritando e aplaudindo.

Eles finalizam a apresentação com um canhão de confetes e recebem uma salva de aplausos. Christian assovia e beija a minha bochecha.

— Obrigado por me apresentar mais uma coisa incrível, baby.

◕ ◕ ◕

Participamos da oficina de arte com as crianças, lemos histórias para os menores e Christian prontamente se ofereceu para uma palestra rápida com os mais velhos sobre a importância da educação para um futuro de sucesso.

Eu tentei manter o máximo de distância possível dele, principalmente com as dezenas de fotos pedidas e celulares apontados mas foi impossível. Christian me manteve próxima o tempo todo, as mãos sobre mim como se fosse a coisa mais natural do mundo e só a ideia do que a mídia estará falando sobre mim amanhã já me dá vontade de chorar.

— Vocês são ótimos juntos. — Mia sussurra no meu ouvido e eu dou um pulo, me engasgando com o suco. — Calma, Ana. Você não pode morrer antes de parir o meu sobrinho.

Seco o canto dos olhos com os dedos trêmulos e respiro fundo, massageando a minha garganta.

— O que você disse? — Mia revira os olhos.

— Não se faça de sonsa comigo porque não vai funcionar. Eu sei que vocês estão dormindo juntos da mesma forma que eu sei que a história do "apenas colegas de faculdade" era besteira.

Ai porra.

Por que eu sempre me meto nas piores situações?

— Ele te contou? — sussurro para só ela ouvir e Mia nega com a cabeça.

— Ainda não, mas eu não sou idiota, Ana. Percebo mais coisas do que você imagina. — ela pisca e segura os meus ombros. — Eu não sei se faz alguma diferença, mas vocês tem todo o meu apoio, ok?

— Mia, não está acontecendo nada. É tudo... Casual.

— Tem dez anos que eu escuto ele falar de você, Anastasia. Ele me ligava tarde da noite quando estava na faculdade para falar sobre você. Nós últimos sete anos não teve um único dia que o Christian não pensou em você, eu juro.

Mas então por que ele foi embora sem nem mesmo se despedir?

Por que não respondeu nenhuma das minhas mensagens?

Por que não atendeu nenhuma das minhas ligações?

Por que ele simplesmente agiu como se eu não existisse?

Forço um sorriso para a Mia mas prefiro o silêncio como resposta. Ela suspira e parece pensar em algo para falar quando somos interrompidas pelo Greg.

— E então, o que acharam? — Mia rapidamente me ignora e se vira para ele toda sorrisos e gracejos.

— Foi incrível. As crianças são muito talentosas e você é um excelente professor. — Greg faz uma mesura brega diante de nós e beija a mão da Mia.

— Obrigado, senhorita. Também queremos saber a sua opinião, senhor Grey.

Olho sobre o ombro e vejo o Christian se aproximando de nós a passos largos. Ele sorri educadamente e me puxa novamente pela cintura, descansando a mão sobre a minha barriga.

— A Ana já havia dito que era algo maravilhoso mas ela não foi totalmente sincera. O que vocês fazem aqui é absurdamente fantástico e as pessoas precisam tomar conhecimento disso. Podem contar com a minha doação mensal a partir de agora. — arregalo meus olhos e fito Christian com atenção.

Ele realmente disse o que eu acho que ele disse?

— Isso é sério, senhor Grey? — Greg questiona, os olhos tão arregalados como os meus.

— Muito sério. Anastasia e eu seremos como padrinhos da Future Steps daqui em diante. Ajudaremos financeiramente, participaremos de eventos como esse com muito orgulho e também queria pedir a sua autorização para anexar o projeto à minha campanha. Será uma ótima propaganda e tenho certeza que trará muitas doações. Vou pedir ao meu advogado para criar uma conta exclusivamente para o projeto e todos os dados serão passados à você.

Os olhos do Greg se enchem de lágrimas e ele sorri, mal contendo a emoção.

— Eu não acredito nisso. Muito obrigado, de verdade. Vocês não imaginam o bem que estão fazendo. — ele seca as lágrimas com as mãos trêmulas e beija a minha testa. — Estão ajudando a tirar dezenas de crianças das ruas, afastando-as das más companhias e criminalidade.

Uma ideia ilumina a minha mente como uma lâmpada e eu me viro para o Christian, ignorando os braços fortes dele ao meu redor.

— Podemos lançar um programa de acolhimento para crianças e adolescentes com idades entre cinco e dezoito anos. Se anexarmos o Future Steps como um incentivo a dança, podemos trazer mais professores para agregar outros ritmos e aceitarmos mais jovens. Além disso também podemos oferecer reforço escolar, aulas de culinária e economia doméstica, direcionamento de carreiras, apoio psicopedagógico, as possibilidades são infinitas. — a minha animação contagia todos, principalmente o Christian que me encara com um sorriso gigantesco.

— Você tem uma mente brilhante, Anastasia. — ele pressiona os lábios nos meus ignorando as pessoas ao redor e com a minha excitação crescente também deixo passar sem repreensões. — E como chamaríamos esse passo em direção a um futuro cheio de educação?

— Education Privileges. Para que todos saibam os privilégios da educação na vida das pessoas.

◕ ◕ ◕

Acaricio a cabeça do Carter enquanto ele dá patadas preguiçosas na bolinha e rola pelo colchão.

Eu planejava ir para o meu apartamento essa noite mas a Mia implorou que eu ficasse novamente sob o pretexto de termos uma reunião no café da manhã para apresentar tudo o que vimos no evento da Future Steps e contar as ideias que tivemos.

Ela nem me deu a oportunidade de inventar uma desculpa, só foi me puxando pelo corredor até a porta do quarto do Christian e me empurrou para dentro.

Mais constrangedor impossível.

Desde que chegamos ele está trancado no escritório com o Elliot falando sobre sabe lá Deus o que. Aproveitei da minha solidão para tomar um banho com o Carter, conversar com pouco com a Kate e fazer os slides para a reunião de amanhã.

Ouço uma batida na porta e Elliot enfia a cabeça pela pequena fresta aberta, me dando um sorriso caloroso.

— Boa noite, Ana. Já estava dormindo?

— Não, só estava vendo o Carter brincar com a bolinha dele. Pode entrar, Elliot.

— Não, obrigado. Só vim para avisar que o Christian está precisando de você no escritório. É a primeira porta do corredor. — assinto com um sorriso e ele se despede.

— Quietinho aí, ok? Mamãe não demora. — beijo a barriga do Carter e jogo um hobby sobre a camisola de cetim.

O corredor está na meia luz quando abro a porta, o apartamento assustadoramente silencioso. O barulho dos pingos de chuva na janela parecem ainda mais altos e tornam o ambiente quase sombrio.

Bato suavemente na porta entreaberta e ouço a voz do Christian autorizando a minha entrada.

Ele salta do sofá com um sorriso, os olhos percorrendo todo o meu corpo com um brilho malicioso e apreciativo.

Deus, que merda eu estou fazendo aqui?

— Elliot me disse que precisava falar comigo. — mordo o lábio inferior e passo as mãos suadas pela camisola. — É sobre o assunto que você mencionou mais cedo?

Christian assente em silêncio e vai até o aparador, servindo duas doses do que eu acho ser conhaque graças ao cheiro de baunilha e nozes. Ele vem até mim e para na minha frente, oferecendo um dos copos.

— Conhaque. Sei que não é a sua bebida favorita mas você vai precisar de algum álcool, confie em mim. — arqueio uma sobrancelha e aceito o copo, tomando um pequeno gole.

— Está me deixando nervosa, Christian. Aconteceu alguma coisa? — ele suspira e tomba a cabeça para o lado, me olhando intensamente.

— Se eu for eleito não vou mais te dar o cargo de Secretária do Tesouro, Anastasia.

Como é que é, porra?

— Espera, acho que não ouvi direito. — rio sem humor. — Você disse que não vou mais ser a sua Secretária do Tesouro, é isso mesmo?

Christian assente tranquilamente enquanto toma um longo gole de conhaque.

— Exatamente.

— Mas era o nosso trato. Eu assinei um contrato com você, Christian. Confiei na sua palavra.

— Eu sei, Anastasia, calma. Eu não estou te chutando, baby. Você vai continuar liderando a parte econômica da minha campanha política normalmente, não se preocupe.

— Mas quando tudo acabar e você for eleito eu serei descartada na manhã seguinte?

— Eu não disse isso. — Christian respira fundo e enfia a mão no bolso, tirando uma caixinha de veludo vermelha. — Ser Secretária do Tesouro é muito pouco para você, Ana. É tão bonita, tão inteligente, tem ideias incríveis e que merecem serem expostas para o mundo.

— Onde quer chegar com isso, Christian?

— Eu te quero como Primeira Dama, baby.


— Espera, o que?

Minha mente está me pregando peças, certo?

É claro que está.

Essa história de corrida presidencial já está me deixando louca.

Christian abre a caixinha de veludo e tira da almofada o anel mais impressionante que já vi na vida. Um diamante translúcido e redondo preso em três aros finos também cravejados de outros pequenos diamantes, a maldita coisa brilhando mais que a luz do dia.

Ele toca delicadamente o meu queixo e levanta a minha cabeça, sorrindo sutilmente.

— Casa comigo, Anastasia?

[•••]

Voltei correndo pras colinas.
⛰️🏃🏻‍♀️

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