Hades & Seph | Narusasu

By Issydox

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O submundo precisa de um rei. Outro. A família de Naruto está meio bagunçada. Seu avô comeu seus pais. Seu pa... More

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By Issydox

Naruto se aconchega no armário do quarto, ouvindo a voz de sua mãe bater contra as tábuas do piso, ribombando embaixo dele, transbordando com a força de uma deusa raivosa que deve ser obedecida.

— O que as perversões de dois primos incestuosos têm a ver com a virgindade do meu filho?!

A voz de resposta do homem, embora mais calma e quase reconfortante, tem tanto poder quanto a dela. É uma voz inofensiva, até jovial, que promete uma vontade formidável se você errar o homem que fala.

— Quatro primos. Deidara e Kiba também estão pedindo por ele agora. Devo preparar os jogos para um namoro adequado. Ele é lindo demais, dizem, e seus primos estão começando a treinar entre si.

— Meu filho não vai escolher um desses animais de celeiro infestados de piolhos!

— Kushina. O descontentamento dos deuses causa o caos na vida dos mortais. E você é a zeladora de muitas dessas vidas. Esta perturbação é dirigida diretamente a você e meu filho. É por isso que estou tão preocupado. É melhor-

— Você não pode fazer o papel de pai agora!

Algo trava. Naruto imagina que é um dos grandes vasos no chão da entrada.

Não é uma coisa adequada para levantar e jogar, mas uma deusa de dois metros e meio precisa de um objeto considerável para atirar em seu ex-amante.

Kushina cresce à medida que fica mais irritada.

Minato responde com uma pitada de impaciência suspirando: — Você não me deixou conhecer o menino. Essa não foi minha escolha–

O rugido de sua mãe, tão alto que os suportes da casa devem chacoalhar, assusta Kurama, o coelho laranja nos braços de Naruto.

— Você não é dele! E você não é meu! E você não tem nada a ver com essa família! Eu deixei isso claro.

— Shhh, Kurama. — Naruto sussurra, acariciando a cabeça do coelho e descendo por suas longas orelhas, pelas costas. O coelho se contorce uma vez, com medo, mas depois se acalma com confiança. Seu pequeno coração martela contra o braço de Naruto, que o embala sob seu corpo, contra o peito de Naruto.

E seu pai responde com o mesmo tom calmo, a mais leve frustração perceptível dandolhe aquele profundo poder misterioso.

— Eu sou o pai do menino, Kushina. Não importa a distância de onde eu estive, ou o fato de que você me excluiu, eu sou o pai dele, e eu me importo com vocês dois...

— Você é um canalha! Um mentiroso! Um ator de teatro e um cachorro sujo! Você não poderia ser o pai de nada, mesmo que sua semente seja fértil! Você não tem coração. Você nem sabe o que é! - Naruto prende a respiração, temendo por sua mãe.

Ela já teve esse desabafo muitas vezes. Basta uma ou duas perguntas curiosas dele, ditas quando era muito jovem, pois Naruto soube há muito tempo que não tem pai. E ele nunca vai. É um fato inegável, absolutamente irrefutável.
Ou seja, de acordo com a deusa que acabou de chamar Minato de cachorro.

— Ele é meu, Kushina! — Finalmente, essa raiva aparece. Mas mesmo nisso, é tranquilo. Quando o Deus das Tempestades realmente se enfurecer, você saberá. Este é apenas um céu escuro no que deveria ser um dia claro. O sinal de um aviso.- E eu sou o Rei dos Deuses, ou você se esqueceu?

— Você é o Rei do Monte Olimpo. — Corrige sua mãe.- E é aí que você pertence, ao lado de sua esposa ciumenta, Hera. Ou você esqueceu?

— Sou eu que cuido de todos vocês–

Ele começa a responder. Mas sua mãe não terminou.

— E você é um tipo especial de idiota para estar aqui falando na minha cara sobre 'caos entre mortais ', seu vira-lata de rua sujo. Quanto tempo você passa no Monte Olimpo, Minato, hm? Quanto tempo por ano você passa supervisionando aquele reino que você afirma governar?

A voz poderosa cede a disputas mesquinhas. Mas é diferente da fúria de sua mãe. Mais como o grande deus dos deuses está desfrutando de vinho forte e sofrendo as zombarias de bons amigos.

— O que eu sou, Kushina? Um burro ou um cachorro? São dois animais em uma frase, a menos que você queira dizer que eu sou o burro de um cachorro, o que teria sido muito mais criativo. Você pode usá-lo se quiser.

— Você é tudo isso!

Algo de madeira estala. Ou o grande peso de sua mãe está quebrando o chão, ou sua cabeça finalmente se inclinou contra o teto alto, e ela está crescendo na forma do quarto. Ela deve estar enorme agora.

— Todas as coisas que são viscosas e perversas e desprovidas de qualquer bondade ou emoção positiva e real! Você é uma criatura de luxúria, Minato. É a única coisa que você sente desde que matou nosso pai.

— Oh meus deuses, aqui vamos nós de novo...

— Ah! Você usa os palavrões dos mortais. Isso é quanto tempo você se foi, Minato. Todo ano. Criando caos para os mortais. Então não venha até mim pensando que você tem algum tipo de autoridade para casar meu filho!

— Nosso filho.

— Sair! Saia, saia, saia...!

Várias coisas quebram. Uma empregada no andar de baixo grita. Ela não estará sob os pés entre os imortais briguentos, então deve ser a visão de cerâmica preciosa esmurrada contra as paredes que a assusta.

A porta se abre, passos pesados descem os degraus do lado de fora, e Naruto ergue os olhos do doce Kurama, que deve confiar muito nele para não fugir em meio a todos esses confrontos e gritos. Ele só vê a parte de trás da porta escura do armário, mas imagina a varanda com vista para os degraus da frente. Não é tão longe.

Ele nunca viu seu pai antes.

— Você vai rasgar os pilares e arremessá-los também? — A voz forte está ficando com raiva, mas isso não muda a mente de Naruto. Certamente ele deveria ver seu pai uma vez? O pai ele não tem segundo a furiosa Kushina.

Ele não sabe nada sobre Minato, exceto que ele é um "cão sujo que transa com qualquer coisa no cio".

E "ele não é seu pai".

"E ele não sente nada, Naruto".

"Ele é oco por dentro".

"Ele está lindo e feliz, e se você o conhecesse, você o amaria. Mas ele é como... a sombra de um homem. Ou, uma criatura fingindo ser um homem. Ele não ama. Não como você ou eu. Ele não se importa com as garotas que ama, ou como ele as torce por dentro. Ele está perpetuamente entediado. E ele é extremamente perigoso".

Naruto deixa Kurama de lado.

— Shh. — Ele diz a ele, como se o coelho estivesse chateado. E então ele rasteja, rápido, pois ficar de pé deixaria o deus Minato vê-lo de uma janela.

"Fique abaixado".

"Fique fora de vista".

Essas são as regras para aquelas poucas vezes em que Minato vem visitar.

E "Esse monstro não é seu pai".

Ele sabe que é a verdade. Ele não espera que seu pai seja melhor do que o monstro que ela descreveu. Mas ele ouviu outras coisas das pessoas da cidade e dos servos e escravos e de todos os mortais que os ajudam aqui em suas terras.

Minato é lindo. Como uma estátua enorme, a visão perfeita de um artista de um homem, mas melhor. Incapturável.

Naruto viu a estátua de Minato no centro da cidade. Sua mãe disse a ele que mesmo as melhores mãos mortais não podem esculpir suas feições.

Não importa o quão mal ela diga que ele é, sua mãe nunca argumentou contra sua forma. E Naruto gostaria de ver. Só uma vez. Apenas rapidamente.

Como um ladrão, ele se esgueira pela própria casa, curvado, os pés descalços se movendo rapidamente. Ele vai para o corredor do andar de cima e olha por cima do parapeito para a cerâmica espalhada abaixo, lindas flores espalhadas como donzelas arruinadas em uma pilhagem. Sua casa parece saqueada. E se a deusa tivesse ficado aqui, ela teria crescido até o teto e eventualmente explodido para fora do telhado.

Se Minato ainda permanecesse, ela teria que sacudir a casa do pé como uma sandália suja. Mas o deus está indo embora antes que uma pequena guerra seja travada.

Uma pequena guerra para eles. Uma catástrofe para os mortais. Todo o campo e a grande cidade vizinha seriam destruídos.

Naruto se esgueira até as cortinas levemente onduladas na varanda da frente e se encolhe dentro delas. Ele se aproxima cada vez mais, com tanto cuidado, da beirada da sacada. A figura através da névoa transparente é exatamente como Naruto ouviu dos aldeões. Bronze. Alta. Muscular. Cabelos grossos e encaracolados. As pessoas falam um pouco sobre seu cabelo e a bela barba combinando em um rosto jovem, mas viril, de ossos largos.

A parte de trás de sua cabeça não decepciona. Seu cabelo é realmente encaracolado e macio. Ela passa por seus ombros e termina em uma linha reta, como a borda de um tapete. Naruto imagina que acariciá-lo seria como colocar a mão na pele de ovelha em frente à lareira do quarto de sua mãe.

Embora suas costas sejam principalmente cobertas por panos drapeados, sua forma também não decepciona. Até os tornozelos são perfeitamente esculpidos, como se pertencessem a uma estátua de mármore. Suas sandálias parecem melhores porque seus pés estão nelas.
E a forma de seu traseiro?

O conjunto de seus quadris, como eles se inclinam de uma perna para a outra com seu andar?

Por que...

Franzindo a testa, Naruto se abaixa. Esse é o pai dele . Mas é verdade o que dizem. Ele está lindo. E Naruto se lembra de outra coisa que sua mãe lhe disse uma vez.

"Se ele visse você, ele iria querer você, e você iria querer ele. Não há nada que eu possa fazer para impedir isso. Você não descobriria sua verdadeira natureza até que fosse tarde demais, meu doce menino."

Naruto acredita nela. E por isso é uma coisa boa que seus olhos abaixam no momento em que a cabeça estava se virando para falar com sua mãe. Ele é curioso. Mas não vale a pena.

— Case ele, Kushina. Faça você mesmo ou eu escolho por você. Todo mundo que o vê diz que ele é o meu reflexo. E uma briga está começando sobre ele. Não vou deixar isso continuar por muito mais tempo.

— Volte para o Monte Olimpo. Eu sou a Deusa desta Terra!

— Você é a deusa das coisas que crescem nele. — Ele corrige. — E esse é meu filho. Eu tenho o direito de casar ele. E eu vou.

— Sair!

— Eu vou, Kushina. Esse é o seu último aviso.

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