"Skorī dēmalyti tymptir, ērinis iā morghūlis."
Quando você joga o jogo dos tronos, você ganha ou você morre.
Alecsander tivera entendido o peso dessa frase no momento em que seu dragão sobrevoou o ponto de encontro, os verdes já estavam presentes.
Mas não sozinhos.
O moreno cacheado desceu de seu dragão, ficando entre Aemond e Atlas.
- Arkin, quanto tempo - debochou, sorrindo para o mais velho.
- Alec - comentou o homem, seu anel de dragão girando em seus dedos. - Ou devo dizer... Alecsander?
- Eu não dou a mínima para representações, honestamente - rebateu. - Já você... - suspirou. - O que quer?
- Um trato - respondeu, Otto ao seu lado, apenas examinando a situação.
- E por que eu faria um trato com você? - perguntou, desafiando. - Você detesta os dragões, o que eu acho uma hipocrisia, já que carrega um anel de ferro em seu dedo. É uma amostra do seu rancor?
Arkin gargalhou, e Aemond manteve a guarda alta.
- Esse anel? - mostrou o dragão em seu dedo. - Foi um presente de meu pai.
Atlas continuou segurando o punho da espada, caso fosse necessário.
- Voltando para o acordo, achei que quisesse limpar sua ficha - comentou. - Alecsander Targaryen, primeiro filho de Rhaenyra Targaryen e o próximo líder na linhagem do trono - ele bateu palmas, debochando.
O homem mais velho se aproximou, e Aemond deu um passo a frente, Alec o parou.
O cacheado seguiu adiante, também se aproximando, sua gurda ainda estando alta.
- Sua vida não passa de um conto medíocre - continuou Arkin. - Assassinato, roubo, genocídio e mentiras. O que mais você tem?
- Uma adaga que pode arrancar sua língua fora se não for direto ao ponto - rebateu, um sorrisinho ladino.
- Você matou meu pai, nada mais justo do que tirar algo de você em troca.
- Eu não matei aquele verme, por mais que eu quisesse - retrucou. - E foi você quem atacou Dragonstone.
Arkin gargalhou, não falando exatamente da mesma pessoa.
- Você roubou meus dragões! - acusou.
- Você os usou como burros de carga, eu não me arrependo do que fiz - rangeu os dentes. - Eu faria tudo exatamente igual.
Silêncio, e os olhos de Arkin escureceram.
- O que Harwin Strong acharia disso? - perguntou, pegando Alec de surpresa. - Ele estaria decepcionado com o filho que tem, por sorte, o grande homem tem outras opções para ocupar seu lugar.
- E que garantia você tem sobre isso? - tentou esconder os verdadeiros sentimentos, Harwin era um assunto delicado.
- Bem, na situação dele, eu escolheria o Jacaerys - girou o anel. - Qualquer um o escolheria, Jacaerys é um homem melhor.
Ai.
- Mas... como eu disse, ele tem sorte por ter outras opções - comentou.
- De que merda está falando? - tentou não perder a paciência. - Fale de uma vez ou te farei nunca mais abrir sua maldita boca.
- Por onde eu começo? - seu sarcasmo era nítido. - Hum, talvez pelo o começo da história. Era uma vez, um romance proibido entre dois dragões de espécies diferentes. Lutas, guerras e sangue. Mas nada disso importava para o casal de bestas, até que algo aconteceu...
Ele se aproximou de Alecsander.
- A dragão tivera ficado grávida, um bebê proibido, o recém nascido mais temido entre os reinos. Tudo estava indo perfeitamente bem desde então, mesmo que o relacionamento estivesse sendo as escondidas, até que... - pôs os dedos nos próprios lábios, sorridente. - algo inesperado aconteceu em seu primeiro dia do nome. O reino ficou entristecido quando souberam que o pequeno recém bebê dragão tivera morrido naquela noite.
Alecsander segurou a expressão, tentando entender a história.
- Onde quer chegar? - perguntou.
- Acho que você e eu já sabemos quem é a dragão fêmea - sorriu.
Sim, ele sabia.
- E também já sabemos quem é o pai, mas ainda não sabemos quem é o bebê que morreu horas depois do parto - continuou.
Suas mãos tremeram quando ele entendeu, sua garganta começou a ficar seca e ele não sabia se ainda tinha voz.
Sentiu uma mão em seu ombro, e Arkin sussurrou em seu ouvido.
- O bebê não estava morto, não depois que um dos meistres conseguiram o reanimar - disse o homem. - E mesmo depois que seu coração voltou a bater, ele nunca tivera voltado para os braços da mamãe fêmea.
- Não... - a voz do cacheado saiu baixa, quase inadiável.
- Bem, eu acho que estou de volta - alargou o sorriso. - Não é, irmãozinho?
Alecsander bateu em sua mão, a retirando de seu ombro e se afastando.
- Rude - comentou em cinismo.
- Blasfêmias! - acusou o garoto. - São apenas blasfêmias contra a Rainha!
- Se não acredita, você está livre para fazer quaisquer perguntas à ela - respondeu. - Entretanto, me sinto magoado por não acreditar em mim, irmão.
- Pare de me chamar assim, você e eu não somos irmãos - se aproximou, sua raiva em seus olhos.
Arkin poderia ter dado um passo para trás, mas ele gostava de ver o sangue corroendo qualquer humanidade presente.
- Sou Arkin Targaryen, primeiro filho de Rhaenyra Targaryen - e Harwin Strong. - Sou o próximo herdeiro do trono de ferro, e o cavaleiro que monta o Terror Sombrio.
Drake.
- Não! - os dois ficaram cara a cara. - Ele não é seu, ele não é de ninguém. E se ousar tocá-lo, vou queimar você feito um porco.
- Não é a primeira vez que faz isso - respondeu. - Você quase me matou uma vez, me deixou sem poder mover decididamente minhas pernas - mostrou a bengala, e as queimaduras nos ombros por baixo da blusa. - Um irmão que te ama não faria isso.
- Uma pessoa que zela por caráter, não usaria um dragão como um brinquedo, uma carroça que leva e traz coisas - retrucou. - Você pode até estar certo, pode ser filho de minha mãe. Mas não é um Targaryen de alma, fogo não pode queimar um dragão.
Arkin rangeu os dentes, sua raiva subindo a cabeça.
- Eu quero Drake - disse o que queria.
- É uma pena, não vai acontecer - respondeu.
- Um dragão pela a paz, ou a próxima vez que nos veremos será na guerra contra seu próprio sangue - rebateu.
- Te vejo na guerra, então - sua voz saiu fria, mas seus olhos carregavam sentimentos dolorosos.
Arkin era irmão de Luke, Jece e Joffrey.
Arkin era irmão de Viserys e Aegon.
Arkin era seu irmão.
E pra piorar, era o herdeiro do trono de ferro. O filho legítimo, primeiro filho de Rhaenyra Targaryen e Harwin Strong.
Seu irmão mais velho.
O futuro Rei.
Não! Impossível. O fogo não pode queimar um dragão, então porque Arkin estava com metade do corpo em chamas apagadas?
Não podia ser, ele não queria acreditar.
Quase sentiu seus joelhos cederem, mas se recusou a cair perante o outro homem.
Aemond segurou seu braço, se pondo ao seu lado e dando apoiou. E por um segundo, Alecsander esqueceu sua raiva por ele.
O cacheado pôs sua mão acima da dele, não se importando com os olhares de Otto.
Arkin apenas sorriu, sabendo o próximo passo.
- Que comece a dança dos dragões, irmão - comentou, sorridente.
Definitivamente, esse era o começo.