Break To Love ABO - Vhope

By Fraanfiqueira2

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(CONCLUIDA) (Não aceito adaptação) Tudo o que precisamos é uma pausa. Pausa pra puxar pela memoria os momento... More

Vocês precisam de um tempo.

Vamos lembrar?

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By Fraanfiqueira2


Quem tomou a frente do volante foi Hoseok. O mais velho deu partida no carro e logo ambos já estavam seguindo sem rumo, para um destino totalmente incerto, sem saber como ou o que aconteceria com eles a partir dali.

O casal não sabia por onde e como começar, nem mesmo como iniciar um diálogo. E honestamente, nem mesmo estavam a fim. A vergonha e o constrangimento pelo ocorrido momentos antes ainda os corroía por dentro, como uma úlcera.

Alguns minutos se passaram assim, como a mais dolorida das torturas, afligindo o coração dos dois rapazes. Taehyung, que odiava o silêncio, limitou-se a apreciar a paisagem estando no banco do carona. Olhou as árvores pela janela como se fossem leves borrões de uma pintura, seguidas uma atrás da outra, enquanto se afastavam cada vez mais do centro da cidade. Tentou se concentrar no que via, mas o sentimento de inquietação não lhe deixava permanecer calado por muito tempo, principalmente estando naquela situação com seu marido. Por isso, buscou por uma brecha, na esperança de que pudesse aliviar a sua própria aflição.

— Posso ligar o rádio? — perguntou olhando para o marido, que assentiu meneando com a cabeça. Logo então a melodia da voz potente e marcante de Adele começou a tocar na rádio local, invadindo os ouvidos dos dois numa trilha sonora taciturna.

Parecia até um mal presságio ouvir a algo da cantora na atual situação em que estavam, visto que ela tinha a fama de fazer excelentes canções quando estava emocionalmente abalada. Mas aquela melodia era nova, até mesmo para Taehyung, que era um fã nato da cantora e Hoseok sabia disso mais do que ninguém.

Ambos em silêncio se dispuseram a apreciarem a melodia gostosa que os acalmava gradativamente, limpando a sensação ruim em seus corações.

— Lembra daquele cover que você fez cantando Someone Like You? — Hoseok não se conteve e trouxe à tona a doce lembrança de um karaokê em que foram com os amigos. Ali fora a primeira vez que viu seu marido cantando e exibindo seu talento vocal. — Eu me apaixonei por você de novo quando te ouvi cantando, mesmo sabendo o triste significado por trás da música.

Taehyung não tardou em recordar o icônico momento de anos atrás em que Hoseok lhe encarava como se ele fosse a coisa mais mágica com a qual já houvera tido a chance de presenciar.

— Eu lembro da sua cara de bobo apaixonado — o Kim riu anasalado, sendo acompanhado pelo marido que não conseguiu evitar o sorriso. — Lembro que naquela noite fizemos amor porque você havia dito que minha voz lhe causava tesão e que sua vontade era de me atacar ali mesmo.

Hoseok soltou uma gargalhada alta, com um toque de constrangimento. De fato, ele adorava a voz de Taehyung, e gostou mais ainda quando o ouviu cantar. Aquilo mexeu com seus instintos de uma maneira nunca antes sentida e lhe causou um misto de emoções que ninguém nunca havia lhe proporcionado outrora.

— Eu amo sua voz, Taehy. Mesmo apenas brigando como estávamos fazendo, ainda sim ouvir sua voz era algo que não me irritava — disse, sentindo seu sorriso gradativamente partir ao revisitar os momentos de tensão do casal. — Pra ser sincero, é o seu silêncio me incomoda — confessou, sem tirar os olhos da estrada.

Já o Kim não hesitou em olhar para o marido, sentindo aquela pontada em seu peito após ouvir o desabafo de seu amor, notando seus olhos marejados enquanto confessava, fazendo com que um nó se formasse na garganta do beta mais novo. Ele sorriu e sentiu seu coração se aquecer.

Mas não sabendo o que falar, o Kim optou por ficar calado. Ele temia abrir a boca e estragar aquele breve momento de trégua que resultava naquela pequena faísca gostosa. Sentia falta de todas as vezes em que seu marido lhe apontava algo que gostava em si e admitiu que há muito tempo o outro não lhe agraciava com esse detalhe.

O moreno lembrou-se da vez que Hoseok lhe disse que fazia de tudo para que ele sorrisse, pois seu sorriso quadrado era algo que ele amava ver. Lhe iluminava mais do que mil sóis alinhados e lhe aquecia mais do que cem mil incêndios.

Mal sabia que, para Taehyung, Hobi — como adorava o chamar — era o seu verdadeiro Sol e pra sempre assim seria.

— Lembra da primeira vez que nos beijamos, Hobi? — ao ouvir o apelido que tanto sentia falta, todo ar que prendera esvaziou-se junto a um sorriso desconcertado.

Como ele poderia esquecer da calourada da faculdade, na qual fez de tudo para entrar no jogo em que Taehyung estava e conseguir ganhar o beijo do até então loiro na época, do qual estava caidinho?

Foi uma noite e tanto.

Parecia que havia voltado à adolescência e todos os fogos de artifício decorrentes do primeiro beijo, com a significativa diferença de que ali estava beijando sua verdadeira alma gêmea. Conseguia sentir isso, conseguia tocar e afirmar que sim, o Kim seria seu e ele seria dele para sempre.

— Foi naquele dia que entendemos que tínhamos que ficar juntos — Hoseok disse, sorrindo ternamente.

— Você me ama, Hobi-ah? Digo, como naquele tempo? — Taehyung perguntou, mesmo que hesitante.

— De todo meu coração, Taetae. E você? — estacionou num acostamento paralelo à estrada, fazendo o moreno franzir o cenho e o encarar confuso. — Você ainda me ama, como naquele tempo? — finalmente o encarou, notando Taehyung engolir em seco, se sentindo vulnerável.

— De todo meu coração, Hobi — respondeu com clareza, sorrindo de forma pura.

Como se naquele instante o coração de ambos trocassem frequências equalizadas unicamente por e para eles.

Hoseok sorriu com a resposta, segurando brevemente a mão de Taehyung, como se dissesse que ainda estava ali, apesar de tudo. Em seguida, propôs:

— Vamos comer? — o Kim assentiu, vendo Hoseok sair do carro após sua resposta. Por isso, fez o mesmo, pegando a bolsa e garrafa térmica no banco de trás.

Hoseok abriu o porta-malas, empurrou o banco traseiro do carro e o forrou com uma toalha grossa que sua mãe colocou junto à bolsa. Sentaram-se um ao lado do outro, observando a imensidão do céu estrelado, aproveitando do silêncio agora verdadeiramente mais confortável. Começaram a comer o lanche delicioso que a mãe de Hoseok havia preparado para os dois, vez ou outra murmurando de satisfação.

A agradável falta de diálogo ainda permanecia, sendo interrompida apenas pelos sons de prazer que ambos soltavam ao se deliciarem com a rápida refeição, além de algumas risadinhas que os dois soltavam ao se observarem de boca cheia. Todavia, mesmo assim, Taehyung não conseguia ficar calado. Então, logo o Kim se pôs a falar, finalizando seu lanche e quebrando o silêncio.

— A música da Adele dizia sobre pegar leve, mas acho que seria interessante pegarmos leve um com o outro, não é?

Não levou-se mais do que cinco segundos para que Hoseok engolisse sua última porção e lhe respondesse.

— Precisamos. Você está bem de estar comigo aqui e agora? — perguntou, notando o moreno assentir. — Melhor assim. Precisamos dormir. Vamos procurar um hotel.

Andaram mais um pouco por aquela estrada e felizmente logo encontraram um local bem simples, mas que parecia aconchegante o suficiente para uma noite a dois. Adentraram e solicitaram um dos quartos, não tardando a serem levados até o cômodo reservado, constatando o conforto que já previram.

Deitaram na cama e Taehyung tomou controle da televisão, procurando por algo para se distraírem até pegarem no sono juntos. Por sorte, o clássico filme preferido dos dois, Sexta-Feira Muito Louca, passava na tevê. Hoseok amava Jamie Lee Curtis e Taehyung era apaixonado por Lindsay Lohan.

Como se os céus conspirassem para que eles aproveitassem o momento juntos, o filme ainda estava no início e ambos puderam se acomodar para assistirem juntos. Gargalharam muito com as loucuras da trama e com a mensagem que a ficção transmitia aos telespectadores. Se esbaldaram com o momento da apresentação da protagonista Anna, que ainda estava com o corpo trocado com a mãe, fazendo-a voltar para o palco e terminar o show, tendo Tess arrebentando na guitarra.

— Jamie Lee tocando guitarra é um marco — Hoseok elogiou.

— Meu amor, Lindsay foi incrível se fazendo de equilibrada — Taehyung rebateu, sarcasticamente.

No fim, cansados da cantoria, deitaram-se com um Hoseok disposto sobre o peito de Taehyung, sentindo as mãos do mais novo lhe acariciarem em seu couro cabeludo. Estavam agora compartilhando e aproveitando da companhia e do carinho um do outro, bastando isso para se sentirem felizes e satisfeitos.

Hoseok aproveitou para se virar e mirar os olhos amendoados do Kim, perdendo suas estruturas ao se encantar pela milésima vez com a adorável pálpebra dupla e única que ele também amava e apontava como mais um detalhe favorito no marido.

Aproximou lentamente dos lábios do moreno e o beijou singelamente, aguardando uma possível rejeição ou um apelo para que continuasse, sendo a segunda opção sussurrada e prontamente atendida por ele, que brevemente lhe depositou um beijo de esquimó e, sem seguida, partiu para sua boca.

O acastanhado subiu sua mão pela nuca do outro, aprofundando o beijo de forma lenta, sentindo cada milímetro de seus lábios. Deu acalento à sua língua, fazendo-a deslizar lentamente com a do outro, num movimento cheio de ternura, aquecendo ambos e permitindo que as famosas borboletas no estômago aparecessem.

Sentiam falta desse misto de emoções. Era uma boa lembrança dos tempos de namoro e da surpresa ao se encontrarem. Apesar de livres, os betas tinham aquele tradicionalismo de aproveitarem as fases do relacionamento, com toda aquela coisa do buscar um ao outro para um passeio e curtirem momentos juntinhos.

Durante aquele beijo, puxaram pela memória todos esses momentos incríveis que tinham um com o outro, trazendo todos os que podiam para aquele ato, assim como também todo o sentimento que permaneceu escondido e sufocado pelas constantes brigas que os acometiam.

Ambos mudaram suas personalidades em prol de colocarem os filhos e os trabalhos em primeiro lugar. Temiam tanto errar, que acabaram errando não apenas com ambos, mas também enterrando o amor que sentiam um pelo outro, apagando a chama que um dia era brasa pura.

Mas ali, naquele momento, viram a chance de se reencontrarem e de recomeçarem. Fazer novas promessas e não terem medo dos erros, mas sim olharem e entenderem que tudo na vida se trata de aprendizado. E que nunca é tarde para voltar atrás.

Ambos tinham que pegar leve um com o outro e, ao contrário do que a música dizia, terem tempo de olharem o mundo ao redor e seguirem juntos, independente das escolhas.

No mais, adormeceram agarrados em meio àquela nova chama que se acendeu dentro dos seus corações, deixando que o manto do amor lhes cobrisse como uma mãe que põe o filho para deitar e descansar.

Estavam em paz.

(...)

No dia seguinte, Taehyung fora quem havia tomado a frente da direção do veículo, prometendo os levar em um lugar que há muito tempo não iam. Passaram em uma loja de conveniência, compraram um saco de bexigas coloridas e seguiram para o local previamente pensado pelo Kim.

Era um campo aberto, com a grama baixa e poucas casas ao redor. Hoseok imediatamente se lembrou de quando se juntaram uma vez com alguns amigos da faculdade para declararem uma guerra de bexigas d'água.

Foi uma verdadeira e gostosa bagunça.

Eram balões explodindo com água, grama e lama por todo lado, ainda mais que no dia anterior havia chovido, deixando assim o campo completamente encharcado e escorregadio.

Porém agora o campo estava completamente seco, o que não interferia em nada na experiência. O casal foi até um local onde havia uma pequena torneira e encheram diversas bexigas com água, preparando as munições para o ataque iminente.

— Tem certeza de que você quer fazer isso Tae?

— Aquele dia foi tão bom, Hobi, vamos só aproveitar.

Cada um tinha cerca de dez bexigas na sacola e ambos já haviam trocado as vestimentas por algo mais leve, que secasse com facilidade. Além disso, deixaram os sapatos e as toalhas no carro, indo para o meio do campo, onde iriam começar a batalha. Viraram-se de costas como nos filmes de velho oeste e caminharam em direções opostas, cada um dando exatos dez passos de distância um do outro.

— 3, 2, 1 — Taehyung premeditou, antes de gritar: — FOGO!

Assim que se viraram, foram correndo um em direção ao outro, tentando se acertarem como as duas grandes crianças que eram. A cada acerto, Hoseok gargalhava em emoção, contagiando Taehyung que também não resistia e sorria junto. Em determinado momento, uma das bolas atingiu a costa de Taehyung, lhe fazendo cair no chão e fingir por alguns segundos que havia desmaiado. Hoseok instantaneamente baixou a guarda e correu para socorrer o marido, que lhe acertou diretamente no peito num golpe inesperado, se levantando e correndo sorridente para longe do beta mais velho.

Passaram horas ali, se esbaldando nessa brincadeira de criança, gritando e se molhando como dois escandalosos que amavam ser. Taehyung adorava o jeito que o marido ria escandalosamente cada vez que se via encurralado por ele e Hoseok se apaixonou pela milionésima vez ao ver Taehyung molhado à luz do sol.

Para Hobi, seu Taetae era lindo e se completava como o céu azul e sol daquele dia.

Já exaustos, ambos deram uma pausa e deitaram-se um do lado do outro, ainda rindo da traquinagem e de mais um momento que o fizeram lembrar do porquê estavam ali, ainda sem acreditar no que fizeram.

Olhando um para o outro, sibilaram um "eu te amo" genuíno, seguido de outro caloroso beijo, dessa vez molhado pelo suor e pela água, transbordando os sentimentos gravados em seus interiores. Curtiram alguns beijinhos de esquimó e Hoseok puxou o marido para que este pudesse se levantar. Já de pé, o casal começou a cantar e a dançar, ali no meio do campo, músicas que ambos adoravam, rodopiando, se abraçando, interpretando cada estrofe e gritando a plenos pulmões, mandando embora tudo de ruim que havia os consumido até antes daquele final de semana, dando lugar apenas a novas boas lembranças.

Depois, juntaram toda a sujeira que fizeram e foram até uma pequena pousada que havia ali perto, descartando o lixo e pagando para que pudessem se trocar e seguir com o passeio. Já era final de tarde quando pararam em um fast-food e decidiram comprar o maior hambúrguer que a rede tinha no cardápio, um pra cada, acompanhado de batatinhas fritas e um copo generoso de refrigerante.

Pediram o lanche para viagem e seguiram rumo a outro lugar aberto, sentando-se novamente na traseira do carro como fizeram no início daquele passeio, apreciando do momento e do lanche que compraram minutos antes. Taehyung notou pequenos adesivos de desenhos animados na embalagem do lanche e se lembrou dos filhos, mostrando a Hoseok logo em seguida, que no mesmo instante também pensou nas suas crianças.

Gostavam dos passeios em família que realizavam, coisa que há muito tempo não era feito devido à rotina pesada de ambos. Além de, é claro, suas intermináveis discussões.

— Sinto falta deles — Taehyung desabafou. — Meus filhotinhos... como fomos brigar tanto assim na frente deles? — olhou levemente abatido para seu marido, que apenas lhe acariciou na bochecha. — Ah, se arrependimento matasse...

— Shhh... não pensa assim — Hoseok o confortou, dando-lhe um beijo terno na testa. — A gente errou? Sim, tanto com eles quanto com a gente, mas agora estamos aqui, aproveitando a oportunidade de consertar — acariciou o rosto do designer, enxugando uma lágrima teimosa que acabou rolando pelo rosto do mais novo. — Não vamos deixar de conversar e de nos entender quando tivermos desavenças, está bem? Vamos ser como éramos no início, sempre tendo um bom diálogo e uma boa comunicação — o Kim segurou sua mão e lhe depositou um beijo singelo. — Não vamos dar esse tipo de exemplo aos nossos filhotes.

— A gente vai ficar bem, não é? — Taehyung abraçou o beta mais velho, tentando transmitir para ele o quão inseguro e receoso estava, não querendo voltar para as brigas constantes em hipótese alguma.

— A gente já está bem — o Jung retribuiu o carinho do marido, sentindo o cheiro gostoso de sua pele. — O que acha da gente acampar aqui no carro, hum?

— Nossas costas vão reclamar Hobi-ah.

— A gente passa na farmácia e compra remédio na volta — o incentivou com um sorriso.

Taehyung sorriu, assentindo para o marido e aproveitaram mais daquele momento juntos, ajeitando o canto deles ali mesmo no carro com a coberta, acompanhando a noite que chegava. Pegaram os pequenos travesseirinhos das crianças que ficaram no carro e se acomodaram, olhando pelo teto solar o céu estrelado daquela noite silenciosa.

Colocaram um som baixinho pelo celular e se encararam, sorrindo como se soubessem conversar apenas assim, por meio de olhares. Compartilharam sentimentos mútuos através da ligação de almas que possuíam. A sensação de renovo após tanto tempo sentindo apenas o cansaço e coisas negativas decorrentes do desgaste emocional, era reconfortante. Agora, novamente, poderiam trocar novas emoções positivas e marcantes.

E com um simples olhar, ambos tinham a certeza de que um era o lugar seguro um do outro, tal qual a recarga, a serotonina e o motivo de sorrir todas as manhãs. Seus filhos eram o maior exemplo de seu amor tão belo e transbordante. Por isso, não podiam deixar que o motivo pelo quão ambos foram gerados, se apagasse por coisas fúteis e banais.

Agradeceriam a Hyejin pela manhã, pelo sermão e pela insistência típica da alfa. Não deixariam que fossem consumidos por aquelas sensações ruins novamente. Não chegariam mais uma vez naquele ponto lamentável em que um dia estiveram.

Iriam cuidar mais um do outro.

Taehyung aproveitou a proximidade para tomar os lábios de Hoseok com vontade, matando toda a saudade que tinha, como se fizesse muito tempo que não sentisse seu gosto. E parando para pensar, de fato fazia muito tempo que não se beijavam com tamanha voracidade e desejo.

Ao perceberem isso, já não puderam mais conter o que sentiam, tendo ambos os corpos pegando fogo, clamando pelo toque intenso um do outro. Hoseok trouxe Taehyung para cima de si, abrindo mão de toda e qualquer lucidez, permitindo que seus instintos tomassem conta da consciência deles naquele momento.

Se tocavam, se embolavam, compartilhavan carícias quentes e suaves, como há muito tempo não faziam, redescobrindo novos pontos de prazer e reconhecendo os corpos que passaram tanto tempo afastados. Reacenderam a chama da paixão e se amaram a noite inteira, deixando que a carne e os instintos falassem por si.

Lembraram de todas as noites de amor que tiveram, de todas as surpresas que faziam um pro outro dando intensidade ao que praticavam ali. Sussurraram palavras sujas e desconexas ao mesmo tempo em que faziam novas juras de amor, novas promessas e novas metas.

Pouco se importaram de onde estavam, pois o céu seria testemunha da nova ligação de almas deles. E pensar nisso lhes causava mais excitação do que já tinham.

Eram apenas eles ali. Nada além de seus corpos e seus suspiros.

Deixaram que suas presas pudessem marcar a pele um do outro, dando um novo significado ao sentimento que fizeram renascer entre eles. E mesmo que a marca de betas fosse significativamente mais fraca que a dos alfas e ômegas, ainda sim fazia diferença para eles, descarregando centenas de impulsos elétricos por ambas as peles. Um sentiu tudo o que o outro sentia, com toda intensidade da ocasião, atingindo os ápices do prazer após a arrebatadora entrega dos dois.

Tiveram o trabalho apenas de se ajeitarem e se vestirem, optando por adormecerem agarrados, ainda com todos os sentimentos agora correndo nas veias e nas mentes dos dois corpos cansados, chapados de endorfina.

(...)

Acordaram no dia seguinte como Taehyung havia previsto: doloridos devido ao mal jeito de como haviam passado a noite. Seguiram de volta à cidade, parando em uma farmácia a fim de comprarem um remédio para as dores musculares que sentiam, antes de irem para casa.

Quando já estavam na residência, adentraram e viram a mesa da sala de jantar previamente posta, já sabendo que as mais velhas haviam feito todo o trabalho. Decidiram tomar um banho quente juntos, se amando mais vez naquele espaço, matando um pouco mais da saudade que tinham do corpo um do outro.

Cuidaram-se, trazendo à tona todo o carinho que dividiam entre si, ensaboando as costas um do outro como se fossem dois ourives especialistas em joias preciosas, polindo seus artefatos raros de maior valor.

Trocaram-se e fizeram questão de descer de mãos dadas novamente, indo até a garagem e colocando as cadeirinhas dos filhos de volta ao carro.

Haviam mandado uma mensagem para as mais velhas avisando que iam buscar as crianças para um passeio, fechando com chave de ouro aquele bem sucedido final de semana.

Era palpável a leveza dos betas e como tinha feito bem aquele tempo juntos, evidenciando a necessidade que tinham de permitirem aquela pausa. A todo momento durante o trajeto, trocavam beijos e carinhos, sorriam e cantavam as músicas que tocavam no aparelho de som, gargalhando numa só frequência como se aqueles dias ruins nunca houvessem acontecido.

E felizmente não precisavam mais lembrar deles. A propósito, nunca mais fariam questão de voltar nesses tempos ruins. Se perdoaram e deram uma nova chance ao casamento.

Porque as pausas são necessárias para encerrarmos alguns ciclos da vida que precisam ser resolvidos. E o que eles tinham para resolver naquele instante, deveria ser concluído em família, partilhando da felicidade em quatro, pondo em prática tudo o que aprenderam, relembraram e ainda iriam viver dali em diante.

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