Bachelorette Party

By GeovanaJackson

2.7K 395 96

Tudo começou durante a despedida de solteira... More

Sinopse
Prólogo
Capítulo 1

Capítulo 2

1K 99 36
By GeovanaJackson

Anastasia

Desperto com um toque sutil no ombro. A comissária de bordo sorri para mim e avisa que vamos nos preparar para pousar.

Agradeço com um sorriso e me ajeito na poltrona, apertando o cinto ao redor da cintura. Olho rapidamente para o lado e vejo as minhas amigas conversando enquanto comem cookies de gotas de chocolate.

— Conseguiu descansar, Ana? — Mia sorri amavelmente e se estica para me entregar um cookie.

— Sim, obrigado. Agora eu só quero sair desse avião, correr para o hotel e tomar um banho. — murmuro com um suspiro e Kate faz um som de concordância.

— E depois... — ela lança um olhar cheio de expectativas para Mia e eu, os olhos verdes brilhando de excitação. — NOITE LOUCA EM VEGAS.

Eu cogito a possibilidade de recusar a proposta e somente me jogar na cama, mas porra, não.

É a minha despedida de solteira.

Em sete dias eu estarei dentro de um vestido horroroso que a minha mãe escolheu sem se importar com a minha opinião, sorrindo para pessoas que eu não suporto e jurando amor a um homem que consigo sentir no máximo empatia.

— Você não vai dar para trás, né? — Katherine Kavanagh e sua maldita habilidade de ler os meus pensamentos.

Suspiro e balanço a cabeça em negação, forçando um sorriso.

— Claro que não. É a minha despedida de solteira, lembra? O último momento da minha vida como uma mulher livre. — a minha resposta parece agradar e ambas batem palmas, empurrando os cookies pela garganta com mais champagne.

Nós fazemos uma descida tranquila no Harry Reid Airport. A Primeira Classe recebe a liberação antes dos demais passageiros das classes econômicas e nós finalmente pisamos em Nevada.

Mia e Kate parecem mais que felizes enquanto gritam e batem palmas como crianças diante da árvore na manhã de natal. Eu me limito a olhar ao redor, a noite começando a cair e colorindo o céu de azul, rosa e laranja.

— Lindo, não é? — Kate me abraça e deita a cabeça no meu ombro. Eu sorrio e assinto, abrindo os braços para envolver Mia num abraço.

— É maravilhoso. Prontas para serem piranhas ricas e inconsequentes em Las Vegas?

Elas gritam um sonoro sim e nós corremos para dentro do aeroporto. Novamente agradeço por viver num mundo de privilégios e sorrio para o empregado que nos espera no portão de desembarque com as nossas malas e carro particular esperando.

Entrego duzentos dólares para o rapaz que me agradece com um sorriso brilhante e deslizamos no banco de trás do SUV. O motorista bonito se apresenta como Ryan e avisa que estará à nossa disposição pelo fim de semana.

Ele rapidamente coloca o carro em movimento e deixamos Paradise em direção à Las Vegas.

A viagem é rápida e em vinte minutos estamos parando nas portas suntuosas do Bellagio Hotel & Casino.

Ryan abre a porta e me oferece a mão como apoio. Desço do SUV e fico na calçada, esperando as minhas amigas. As fontes na entrada do hotel se iluminam com a chegada da noite e um show de águas dançantes e luzes coloridas me fazem arfar.

É a porra da coisa mais incrível do mundo.

— Caralho, nós precisamos de uma foto. — Kate puxa o celular da bolsa e o desbloqueia, entregando-o para Ryan. — Você tira uma foto nossa, docinho?

Ele assente com um sorriso educado e ela nos puxa para mais perto, me colocando no meio.

— Não, espera. Isso está muito brega. — bagunço os meus cabelos e belisco as bochechas para deixá-las mais rosadas.

Kate e Mia fazem o mesmo, puxando os decotes para baixo de uma maneira nada discreta. Eu rio das duas e jogo um braço ao redor do ombro da Kate, levantando a perna para que Mia segure.

Nós nos atrapalhamos e começamos a rir como idiotas bêbadas — o que talvez nós sejamos de fato.

Eu grito para que o Ryan tire a foto antes de acontecer uma tragédia e o flash rapidamente ilumina a noite que começa a nascer.

A próxima pose que recriamos parece ainda mais estúpida do que a primeira. Kate apoia as mãos nos joelhos e eu subo nas costas da Mia. Ela se desequilibra um pouco e começamos a rir, mas Ryan é rápido o suficiente para conseguir captar o momento perfeito, sem maiores vergonhas.

Nos aventuramos pelo lobby luxuoso do hotel e Kate é quem toma frente, dando nomes e documentos para a recepcionista. Ela nos entrega três cartões com o número 3933 gravado e indica o elevador.

Um outro empregado sorri para nós e confere o número do quarto, um brilho de curiosidade surgindo sutilmente. Nos apertamos no elevador para que Ryan consiga entrar com as bagagens e as portas se fecham, o andar 36 se iluminando no painel dourado.

Fazemos uma subida rápida e tranquila, o elevador parando com um solavanco sutil.

— Para as senhoritas liberarem o elevador é só pressionar o cartão no painel. — eu faço como ele instrui e as portas deslizam abertas para um espaço espetacular.

As meninas suspiram nas minhas costas e me empurram para fora do elevador. O quarto é dividido entre sala de estar, bar e suíte. Janelas panorâmicas por todos os lados dando uma visão privilegiada da agitada e iluminada Las Vegas.

— O banheiro fica ali. — o rapaz aponta para uma porta à direita do bar. — O closet está ao lado. Espero que tenham uma boa estadia.

Ele sorri educadamente e eu coloco cem dólares na mão dele, acenando em despedida enquanto ele e Ryan entram no elevador novamente e as portas de fecham.

Olho sobre o ombro para a suíte mais impressionante que já vi na vida e sorrio, chutando meus saltos para longe antes de correr pelo carpete e me jogar na cama macia.

— Puta que pariu, olha para esse quarto. — eu grito animada e abro os braços sobre os lençóis brancos.

Kate e Mia dão gritinhos animados e se jogam ao meu lado, nós três sorrindo como bestas.

— Onde você achou esse lugar? — Mia pergunta para Kate e ela rola na cama, ficando de bruços.

— Estava pesquisando hotéis para reservar e esse apareceu no topo com as melhores avaliações. Tem piscinas, cinema particular e mais um monte de merda. — ela dá de ombros como se não fosse importante mas o sorriso traí a sua indiferença. — E também tem um cassino. Pelo o que eu li é um dos mais cobiçados da cidade, mas não é todo mundo consegue entrar. É uma coisa mais para hóspedes, bilionários e famosos.

— Ainda bem que somos hóspedes então porque caso contrário não passaríamos nem na porta. — murmuro com deboche e Kate bufa, batendo na minha barriga com um travesseiro.

— Nós somos mulheres ricas e poderosas, ok? E além do mais essa pode ser a nossa noite de sorte. — ela arqueia uma sobrancelha e morde o lábio inferior. — Quem sabe conseguimos atrair a atenção de bilionários quentes dispostos a gastar nas mesas de pôquer.

Definitivamente não, garota.

Eu estou fora desse ramo.

Eu faço um som de insatisfação e os olhos da Kate encontram os meus, as sobrancelhas subindo ainda mais.

— Você não está cagando nos nossos planos, certo?

— Não, claro que não. Só não vou fazer parte de todos eles. — ela geme e afunda o rosto no colchão, batendo os pés como uma criança birrenta.

— Ana, não começa com esse discurso de moralidade, pelo amor de Deus. — Kate murmura com a voz abafada e eu me arrasto até a cabeceira da cama, ficando sentada.

— Não é discurso moral, Kate, é só questão de bom senso. Eu não sou solteira, esqueceu? — meus olhos vão para o solitário que Jack me deu algumas semana atrás.

— Eu não entendo por que você se apega tanto a esse casamento. — Mia finalmente fala e não esconde a insatisfação na voz. — Todo mundo sabe que isso é pura fachada. Pior, todo mundo sabe que o Jack é gay e está se casando com você por pressão.

Espera, o quê?

Como assim todo mundo sabe?

Olho para a Mia e ela revira os olhos, também rolando de bruços.

— Alguém viu ele com outro homem? — pergunto temerosa.

Ser traída já seria uma humilhação enorme, nas circunstâncias das coisas seria o meu fim.

— Não que eu saiba mas qual é, Ana? Não precisa ser um super observador para perceber que o seu noivo está mais disposto a transar com o seu segurança do que com você. — engulo em seco e abaixo a cabeça, a luz do quarto refletindo no diamante obsceno.

Por que diabos eu estou fazendo isso mesmo?

Para a gradar a minha família?

A mesma família que nunca me apoiou em merda nenhuma?

Estou fazendo isso para ser aceita no círculo de amizade dos meus pais?

O mesmo círculo de amizades que sempre me julgou estranha e deslocada?

Estou fazendo isso para apagar da minha mente lembranças dolorosas de um homem que eu tento odiar todos os dias mas que só desperta em mim o sentimento contrário?

Sim, talvez seja isso.

Talvez as minhas amigas estejam certas, afinal.

Talvez — mas apenas talvez — eu tenha medo de ficar sozinha.

As mãos da Kate cobrem as minhas, tapando o anel. Eu pisco e olho para ela enquanto sinto uma lágrima rolar pelo meu rosto.

Ela suspira e se arrasta pelo colchão até estar sentada e me puxa para um abraço. Deito a cabeça no seu peito e sinto os braços da Mia envolverem a nós duas.

— Você nunca estará sozinha, Ana. Nós sempre vamos estar do seu lado, tirando todas as pedras possíveis do seu caminho e oferecendo apoio todas as vezes que você cair.

Eu sorrio para ela e limpo as minhas lágrimas.

— Amigas para sempre? — Kate e Mia falam juntas, os olhos também molhados de lágrimas.

— Amigas para sempre.

◕ ◕ ◕

Se o espaço hoteleiro do Bellagio já é impressionante, o cassino é dez vezes mais.

Tapeçaria persa, lustres de cristal, pessoas bem vestidas, bebidas e música. Vermelho, azul royal e dourado por toda parte, cada centímetro gritando luxo e dinheiro.

Passo as mãos pelo meu vestido longo preto e sorrio, encarando meu reflexo em um dos muitos espelhos espalhados pelo cassino.

Depois do nosso momento best friends forever, Mia e Kate me arrastaram para o banheiro e brincaram de Barbie comigo.

Elas soltaram os meus cabelos em ondas clássicas pelas minhas costas, escureceram a maquiagem e reaplicaram o batom vermelho. O último passo foi o vestido preto de cetim com decote e fenda na perna esquerda e Louboutins clássico também pretos.

Elas também ficaram espetaculares com vestidos parecidos com o meu, Mia de verde e Kate de marsala.

Nós ignoramos os olhares e cantadas baratas de alguns homens ao redor, nos dedicando somente a tomar champagne e escolher onde deixaríamos pequenas fortunas.

Perder dois mil dólares nas máquinas caça-níqueis me fizeram questionar se foi realmente uma boa ideia vir para Las Vegas.

Mas como a frase clichê já dizia; só se vive uma vez.

— Onde nós vamos agora? — Kate murmura já meio bêbada e eu olho ao redor, sendo atraída pela multidão ao redor de uma mesa específica.

— Que tal ali? — indico a direção e ela seguram os meus braços, uma de cada lado.

Nos esprememos entre as pessoas até conseguirmos chegar na mesa. O dealer espera que um casal faça sua aposta e joga os dados, ambos somando seis pontos.

O casal faz uma careta e eu sorrio.

7-eleven, é claro.

— Quem será o próximo?

— Eu. — sorrio para ele e tiro algumas fichas da bolsa, colocando-as sobre o feltro verde.

— Mil dólares, senhorita? — eu assinto.

— Quero o pass. — ele franze um pouco as sobrancelhas, talvez surpreso pela minha confiança mas desvia os olhos para as outras pessoas ao redor da mesa.

— A senhorita colocou mil dólares na mesa. Algum cavalheiro corajoso o suficiente para cobrir a aposta?

Um homem de cabelos grisalhos e com um braço firmemente ao redor da cintura de uma mulher que deve ser mais nova do que eu sorri e coloca dois mil dólares na mesa.

— O senhor ficará com o don't pass, tudo bem? Mais alguma oferta?

Todos continuam em silêncio e o dealer dá as apostas por encerradas, colocando os dados dentro do copo.

Ele balança e vira o bocal sobre o feltro, levantando-o com um suspense exagerado. Todos se inclinam, curiosos para saber o resultado dos dados e eu sorrio abertamente, orgulhosa de mim mesma.

— Onze. A senhorita acaba de ganhar três mil dólares.

O meu adversário faz uma careta e dá as costas, puxando a garota para longe.

— Bom, tem pessoas que não sabem perder. — dou de ombros e puxo as fichas do homem para junto das minhas. — Aumento a minha aposta para três mil e continuo com o pass.

O dealer sorri sutilmente e olha ao redor, procurando por outro apostador disposto a tentar a sorte nos dados.

— Eu aposto cinco mil. — uma voz masculina firme e sensual murmura à minha direita.

Ouço Mia arfar nas minhas costas e olho na direção da voz.

Que decisão de merda.

Minhas pernas ficam bambas na hora, meu coração acelerando no peito.

Aperto as laterais de madeira da mesa forte o suficiente para os meus dedos ficarem brancos, minha garganta ficando seca e áspera.

Porra.

[•••]

Eu tô me tremendo toda.
😯🤯

Continue Reading

You'll Also Like

150K 9.3K 30
Isís tem 17 anos, ela está no terceiro ano do ensino médio, Isis é a típica nerd da escola apesar de sua aparência não ser de uma, ela é a melhor ami...
59K 5.2K 70
Essa mina rouba minha brisa, Acelera o meu coração...
842K 52.5K 134
Alex Fox é filha de um mafioso perdedor que acha que sua filha e irmãos devem a ele. Ele acha que eles têm que apanhar se acaso algo estiver errado...
416K 33.6K 49
Jenny Miller uma garota reservada e tímida devido às frequentes mudanças que enfrenta com seu querido pai. Mas ao ingressar para uma nova universidad...