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Assim que abro minha bolsa e procuro a chave de meu carro, sou puxada por uma mão quente e grossa, que me leva até a outra rua que estava ao nosso lado.
A rua estava silenciosa e escura, com medo de quem poderia ser eu tento gritar, mas logo sou impedida, com a mão grande pousada em minha boca.
A escuridão toma conta e com muita dificuldade, consigo enxergar apenas olhos marcantes e profundos, que contavam mais do que uma simples história com apenas um olhar.
Aqueles olhos e aqueles toques... eles eram tão familiares.
Eu tento enxergar cada detalhe daquela pessoa, que me parecia ser um homem. Assim que sou pega o tentando observar, ele coloca a outra mão em meus olhos, dificultando a minha visão, fazendo tudo ficar mais escuro do que já estava.
— Shh, fique calada, Jen. - o homem desconhecido fala.
Senti arrepios por todo o meu corpo, assim que a voz grossa e grave do homem foi revelada.
Céus, que voz era aquela?
O mesmo se afasta de mim, deixando apenas as suas mãos sobre meus olhos.
— Você quer ir, ou quer ficar? - questiona.
Eu não tinha certeza. Isso é sério? Eu estava com uma dúvida intensa. Algo mais forte dentro de mim dizia que eu queria ficar ali. Minhas pernas nem sequer se moviam.
— Ficar? - pergunta duvidoso.
Eu não respondo nada, pois nem eu mesma estava acreditando em minha decisão.
— Então irei tomar esse silêncio como um sim. - declara.
Ele tira a mão que estava tampando a minha boca e deixa apenas a sua mão sob meus olhos. Logo a mão que tampava meus lábios, estava passeando em meu corpo, lentamente e devagar, fazendo minha pele ficar mais arrepiada com apenas um toque seu.
A mão que estava em minhas pernas e coxas, parou em minha bunda, apertando a mesma.
— Ah...
Sem me segurar, solto um pequeno gemido com seus leves apertos. De alguma forma, eu estava segura com ele e eu tinha certeza disso. Eu não tinha controle sobre meu corpo, estava extremamente curiosa sobre o que aquela suposta pessoa iria fazer depois.
— Você gosta disso, pequena? - questionou baixinho, sussurrando em minha orelha e apertando lóbulo da mesma.
Assim que eu ia fazer algo para responder, uma voz ecoa do outro lado da rua, mas já muito perto de nós. O homem então, me solta e foge rapidamente indo para a direção contrária da rua, e logo enfim, sumindo na escuridão que havia ali.
Posso ver Lisa já ao meu lado pronta para me perguntar o por que de eu ainda estar parada ali, e com aquela expressão chocada em um perfeito formato de "O".
— O que você ainda está fazendo ai maluca? E porque diabos está com essa cara? Viu um fantasma? - perguntou Lisa confusa.
Eu não sei se conto para Lisa, por que provavelmente ela iria ficar maluca e me puxaria para ir na polícia e fazer o maior barraco para capturar esse tal homem, ou até mesmo, falaria que eu estou louca e delirando para ter pensamentos assim.
— N-não foi nada, só estava pensando em algumas coisas do trabalho.
— Tem certeza? - questionou incrédula.
— Claro que sim. E você, por que ainda está aqui?
— Ah, eu estava pagando a conta e me despedindo de algumas pessoas. Você está preocupada com o emprego, não é? Ainda tem muita gente fofocando sobre o que aconteceu hoje, acho melhor você ir pegar suas coisas o quanto antes! - avisou a mesma.
— Esse pessoal realmente não tem nada de melhor para fazer, né? Estava pensando nisso, amanhã irei passar por lá o mais rápido possível.
— Faz muito bem. - disse para mim.
— Não sei aonde irei arrumar algum trabalho legal, só queria algo que não fosse tão pesado...
— Pior que não sei de nenhuma vaga em empresa, mas eu posso falar com alguma das pessoas que estavam no bar connosco. Conheço umas pessoas lá que possuem muitos conhecimentos nessa área, com certeza devem saber de algo para você. - esclareceu me tirando um grande peso das costas.
— Jura? Nossa, vai me tirar um grande peso das costas. Espero que realmente surja algo.
— Claro que vai, nem se preocupe. Mas enfim, está indo para casa agora? - perguntou.
— Estou. Está tarde, já vou indo então.
— Ta bom, beijos - diz dando beijos em minha bochecha - Tchauzinho, desempregada! - disse gargalhando e correndo até a outra rua.
— Você ainda me paga, Lisa.
♥︎
Acordo quase chorando com o meu telefone tocando. Sempre é assim, mesmo que agora eu não esteja mais trabalhando naquela empresa, ainda aparece algo para me acordar cedo.
Vejo que é Lisa, então atendo.
— Oi, garota. O que você quer me ligando a essa hora da manhã? Ficou mais maluca do que já é?
— Deixa de ser ingrata! Estou te ligando para avisar que eu consegui arrumar uma vaga para você em uma empresa ai. Falei com um pessoal de ontem, e eles falaram que tem uma empresa renomada contratando gente. - me deu a notícia, ainda de cara fechada por causa de minha resposta sincera.
Assim que ouço as palavras de Lisa, me levanto da cama feliz e começo a gritar no telefone, pulando igual a uma esquizofrénica.
— Não acredito! Você é demais. Obrigada, Lili!
— Agora vem me babar? Eu sei que sou. Mas bom, a entrevista é hoje, compareça lá as quatro da tarde, ouvi dizer que o CEO odeia atrasos. - ela diz avisando
— Tudo bem, isso não é um problema para mim. Mas...
— O endereço, não é? Vou mandar, boba. Você sempre dependendo de mim, quero ver quando eu sumir um dia, aposto que não irá conseguir se virar com nada. - fala com uma certa superioridade na voz.
— Me poupe! acho que você que não iria conseguir viver sem a minha amizade. Agora vou embora, tenho que me arrumar e passar aí para pegar minhas coisas. — falo soltando um beijo debochado para a minha amiga.
Encerro a ligação na cara de Lisa e começo a rir, imaginando a morena emburrada porque desliguei em sua cara e nem a deixei terminar suas palavras.
[...]
Chego na garagem e entro dentro de meu carro. Primeiramente, eu iria na minha antiga empresa para pegar os meus pertences que ainda tinha deixado lá.
Minha roupa era simples. Um top azul bebê com alguns babados e uma flor branca no meio, uma calça jeans e um salto alto branco. Meu cabelo estava solto e eu estava usando um colar delicado e charmoso.
Depois de alguns minutos dirigindo, chego na minha antiga empresa e desço, indo ao elevador.
Adentro ao último andar e vejo alguns olhares sobre mim. Posso ver pessoas sussurrando, provavelmente sobre os recentes acontecimentos de ultimamente. Sem ligar, vou na minha mesa e pego uma caixa que havia embaixo, colocando todos os meus pertences ali.
Depois de empacotar tudo, olho para os lados procurando por Lisa, mas vejo que a mesma estava ocupada imprimindo algumas coisas, então evitei de falar com a mesma para ela não levar bronca do velho babão e ser demitida do mesmo jeito que fui. O mesmo com Rosé.
Saio do andar e desço do prédio de elevador, colocando a caixa ao lado do banco passageiro de meu carro.
Pego meu celular e coloco o endereço da empresa que Lisa havia me mandado. Agora era hora da entrevista.
Chego na empresa e o prédio é totalmente moderno e inovador, nada de simples, tudo muito chique.
— Olá, tudo bem? Eu vim para fazer uma entrevista, soube que estão contratando...
— Olá! Claro, tem algumas outras pessoas em sua frente, mas você pode subir para o quinto andar e aguardar até que chegue sua vez. O CEO Kim Taehyung estará esperando. - ressaltou a mulher.
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