recadinho: esse capítulo possui uma música inspiração, e está nas mídias, espero que gostem! <3
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"eu nunca poderia me cansar de você,
eu só mordi mais do que poderia mastigar,
e como um ano se torna dois,
eu ainda não te superei, ainda não te superei"
- Hunger, Harry Styles
Quarta-feira, 25 de Maio, 2017
Joseph's point of view on
Estava junto de Keery e Ammy no que chamamos de prova de bolos, Molly teria uma série de entrevistas pela manhã com Hunter, Jacob e os demais atores do elenco da série em promoção a nova temporada, portanto não conseguiria nos acompanhar, ou melhor, acompanhar seu noivo nesta missão.
— Vejamos, esse sabor me parece bem gostoso! — Joe diz com a boca cheia de uma combinação com creme e castanhas.
— Molly detesta castanhas... — falo inaudível.
— O que disse, Quinn? — Ammy pergunta na busca de entender o que havia dito.
— Disse que Molly não gosta de castanhas — falo como se fosse óbvio, porém sem ser rude.
— Ah, claro... — Joe diz em uma tentativa falha de transparecer ter conhecimento sobre aquele fato.
Poderia parecer muita implicância de minha parte, mas considerava saber os gostos do paladar de alguém que eu amo altamente relevante, ainda mais na posição do rapaz, afinal estavam prestes a viverem o que seria uma vida toda juntos.
— Acho melhor provarmos outros sabores, o que acham rapazes? — Ammy tenta consertar o clima terrível.
— Acho uma ótima ideia — sorrio gentilmente, aguardando os próximos sabores.
Havia uma vasta quantia de sabores, dos mais diferentes e receio dizer que alguns até terríveis no quesito combinações, quem diabos comeria Kiwi com creme de natas?
Estávamos quase chegando ao fim com a prova de bolos, e esse seria um dos inúmeros afazeres que teríamos como padrinhos de casamentos, ou madrinhas como Molly insistia em nos chamar, dou uma leve risada ao lembrar da empolgação com o convite da ruiva.
# FLASHBACK ON #
— Jojoe você tem que se manter com os olhos fechados! — Molly diz animada.
Estava com os olhos completamente tapados por suas pequeninas mãos frias, claramente ela estava ansiosa com o que havia aprontado, e eu me mantinha da mesma forma, o que ela havia preparado?
— Pode abrir! — ela diz soltando as mãos a medida que me sentei no sofá, em frente à mesa de centro.
Havia uma caixa branca e quadrada, com um laço em tom de lavanda e um bilhete delicado com meu nome, o que indicava que havia sido feito com atenção aos mínimos detalhes e especialmente para mim.
— Qual foi, abra logo! — ela diz empolgada se sentando ao meu lado.
Pego a caixa em mãos e desfaço o laço, sabia que era algo relacionando ao casamento devido às cores, porém não fazia ideia do que poderia ter de tão misterioso naquela pequena embalagem.
Ao abrir vejo um bilhete em letras cursivas no mesmo tom da fita que selava a caixa, leio o convite inusitado de Molly e caímos na risada por longos minutos, só podia ser mais uma brincadeira da garota.
— "Querido Jojoe, aceita ser a minha madrinha?" — leio em meio a risos — Sua madrinha Molly, isso é sério? — digo sessando a risada e encarando seus enormes olhos brilhantes.
— Qual foi, não tinha ninguém que me conhecesse tão bem como você para isso — sinto meu peito aquecer com a ressalva.
— Bem... — ela me encara com receio da resposta, e posso notar seu semblante mudar, deveria agradecer pelos anos da LAMDA após isso — É claro que aceito, baixinha!
A garota comemora minha resposta e nos abraçamos de forma carinhosa, o cheiro de seu perfume invade minhas narinas me tomando por um sentimento de êxtase, e ao notarmos a quantidade de tempo naquela posição, nos separamos ligeiramente sem jeito.
# FLASHBACK OFF #
Saio de meus pensamentos com Ammy me chamando atenção por debaixo da mesa, aparentemente Joe queria adicionar petúnias na decoração do casamento, qual o problema dele? Molly detestava esse tipo de flor, estávamos fartos de ter que ensiná-lo o básico sobre a sua noiva.
~*~
Caminhávamos tranquilamente pelas ruas de Nova York até chegarmos em mais uma loja, havia um período entre as gravações dessa semana e a próxima, portanto não teríamos problemas com as cenas e os Duffers, o que ajudaria em todos os preparativos restantes do casamento.
— Acho que ela iria gostar dos guardanapos na paleta que tem na página vinte e três — opino enquanto aguardávamos, era a última loja do dia, Ammy me encara — O que? — questiono confuso — Ela detalhou tudo, vocês leram essa belezinha aqui? — chacoalho o "manual de madrinhas" de Molly.
Havíamos prometido à garota que cuidaríamos de tudo em seus mínimos detalhes, e assim o fizemos desde que recebemos o cronograma, a ruiva sempre foi exageradamente organizada, o que chegava a ser engraçado.
— Como conhece tanto sobre Molly, Quinn? — Joe questiona.
Se não fosse pelo tom inseguro de sua voz e todo o clima que antecedeu a pergunta do topetudo, aceitaria que ele de fato estava genuinamente interessado em saber como conhecia sua garota, se assim podíamos dizer.
— Somos melhores amigos desde sempre, achei que ela tivesse te contado — isso estava ficando divertido.
— Sempre... quanto tempo? — tenta não parecer tão incomodado.
A verdade era que nem mesmo Joe sabia a razão para estar fazendo aquilo, o garoto sequer sabia uma fração da lista de coisas que compunham toda a personalidade fascinante de Molly, e estávamos de acordo que embora a convivência fosse a mais tempo, ele ao menos deveria saber suas flores preferidas.
— Nos conhecemos na faculdade — dou de ombros — Por que?
— Você parece conhecer ela tão bem — ele diz claramente incomodado, balanço a cabeça demonstrando entender s curiosidade do rapaz.
Adoraria dizer que fico feliz com a reação dele, mas por alguns instantes me recordo que estava diante do noivo da minha melhor amiga e também minha paixão incontrolável, e era meu dever, ainda que odiasse, me certificar que ele estivesse confortável o bastante para não desistir do casório na frente de todos que eram importantes para a ruiva, graças ao meu ego altamente inflado.
— Fique frio jovem Steve Harrington — apoio às mãos nos ombros do rapaz que sorri — Você tem uma semana e meia para aprender tudo sobre nossa ruivinha! — ele ri e saímos da última loja.
Seria dureza fingir durante duas semanas inteiras que estava de acordo com a loucura que Molly estava prestes a cometer se casando com alguém tão rápido assim, e confesso me preocupar com o bem estar da garota à esta altura da trama, mas sabia que ela conseguiria tomar as rédeas da situação caso necessário.
~*~
Receava acabar sendo um amigo ruim para Joe quando ele mais precisava de meu apoio, e estava decidido a reprimir todos os meus sentimentos por mais doloroso que fosse, seguimos em direção à um bar logo após o dia de hoje, Ammy decidiu voltar para o flat de Molly.
Bebíamos uma quantidade exagerada de álcool em uma espécie de despedida de solteiro para Keery organizada por nossos amigos, a música alta abafava em meus ouvidos e já podia sentir a consciência saindo por meus poros, abro alguns botões da camisa em busca de me refrescar.
— Viva o nosso Steve Harrington! — grito em uma espécie de brinde proposto por Charlie que também estava alterado.
O único sóbrio entre nós era Jamie que notou cedo demais o que estava acontecendo, e segue em minha direção pegando o copo de whisky em minha mão.
— Qual foi, uma comemoração ao sortudo Joe! — falo contra o dorso do rapaz a minha frente, inaudível aos demais — Ele finalmente conseguiu, uh? — sorrio com os olhos marejados e um falso sorriso.
— Joe, acho melhor irmos embora, o que acha? — Jamie tenta ser discreto, totalmente em vão.
— Hey, está tudo bem por aqui? — Keery questiona e o loiro acena com a cabeça, despistando o rapaz que também estava bêbado.
Sabia que toda a casca construída durante o dia acabaria sendo desfeita hora ou outra, adorava Joe e a ideia de que ele estava feliz me deixava genuinamente confortável, ele era importante para mim assim como Molly.
Mas era difícil para mim a ideia de que era ela, a minha garota; a segurar em sua mão na próxima semana e dizer o famigerado "sim", a confirmação do que teriam uma vida inteira ao lado um do outro.
— Gosta dela, uh? — Bower diz já dirigindo até nosso hotel, meus olhos marejados entregavam as palavras que não conseguia dizer.
— Não é justo, James! — aperto os punhos em busca de conter a dor incessante em meu peito — Eu só estou cansado de sorrir e fingir que essa merda toda não está acabando comigo, e-eu... — apoio as mãos em meu rosto me permitindo chorar.
O loiro então para em uma travessa da avenida principal, suas mãos acariciavam minhas costas em conforto, assim como todos, ele também sabia que aquilo tudo não passava de uma grande loucura.
— Diga à ela... — Jamie quebra o silêncio e encaro ele surpreso — Ainda que seja sua última chance, mas ela precisa saber, não por uma mensagem de texto! — arqueio as sobrancelhas — Ammy me contou sobre o recado — sorri de modo confortante — É notável a quilômetros de distância o quanto vocês se amam, e embora pareça confuso dizer isso, porque do outro lado está um dos meus melhores amigos também — suspira — Precisam terminar isso de uma forma ou de outra!
— Mas... — tento dizer algo, porém sequer consigo formular uma frase.
— Não pode sofrer para sempre Joe, eles estão prestes a se casar, Molly não será mais a sua parceira em jogos, e muito menos sua companhia para conhecer restaurantes sempre que quiser — pontua de modo específico — Ela vai voar e criar uma família que embora próxima, ainda não terá brechas para viver coisas das quais você está acostumado, porque é assim que as coisas funcionam, amigão! — me puxa para um abraço ao notar a quantia exagerada de minhas lágrimas.
— Eu a amo, Jamie... — digo em meio a soluços.
— Eu sei... — esfrega as mãos em minhas costas em meio ao abraço — Vocês irão se acertar... ela ama você também! — diz confiante.
Honestamente, estava tomado pelo medo da rejeição, Molly havia me quebrado naquela noite, como ninguém nunca foi capaz antes, suas palavras estavam em um looping infinito em minha cabeça, e a falta que sentia dela diariamente me fazia questionar se era mesmo o certo a ser feito.
Havia sido vazio o suficiente para dormir com infinitas garotas nos últimos anos, sair em inúmeros encontros falhos, buscando sempre a peça que me faltava, estava ocupado tentando preencher um vazio dentro de mim que jamais seria tapado, afinal, nenhuma delas era a minha garota, e céus, como eu queria ter notado isso o mais cedo possível, pois a ideia de perdê-la estava me sucumbindo por inteiro.
Molly possuía uma espécie de manual, capaz de desvendar as infinitas maneiras de me ter por completo.
Meu coração acelerava em seu nome antes mesmo que ela se aproximasse, e os olhos... os seus brilhantes olhos, me faziam sentir a adrenalina de estar verdadeiramente, completamente e inteiramente apaixonado por alguém como jamais estive antes.
Éramos perfeitos um para o outro, e não poderia deixá-la partir assim, não sem antes tentar uma última vez, não tão fácil, Molly era a minha página perdida da história, a única possível e a que faltava para que meu livro estivesse finalmente completo e em perfeito sentido.