- Você está bem mesmo? - Perguntei assim que Jungkook saiu do banheiro e deitou na cama novamente. - Não está sentindo mais nada?
- Eu tô bem, já disse.
- Desculpa se eu me preocupo com você.
- Tá, Jimin.
- Aqueles garotos trancaram vocês aqui? Eles são loucos. - Uma enfermeira entrou no quarto de repente.
- Amém, agora eu posso sair. - Falei. - Aliás, já vai acabar o horário de visita.
- Sim, daqui há dez minutos para ser exata. - A enfermeira simpática sorriu, olhei para Jungkook e ele devorava os peitos dela com os olhos.
- Nossa, acho que eu estou passando muito mal... - Ele começou a se fazer. - Será que você poderia me ajudar? - Jungkook disse para a enfermeira.
- O que aconteceu, senhor Jeon?
- Não sei, acho que sua beleza me tonteou um pouco. - Filho da puta. Desculpa, Hyojin.
- Nossa, assim eu fico até sem graça. - A enfermeira começou a dar mole e eu já estava ficando irritado, então resolvi sair dali, antes que desse merda.
- Não vai nem dar tchau? - Jungkook implicou ao perceber meu ciúmes.
- Morre! - Falei e saí, logo batendo a porta com força.
「 🍁 」
- Vamos para a casa, Jimin. - Meu pai disse. - Hyojin disse que irá ficar aqui até Jungkook ter alta. Qualquer coisa nós viemos buscá-la.
- Sim, querido, vá descansar. - Ela disse.
- É disso que eu estou precisando, ir para a casa. - Falei. - Não consigo nem mais respirar o mesmo ar que seu filho. - Sem querer deixei escapar.
- Aconteceu algo? - Ela perguntou.
- Não, não. - Falei. - Vamos, pai?
- Sim. - Ele disse. - Tchau, Hyojin. Qualquer coisa, ligue. - Ele disse se despedindo dando um breve selinho nela, eu ri.
- Muito melhor que Sunhee, você não acha?
- Já disse para não tocar no nome dela.
- Ok, desculpe. - Falei levantando as mãos em rendimento.
Cheguei em casa e fui direto para meu quarto batendo perna, eu estava com raiva por Jeon ser assim, tão pau no cu, prometi à mim mesmo que iria parar de correr atrás dele e ser trouxa, agora as coisas iriam mudar.
- Tudo bem, Jimin? - Meu pai perguntou ao sentir algo errado.
- Tudo ótimo. - Fui sarcástico e em seguida bati a porta do quarto com força, já era tarde e mesmo assim eu resolvi tomar um banho para ver se eu me sentia mais leve e quando dei-me por mim, uma saboneteira toda enfeitada e delicada que eu havia ganhado em algum aniversário estava quebrada no chão. Não me culpe, culpe meu ódio.
Atirei-me em minha cama tentando pensar o menos possível, pois se eu ficasse pensando muito em coisas alheias, logo meus pensamentos estariam em Jeon e isso era o que eu menos queria, então procurei fechar minha mente, por mais difícil que isso fosse e em seguida, adormeci.
「 🍁 」
- Oi, Jimin. - Ouvi aquela voz irritante enquanto eu estava sentado em uma daquelas enormes mesas do refeitório com Jin e Yeon.
- O que você quer, Hannah? - Fui rude.
- Nada. Só vim te dizer que você se achou o esperto, pensando que iria ficar com Jeon, mas no final, ele nem quer saber mais de você. - Ela riu.
- Do que você está falando, sua idiota?
- Fiquei sabendo que Jeon teve um incidente e foi para o hospital...
- Pois é, acontece.
- Também fiquei sabendo que ele teve alta hoje...
- Tá, e onde você quer chegar com isso?
- Nada demais, talvez você apenas quisesse saber que ele me convidou para ir em seu apartamento. - Hannah disse e meu coração se apertou, porra, eu não iria chorar.
- Ah é, que bom, quer biscoito? - Ironizei.
- Eu sei que você ficou mordido, Ji. Não adianta disfarçar, mas pode deixar que eu vou ter uma noite louca e frenética com ele, por você. - Ela deu sua risada de vadia e saiu, eu tentei levantar-me para me avançar nela, porém Jin me segurou.
- Você não vai se sujar mais uma vez por causa dessa vadia, né? Ainda mais em relação ao Jeon. - Jin disse. - Desencana, Ji. Ele não é homem para você. - O nó em minha gargante se formou.
- Você tem razão, Jin. - Falei após respirar fundo para reprimir o choro. - Ele não é homem para mim.
「 🍁 」
Eu me direcionava até meu carro, a fim de ir embora daquele hospício e entregar-me à minha fiel escudeira (minha cama), eu precisava deitar nela e ficar lá horas e horas até essa raiva explosiva passar, merda, Jeon era um idiota, eu achei que depois que ele saísse dessa escola, ele e Hannah não iriam mais se ver, mas pelo visto, os dois não perderam contato, Hannah continuava correndo atrás dele e ele, ah, ele não dispensava mulher.
Peguei as chaves de meu carro dentro de minha bolsa e procurei abri-lo, porém antes que eu pudesse fazer isso, meu nome foi chamado.
- Oi? - Olhei para trás a fim de ver quem era.
- Tem algo para fazer agora? - Jaehyun perguntou.
- Sim, me trancar em meu quarto e ficar lá por horas. - Dei um sorriso falso.
- Eu tenho uma ideia bem melhor. - Ele sorriu.
- Ah, tem? - Arqueei as sobrancelhas.
- Sim, nós irmos comer algo na lanchonete da rua 13, aí nós podemos conversar e quem sabe, você não me conte suas frustrações.
- São tantas... - Falei. - Você não vai querer ouvir.
- Ah, vamos, posso te garantir que sou uma pessoa bem paciente. - Jaehyun era legal, porém talvez fosse como Jin disse: eu tinha preferência por bad boys, não gostava dos bonzinhos. Porém, eu estava disposto à mudar isso, talvez apenas ir em uma pequena lanchonete comer algo com Jaehyun não fosse nada demais.
Caralho, então por que eu me sentia com um peso nas costas?
- E então?
- É, acho que nós podemos ir sim. - Falei e ele abriu um sorriso lindo.
- No meu carro ou no seu?
- Vamos cada um em seus carros, nos encontramos lá. - Falei entrando em meu carro e ele assentiu, logo indo para o dele.
「 🍁 」
Chegamos praticamente na mesma hora, claro. Estacionamos e logo descemos.
- Você por aqui? - Ele brincou.
- Nossa, quanto tempo. - Fui na onda e em seguida nós rimos.
- Vamos entrar? - Ele colocou uma de suas mãos em minhas costas como se estivesse me guiando, confesso que eu estava meio nervoso. - Aqui está bom para nós sentarmos? - Ele riu.
- Sim, claro. - Falei sentando e em seguida ele sentou também.
- O que vocês desejam? - O garçom logo veio até nós.
- Ah, eu não estou com muita fome, então acho que vou querer só um suco de uva, por favor. - Falei.
- Um suco de uva. - O garçom anotou. - E você, rapaz?
- Ao contrário desse jovem, eu estou morrendo de fome, então me vê um folheado de frango e um refrigerante qualquer. - Jaehyun pediu e eu sorri, confesso que gostei do jeito dele. - Tem certeza que não vai querer nada? - Ele perguntou. - Vai ficar só olhando?
- Não estou com fome. - Falei. - E posso te garantir que isso é raro. - E era mesmo, fazia tempo que eu não me via sem fome.
- Já trago o pedido de vocês. - O garçom disse e nós agradecemos.
- E então... Jimin. - Jaehyun começou a dizer. - Por que demorou tanto para aceitar dar uma volta comigo? - Ele me deixou perdido com essa pergunta.
- Bom... É que...
- Outro cara na história? - Ele foi direto.
- Ou talvez a escola não aceite o envolvimento de alunos com seus funcionários. - Inventei uma desculpa.
- Ninguém precisa saber. - Ele sorriu. - E pelo visto, aquela aluna Hannah não respeita isso.
- Ela deu em cima de você também? - Puta.
- Algumas vezes. - Ele respondeu sereno. - E como assim também?
- Quantos anos você tem? - Perguntei mudando de assunto.
- Vinte e três. - Ele respondeu, eu pensava que ele tinha a mesma idade de Jeon.
- Ah...
- Muito velho para você? - Ele perguntou.
- Não, claro que não, não vejo problema algum em ter amigos mais velhos. - Dei ênfase na palavra "amigos" para não fazer Jaehyun levar a história à outro ponto.
- Você já se ligou que eu estou interessado em você, não?
- Na verdade, eu só me liguei no quanto você é direto. Falei.
- Desculpa, devo ir com mais calma...
- Tudo bem. - Murmurei.
- Mas e aí, eu venho observando você meio triste, aconteceu algo? - Jaehyun perguntou.
- Nada nã... - Parei de falar assim que meu olhar parou na entrada da lanchonete e vi Jeon entrar com Hyojin. Puta merda, por que isso?
- Está tudo bem, Jimin? - Jaehyun falou, olhando para porta também para ver se via algo de errado, tentei abaixar a cabeça o máximo possível para nenhum dos dois me verem, mas já era tarde demais.
「 🍁 」
Jungkook's vision
Eu saí daquela porra de hospital quase dando tiros pra cima de tão feliz, não aguentava mais ficar naquela merda, eu já estava bem o suficiente desde o dia anterior, se não estivesse, pode ter certeza que eu não iria ter conseguido foder aquela enfermeira gostosinha. Grande merda, não era a mesma coisa do que foder com o filho da puta do Jimin.
- Pô, mãe. Os garotos deixaram o carro aí pra mim, vamos em qualquer lanchonete ou restaurante que nós acharmos, preciso comer uma refeição de verdade, comida de hospital é uma merda, essa joça é cara pra caralho e fica oferecendo essas sopinhas pros pacientes, vão tomar no cu. - Eu estava bolado, meu estômago roncava.
- Dá pra você parar de falar esse monte de palavrão? - Minha mãe me corrigiu e eu travei o maxilar.
- Desculpa pelo filho que você tem. - Ironizei. - Agora entre no carro, dona Hyojin. Preciso comer.
- Tem aquela pequena lanchonete da rua 13, lá é bom e tem essas porcarias que você gosta. - Minha mãe disse.
- Boa ideia. - Havia sido na frente daquele restaurante que eu havia dito para Jimin que tudo estava acabado.
「 🍁 」
Eu dirigia em alta velocidade, como sempre, chegamos lá em dez minutos, mais ou menos, estacionei e desci do carro nem olhei para os lados entrei direto naquela droga, com minha mãe logo atrás de mim. Parei e visualizei bem o ambiente, procurando um lugar bom para sentar, meus olhos passavam por cada cliente que estava ali, até que parou em um especial, ou melhor, em uma mesa em especial, o desgraçado estava na lanchonete. Digo, Jimin. E acompanhado de outro cara, um cara que eu conhecia, ah claro, o tal de Jaehyun que me substituiu, já havia ouvido falar dele. Pelo visto, não fui só eu que o avistei.
- Jimin! - Minha mãe quase gritou, era inacreditável a adoração que ela tinha por essa droga de garoto. Logo ela me puxou junto, levando-me até a mesa dos dois, eu estava com vontade socar aquele cara, não que eu estivesse com ciúmes, eu não sentia isso. Ele olhou para minha mãe e percebi ele ficar meio surpreso e assustado assim que seus olhos cruzaram com os meus, fiz questão de lhe lançar um olhar que poderia fuzilá-lo.
-O-oi, Hyojin. - Ele praticamente gaguejou e eu quase ri de sua falha.
- Tudo bem, querido? Como você está? - Minha mãe perguntava toda empolgada.
- Estou bem. - Jimin respondeu meio sem graça, aliás, totalmente desconfortável com minha presença.
- Algum problema, Ji? - Resolvi implicar de leve.
- Nenhum. - Ele firmou a voz.
- Não vai me apresentar seu amiguinho? - Vi minha mãe me olhar com o canto dos olhos, meio que reprovando minha atitude.
- Não. - Ele disse e vi o tal de Jaehyun o olhar sem entender.
- Ah, desculpe, eu sou Jaehyun. - Ele disse todo simpático, coisa que eu nunca fora com Jimin. Ele estendeu a mão e eu não correspondi, apenas o olhei de cima a baixo, em seguida tirando um cigarro do bolso e acendendo.
- Você não vai fumar aqui, Jeon Jungkook. - Minha mãe quase gritou. - Joga isso fora.
- Se eu fosse você, Hyojin... - Jimin começou a falar com certa amargura na voz. - Eu deixava ele fazer o que quiser da vida, se ele quer foder com a vida dele, ele que arque com as consequências depois, mas o certo seria que não tivesse ninguém para ajudá-lo, ninguém para se preocupar com ele, ninguém para chorar por ele, aí eu ia querer ver se existiria Jeon Jungkook, o fodão. - Ele disse e logo respirou fundo, minha vontade era de queimar a porra do cigarro em sua pele, porque ele sabia direitinho com me atingir, minha mãe ficou quieta como se aquilo fizesse sentindo, e quer saber? Talvez fizesse. E quer saber outra coisa? Eu estava pouco me fodendo. Aquela bichinha do Jaehyun olhava tudo sem compreender.
- Você não estava com fome, Jungkook? Vamos. - Minha mãe me chamou para aliviar a tensão. - Até mais, Jimin. - Ela sorriu.
- Até mais, Hyojin. - Eu e minha mãe sentamos em uma mesa um pouco distante dos dois, mas ainda dava para vê-los perfeitamente e pelo o que eu pude ver, eles se davam bem, muito bem, riam e conversavam como se fossem grandes amigos, ele parecia ser divertido e alegrá-lo, coisa que eu nunca fiz e nunca fiz questão de fazer, porque para mim, Jimin era só algum tipo de posse, não era necessário essas baboseiras todas, sexo já era o suficiente. Porém, ele havia acabado com as minhas estruturas. O garçom veio, pedimos algo e depois de uns dez minutos ele veio com o rango, caralho, eu estava faminto. Faminto e perdido em meus pensamentos, nem eu me entendia e o que Jimin havia falado, me atingiu de algum jeito.
- Sabe, filho... - Ouviu-se a voz de minha mãe. - Podia ser você sentando no lugar daquele cara, o fazendo rir. - Ela disse ao observar que eu os olhava.
- E quem disse que eu queria isso? - Retruquei.
- Não estou dizendo isso, Jeon. Mas que você deixa transparecer um pouco que sente algo por ele, ah, isso você deixa. - Ela disse e quando eu fui tentar negar ela me interrompeu. - Ou você acha que eu não vi o jeito que você o olha? - Ela deu uma risada de leve. - Você só tem que deixar esse orgulho de lado. - Ela dizia e eu fingia que não estava dando bola, sendo que eu estava absorvendo tudo aquilo. - Pense bem, Jeon. Esse bando de garotas que você pega, nunca iriam parar em um hospital chorando se algo tivesse acontecido com você.
- Chega, mãe. Você exagera demais. - Falei, porém o que ela havia falado fazia sentido, mas mesmo assim, eu não queria me apaixonar, não queria amar, isso era perda de tempo. Olhei para os dois mais uma vez e eles estavam em uma harmonia total, não sei porque a raiva crescia dentro de mim, isso não fazia sentido. Jaehyun disse algo e Jimin deu uma gargalhada ultra alta, fazendo ecoar em meus ouvidos e fazendo-me perceber o quanto aquela risada era gostosa e de repente, eu já não sentia mais fome. - Não quero mais comer. - Falei. - Vamos? Tenho um monte de coisa para acertar com os garotos. - Menti, eu só queria sair dali, geralmente, eu poderia ir até lá e quebrar a cara daquele filho da puta, mas ele me odiaria mais ainda. Quer saber? Foda-se. Era isso que eu faria.
Deixei a gorjeta em cima da mesa e fui em direção à mesa dos dois, parei e acertei um soco forte na cara daquele mané, fazendo-o cair com tudo da cadeira para o chão, a ultima coisa que vi, foi Jimin levar as mãos a boca e levantar para socorrer seu novo queridinho. Puxei minha mãe e nós saímos dali em seguida, não pude deixar de dar um sorriso, enquanto Hyojin ia o caminho inteiro me xingando.
Hoje à noite, não ia ter Jimin que me impediria de ter prazer, Hannah ligou-me mais cedo e fez uma série de perguntas, até fazer eu convidá-la para ir até meu apartamento e eu estava decidido: Hoje a noite seria frenética.
「 🍁 」
espero que tenham gostado. ♥️