Cavaleiro da Lua; gato e chac...

By gatita_rosita

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quando Marc perde o escaravelho, Khonshu decide cobrar um favor de uma antiga amiga. Poderia Amaris ser o por... More

prólogo
1. Olhos de gato
2. A lenda do livro.
3. O colecionador
4. O mistério do jarro
5. Um passeio no jardim
6. Enfrentando o Guardião
7. Arthur Harrow.
8. Layla
10. sentimentos esquecidos
11. Fera interior
12. Adeus velhote.
13. Noite sem estrelas.

9. O sarcófago de Senful

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By gatita_rosita

Holla gatitos ^-^ desde já eu gostaria de pedir desculpas pela demora e pelos erros que aparecerem pelo capítulo, infelizmente o Jarvis está com um problema e isso me atrapalhou muito pra poder concerta-lo, mas espero que gostem do capítulo, esse é bem grande e foi bem demorado pra escrever. divirtam-se e não esqueçam de votar e comentar, amo saber o que vocês estão achando, desde já, beijo seguigatos /ᐠ。ꞈ。ᐟ\

Marc Pov

Minha cabeça estava uma bagunça e Steven não me ajudava em nada com seu falatório emocionado, tudo estava indo contra meus planos hoje mas de alguma forma parecia que acabaríamos conseguindo achar o maldito Sarcófago no fim das contas, mesmo com as coisas indo minimamente bem para nós, eu ainda me sentia incomodado, um tanto angustiado.

Talvez fosse ansiedade perante a nova etapa da missão, ou talvez fosse a consciência de que a minha ex mulher estava a mais de uma hora trancada em um quarto com uma antiga entidade felina, mas por que eu me importo tanto? Por que o pensamento de Layla e Amaris presas em um cômodo me incomodava? tento afastar os pensamentos enquanto andava de um lado para o outro fora do quarto. Tudo bem, acalme-se Marc, vai dar tudo cert-

— EU JÁ DISSE QUE NÃO!

A voz severamente irritada de Amaris chamou minha atenção, virei minha cabeça em direção ao som, mas antes que eu pudesse me mover, a morena atravessou a porta com uma velocidade considerável, seus braços estavam cruzados e seu rosto levemente avermelhado.

— Isso é importante, você precisa estar vestida pra ocasião - dizia Layla meio irritada seguindo a moça - não pode aparecer lá com essas roupas, parece que se jogou dentro do guarda roupa no escuro e vestiu a primeira coisa que conseguiu pegar.

Me senti um pouco incomodado com as palavras de Layla, principalmente pelo fato de que eu havia escolhido aquelas roupas pra Amaris.

— Eu não tô nem aí - ela falava um pouco esganiçada - por que eu preciso ir com aquele vestido enquanto você pode ir confortável e simples?

— Porque você vai servir de DISTRAÇÃO!

Amaris se encolheu um pouco com o grito de Layla, seus olhos alcançaram os meus por uma fração de segundos como que em busca de auxílio, a morena mordiscava os lábios procurando algum argumento, mas por fim, suspirou e passou por Layla em direção ao quarto. Olhei para Layla com uma interrogação estampada em meu rosto.

— O quê? - ela me perguntava inocente.

— Não precisava gritar com ela...

— Voc- é sério? - ela parecia indignada - estamos fazendo uma coisa importante aqui e você tá preocupado que eu machuque os sentimentos da gatinha do deserto?

Minha mente travou por alguns segundos, por que eu me importo tanto com Amaris? tenho me feito muita essa pergunta hoje... Meus pensamentos foram interrompidos quando o barulho da porta abrindo fez Layla olhar para algo atrás de mim, me virei naquela direção esperando ver Amaris devidamente vestida. Apesar de ser exatamente o que eu havia pensado, a visão fez meu coração errar uma batida e um suspiro surpreso escapar dos meus lábios.

Com os braços cruzados em frente a porta estava a mulher mais linda que eu já tinha visto, seus cabelos negros como a noite pendiam sobre um vestido preto simples sem mangas mas com um decote elegante e sexy, seus olhos não eram tão laranjas como chamas no inverno, ou tão brilhantes quanto a lua em uma noite sem estrelas, mas eram uma mistura perfeita de ambos. Amaris tinha uma maquiagem simples com um desenho detalhado do olho de Hórus feito em seu delineado.

Aqueles enormes olhos âmbar brilhantes me encaravam de uma forma misteriosa, quase que esperando por algo, por mais que eu quisesse sair de onde eu estava e saltar sobre aqueles lábios rosados, meu corpo não conseguia se mover, não conseguia desviar o olhar e muito menos respirar, o tempo havia parado, e por Deus, eu poderia passar o resto da eternidade apenas admirando aquela beleza estonteante.

— Até que enfim - A voz irritada de Layla finalmente quebrou o momento. - Vamos.

---/\---

Alguns minutos depois e já estávamos a caminho de Deus sabe onde, aquela situação ainda me incomodava, Layla insistia em guardar para si as informações importantes, ela sabe que se eu soubesse o que preciso fazer , a largaria o mais longe daqui e tentaria resolver tudo sem ela, droga, ela é teimosa demais, será que não pode aceitar o fato de que eu estou tentando protege-la de Khonshu, dos deuses e principalmente... de mim.

Respiro fundo absorvendo o ar frio da noite, ao longe eu via o barco que pegaríamos até o contato de Layla, olhei brevemente para a cacheada e me surpreendo ao perceber que ela já me encarava, desvio rapidamente o olhar para qualquer outra coisa ali perto, percebo um leve cantarolar ao meu lado e me viro em busca da origem do som.

Meus olhos encontram uma Amaris pacifica, olhando para o céu enquanto parece relembrar uma memória feliz, inconscientemente acabo sorrindo com a visão, nos últimos dias eu vi a morena lutar com uma criatura monstruosa 3 vezes o tamanho dela, seduzir um salão inteiro e roubar uma relíquia antiquíssima como se não fosse nada, ela parecia sempre estar rodeada de uma energia caótica, vê-la assim... calma, era de certo modo... reconfortante.

— É lindo, não é? - A voz pacífica da morena me surpreendeu ao revelar que ela estava ciente da minha presença. - o céu... está magnífico hoje.

Olhei brevemente para a imensidão azul acima de nós e tornei a observar a morena.

— Belíssimo...

— De todas as coisas das quais fui privada, observar o céu foi do que mais senti falta - a voz da morena carregava um tom melancólico - eu amava sair à noite pra observar as estrelas, eu podia ficar nos telhados, longe dos chacais...

Um brilho de tristeza pintou os olhos de Amaris, um sorriso gentil ainda se esforçava para continuar em seu rosto, meu peito apertou um pouco ao vê-la assim, eu queria abraçar a morena, fazer qualquer coisa pra trazer de volta seu brilho alegre.

— Quem pôs você em um jarro?

A voz de Layla irrompeu ao meu lado me surpreendendo, eu não tinha percebido que a cacheada estava prestando atenção a nossa conversa, meu corpo ficou tenso instantaneamente, sempre que Amaris tocava em algum aspecto do seu passado ela parecia murchar ou ficar alterada. Olhei em repreensão para Layla que parecia estar indiferente a minha presença.

— E-eu... foi... - A morena parecia ainda estar processando a pergunta sem saber ao certo o que responder - em... uma reunião com os deuses... O senhor Hórus decidiu que eu seria presa em pedra pelos meus erros, mas a senhora Bastet disse que o Jarro seria uma punição mais adequada... então... eles fizeram isso.

As palavras pareciam sair dolorosamente, como facas rasgando a garganta da morena, ela estava claramente desconfortável com o assunto, ao contrário de Layla, que, guiada pela curiosidade, continuou seu questionário inconveniente.

— Uma punição? pelo que? - ela perguntou com aquele olhar intrigado que sempre fazia quando achava alguma relíquia interessante. Amaris por sua vez, apenas suspirou evitando o nosso olhar antes de responder.

— Sacerdotes divinos não tem permissão para se misturar com os humanos a menos que recebam ordens de seus mestres. - Ela fez uma pausa como se pensasse em como prosseguir - também não tínhamos permissão para adentrar o território de outros deuses sem autorização, e eu... quebrei essa regra...

— O que? Como?

— Layla - repreendi a cacheada que finalmente pareceu entender seus limites.

— E-eu... aqui, chegamos. - Amaris disse apressando o passo em direção ao barco que nos aguardava.

— O que acha que tá fazendo? - falei olhando severamente para a cacheada que havia ficado para trás junto comigo.

— Me desculpa - ela disse como se tivesse apenas pisado sem querer no pé de alguém. - Eu fiquei curios-

— Não! eu vi o que você tava fazendo - Falei meio gritando meio sussurrando - você olha pra Amaris como se ela fosse um artefato a ser estudado, uma simples ferramenta, sem se preocupar se está machucando ela ou não, é melhor você parar Layla.

Sem dar tempo de resposta sai dali em direção ao barco, Amaris já estava sentada próximo a um grupo de pessoas que tocavam uma música lenta e suave, ela parecia perdida em pensamentos, não demorou muito pra Layla entrar no barco e se sentar na minha frente, seu olhar estava baixo e parecia evitar o meu, saímos alguns minutos depois.

O som dos instrumentos e risos começou a ficar mais alto, em pouco tempo as pessoas estavam distraídas o suficiente pra não nos notarem no fundo do barco, olhei para Layla que ainda estava olhando para os sapatos, ela não parecia chateada, apenas pensativa, ela continuava sendo a bela mulher por quem me apaixonei, com quem eu havia me casado e jurado proteger, eu precisava cumprir minha promessa... eu precisava protege-la.

— Tá o que a gente vai fazer exatamente aqui? - perguntei chamando sua atenção - qual é o plano?

— Oh... não é agradável ser mantido no escuro, não é? - ela me olhava irônica enquanto parecia se divertir tendo o controle da situação.

— Ok... eu entendo que... não tenha ficado feliz por eu ter vindo assim pro Cairo... por eu ter... aceitado a ajuda de uma entidade felina antiga... eu entendi isso. - falei o mais sincero possível.

— Espera, é um pedido de desculpas? isso é bom... isso é muito bom.

— Olha só, já que a gente vai passar a noite junto, por que a gente não dá um tempo nessa besteira toda, e bola uma estratégia antes de encontrar o... o...

— Mogart...

— Mogart.

— E só pra você saber eu não tô nisso pra ajudar - ela diz autoritária - eu tô aqui por mim e por todos que morrerão se o Harrow tiver sucesso.

— Entendido - falo olhando em seus olhos profundos.

— Que bom - ela diz se afastando de mim, sem nenhuma intenção de me falar nada mais.

— Eu sinto muito - digo do fundo do meu coração - se é que... vale de alguma coisa.

Ela me lança um olhar intenso, uma mistura de mágoa, tristeza e confusão, Layla apenas acena com a cabeça antes de desviar o olhar para qualquer outro lugar que não fosse eu.

— E esse tal de Mogart - falo tentando desviar o assunto - ele tem mesmo esse sarcófago?

— Sim... perguntei por aí. a coleção de Mogart é a fonte principal praqueles que lucram com antiguidades.

O som da música aumenta e as pessoas começam a dançar no ritmo dos instrumentos, cruzo os braços escutando atentamente aquela melodia, era uma música alegre e muito familiar, Layla também parecia ter notado, não posso deixar de sorrir quando vejo Amaris, que estava sentada próximo as pessoas, ser puxada por uma senhora e começar a dançar desajeitadamente. Layla incrivelmente parece estar se divertindo vendo a morena lutar para acompanhar a idosa que a puxara pra roda.

— Eu não ouço essa canção desde... o nosso casamento - falo olhando carinhosamente pra Layla.

Ela sorri de canto, seus olhos brilhando docemente, ela continuava linda como naquele dia. Layla abaixa seu olhar e então o volta para mim.

— Poderia ter me contado - ela diz, mágoa em sua voz - como tem sido pra você... sobre o Steven...

A pergunta me pega desprevenido e meu rosto instantaneamente cai, é obvio que ela tocaria nesse assunto.

— Tudo que eu sei é que eu tinha tudo sob controle até pouco tempo...

— O que aconteceu?

— Deixa pra lá - falo desviando o olhar, Layla não precisa saber disso.

De repente, as mãos de Layla alcançam as minhas, seu corpo chegando mais perto enquanto um olhar piedoso cobre seus olhos.

— É... eu não costumo fazer muito isso né? eu nunca fui capaz... de falar sobre as coisas... - digo nervoso.

— É eu sei..., mas, não significa que não poderíamos...

Sei exatamente onde essa história vai chegar, infelizmente eu não posso mais, Layla PRECISA estar no meu passado, pela segurança dela, e por sua felicidade também, ela querendo ou não, ficará melhor longe de mim... longe de nós. Afasto suas mãos das minhas dando uma leve tapinha antes de deposita-las em sua coxa.

— É... pode ser - falo enquanto vejo seu rosto cair em desaprovação - só que é meio tarde pra isso agora...

Layla se afastou de mim prendendo seus cabelos claramente chateada, seus olhos indo para longe mais uma vez, a música havia acabado e uma melodia suave agora tocava no barco, olhei para aquele lado da pequena embarcação e foi quando avistei Amaris mais uma vez.

Seus olhos se encontraram com os meus me fazendo sorrir levemente, ela tinha aquele sorriso gentil e ainda estava meio ofegante por conta da dança agitada de minutos atrás, seus cabelos levemente bagunçados dançavam ao redor de seu rosto, estar sob aquele olhar era como ver os primeiros raios de sol brotando após uma tempestade. era pacífico e reconfortante.

Nossa ligação foi cortada assim que ela se virou para encontrar um lugar pra sentar, senti um frio na barriga que percorria toda a extensão do meu abdômen, engoli em seco, eu desejava que ela me encarasse de volta. Uma leve irritação tomou conta do meu corpo, tentei focar na missão antes que aquele incomodo crescesse a ponto de atrapalhar meu raciocínio.

— Ok - falei chamando a atenção de Layla, - vamo combinar nossa história.

A cacheada me olhou e soltou um suspiro irritado, ela olhou de canto para Amaris enquanto parecia pensar por um momento, então finalmente se virou pra morena a chamando.

— Ei... pé de valsa.

---/\---

Alguns minutos depois chegamos ao nosso destino, ajudei Layla a sair do barco e pude perceber a quantidade grande de pessoas ali presentes.

— Esse cara tem muitos amigos - falei pegando a mochila de Layla.

— É... e com muitas armas.

— Uau! quantos... mortais - Amaris parecia ao mesmo tempo assustada e curiosa.

Escondi nossas coisas embaixo de uma plataforma de madeira caso necessário mais tarde, foi aí que eu percebi uma pequena canoa com dois homens dentro chegando ao cais.

— O que é isso? - Layla perguntou assim que avistou a embarcação. - Os homens do Harrow tão patrulhando?

— Não sei, pode ser - disse tentando tranquiliza-la.

— Vamo lá.

Layla me chamou indo em direção ao aglomerado de pessoas, caminhamos alguns pessoas antes de notar a falta de Amaris, ao olhar pra trás vi a morena parada olhando atentamente para um canto no meio da multidão, tentei avistar algo estranho ali mas não vi nada fora do normal, ela não tá fazendo aquela coisa de enxergar os mortos ou algo assim, né? me aproximo da morena e toco em seu ombro chamando sua atenção momentaneamente.

— Ei... algo de errado? - pergunto preocupado.

— Eu só... achei ter sentido um cheiro familiar - ela falava ainda focando na multidão - pode ter sido só uma impressão, tem muitas pessoas aqui...

Continuamos caminhando até alcançar Layla que nos esperava mais à frente.

— Não esquece - Layla começou - seu nome é Rufino Estrada...

— Tá, a gente acabou de voltar da lua de mel nas Maldivas... - Sorrio com o pensamento de uma lua de mel assim - Mais algum pequeno detalhe pra contar?

Sorrio divertido, mas Layla apenas continua andando, ela parece chateada hoje. Ela solta um suspiro rápido antes de continuar falando ainda sem me olhar.

— Bom, eu diria que trabalhava numa loja de presentes mais não acreditariam...

Troco olhares desconfortáveis com Amaris que parece também não estar entendendo o comportamento de Layla, volto meus olhos pra cacheada e tento mudar de assunto.

— E quanto a Amaris?

— Ela é sua irmã. - Layla fala sem rodeios. - Estuda artefatos antigos e implorou inconvenientemente pra vir junto.

Amaris me olha confusa e tudo que posso fazer e sorrir desconfortável para a morena, era visível que Layla estava chateada comigo, mas ela também estava descontando sua raiva em Amaris. Sem mais ter o que falar seguimos até um local onde pareciam estar alguns cavalos, uma barreira de seguranças armados rodeava o local.

— Beck - Layla dirige a palavra a um dos homens ali presente. - Quanto tempo...

— Layla - o homem responde com uma voz suave - que bom te ver. é por aqui.

— Obrigada - Layla agradece enquanto seguimos o moreno.

— Ele estava à espera de vocês - o homem fala de costas para nós - e tenho certeza que vocês dois tem muito o que conversar... me deem licença por um momento. o senhor Mogart... chegará em breve.

— Quer dizer que o palhaço vai botar a gente pra jogar elmehamar no quintal dele por diversão? - Falo observando enquanto o tal Mogart monta um dos cavalos.

— Não... ele tem aulas particulares com os melhores de toda a região. - Layla fala com diversão em sua voz.

— Ele é realmente muito bom - Amaris concorda ao meu lado. o que me deixa levemente incomodado.

— Ummm... legal - falo sem muita emoção.

Pfft qualquer um consegue se equilibra sobre um cavalo assim, não vejo nada de mais nesse palhaço. penso enquanto o idiota finalmente desce do cavalo e se cobre.

— Gostei do manto... - digo enquanto ele se aproxima.

— Layla - o idiota fala já notando nossa presença - pode entrar..., mas que prazer te ver.

— O prazer é meu - Layla diz assim que entramos no recinto.

— Como tem passado? - ele diz beijando sua mão.

— Bem... obrigada por nos receber assim tão rapidamente.

— A por favor... espero que você saiba que não precisa de desculpas pra aparecer.

— Esse é meu marido - Layla fala tocando em meu ombro - Rufino...

— Prazer em conhece-lo - falo lhe estendendo a mão.

— O prazer é meu...Rufino - ele diz sem muita vontade de me tocar, babaca.

Ele para pôr um momento e olha por cima do meu ombro, seus olhos tomam uma forma predatória assim que avistam a figura atrás de mim, meu corpo trava já sabendo do que se tratava, esse idiota.

— E quem é a dama? - ele diz sem desviar os olhos de Amaris.

— Claro... eu já ia me esquecendo - Layla falou um pouco indiferente - essa é Amaris, minha cunhada... ela implorou pra vir quando soube do que se tratava.

— Sei que fui um pouco inconveniente, mas eu não poderia perder essa oportunidade - Amaris fala divertida, essa garota - É um prazer senhor Mogart.

Amaris estende a mão para o homem que logo a toma em um beijo demorado, Amaris parece ficar sem reação por alguns instantes enquanto o homem lhe olha fixamente sem descolar os lábios de sua mão, preciso segurar a vontade de saltar sobre ele e transformar seu rosto em uma mera lembrança, desvio meus olhos irritados e posso ver Layla me olhando divertida, ela realmente está achando muito engraçado, não é?

— Não me diga que o senhor é do tipo irmão ciumento...

O homem me olha debochado enquanto eu preciso me esforçar muito para manter um sorriso em meu rosto.

— Apenas sou cauteloso com a minha... irmã.

O homem apenas ri e se vira fazendo com que o seguíssemos.

— Espero que entendam que isso é mais que uma coleção pra mim - ele diz enquanto nos aproximamos de uma estrutura em formato de pirâmide - preservar a história é uma responsabilidade que eu levo muito a sério.

— Uma responsabilidade auto atribuída que... só você foi capaz de desfrutar, não? - Layla pontua irônica.

— Bom... eu prefiro ver isso como... um esforço filantrópico de preservação - ele diz enquanto olha para Amaris com aquele sorrisinho arrogante - Agora se me permite perguntar, por que tanto interesse em Senful... em particular?

Layla faz menção de responder, mas Mogart a interrompe imediatamente.

— Sinto muito, mas eu gostaria de ouvir do seu... marido, se não se importa.

A exigência de Mogart deixa Layla visivelmente desconfortável, Amaris também fica tensa. Eu sorrio olhando praquele babaca.

— É eu acho que... olha só, eu só queria dar... dar uma olhadinha - falo sem muita paciência, não vejo problema em dar alguns socos nesse idiota se preciso.

Layla me olha tensa, mas percebo Amaris rindo divertida ao lado da cacheada, essa garota... tem mania de rir em momentos sérios, esse jeitinho dela de brincar com o perigo... me quebra.

— Homem engraçado - a voz irritante de Mogart me obriga a desviar os olhos de Amaris. - Fique à vontade.

Layla me olha surpresa, incrédula pelo plano ter realmente dado certo, Amaris apenas sorri mostrando as presas levemente saltadas. Caminhamos em direção a pequena pirâmide onde o artefato estava, Layla agarrada ao meu braço enquanto Amaris nos seguia, por um momento penso ter ouvido um murmurar vir da Morena, antes que eu me vire para conferir, Layla se aproxima e sussurra em meu ouvido.

— Você fez de novo - ela diz irritada - só deixa o Steven sair antes que estrague tudo.

— Sem chance.

— Steven... sinto falta dele - Amaris diz com uma voz doce - talvez fosse bom tê-lo conosco, você sabe que ele é o especialista entre vocês três.

— Humm - resmungo um pouco irritado - tá o que você vê?

Cara a cara com o sarcófago, começo a olhar para aquele caixão milenar, Layla tenta ler os hieróglifos presentes enquanto Amaris dá a volta no artefato tateando a superfície dourada, seus olhos estão distantes e começam a variar entre o humano e o bestial.

— As práticas funerárias seguem com os textos Studevar... - Layla fala chamando minha atenção.

— O quê?

— É legítimo - Amaris responde.

— Tudo que eu tô vendo é literatura pra guiar os mortos... não há indicação do local...

— Aqui fala sobre maldições e profecias - Amaris completa - alguma coisa sobre o mapa ser esquecido com o tempo.

Olho para onde Mogart e seu guarda estavam, precisávamos ser rápidos ou eles poderiam começar a desconfiar...

— É que a informação tem que ser desbloqueada - Steven fala chamando minha atenção e a de Amaris. - Tá codificada.

Olhamos para o vidro da pequena pirâmide onde meu alter estava refletido, suspiro sabendo que precisaria da ajuda dele.

— Ok, você... nos dá um minuto, eu preciso... preciso falar com o Steven - Digo para Layla que parece esperançosa e um tanto preocupada. - Mantenha-o ocupado.

Ela se afasta enquanto Amaris se aproxima sorrindo para meu alter, ele sorri nervosamente e eu suspiro, bobão.

— Tá legal Steven, você quer falar comigo e eu estou aqui... e agora?

— E agora?! - Steven fala indignado - agora você entrega o meu corpo e desaparece.

— Steven... - Amaris choraminga suplicante.

— Droga, a gente não tem tempo pra isso, se sabe de alguma coisa fala agora - exijo recebendo um olhar desaprovador de Amaris.

— Desculpa, se você quer que eu te ajude eu não vou te ajudar enquanto estiver preso - Ele fala como se pudesse mesmo fazer birra a essa altura.

— Quer uma carnificina? quer?

— Marc! - Amaris me repreende.

— Então faça do seu jeito... - falo a ignorando.

— Eu sabia... você é péssimo!

— Steven... por favor... existem vidas em risco - Amaris diz com a voz mais doce e suplicante que eu já ouvi alguém fazer - prometo que te tiro daí quando ele for dormir.

Fico em choque com a ousadia da morena, mas desisto de falar algo quando percebo que funcionou, Steven resmunga um pouco, mas logo começa a falar.

— Olha a cartonagem...

— Tá... o que eu faço?

— Dobre aquele último pedaço ali sobre o pedaço do meio...

Steven começa a dar instruções sobre como dobrar os papiros fazendo com que aos poucos um mapa nas estrelas comece a se formar, posso ver os olhos de Amaris brilhando com a descoberta e um pequeno sorriso vitorioso se formando no canto de seus lábios. mas sus alegria parece acabar quando ela olha pra algo atrás de nós.

Agora... se você combinar essas estrelas com a outra peça ali, e juntar tudo, vai formar um-

— O que está fazendo?

A voz profunda do segurança nos interrompeu, assim que ele tocou em meu ombro me virei tomando sua arma, estava mirando-a pra sua cabeça quando a voz de Layla chamou nossa atenção.

— Marc! - ela dizia sob a mira de uma arma - chega!

Observei a cacheada enquanto dois seguranças apontavam suas armas para ela, Amaris estava em posição de ataque ao meu lado, mas logo mudou pra uma postura defensiva, estávamos cercados.

— Droga... - falei entre dentes enquanto abaixava a arma.

Assim que a virei, o segurança a tomou de mim apontando diretamente para meu peito, Mogart adentrou a pequena pirâmide vindo lentamente em nossa direção, ele caminhou um pouco e parou bem a minha frente.

— Vocês pensam mesmo que eu sou idiota? - ele dizia irritado - Fique de joelhos.

— Anton, PARA! - Layla gritou suplicante.

— Afaste-se - ouvi Amaris dizer entre dentes, sua voz em um tom claro de ameaça.

— De JOELHOS! - Mogart continuou autoritário.

— Tá legal... - respondi conta vontade.

Mogart me observou por alguns segundos logo lançando um de seus olhares predatórios para Amaris e desviando seu olhar para Layla, aquele cretino...

— Layla... eu tava doido pra fazer as pazes com você - ele dizia enquanto a cacheada era arrastada para dentro da pirâmide.

— Você não entende... estamos tentando salvar VIDAS! - Layla dizia desesperada.

— Ei amigão - chamei sua atenção ainda de joelhos - dá uma olhada dentro do sarcófago... tem um negócio muito, muito grande.

Falei fazendo Mogart desviar sua atenção para o artefato, longe de seus olhares Amaris liberava uma areia negra que eu já conhecia, seus olhos tomavam um aspecto feral e as unhas lentamente viravam pequenas e afiadas garras. Infelizmente, antes que ele chegasse perto o suficiente da morena, seu segurança murmurou algo em seu ouvido.

— Mas que curioso, parece que temos um terceiro interessado aqui - Mogart dizia se afastando de nós.

O homem saiu da pequena pirâmide e seguiu até onde estávamos antes, seus seguranças nos guiando ainda sob a mira das armas para segui-lo. Nos aproximamos da área aberta e para minha infelicidade vi rostos bem conhecidos ali perto.

— Seja lá o que te contaram, posso oferecer algo muito mais tangível.

A voz sebosa de Harrow cortou a fria noite, acompanhado de dois seguidores o homem estava parado em pé logo a nossa frente, em sua mão estava o maldito escaravelho, mas a presença do homem só não me enojou mais do que a voz engomada que o seguiu.

— Não se preocupe Harrow... para Mogart, é sempre um prazer fazer negócios...

Continua ----------------------------------------------------- ᓚᘏᗢ

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