Mr. President

By GeovanaJackson

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A corrida pela Casa Branca nos obrigou a lidar com os problemas do passado e aquilo que estava mal resolvido... More

Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Epílogo

Capítulo 14

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By GeovanaJackson

Christian

Tudo tem o cheiro dela; o ambiente, os lençóis, os travesseiros, eu.

E é gostoso pra caralho.

Toco a pele macia com as pontas dos dedos e abro os olhos, admirando a deusa que dorme tranquilamente em cima de mim. Anastasia parece tranquila e relaxada, suspirando enquanto acaricio todas as partes que consigo alcançar.

Ainda é cedo, os primeiros raios de sol aparecem tímidos no horizonte e eu deveria sair para correr alguns quilômetros mas não existe lugar melhor para se estar agora do que aqui, com ela.

Sei que Anastasia provavelmente vai surtar quando acordar e se lembrar do sexo alucinante que tivemos, mas por enquanto prefiro me apegar ao sonho de que ela vai levar tudo com tranquilidade e alegria.

Afasto alguns fios de cabelo do rosto bonito e traço a linha da mandíbula com a ponta dos dedos, sentindo a maciez da pele dela.

Não existe no mundo coisa mais bonita que Anastasia Rose Steele.

Ela é forte mas também é frágil.

É doce mas também é sexy como o inferno.

Só ela tem o poder de me levar do extremo da irritabilidade à insanidade do prazer num estalar de dedos e porra, isso é fantástico.

A vida ao lado dela nunca será monótona.

Nós não falamos muito ontem, estávamos ocupados demais gemendo e gritando os nomes um do outro mas agora precisamos colocar as cartas na mesa e resolver os nossos impasses.

Eu sei o que eu quero e eu quero com ela.

Quero desde que tatuei as iniciais dela seis meses depois de fugir como um covarde nojento.

Só basta Anastasia reconhecer que também quer e dizer sim.

E por um momento me permito sonhar com a resposta positiva dela.

Mera utopia, Christian.

Bufo para a negatividade do meu subconsciente e continuo tocando a belíssima senhorita Steele, memorizando cada centímetro de pele da mesma forma que fiz naquela manhã enquanto ainda estávamos em Cambridge.

A manhã que saí sem dar explicações para ela.

Sempre reconheci o meu erro em relação a esse acontecimento e me arrependi da atitude por muitos anos, — me arrependo até hoje para ser honesto — mas o meu ego gigantesco não permitiu que eu a procurasse, explicasse a situação e pedisse desculpas.

Anastasia não está errada de me chamar de idiota, afinal.

Suspiro e esfrego os lábios avermelhados dela, sentindo a suavidade da pele. Tudo nela desperta os meus demônios mais sedentos e eu só consigo pensar em como seria delicioso rolar sobre ela e acordá-la com um boquete.

Anastasia parece sentir o rumo indecente que meus pensamentos tomam e se mexe, coçando os olhos antes de abrí-los. Ela pisca para mim e sorri, se mexendo sob os lençóis até estar grudada em mim.

Deus, que bastardo sortudo eu sou.

Rolo de lado e agarro a cintura dela, afundando meus dedos na carne macia enquanto esfrego meu nariz no dela.

— Bom dia, Coelinha. — Anastasia sorri de olhos fechados e depois faz biquinho, esperando um beijo.

Como o escravo filho da puta que sou eu faço o que ela quer, pressionando meus lábios nos dela delicadamente. Anastasia suspira e abre os olhos, piscando freneticamente.

Não sei que rumo de merda os pensamentos dela tomam, mas mais rápida que um suspiro ela tira os lábios dos meus e empurra os meus ombros, se contorcendo para longe do meu abraço.

Tento jogar a perna sobre ela para mantê-la presa, mas Anastasia é mais rápida e consegue rolar para fora da cama, tropeçando pelo quarto.

Ela cambaleia até o divã e pega o vestido, usando-o para se cobrir.

Eu disse que a tranquilidade não passava de uma utopia.

Me sento no colchão e arqueio uma sobrancelha, esperando as merdas que estão por vir. Anastasia balança a cabeça como se não concordasse com ela mesma e me dá as costas, correndo e se trancando no banheiro.

Me arrasto até a cabeceira da cama e ajeito os travesseiros nas minhas costas com um suspiro.

Talvez ela surte depois do banho.

Pego o meu celular da mesinha de cabeceira e checo os emails e mensagens, ignorando todos.

O que está se desenrolando aqui é mais importante.

Parece que se passou um ano desde que ela se trancou no maldito banheiro, mas finalmente Anastasia volta para o quarto enrolada num roupão grande demais.

Ela me ignora enquanto seca o cabelo com uma toalha e passeia pelo espaço como se estivesse sozinha.

Observo cada movimento em silêncio; tirando um vestido e lingerie da mala, colocando nécessaire de maquiagem e secador de cabelo sobre a penteadeira, posicionando os Louboutins perto da roupa do dia.

— Até quando você pretende agir como se eu não estivesse aqui? — não faço muito para esconder a frustração e noto os ombros dela subirem.

— Bom dia, senhor Grey. Você deveria se arrumar, seus compromissos começam em uma hora.

Essa merda não, nem fodendo.

Chuto os lençóis e salto da cama, andando até ela. Seguro seu braço e a puxo para mim, envolvendo o braço esquerdo ao redor da cintura para mantê-la próxima a mim.

— Não comece com essa porra de senhor Grey de novo e não aja como se nada tivesse acontecido.

— O quê? Você espera que eu grite, surte e fale o clichê "isso não deveria ter acontecido, foi um erro"? — Anastasia revira os olhos teatralmente. — Vamos lá, Christian. Eu já sou meio velha para essas merdas.

— Então está tudo bem? Nós estamos bem?

Deus, a maldita esperança nascendo novamente.

— Eu não disse isso. — ela empurra o meu peito forte o suficiente para me afastar e aperta o laço do roupão mais fortemente ao redor de si mesma enquanto luta efetivamente para ignorar a minha nudez.

— Anastasia, pelo amor de Deus. — esfrego meu rosto em completa frustração. — Vai, grita comigo. Me bata se quiser, eu aguento.

— Não vou fazer isso, Christian. Tratar as coisas com naturalidade e reconhecer os erros faz parte do processo de amadurecimento.

— Transar com você não é um erro, nunca foi. — sai mais áspero do que deveria e ela dá um passo para trás, desviando os olhos dos meus.

— Não estou dizendo que foi um erro, só quero deixar claro que foi casual. Pessoas fazem sexo o tempo todo e seguem suas vidas normalmente, somos crescidos o suficiente para fazermos o mesmo.

Anastasia força um sorriso e tenta correr para o outro lado do quarto. Consigo alcançá-la no segundo passo e a trago para o meu peito, meus braços fortemente ao redor dela.

A carrego novamente para a cama e caio sobre ela, prendendo-a entre eu e o colchão. O roupão se abre e revela o vão dos seios, a pele um pouco irritada graças a minha barba.

O poder que isso tem no meu pau é absurdo.

Nunca foi a minha coisa, mas agora nada me dá mais tesão do que a ideia de deixá-la toda marcada.

Assim todos os filhos da puta saberiam que ela pertence a mim.

Enfio meu rosto ali e cheiro a pele exposta, minha língua percorrendo o vale. Anastasia suspira e se contorce sob mim, os quadris instintivamente subindo.

— Isso não é casual, Ana. Essa merda não combina com a gente e você sabe disso, baby. Não minta para si mesma levando como pouca coisa quando nós dois sabemos que foi memorável. — sussurro contra a pele dela e sopro um mamilo, observando-o ficar rígido.

Mantenho o contato visual com ela e sugo, girando a língua ao redor da auréola. A boca dela se abre num gemido silencioso e eu chupo mais forte, roçando os dentes na carne sensível.

— Christian. — solto o mamilo com um estalo alto e me levanto da cama, sorrindo.

— Adoro ouvir você gemer o meu nome, baby. — a puxo para uma posição sentada e pressiono meus lábios nos dela num beijo casto. — Termine de se arrumar, sairemos em meia hora.

◕ ◕ ◕

Taylor me acompanha no café enquanto esperamos o chá inglês e o croissant da Ana.

O garçom demorou um tempo excessivamente longo para anotar os nossos pedidos e eu secretamente acho que a blusa decotada de cetim cinza e a saia justa da senhorita Steele sejam as culpas por esse delay.

Ela atrai tantos olhares masculinos que é difícil manter a calma, mas a indiferença evidente me deixa um pouco mais contido.

Anastasia nunca se tocou da própria beleza e isso é algo antigo. Desde quando estávamos na faculdade ela ria quando alguns dos caras — e principalmente eu — enalteciam o quão bonita e sexy ela era.

Aparentemente algumas coisas nunca mudam.

Depois do meu banho até tentei puxar algum assunto, mas ela estava ocupada demais fazendo a maquiagem e modelando o cabelo.

Não reclamei, foi um show e tanto assistir.

No elevador Anastasia colocou alguma distância entre nós e evitou os meus olhos o máximo possível. Os dedos apertando a alça da bolsa denunciaram o quão nervosa ela estava e o suspiro de alívio quando as portas se abriram no lobby só confirmaram as minhas suspeitas.

Agora que Taylor está conosco ela parece menos tensa, talvez achando que não investiria em cima dela com ele estando por perto.

Eu rio do meu próprio pensamento e Anastasia finalmente olha para mim, uma sobrancelha subindo. Acho que perguntas estavam pipocando na sua mente, mas o celular dela vibrando sobre a mesa chama mais atenção.

Anastasia se ilumina como uma árvore de natal e sorri abertamente, aceitando a chamada.

Quem ligou para ela estar tão feliz?

— Ele está com saudades. — ouço a voz da minha irmã e relaxo, tomando mais um gole do meu café.

— Eu também estou com saudades. — Anastasia murmura e seu queixo treme um pouco, os olhos ficando mais brilhantes.

Escuto o miado do Carter do outro lado e me inclino um pouco, entrando na vídeo chamada. Mia o embala como um bebê enquanto oferece petiscos.

— Christian, bom dia. Ia pedir para a Ana passar para você. — o sorriso da minha irmã some rapidamente e eu volto a ficar tenso.

— Aconteceu alguma coisa?

— Ainda não temos certeza mas o papai pode ter ido para Buffalo ontem à noite. Os paparazzi descobriram que havíamos voltado para Nova York e com o anúncio da sua coletiva de imprensa a notícia se confirmou. Stephan ligou para o Elliot tarde da noite e disse que o papai havia solicitado o helicóptero para uma viagem rápida.

Maldito Carrick.

— Tudo bem, Mia. Até agora não tivemos sinal dele mas caso o filho da puta apareça eu cuido de tudo. — ela suspira.

— Nao faça nada estúpido, Christian. Ele deu um tiro no pé ao tentar te desmoralizar e vender a imagem de bom samaritano. Você está crescendo nas pesquisas, com as respostas certas hoje pode se consolidar no topo e é nisso que precisamos focar.

Anastasia concorda com a fala da minha irmã e olha para mim, depois para a minha boca rapidamente e desvia para agradecer ao garçom que finalmente trouxe o café da manhã dela.

Ela me entrega o celular e começa a comer, lendo — ou pelo menos fingindo muito bem — as páginas sobre política no The New York Times.

— Tudo bem entre vocês? — Mia arqueia uma sobrancelha e eu me levanto, afastando alguns passos. — Nao, não está tudo bem. Consigo sentir a tensão sexual daqui.

— Mia, agora não.

— Quando você vai deixar de ser um bastardo idiota e me contar o que verdadeiramente aconteceu entre vocês dois? — ela pergunta exasperada e eu suspiro.

— Prometo te levar para jantar amanhã.

Mia parece satisfeita com a minha proposta e sorri, ajeitando o pequeno Carter contra o peito.

Senhor, até eu estou com saudades dele.

— A sua coletiva é no State Performing Arts Center. Já avisei ao Taylor e ele sabe o que fazer. A imprensa chegará por volta das dez e o Q&A está marcado para às dez e meia.

— Quando você se tornou tão eficiente?

— Desde que o meu pai idiota resolveu comprar briga com o meu irmão favorito.

— Achei que eu era o seu único irmão. — murmuro falsamente ofendido e Mia revira os olhos.

— Por isso mesmo você é o favorito, mera falta de opção.

Eu amo essa pirralha.

— Obrigado pelo seu empenho, Mia. Muito do meu sucesso é graças a você. — murmuro com toda a sinceridade que consigo expressar e a minha irmã bufa, secando os cantos dos olhos.

— Pare de me fazer chorar, idiota. Ainda não são nove da manhã. — ela ri e coça o nariz. — Só vá lá e pise no pescoço dele, Christian. Você é mais que capaz.

◕ ◕ ◕

— Senhor Grey, Jennifer Benner do The Seattle Post. — uma ruiva levanta a mão e eu lhe cedo a palavra. — Entre as muitas coisas que seu pai disse, uma delas foi que o seu discurso sobre leis mais severas para os crimes contra as mulheres são pura besteira. Ele também debochou quando o repórter da CNN mencionou o seu plano de incentivo para empresas que derem mais oportunidades para mulheres, especialmente àquelas que já têm filhos. Como o senhor reagiu a isso?

Eu suspiro e tomo um gole de água, formulando a melhor e mais convincente das respostas.

— Eu não tive reação nenhuma para ser sincero. Debochar de algo tão sério como a questão das mulheres é algo que o Carrick faz com frequência e realmente não me surpreendeu que ele tenha feito novamente. Acho que o único sentimento que tive quando fiquei sabendo disso foi repulsa mas já era de se esperar algo tão podre vindo de um homem que traía e agredia a esposa quando chegava bêbado em casa.

O rosto da repórter fica um pouco pálido e ela agradece, voltando a se sentar.

Anastasia suspira ao meu lado e também toma um gole generoso de água antes de voltar para as suas anotações.

— Senhor Grey, Jeremy Roach do Boston Globe. Carrick Grey voltou a atacar a comunidade LGBTQIAP+ insinuando atos de violência contra as pessoas. Também usou palavras racistas e xenofóbicas ao se referir aos latinos que estão nos Estados Unidos hoje. Como o senhor lida com isso e quais são seus planos para ajudar essas pessoas?

— Como todos já viram, Carrick não tem respeito por ninguém. Ele lança intolerância contas as minorias porque se acha melhor que todo mundo mas na realidade não passa de um velho que precisa de um bom corretivo para aprender a ficar calado. O mundo já está tão cheio de merda e ele é a típica pessoa que sente prazer em espalhar ainda mais ódio e preconceito. — o repórter assente diante às minhas palavras. — O que eu posso oferecer para essas pessoas que são colocadas à margem da sociedade são oportunidades, leis mais rígidas para que elas se sintam seguras e punições mais severas para pessoas como o Carrick. Se eu for eleito o meu governo será uma frente ampla e forte lutando contra todo tipo de discurso de ódio.

O grupo parece satisfeito com a resposta, alguns sorrisos sutis surgindo enquanto as minhas respostas são registradas.

— Nancy Evans, The Economist. Uma das propostas que o senhor têm apresentado durante a sua campanha é uma revitalização na economia americana, programas de distribuição de renda e geração de empregos, fortalecimento do comércio nacional e incentivos fiscais para capitais estrangeiros. O senhor também propõe mudanças inovadoras como a criação de um sistema de saúde que seria totalmente custeado pelo governo. Não são muitas promessas para uma só campanha, principalmente dada a situação econômica atual?

— Não, eu não acho. Se estamos nos afundando em questões econômicas é por culpa das gestões elitistas, exclusivistas e arrogantes dos governos anteriores. As pessoas mais pobres precisam ser colocadas no orçamento federal e tratadas com respeito já que são as principais pagadoras de impostos do país e os trabalhadores que fazem a economia girar. Dar mais oportunidades e qualidade de vida para essas pessoas é, em partes, uma garantia de que não vamos colapsar num futuro próximo mas eu prefiro enxergar como uma forma de reparação histórica. Por anos as classes menos favorecidas foram resumidas a continuarem no mesmo patamar, sofrendo discriminações quando conseguiam o mínimo. Chega disso! Todos têm que ter direito às mesmas ferramentas para construírem futuros de sucesso e assegurar a riqueza americana, seja ela monetária ou cultural.

O auditório irrompe em aplausos e eu me levanto, agradecendo a todos pela presença e oportunidade de promover as minhas ideias.

Uma fila se forma, vários dos jornalistas querendo uma foto para os seus artigos. Anastasia faz menção se sair do palco, mas seguro a cintura dela sem me preocupar com os olhares curiosos e a mantenho do meu lado.

Ela cumprimenta todos com doçura e educação, oferecendo lampejos das suas visões econômicas e sociais e como pretendemos trabalhar isso ao longo dos quatro anos de governo.

Eu sorrio como um idiota enquanto escuto as suas propostas e métricas matemáticas. Anastasia não deixa passar nada, esclarecendo todas as dúvidas e enfatizando o nosso preparo para fazer as coisas acontecerem como o prometido.

Demora um pouco mais do que imaginávamos, mas cerca de uma hora depois estamos finalmente sozinhos novamente.

Anastasia suspira alto e toma um gole de água, massageando o pescoço. Afasto a mão dela e pressiono um beijo no local, dedilhando sobre os músculos tensos.

— Isso foi selvagem demais para você, senhorita Steele? — ela ri e nega com a cabeça.

— Não muito. Eles nem foram tão vorazes assim. Na minha época de faculdade conheci espertinhos maiores.

Viro Anastasia de frente para mim e pressiono meu corpo contra o dela, aproveitando a mesa pesada para mantê-la presa.

A respiração acelera um pouco, o peito subindo mais rápido. Aproximo meu rosto do dela, nossos lábios a um sopro de distância e sinto meu corpo ferver de desejo.

— Acho que nunca vou me cansar de te ouvir falar. Você é tão malditamente inteligente e isso é sexy pra caralho, baby. — Anastasia sorri e lambe os lábios.

— Você também nasceu com o poder da oratória, Christian. É impressionante a sua capacidade de verbalizar todos os argumentos possíveis para convencer uma pessoa.

— Só não consegui convencer você a se entregar totalmente. — me inclino sobre ela e apoio as mãos na mesa, acabando com o espaço mínimo que ainda existia. — Mas eu não sou dos que fogem de um desafio.

Anastasia suspira e fecha os olhos, os lábios se separando esperando pelo beijo.

Isso, baby. Renda-se.

Um som de palmas reverbera pelo auditório do teatro e corta o clima que estávamos construindo aqui.

Olho por cima do ombro dela e o fogo do tesão rapidamente se torna em chamas de ódio.

Meu pai caminha pelo corredor central com a sua pose egocêntrica do caralho, batendo palmas da maneira mais irônica possível.

Aperto as minhas mãos em punhos mas Anastasia segura os meus ombros e se inclina sobre mim, os lábios fazendo cócegas no meu ouvido.

— Mantenha a calma e não ceda à provocação. Te desestabilizar é a principal jogada dele.

Carrick sobe os degraus do palco e para de aplaudir sarcasticamente quando para a cinco passos de nós. Ele olha para mim tão cheio de merda que em outras épocas me faria sentir um lixo, mas para a desgraça dele os tempos mudaram e a minha indiferença em relação aos seus sentimentos se tornou gigantesca.

— Eu não sabia que você fazia política atacando o adversário. — dou de ombros e empurro Anastasia para trás, me colocando na frente dela.

— Só estou expondo as cartas do jogo doentio que você começou.

— E acha que tem capacidade para ganhar? — ele arqueia uma sobrancelha e eu sorrio zombeteiro.

— E quando eu não ganhei? O colecionador de fracassos aqui é você, eu fiz história por onde passei. — o olho esquerdo do Carrick treme um pouco e a raiva dele me faz vibrar.

— E pelo visto um dos capítulos dessa história começou a ser escrito em Harvard e terminou numa esquina imunda de Nova York. E com direito à uma prostituta como coadjuvante. Quase um drama adolescente patético.

Meu punho voa rápido o suficiente para cortar qualquer outra merda que ele poderia dizer.

Carrick geme e dá um passo para trás, segurando a mandíbula. Ele mexe no osso e ouço um barulho estranho mas foda-se, tomara que tenha sido quebrada.

— Christian, não faça isso.

Ouço Anastasia suplicar enquanto tenta me puxar para trás mas eu não me movo. Tiro as mãos dela da minha cintura com cuidado para não machucá-la e avanço sobre o filho da puta novamente, acertando o lado direito dessa vez.

Carrick prageja e geme novamente, se apoiando na parede enquanto segura a mandíbula como um fraco do caralho. Tento avançar sobre ele novamente mas Taylor se coloca na minha frente e usa o peito como muro.

— Chega, senhor Grey.

— Esse filho da puta ofendeu a minha mulher. — Taylor assente como se entendesse perfeitamente o motivo da minha raiva mas continua interceptando o meu caminho.

— Christian, por favor. — a voz chorosa da Ana é o que me faz dar um passo para trás, depois outro até estar na frente dela.

A trago para o meu peito, meus braços a mantendo segura enquanto saímos do auditório.

Olho para Carrick Grey — o homem que chamei de pai por tantos anos — uma última vez e noto os lábios cortados, mandíbula avermelhada e o eterno brilho soberbo nos olhos.

Ele não vai desistir fácil.

Eu também não.

E para a desgraça dele tenho um talismã que me enche de forças.

[•••]

Christian tá começando
a me conquistar, que ódio
😒

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