Thomaz não conseguia acreditar que estava sendo correspondido, o medo de perder a amizade de Emma o atormentara por uma semana inteira e agora, ali estava ela tomando a iniciativa. Quando ouviu sua confissão, sentiu o coração dispara como nunca e no ímpeto do momento tomou seus lábios em um beijo diferente, cheio de sentimentos e desejos. Foi se perdendo na intensidade que Emma exalava. Suas mãos buscaram desesperadamente pelo corpo dela e quando alcançaram sua cintura trataram logo de aperta-la e trazê-la para junto de seu corpo. Sentiu a jovem estremecer ao pedir passagem com a língua. Emma apenas Cedeu. Explorou sua boca com adoração e sentiu uma explosão de desejo quando as duas se chocaram. Estava ficando lascivo demais, quente demais. Estavam se perdendo completamente um no outro.
Emma sentiu seu corpo inteiro vibrar. Deixou-se ser dominada e guiada por Thomaz. Assim que sentiu as mãos dele em si, sentiu-se livre para fazer o mesmo e imediatamente depois usou a destra para acariciar seu rosto e a esquerda se enroscou nos cabelos escuros do homem. Ambos caminharam as cegas sem interromper o contato e logo Emma sentiu o tronco da imensa árvore que tantas vezes lhes serviu de sombra e agora era testemunha da entrega total dos dois. Prensada entre eles, ali, a jovem sentia que seu pulmão iria explodir e ainda assim desejava continuar.
Thomaz num lampejo de sensatez, finalizou o contato mordendo o lábio inferior de Emma e se afastando lentamente.
— Preciso te levar pra casa antes que cometa uma loucura. - Disse com dificuldades.
— Loucuras são tentadoras demais. - Emma respondeu ainda tentando recuperar o fôlego.
— Você é tentadora e intensa. Essa é uma combinação bem perigosa nesse momento. - Respondeu ele observando atentamente o rosto da amada. Emma estava corada e suas pupilas dilatadas e isso conferia a Thomaz a certeza que se não fosse a voz da razão, estariam perdidos. — Vamos meu amor. - Lhe estendeu a mão e esperou que ela a segurasse e assim ambos caminharam lado a lado sendo iluminados apenas pelo luar.
Ao longo do caminho, Thomaz percebeu que Emma queria lhe perguntar algo. Se dando por vencido e com um certo receio do que viria pela frente, ele disse.
— Emma, meu amor posso ouvir as engrenagens do seu cérebro gritando daqui... então pergunte logo.
— La atrás na árvore. Você estava falando de sexo? - A pergunta fez o homem tropeçar.
— Não devia me perguntar isso tão livremente. Quer dizer...
— Não seja antiquado. Foi só uma pergunta. Espera que fique calada quando claramente quase...
— Sim! Tá bom. Estava pensando nisso e vou dizer que foi difícil parar. - Ambos voltaram a caminhar.
— E você certamente já...
— Emma. Podemos conversar sobre isso se desejar, mas, podemos não fazer isso agora? Homens precisam de um certo tempo pra acalmar seus instintos entende?
— Certo. Acho que entendi. Ainda está pensando no que fizemos e com isso seu corpo ainda está...
— Não complete a frase por favor. - Emma riu do desespero dele.
— Chegamos! - Exclamou feliz.
— Graças a Deus! - Thomaz Pontuou de olhos fechados e se assustou quando sentiu as mãos de Emma em seus ombros e seus lábios nos seus. Suave, lento, úmido. Assim como começou, logo o beijo se encerrou.
— Salvo pelo gongo. -Emma disse o olhando sapeca. — Até amanhã Thomaz. - E se afastou entrando em casa.
— Isso vai ficar sem controle algum. Céus. - Disse rindo de si mesmo.
Thomaz refez o caminho com sorriso bobo no rosto. Pela primeira vez sentia como se o mundo a sua volta estivesse colorido. Era como se todas as estrelas do céu estivesse dentro de si preenchendo cada pequeno pedacinho que encontravam. Estava infinitamente feliz, e sim, ainda sentia uma pontinha de medo.
" E agora? O que vamos ser? "
Foi o pensamento que fez companhia a ele durante toda aquela madrugada.
Emma foi recebida pelo olhar severo da mãe que a esperava na sala.
— Isso são horas de uma jovem dama está fora de sua casa?- Os braços cruzados da mãe denunciavam que ela não estava para brincadeiras, então Emma apenas foi ao ponto.
— Papai me permitiu ir acerta as coisas com Thomaz.
— Disso eu já sei. - Emma quis rir da careta que a mãe fez mais achou prudente não o fazer. — O que quero saber é por que está tão suada?
— É que...
— LUCIA! - Sua mãe nem deixou que terminasse de falar.
— Senhora! - A empregada apareceu pouco tempo depois de ser chama.
— Prepare um banho para Emma. E não se preocupe em esquentar nada. Água gelada é melhor para acalmar o corpo. - Nessa hora Emma pode ouvir a irmã contendo o riso. Provavelmente escondida no topo da escada. — E também serve para evitar...
— Ah! Já está de volta. - Antonie acabara de chegar e sorriu ao encontrar a filha.
— Já sim papai. Estava esperando a mamãe me liberar. - Falou enquanto o homem lhe dava um beijo suave na testa.
— Vá logo tirar essas roupas sujas. - Disse Marie ainda contrariada.
Emma deu um beijo na mãe o que lhe causou espanto e depois subiu as escadas saltitando.
— Pelo jeito as coisas se resolveram. - Antonie comentou abraçando a esposa.
— Espero que não tenha se resolvido demais. - Comentou ela empurrando o marido. — Vá se lavar também, o jantar será servido logo.
Emma mal entrou no quarto e Lola já estava em cima dela querendo saber os detalhes de tudo.
— Agora me conte tim tim por tim tim.
— O que quer que eu diga? - Perguntou Emma começando a se despir. — Me ajude com isso por favor. — Apenas nos beijamos. - Revelou enquanto a irmã lhe auxiliava com as cordas do espartilho.
— Só isso? E como foi que você acabou assim?
— Eu corri. Você estava pensando mil besteiras né?
As irmãs foram interrompidas quando Lúcia adentrou o cômodo.
— A tina está pronta e não conte a sua mãe, mas, esquentei um pouco a água. Vamos menina, não é nada bom ficar sem roupa por tanto tempo.
— Lucia você é meu anjo. - Emma lhe deu um beijo na bochecha e adentrou ao banheiro. Banhou-se com ambas a observando.
— Pensei que tinham feito algo mais emocionantes. - Lola comentou.
— Não tinha pensado nisso, mas pretendo ter uma conversa sincera sobre isso com ele.
— Vocês duas não tem jeito. Andam lendo coisa que não deve. - Lucia comentou enquanto ajudava a jovem a lavar as costas.
— Você é casada não é? Devia nos ensinar. - Lola logo sugeriu.
— Perdeu o Juízo menina? Eu adoro meu emprego e não vou arriscar ele por que vocês duas são desmioladas. Amo as duas, mas, desta vez não podem contar comigo. - A mulher se levantou e pegou uma toalha que havia deixado reservada. — Aqui menina. Vamos te secar. Precisam descer que o jantar vai ser servido.
O jantar na casa dos Solpel foi tranquilo e Marie não podia negar que sua filha havia voltado radiante.
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Thomaz acordou feliz. Havia sonhado com o beijo e as carícia de Emma. Levantou-se, fez suas higienes e desceu as escadas pulando de dois em dois degraus, como fazia quando era criança ou quando estava radiante.
— Bom dia! - Disse assim que viu sua empregada Margareth. Sentou-se na mesa e começou a se servir.
— Nossa alguém está de muito bom humor. Não o vejo comer assim a tempos. - Comentou ela sorrindo. — Qual o nome da dama?
— Como sabe que é uma dama a dona do meu sorriso?
— E do seu apetite pelo jeito. - Sorriu. — Por que está escrito no rosto do senhor.
— Nada lhe passa despercebido não é mesmo?
— É a senhorita Sopel certo? Aquela menina além de linda e inteligente tem um coração de ouro. Minha irmã trabalha no vinhedo da família Solpel e Emma lhe deu um pedaço de terra quando soube de seu casamento. Acredita que a menina só sossegou quando conseguiu por uma casa de pé lá? É tão boa e justa quanto o pai. Tão diferente do seu... - Margareth parou de sopetão e olhou um pouco assustada para Thomaz.
— Do meu pai.
— Perdão. Acabei falando demais.
— Você não disse nada além da verdade. Agora se não for lhe pedir muito, por acaso tem aquele bolo de laranja que só você com suas mãos de fadas sabe fazer? - Perguntou lhe pegando as mãos fazendo com Margareth abrisse um largo sorriso.
— Vou buscar.
Thomaz completou satisfeito seu ritual matinal e quando saiu para supervisionar o obra do casarão, lá estava Emma embaixo da grande árvore.
O homem parou por alguns segundos observando o sol tocar o rosto dela por entre as folhas. Assim que percebeu a presença dele, Emma abriu um grande sorriso que fez seu coração bater descompassado. Ali ele teve apenas uma certeza. Queria ficar ao lado dela para sempre. Caminhou a passos firmes até ela e a tomou em seus braços. Beijou seu pescoço e seguiu um caminho até sua boca. Emma simplesmente deixou-se levar e afundou suas mãos nos vastos e volumosos cabelos de Thomaz. Quando se viu obrigado a encerrar o contato, a olhou ainda recuperando o fôlego.
— Case-se comigo.