Socorro
É o que eu consigo ouvir
Está doendo e zumbindo
A voz que grita
Faz minha cabeça doer
Dói tanto
E está dentro de mim
Me pertence
Medo, logo indentifico
Me toma por inteiro
Como se nunca me possuísse
É confuso e rápido
Mas inconfundível
Por que é familiar
Tudo se repete e sempre volta
Mas não consigo fugir
A Luz pisca incansavelmente
Cada pulsar angustiante
De minhas têmporas
Faz brilhar mais e mais
Quase me cega
Mas consigo ver
Me atrai, me seduz
Irresistivelmente quero ir
Outra vez petrificada
Escape, lute, resista
As vozes, elas berram
Meu corpo não se move
Minha mente corre
Tudo está nublado
Não aguento mais chorar
Lágrimas nunca limpam a alma
O descontrole invadiu
Eu perdi, estou fraca demais
Cansada, frágil, quebrável
Faz tanto tempo desde que comecei
Não tive pausa para me proteger
Nunca me permiti tal prazer
Estou machucada agora
Isso é ser forte?
Os golpes do tempo não cicatrizam
Imponente, vibrante, cruel
A todo momento ocupa meu espaço
Se deleita enquanto me aterroriza
Minha fraqueza o alimenta e o fortalece
É onisciente, onipresente, onipotente
Me toca deixando marcas
De forma possessiva me corrompe
Vai me engolir e eu vou me afogar
Corra, ele parece implorar
Apenas ele existe ali
Quero me esconder mas não posso
Tudo ao me redor se torna insignificante
Está lá piscando em vermelho
Quer me fazer sucumbir
Os meus medos podem acabar
Sua luz me guia
E de repente o caminho se torna claro
Não estou mais petrificada
Com ele posso finalmente ir
Nunca tive controle realmente
É tão grande e forte
Só preciso entrar e me entregar
Deixá-lo me consumir
Finalmente posso ver
É vívido, hipnotizante
Vejo o sofrimento se esvair
Vejo a dor parar
Vejo a tristeza sumir
Vejo vermelho
Vejo a cura
Vejo o fim