AFTER MIDNIGHT | hwang hyunj...

By biapsouza

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Jiwoo tenta mostrar que amadureceu a todo custo, então decidiu que apreciar obras de arte e visitar museus se... More

avisos + data de estreia
prólogo
capítulo um - apenas uma noite, um drink, uma conversa
capítulo dois - talvez... eu goste de desafios
capítulo três - peixe e arte
capítulo quatro - café e livros
capítulo cinco - apenas amigos
capítulo seis - péssima atriz
capítulo sete - café sem cafeína, por favor
capítulo nove - pequeno segredo
capítulo dez - amarga e solitária

capítulo oito - um estranho primeiro encontro

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By biapsouza

i don't know why, but with you I'd dance in a storm
eu não sei o porque, mas com você eu dançaria em uma tempestade

in my best dress
no meu melhor vestido

fearless - taylor swift

(por favor, não esqueçam da estrelinha e de comentar muito, é importante que saibam que isso é um dos meus principais incentivos para não desistir, não precisam ter vergonha 🥺❤️)

capítulo oito - um estranho primeiro encontro
(sem revisão, pode conter erros)


Chan e eu deixamos Hyunjin sozinho com Minji logo após nossa conversa privada. Não sei o que eles fariam em seguida, mas tenho certeza que Hyunjin parece gostar de estar com ela, a mensagem defendendo-a mostrava isso. 

Desci para a livraria e Chan vinha logo atrás de mim. Sua mão veio para minha cintura assim que saímos das escadas e colocamos os pés no chão. 

— Então... O que podemos fazer? — pergunto, um pouco tímida. Nós já havíamos comido, então seria um tanto estranho sair daqui para ir em outro restaurante ou bar. 

Chan parece pensar por um instante, e olha o relógio no pulso em seguida. 

— Hum... Na verdade, eu tinha um treino de boxe agora. 

Sinto um frio na barriga. 

Mas não foi daqueles bons, mas sim como se eu tivesse levado um soco, ele estava me dispensando? Eu não costumo sair ou flertar com outras pessoas, então realmente não consigo entender os sinais. 

— Ah, certo... — assenti, olhando para o chão. 

— Mas... 

— Veja quem está aqui novamente! — Felix exclama de longe, impedindo Chan continuar. 

— Felix! — retribui seu sorriso e falei seu nome com a mesma empolgação que a dele, tentando ignorar a situação chata que havia se formado. — Desculpe ter saído daquela forma outro dia, aconteceram alguns imprevistos. 

— Tudo bem! — ele sorri. — Vejo que você e Chan já estão mais próximos. 

— Sim, e na verdade, eu estava prestes a convidar Jiwoo para assistir um dos meus treinos. — Chan volta a olhar para mim, provavelmente esperando uma resposta. Eu não esperava por essa. — Não levará muito tempo, e depois podemos fazer alguma coisa juntos, ou te acompanhar até em casa. 

Eu ainda estava pensando em uma resposta. Talvez não seja "o encontro" mais divertido do mundo, mas assistir um homem bonito dando socos em sacos enormes pode não ser uma má ideia. 

— Claro! — finalmente respondo. — Será divertido. 

— Ótimo! — Chan sorriu, empolgado. — A academia fica aqui perto. 

— E eu vou voltar ao trabalho. — Felix aponta com o polegar para trás dele. — Divirtam-se. 

Ele some da nossa visão entre as prateleiras. 

— Vamos? — Chan indaga. 

Sorri e assenti, começando a andar em direção a saída da livraria. 

O ar frio se chocou contra meu rosto e chuva estava fraca, mas ainda assim Chan pos uma jaqueta por cima da minha cabeça.

— Obrigada!

Ele apenas colocou seu capuz e nós seguimos a caminhada para a academia, que ficava a apenas uma quadra daqui. Lembro de quando Jieun e eu frequentamos por três dias, foi o máximo que nós conseguimos. 

— Você e Hyunjin são amigos a pouco tempo? Vocês pareceram ser bem íntimos. 

— Íntimos? — franzi o cenho. Nós não nos conhecemos nem faz nem uma semana. — Ah, sim, nos conhecemos muito. 

Minto. 

Da mesma maneira que eu não conheço Hyunjin direito, também não conheço Chan, então ainda não é o momento de confiar nele para contar que na verdade eu vivo uma amizade falsa com alguém que não gosto. 

— Por um momento, no começo, pensei que ele pudesse estar com ciúmes, ou que pudessem ter alguma coisa. — Chan riu, e eu fiz o mesmo, porém de nervosismo. — Talvez pelo jeito que ele olhou para você em alguns momentos enquanto tomávamos café. 

— Impossível! — murmurei. — Nós somos realmente muito amigos... e vai por mim, não existe absolutamente nada entre nós dois, na verdade, minha vontade de jogá-lo em frente a um caminhão às vezes ultrapassa a nossa amizade. 

— É, eu tive a certeza disso quando vi que ele tinha uma namorada, e eles parecem... — pensou. — combinar. 

— Combinar? — questionei, direcionando meu olhar para ele. — Acha que eles combinam?

— Sim. — sorriu, parando de andar ao mesmo tempo. — Chegamos!

Em minha visão, Hyunjin pode ser a pessoa mais chata do mundo, mas ainda assim ele não é parelho a Minji. A única coisa que ambos têm em comum é o ego e a "fama". Eles têm estilos diferentes, provavelmente frequentam lugares diferentes e não se interessam pelas mesmas coisas. Nem mesmo de café ela gosta. 

Chan abre a porta do enorme prédio de vidraças escuras e grandes, não era possível enxergar o interior, mas quem estava dentro tinha a visão da rua.

— Eu não sabia que havia boxe aqui. — comentei, enquanto subíamos a escada.

— Você já conhecia a academia? — perguntou, olhando por cima do outro, dois degraus acima de mim. 

— Sim, há muito tempo atrás. — não quis mencionar o fato de ter desistido tão fácil. 

— O boxe fica no terceiro andar, talvez seja por isso que não conhece. — respondeu. — Uma pena que não tenha visto você por aqui antes, gostaria de não ter perdido tanto tempo. 

Sorri para mim mesma, mas sou pega por ele olhando novamente para trás.

Chan é bonito e simpático, que defeito ele poderia ter? 

— Chegamos! — Exclamou alto e alegre. 

O ambiente era enorme. 

Todo o terceiro andar foi usado para a prática de boxe. Dois ringues no centro e alguns sacos de pancada mais ao canto. 

Havia também uma pequena arquibancada do outro lado. 

— Vou até o vestiário, você pode sentar lá — ele aponta para o mesmo lugar que eu olhava. — Volto em um minuto. 

— Certo! — assenti, e ele se afasta, entrando em uma porta mais ao fundo. 

Não foi uma tarefa fácil atravessar o salão tendo que enfrentar os olhares estranhos dos homens que praticavam, ou até mesmo deixavam de fazer o que estavam fazendo para analisar a garota que passava por ali. 

Segurei com força a alça da minha bolsa apenas para aliviar o nervosismo.

Caminho rapidamente e finalmente chego na arquibancada, sentando no banco do terceiro degrau, onde mochilas e sapatos não me atrapalham. 

Não levou muito tempo para que Chan surgisse novamente. 

Sua pose mudou completamente agora. Ele enrolava um pano na mão direita e cumprimentava alguns dos garotos que estavam lá, além de fazerem algumas piadinhas que eu não pude ouvir com a distância, mas era possível vê-los rindo. 

Certo, onde eu estava com a cabeça quando aceitei vir aqui? Talvez eu não imaginasse estar em uma sala cheia de testosterona e cheiro de sangue. 

Chan chega onde eu estava e apoia o joelho no primeiro banco enquanto termina de se preparar.

— Você vai ver que não vai demorar muito, eu prometo. — murmurou.

— Chan! — um garoto, que parecia ter a mesma idade que nós, se aproxima. O cabelo escuro estava raspado na lateral, usava uma regata preta, e seus braços eram ainda mais musculosos que os de Chan. — Vejo que trouxe plateia, é bom não passar vergonha hoje.

— Não estou preocupado com isso. — Chan brinca de volta, pegando a garrafa de água que o garoto lhe ofereceu. 

— Eu sou Changbin, parceiro de luta do Chan, e amigo às vezes. 

— Jiwoo! — repliquei. 

Ele esticou a mão para mim e eu fiz o mesmo com a minha. Era possível sentir os calos na palma da mão, e os machucados nas costas. Foi quando eu parei pra prestar atenção que as de Chan também eram assim. 

Lembro de quando Yewon disse que foi um dos detalhes que mais achou atraente em Minho quando o conheceu. E realmente não deixa de ser algo chamativo, no bom sentido. 

É totalmente o contrário das delicadas, porém grandes, mãos de Hyunjin. Não havia machucados, embora os dedos compridos e os anéis fossem algo tão bom quanto. 

Não que eu esteja dizendo que ele é atraente, é apenas uma comparação de mãos. 

Apenas mãos. 

— Jiwoo? — Chan estala os dedos em frente ao meu rosto. — Está bem? Vou entender se quiser ir, você pareceu distante.

— Ah, não, foi apenas um segundo de distração, estava apenas tentando lembrar se... — respondo quase gaguejando. — Se eu estava com as chaves de casa. — tiro-as da bolsa rapidamente. — E eu estou! 

— Ótimo! — ele riu. — Apesar de não me importar de levá-la para minha casa, caso ficasse do lado de fora. 

— Controle-se, garotão! — Changbin lhe dá um leve soco na barriga. — Vamos lutar logo para tornar as coisas menos entediantes para Jiwoo.

— Vocês vão lutar? De verdade? Achei que usariam sacos de pancadas. — apontei para onde as aquelas coisas enormes estavam penduradas. 

— Treinamos com eles apenas às vezes. — Chan diz. — Treinar com pessoas reais é muito mais divertido, além de muito mais disciplinar. 

Chan tira a camisa regata que usava, deixando à mostra todo o tronco e braços fortes. 

Era uma linda cena, e agora eu estava me sentindo um pouco mais à vontade.

Ambos foram para o centro do salão e entraram no ringue, passando entre as cordas.

Ambos conversaram entre si e colocaram protetores nos dentes e logo em seguida suas luvas grandes vermelhas. 

Um soco na mão um do outro foi o que deu início a luta. 

Começou tranquilo, e permaneceu assim por longos dois minutos, até que finalmente Chan depositou seu primeiro golpe agressivo, fazendo Changbin balançar a cabeça e quase cair no chão, mas rapidamente se recuperou. 

O primeiro round demorou a acabar.

Ao menos eu achava que sim, até olhar a tela do celular e ver que só haviam se passado dez minutos desde que a luta começou. 

Talvez o primeiro encontro deve ser um momento para se aproximar mais da outra pessoa. 

Eu não poderia reclamar, até porque ele teve que aturar longos trinta minutos de frescura de Minji por minha causa. 

Quem sabe sejamos bem recompensados quando o treino acabar. 

A luta voltou a acontecer. 

Uma vibração no meu celular indicando uma nova mensagem chamou minha atenção.

"Como está o encontro? Encontrou o garoto que tiraria você da vida solitária e amarga?"

Revirei os olhos ao ler tudo e digitei uma resposta.

"Está indo muito bem, obrigada por perguntar."

Envio a mensagem e volto a prestar atenção na luta.

Não demorou muito para que meu celular vibrasse mais uma vez. 

"Se está indo tão bem, por que me respondeu tão rápido?"

Engulo em seco e bloqueio a tela do celular. 

Hyunjin consegue despertar a pior pessoa dentro de mim, mas ao mesmo tempo eu sempre sou desmascarada com as minhas mentiras. 

E muitas das vezes é por culpa totalmente minha. 

Não respondi a mensagem. Na verdade, tentei ignorar ao máximo a existência do meu celular, apenas para que não desse a Hyunjin a certeza de que estou passando meu primeiro "encontro" sem nem ao menos falar com Chan.

Percebo que meu celular começa a vibrar continuamente, dessa vez era uma ligação dele. Ignoro novamente.

Mais um intervalo rápido de round e ele olha para mim, acenando e sorrindo. 

Havia um machucado no final da sobrancelha, era discreto, porém eu podia enxergar o sangue mesmo de longe. O suor fazia seu corpo brilhar com as luzes amarelas do salão. 

A luta voltou a acontecer, e novamente meu celular vibrou. 

Atendo-o rapidamente, irritada. 

— Será que você pode parar de me ligar? Eu estou no meio de um encontro! — digo brutalmente.

Oh, desculpe, ratinha! — meu coração quase escapou pela boca no momento que eu ouvi a voz do meu novo chefe.

— Oh meu Deus! Me perdoe, eu achei que fosse outra pessoa! Me desculpe mesmo, eu juro que esse não é o meu normal. — falei depressa. Ser demitida antes mesmo de ter meu primeiro dia seria o auge da minha falta de sorte.

Não se preocupe, eu até prefiro que tenha personalidade forte, só assim para controlar o meu filho. — disse, com um tom tão compreensível que eu fiquei realmente surpresa. — Liguei para você porque achei que estaria com ele, vocês saíram juntos daqui.

Penso se Hyunjin estava ocupado demais com Minji para não ter atendido a ligação do seu próprio pai, mas ao mesmo tempo penso que se ele estivesse tão ocupado não estaria me mandando mensagens a praticamente segundos atrás. 

— Ah, sim, nós estávamos, até uns trinta minutos atrás, depois ele foi para um encontro com Minji.

Certo... — murmurou, e ficou alguns segundos em silêncio antes de continuar. — Sei que você ainda não começou a trabalhar oficialmente, mas poderia me fazer um favor? 

— Claro! — aceito sem ao menos pensar duas vezes ou saber o que era. Depois da minha grosseria no telefone era a minha chance de prestar um bom serviço e mostrar que posso ser responsável. 

Ok, você está perto da galeria? Eu tive um outro compromisso e precisei sair. Consegue pegar uma chave na gaveta da minha sala? 

— Sim, com certeza, estou indo para lá agora mesmo. — levanto do banco.

Você vai pegar a única chave que está lá dentro, e seguir o endereço que eu vou te mandar, ou quem sabe até já saiba onde é o estúdio de arte do Hyunjin.

— Já sei sim... — repliquei. Esqueço que, na cabeça do pai de Hyunjin, nós somos amigos, mas ainda sei o quanto ele sabe. 

Perfeito, melhor ainda. — comemorou. — Ele tinha uma encomenda para ser entregue hoje e provavelmente esqueceu, chegando lá, você pode me ligar e eu possa lhe explicar qual é. Só preciso que pegue-a e traga até às duas para a galeria. Acha que consegue? 

— Pode deixar comigo! — sorri sozinha. — Em breve volto a ligar. 

A ligação foi encerrada e agora eu percebo que precisaria interromper a luta de Chan para me despedir. 

Corro para a lateral do ringue e me pendurei nas cordas. 

Vê-los de perto agora parece mais assustador e intimidador. Eu simplesmente não conseguia ter coragem de berrar pelo seu nome. 

Em um golpe de Chan, Changbin foi parar no chão, e foi nesse momento que eu fui notada. 

— Jiwoo? — Chan franziu o cenho, fazendo o maior esforço para que Changbin não conseguisse sair de lá. 

— Oi, desculpe, eu tive um imprevisto no trabalho, vou precisar ir. — explico, sem graça. 

— Ah... — ele pareceu triste de repente, mas não parava de lutar por nada. — Você quer que eu te leve? Eu posso terminar aqui. 

— Não, está tudo bem! — balancei as mãos para passar mais segurança de que realmente estava tudo bem. — Eu pediria para você me passar seu número para que pudéssemos marcar de sair, mas acho que você está um pouco ocupado. 

— Jiwoo, eu já tinha o seu número desde que falei que Felix poderia acessar seus dados, não se preocupe. — ele riu. — Ligo para você para marcarmos algo. 

— Ótimo! — sorri. — Boa luta.

Foram minhas últimas palavras antes de correr estúdio a fora. 

🎨

Levei pouco tempo para chegar na galeria, e nem foi pela pressa, mas sim pela chuva forte que eu havia pego no caminho. O carro de Hyunjin não estava mais na frente da galeria, só havia ficado o meu. 

Ele esquece dos compromissos por causa de uma namorada e quem sofre sou eu. Prevejo que não será um trabalho fácil. 

Entrei na galeria, onde um senhor rapidamente veio me recepcionar. 

— Você deve ser a senhorita Jiwoo. — disse. 

— Sim! — respondi, recuperando o fôlego após tanta correria. 

— O senhor Hwang me mandou entregá-la a chave do escritório. Me deixe pegar seu casaco, pode usar algum que temos aqui. 

— Oh, não será necessário, muito obrigada, eu já estou de saída mesmo. 

— Pegar um resfriado para o seu primeiro dia de trabalho lhe deixará em uma situação ruim. — arqueou a sobrancelha. — Aqui está a chave, estarei com um casaco quando você voltar. 

Não respondo nada agora, até porque daria um jeito de fugir disso depois, então apenas peguei a chave em sua mão e corri para o andar de cima onde fica o escritório.

É de muita coragem para o pai de Hyunjin permitir que eu entre em seu escritório sem nem ao menos me conhecer, provavelmente não deve manter nada valioso e importante lá dentro. 

Destranquei a porta e segui para a mesa, quanto mais rápida eu for, melhor. 

Havia duas gavetas na enorme mesa, a primeira que eu tentei estava trancada, então presumi que seria a outra. 

Abro-a e não vejo a chave no primeiro instante, então precisei vasculhar. Era o que eu queria evitar. Se por algum motivo louco algo sumisse, a culpa seria minha. 

A chave estava sozinha no fundo da gaveta, quase passava despercebida, entretanto, uma outra coisa havia chamado minha atenção. 

Uma foto revelada de um bebê dormindo, com os braços para cima e a boca aberta, despertou um sorriso do meu rosto.

Pego a foto por um instante para olhar melhor, virando-a em seguida. Havia o nome do Hyunjin. 

Certo, isso era fofo. 

Quem diria que uma criança tão meiga e adorável se tornaria o que ele é hoje. 

— Senhorita Jiwoo, encontrei um casaco! — o senhor que havia me recepcionado surge na porta e eu levo um pequeno susto, guardando rapidamente a foto e agarrando a chave. 

— Não encontrava essa chave de jeito nenhum. — murmurei, tentando não parecer tão sem graça. 

Dou a volta na mesa e vou em sua direção.

— Permita-me? — ele aponta para o casaco molhado que eu ainda vestia. Acabei cedendo, apenas para sair logo daqui.

Ele me ajuda a tirá-lo e logo põe o novo e seco sobretudo. 

— Esse casaco pertence ao senhor Hyunjin.

— Oh! — paro os meus movimentos no mesmo instante que ouvi. — Então, talvez eu não devesse...

— Não se preocupe, já fazem meses que está aqui, traga de volta amanhã e ele não precisa saber. 

— Certo, obrigada! — sorri. Ele parecia conhecer bem Hyunjin, e provavelmente sabe que ele não iria gostar nada disso. — Preciso ir, obrigada pela ajuda, senhor...

— Deok Hwa! — completou, sorrindo. — Não vá tão depressa com o carro, está chovendo lá fora. 

— Pode deixar! — pisquei o olho para ele e corri para o térreo novamente. 

Tentei ser rápida ao ir para fora e chegar até meu carro. 

Olhei no visor do celular e eu tinha duas horas ainda, então estava tudo sob controle.

🎨

Havia muita água na pista, então segui o conselho do senhor Deok Hwa com o carro, porém isso me levou mais tempo do que eu planejei. 

Um caminho que eu poderia ter levado quinze minutos, levei meia hora. 

Estacionei o mais próximo que eu pude da porta do estúdio e sai do carro. 

A chuva estava ainda mais forte, e o seu estava escuro apesar de tão cedo. 

O casaco que de Hyunjin e meu cabelo ficaram molhados novamente, de nada adiantou ter pego ele. 

— Droga! — resmunguei, batendo na superfície do tecido para tirar as gotas, deixando ali apenas uma mancha escura de molhado no claro tecido. 

Era um sobretudo bege, pensei já ter visto Hyunjin com ele, mas não tinha certeza. 

Apesar de estar debaixo de um pequeno telhado em frente a porta, ainda batia chuva em mim, então fiz o possível para destrancar logo a porta e entrar. 

Maldição, eu estava encharcada!

Teria que pensar em como levaria um quadro para o carro com essa chuva caindo lá fora. 

Segui o mesmo caminho da última vez que vim aqui. 

Havia apenas uma luz acesa, então procurei pelo disjuntor para que ficasse mais claro e eu pudesse enxergar qual das obras é para ser levada. 

Olho em volta e alguns botões na parede, ao lado do corredor que levava para a entrada chamou minha atenção. 

Fui até eles e apertei o primeiro, era o da luz que já estava acesa, então ela se apagou, deixando tudo escuro. 

Apertei nele novamente e fui com os próximos. 

Três botões e mais três luzes foram acesas, ficaria mais fácil agora. 

Viro-me para o estúdio novamente e meu corpo estremece ao se chocar com o um metro e oitenta de Hyunjin. 

Oi! — disse, tranquilamente, sem mover um músculo. 

— Que susto, achei que estivesse sozinha! — exclamei, me afastando rapidamente.

Com toda pressa e a chuva forte caindo, eu nem notei se o carro de Hyunjin estava lá fora. 

— Eu também! — retrucou. — Não lembro de ter deixado a porta aberta. 

— Não deixou, seu pai me pediu para vir aqui buscar uma encomenda.

— Eu já entreguei a obra diretamente para o comprador agora pouco. — ele franziu o cenho. — Esse casaco é meu? Não o vejo há um mês, tive que comprar um igual. 

— Hum... — olho para minha vestimenta. — Não é! Comprei em um brechó. 

— Engraçado pois lembro de você estar com outro mais cedo. — ele ainda estava desconfiado. 

— Por que não atendeu as ligações do seu pai? 

— Eu estava dirigindo. — respondeu, andando para um canto do estúdio em que havia um sofá. — Mandei mensagem para você na intenção de saber se seu encontro já havia terminado, como não atendeu minha ligação presumi que não, então segui com meus compromissos. 

— Se tivesse avisado seu pai que já tinha cuidado de tudo com a encomenda eu não precisaria ter saído do meu encontro, inclusive. 

— Não é como se estivesse se divertindo mesmo. — ele deu de ombros, com um sorriso debochado no rosto.

Hyunjin sentou no sofá e esticou seu braço por cima do encosto. 

— O que te faz pensar que não? — indago. — No momento que respondi você Chan havia ido ao banheiro.

Minto

— Estou apenas presumindo, vocês não pareceram ter a mesma sintonia. 

— Está enganado. — insisti. — Nós nos divertimos muito no pouco tempo que tivemos, até mesmo marcamos um próximo. Mas você sabe, eu não tenho que provar nada. 

— Então por que está tão irritada? 

— Eu estou irritada porque tive que correr, pegar chuva e abandonar meu encontro, apenas porque você não foi capaz de retornar uma ligação do seu pai. 

— Desculpe. — disse, levantando do sofá. — Se continuar com esse casaco e o cabelo molhado pode pegar um resfriado. 

Hyunjin disse a mesma coisa que o senhor Deok Hwa havia dito. 

— Eu já estou de saída mesmo, vou para a minha casa, aproveitar meu último dia antes de começar a trabalhar. — viro-me, em direção a saída. 

Ouço os passos rápidos de Hyunjin em minha direção, e ele logo se põe em minha frente, bloqueando a passagem. 

— Nós ainda temos um encontro hoje. — lembrou. 

— Acho que você já conseguiu me irritar o suficiente hoje, um encontro com você provavelmente me fará cometer alguma loucura. 

— Dependendo da loucura talvez eu goste. — um sorriso torto apareceu em seu rosto. 

Estreitei os olhos, tentando entender sua intenção com o que havia dito. 

— Loucura do tipo empurrar você de um penhasco, então se me der licença.

Dou a volta em seu corpo e continuo com o meu caminho. 

— Eu realmente havia preparado algo divertido para hoje — Hyunjin insistiu, me fazendo parar de andar — Talvez possa ser minha forma de me retratar. 

— Depois do que você me fez passar hoje, vai precisar muito mais do que um programa divertido para se retratar. — viro-me para ele, cruzando os braços. 

— O que mais você quer? — franziu o cenho. 

— Precisa pedir para o seu pai parar de me chamar de ratinha, esse apelido é horrível! — reclamo. 

— Certo, um encontro e eu faço o que você pediu, ratinha! — ele ri, e eu deposito um tapa em seu braço. — Estou brincando, mantenha a calma! 

Deixo escapar um riso fraco, mas logo me recomponho. 

Talvez isso nem possa ser chamado de encontro. Quer dizer, é quase impossível pensar que eu possa me divertir ao lado de alguém que me irrita a cada cinco minutos.

Quem sabe tortura seja a palavra mais adequada. 

🎨

Em comemoração ao aniversário do Hyunjin, quis postar um capítulo de After Midnight 🤍

Vou pedir para que vocês não esqueçam de votar e comentar muuuito, eu sei que é chato pedir, mas infelizmente é o que incentiva nós autores de continuarmos na plataforma. É muito desanimador quando nós nos esforçamos para entregar capítulo e não sermos valorizados por isso. Então por favorzinho não esqueçam, mesmo que tenham vergonha de comentar, ao menos deixem a estrelinha 🥺❤️

Beijinhos e até a próxima, não se esqueçam de se alimentar e beber água 🤍

insta: autorabias

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