Jungkook's vision
Falei para Yoongi cuidar de Taehyung até que a nova babá que contratei chegasse, entrevistei ela no dia anterior e ela era uma delícia, quem sabe ela não serviria apenas para cuidar do pequeno.
Eu estava prestes à sair de casa, peguei minha jaqueta de couro e em seguida as chaves, assim que abri a porta do apartamento dei de cara com minha mãe me olhando com os braços cruzados e uma cara nada boa, travei o maxilar sabendo que iria ouvir algum tipo de discurso, só não sabia o porquê.
- Não pode voltar mais tarde, dona Hyojin? Tenho que sair agora.
- Só vai sair depois que nós tivermos uma conversinha. - Preferi fazer o que ela mandou, pois com minha mãe não tinha nem como discutir, esse meu gênero forte eu tinha herdado dela.
- Ah, sei que não vai ter jeito mesmo... - Me rendi. - Entre. - Quando eu terminei de falar "entre" ela já estava sentada no sofá.
- Hyojin linda. - Yoongi apareceu todo sorridente na sala, ele era um baba-ovo da minha mãe.
- Olá, Yoongi. Como você está querido? - Ela o beijou na testa.
- Estou bem melhor agora, tia. - Ele piscou para ela e eu já não estava gostando dessa palhaçada.
- Tá, tchau, Yoon. Larga daqui. - Falei o expulsando e ele deu um último beijo na bochecha de minha mãe e saiu. - Então, mãe. O que te traz aqui? - Perguntei meio impaciente.
- Sua mentira. - Ela disse firme e eu a olhei rapidamente.
- Que mentira? Tá viajando?
- Olha o respeito, menino. Se não já te dou agora as palmadas que eu não te dei a vida inteira.- Revirei os olhos, ela sempre vinha com esse papo. - Você sabe muito bem do que eu estou falando. - Eu nem fazia ideia.
- Não, eu não sei e você está me atrasando.
- É, pois vai saber agora. Eu estou falando sobre Taehyung ser meu neto. - Puta que pariu, como ela havia descoberto, que caralho mesmo, agora ela iria encher meu saco.
- O quê? Quem te falou isso?
- Não interessa, Jeon Jungkook. Eu quero saber por que não me contou a verdade? Você tem que aprender à confiar mais em sua mãe...
- Quem te contou isso? - Quase gritei. Ah claro, já sabia que havia contado. - Foi Jimin, não? Ah, eu vou matar ele.
- Não mude de rumo, por que não me contou antes? Hein?
- Para não ser obrigado a ouvir sermão, mas não adiantou muito, pois estou ouvindo agora. - Eu já estava me irritando com essa palhaçada.
- Olha só, Jeon. Você foi um irresponsável, mas isso é da sua natureza, só não vou te julgar porque tive você nova, e eu seria hipócrita. Mas o que eu não admiti, foi o fato de você ter mentido para mim.
- Tá, mãe. Agora você já sabe, sem drama, por favor. - Falei, querendo que aquilo acabasse logo.
- Onde está Taehyung?
- No quarto com Yoongi.
- Vou levar meu neto para passear. - Ela disse passando em minha frente com sua típica pose de mãe durona e logo foi em direção ao quarto.
- Mas eu contratei uma babá, e ela está vindo cuidar de Taehy.
- Desmarque. - Ela disse simples e entrou no quarto, eu bufei, logo pegando o celular e desmarcando.
- Tenho que sair. - Avisei.
- Antes venha aqui e dê um beijo em seu filho. - Ela exigiu, eu fui, mas não porque ela pediu e sim porque essa era minha obrigação como pai, por mais que eu ainda estivesse me acostumando com a ideia, eu estava amando Taehyung, adorava ouvir suas gargalhadas, seus gritinhos, menos as drogas de seus choros irritantes, mas acho que isso fazia parte. Eu não estava sendo um bom pai, eu tinha consciência disso, porém tinha algo me incomodando, eu sentia falta dele, e todos sabem de quem eu estou falando.
Saí do apartamento e fui para a garagem, peguei meu carro e fui voando para o casarão, tinha uma reunião super importante com os Sonyeondan's, Yoongi iria depois, Hoseok e Namjoon já estavam lá.
Vale ressaltar que mais tarde, eu teria uma conversinha com Jimin.
「 🍁 」
Jimin's vision
- Não, Jin. Não é assim. - Eu tentava explicar para ele uma conta super complicada que o professor havia passado.
- Ah, Ji, eu desisto. - Ele disse deitando a cabeça na mesa.
- Levanta. - Falei puxando seus cabelos. - Foca aqui. - Lhe mostrei o cadernos com as contas.
- Meninas, vocês viram o novo gostosão que veio para substituir o Jeon? - Ouvi uma garota conversar com suas amigas atrás de mim, eu e Jin nos olhamos. - Bom, eu ainda prefiro Jeon com aqueles olhos castanhos intenso, mas aquele também serve.
- Dá para vocês calarem a boca? - Falei virando-me para trás. Odiava quando essas putas se referiam á Jeon desse jeito, não que eu tivesse ciúmes, claro. - Eu quero me concentrar nos exercícios. - Falei e elas logo cessaram o assunto.
- Ui, ninguém pode elogiar Jeon Jungkook... - Jin debochou. - Que você já fica toda nervosinho, acho que o novo possessivo da história é você. - Ele riu.
- Nada a ver, Jin. Cala a boca. - Sem querer fui grosso.
- Ok, não está mais aqui quem falou. Tô louco para saber quem é o novo gostosão, hm...
- Você está comprometidl. - Sorri para ele. - Lembra que Namjoon te pediu em namoro ontem? Então...
- Ué, tô namorando, mas não tô morto.
- Olha aqui, Jin, você vai ficar firme nesse namoro, porque você me acordou quatro horas da madrugada para me contar isso.
- Ai, tá. Vamos fazer essa porra. - Ele disse.
「 🍁 」
Na hora da saída, eu me despedi de Jin que iria em algum outro lugar depois da aula, guardei meus livros no armário e quando dobrei o corredor principal, me choquei contra alguém, olhei a fim de reconhecer a pessoa e me vi diante de um homem muito bonito e sedutor.
- Desculpa, eu me perdi em meus pensamentos. - Dei um sorriso e tentei me afastar dele para ir embora.
- Não foi nada. - Ele riu. - Prazer, sou Jaehyun, substituto daquele... É...
- Jeon? - Arquei as sobrancelhas.
- Sim, esse mesmo, eu havia me esquecido o nome dele. - Ele sorriu sem jeito.
- Acontece. - Disse simples. - Bom, eu tenho que ir. Tchau. - Comecei a andar em direção à saída. - Meu celular apitou e deduzi que havia recebido uma mensagem, o peguei do bolso e me deparei com a seguinte frase:
"Me encontre na frente da lanchonete da rua 13."
Era Jeon e meu coração disparou, o que será que ele queria? Bom, eu já podia até imaginar.
Entrei em meu carro e fui em direção à tal lanchonete, liguei o rádio para ver se com música eu me livrava um pouco da tensão, mas não adiantou porra nenhuma, pois assim que vi, eu estava na frente da tal lanchonete. Estacionei e desci do carro e comecei à procurar Jeon, pois eu não estava o vendo por alí. Comecei a achar que ele já estava zoando com a minha cara e resolvi entrar em meu carro novamente, a fim de ir embora.
- Tá com pressa? - Ouvi sua voz, fechei a porta do carro novamente e o encarei, ele estava lindo, como sempre.
- Não, apenas não vi você aqui e achei que fosse uma brincadeira boba. - Dei de ombros, em momento algum desviando meus olhos de seus olhos castanhos maravilhosos.
- Você tem que aprender a esperar. - Ele deu uma risada debochada. - Quer entrar e comer algo? Você deve estar com fome.
- Chega, Jeon. Eu sei que você não me chamou aqui para um lanchinho, tô ligado que você quer me xingar, eu te conheço. - Pisquei para ele, enquanto estava escorado em meu carro.
- Por que eu te xingaria? - Ele riu irônico. - Só porquê você abriu a porra da boca para a minha mãe?
- Ah, é pra isso que você me chamou? Imaginei.
- Por que você foi abrir a boca, Jimin? Pagou de linguarudo.
- Nada a ver, Jeon, eu só queria salvar seu filho.
- Não foi necessário, eu contratei uma babá das boas para ele, bem boa. - Ele mordeu os lábios.
- Vai comer a babá do seu filho? Legal.
- E se eu comer? O que isso te diz respeito, Jimin?
- Nada. - Fitei o chão.
- Imaginava. - Ele riu. - Mas agora é sério. - Ele disse se aproximando. - Não quero mais as porras das suas intromissões na minha vida, entendeu? Eu e você não temos mais nenhum vínculo.
- Só o fato de meu pai estar saindo com sua mãe. - Dei de ombros.
- O quê? Que história é essa? - Ele arqueou as sobrancelhas.
- É... Maninho. - Ironizei.
- Vira essa boca para lá, Jimin. - Ele disse. - Ainda bem que minha mãe não sabe sobre nós dois. - Eu estava muito ferrado, fiquei tão quieto que acabei me entregando. - Puta que pariu, você também contou isso à ela? Que porra, Jimin. Eu estou à ponto de te esfolar.
- Me beija que é melhor. - Disse indiferente e Jeon me olhou.
- Eu não me permito mais tocar em você. - Ele disse meio que tentando se conter.
- Que gay, nossa. - Murmurei.
- Gay é o Hoseok. - Ele disse bravo.
- Mas... Não pode tocar em mim nem um pouquinho? - O puxei para mais perto e fiz beiço. - Só um pouquinho. - Rocei meus lábios nos seus, sentindo sua respiração.
- Ji-Jimin... Para. - Ele tentava resistir enquanto seus lábios estavam quase grudados nos meus, senti seu maravilhoso hálito de menta.
- Não. Não quero parar. - Falei lhe dando um selinho longo. - Quero você. - Sabia que ele não resistiria, pois assim que terminei de falar ele me atacou, fazendo nossas línguas se encontrarem novamente, nosso beijo tinha gosto de saudade. Ele subia e descia suas mãos por minhas coxas, fazendo eu ter vontade de estar em sua cama, porém minha felicidade acabou quando ele parou o beijo.
- Jimin... Quando você vai entender que acabou? - Ele disse ofegante. - Acabou. - Ele se afastou de mim e foi em direção ao seu carro, entrou nele e logo deu partida, eu continuei ali escorado em meu carro por alguns minutos, ainda sentindo o maravilhoso gosto de seu beijo. Uma tristeza imensa me consumiu.
É, Jimin quando você vai entender que acabou?
「 🍁 」
Dois meses haviam se passado e eu não havia nem mais ouvido falar no nome de Jeon, quero dizer, Yoongi as vezes me ligava e nós acabávamos tocando no assunto, ele sempre me dizia como estavam as coisas, que Hyojin estava ajudando com Taehyung, e também falou-me da nova babá, que só ia lá quando Hyojin tinha algum compromisso, Yoongi também disse que ela era gostosona, piorando ainda mais meu estado e me deixando mordido por causa de Jeon. Um dia fui obrigado a perguntar sobre ele, foi mais forte do que eu, por mais que eu estivesse decidido à esquecê-lo, perguntei como ele estava, se ele estava bem ou algo do tipo, Yoongi apenas disse que ele andava estranho, se trancava na porra do quarto por horas e ficava lá se drogando, disse até que o causador disso era eu, porque na verdade Jeon estava sofrendo calado porque me amava, fui obrigado à rir, achei aquilo uma piada, mas fiquei triste, eu odiava saber que ele se trancava horas em um quarto para estragar sua vida.
Yoongi também disse que ele andava agressivo demais, não parava em casa e estava sempre com uma vadia diferente, claro que ele só me disse isso porque eu o obriguei à dizer, eu disse para ele que era só o antigo Jeon voltando á tona, ele riu e disse que preferia o Jungkook de quando eu era "posse" dele. Eu simplesmente disse que acabou, como se aquilo não me doesse mais.
Era meio triste ver casais felizes, no caso, Jin e Namjoon, Hyojin e meu pai, que estavam quase namorando, ainda estavam se enrolando, meu pai disse que quando se é adulto, dois meses é muito pouco para começar à namorar alguém, eu apenas revirei os olhos. Eu estava feliz por eles, juro que eu estava, mas me dava uma tristeza, porque eu gostava de alguém que nunca fora capaz de gostar de mim.
O substituto de Jeon, Jaehyun, já havia me chamado para sair duas vezes, porém eu sempre recusava, juro que ele não me atraía, apesar de ser muito bonito. Jin começou a implicar dizendo que era porque eu não gostava dos bonzinhos, queria sempre o bad boy, só lembro de seu braço ter ficado vermelho depois do tapa que lhe dei.
Hyojin também me deu a novidade de que Taehyung começara á caminhar, disse que ele estava sempre caindo e quebrando as coisas de Jeon deixando ele puto da vida, também disse que chegava à ser engraçado. Ela não conseguiu me contar muita coisa, pois lembro-me que meu pai logo chegou na sala e nós cessamos o assunto.
Bom, na verdade ele sabia que ela tinha um neto e também já sabia de Jungkook, ele só não sabia os detalhes mais profundos, aqueles que fariam eu ir para o Texas.
Ok, a quem eu estou enganando? Minha vida estava uma merda. Namjoon já havia até falado com a mãe de Jin e os dois estavam em um romantismo sem fim, meu pai e Hyojin não se largavam, e adivinha quem sobrava? Eu.
Nesses dois meses eu não deixei de lembrar de Jeon por nenhum segundo da minha vida, ele era dono de meus pensamentos, até quando eu dormia a praga dava um jeito de aparecer em meus sonhos dizendo que me amava, sim, era clichê. Porém era o que eu mais queria, ele dizendo que me amava.
「 🍁 」
- Jimin? - Meu pai bateu na porta.
- Entre. - Falei enquanto eu lia um livro sobre uma garota que se apaixonou por um filho da puta, não que isso tivesse a ver comigo claro. Fechei o livro.
- Hyojin nos convidou para jantar hoje. O que você acha? - Ele sorriu.
- Acho que eu quero dormir. - Falei e ele se aproximou, sentando-se em minha cama.
- Aconteceu algo, Ji? Ultimamente você anda tão... Desanimado. Logo você que não cala a boca nunca e está sempre pipocando, me deixando com uma dor de cabeça horrível.
- Obrigado, pai. - Falei irônico.
- Mas juro que eu prefiro o Jimin chato. - Ele disse e eu ri pelo nariz.- Agora me diga, o que aconteceu? - Ele exigiu.
- Nada demais. - Falei. - É só que, Jin está namorando e eu não tenho nada para fazer.
- Bom, se você quiser eu deixo você namorar antes de se formar.
- Sério?
- Claro que não. - Ele riu.
- Sem graça. - Ri também.
- Mas é sério, se você encontrar uma pessoa legal, companheira, eu até posso pensar em apoiar isso. - Acontece que eu amava uma pessoa que não era nada disso.
- Não, obrigado, pai. Sem namoros por enquanto.
- Já que você prefere assim, juro que eu não vou interferir. - Ele disse. - Mas enfim, não gosto de te ver triste desse jeito, você volta da escola e só fica intocado nesse quarto, não sai nem para comer. - Uma vontade horrível de chorar me consumiu, porém se eu chorasse seriam perguntas e mais perguntas.
- Não aconteceu nada, eu juro. - Falei fitando o livro.
- Então se arrume e daqui á pouco nós vamos jantar lá na Hyojin, ou melhor, alí na Hyojin, né. - Ele disse e saiu do quarto.
Arrastei até meu guarda roupa e vi uma roupa qualquer, eu não estava com paciência para escolher looks dos mais modernos, ainda mais que Hyojin morava logo ali na frente. Fui para o banho, o qual eu demorei uns vinte minutos e em seguida eu estava pronto, arrumei cabelo simples e desci para sala para esperar meu pai.
- A NOIVA JÁ ESTÁ PRONTA? - Gritei, pois ele estava demorando muito para se arrumar.
- Olha o respeito com o seu pai. - Ele disse descendo as escadas.
- Hyojin é uma mulher de sorte. - Falei ao ver meu pai descer todo arrumado.
- É, eu sei. - Ele sorriu se gabando. - Vamos?
- Vamos. - Levantei-me do sofá e nós saímos de casa, atravessamos a rua e lá estávamos.
Meu pai tocou a campainha e a porta logo foi aberta por Joy, a nova empregada de Hyojin, pois ela não sabia cozinhar.
- Oi, Joy. Tudo bem? - Falei lhe lascando um beijo na bochecha, ela ficou meio sem graça.
- Desculpe por Jimin, ele é assim mesmo, você sabe. - Meu pai falou para Joy.
- Venham por aqui, Hyojin está na sala de jantar. - Ouvi um gritinho de uma criança e sorri, Taehyung estava aqui e eu estava morrendo de saudades do pequeno, saí correndo na frente de Joy, seguindo aqueles murmúrios de bebê, entrei rapidamente na sala de jantar sorrindo igual á um louco, avistei Taehyung fazendo o sofá de apoio para que ele pudesse caminhar e meu sorriso cessou assim que avistei quem estava sentado no tal sofá.
- Jeon? - Não conseguia me mover.
「 🍁 」
espero que tenham gostado. ♥️