𝐿𝑒𝑎𝑡ℎ𝑒𝑟𝑓𝑎𝑐𝑒 - 𝑈𝑚�...

Von Srta_Lokidottir

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(CONCLUÍDA) Sarah Mildred é uma jovem de dezoito anos que,sofreu abuso de seu padrasto Jacob, e recebia pala... Mehr

Prólogo
I
II
III
IV
V
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
AVISO, NÃO É CAPÍTULO
XXII
XXIII
XXIV
O Final De Uma História... Feliz

VI

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Von Srta_Lokidottir

(Autora: Posso dizer que esse capítulo foi um pouco mais longo por passar de 1900 palavras, espero que façam uma boa leitura! Qualquer erro no capítulo, por favor avisar!)

Lavei a louça, deixando escorrendo, e vou até ele e faço carinho em seu cabelo.

- Tudo bem?

Ele apenas acentiu e apontou para o caderno de caligrafia.

- .. Quer.. Tentar de novo..?

E apenas recebi o balançar de cabeça dele concordando.

Mas depois daquilo... Ele mudou completamente.




Alguns dias depois...

Era mais um almoço, e o prato era apenas um arroz branco com purê de batata e bife.

Eu almoçava tranquilamente, mas Thomas não aparentava gostar da carne, e ele já estava começando a.. Deixar ser tomado por suas reações à um prato de comida normal.

Eu não via seu rosto, Thomas ainda não me queria que eu o visse, mas eu imaginava seu olhar sério por baixo daquela máscara horrenda.

Ontem ele se segurou. Nós havia almoçado e jantado o mesmo prato, e a mistura era hambúrguer.. Mas aquilo não o agradou.

Eu estava começando a temer esse lado canibal de Bubba, e eu só conseguia lembrar dos restos de Jones sobre a mesa e...

Um som alto me fez se encolher e apertar forte os olhos.
Thomas havia lançado seu prato para o chão.

Engoli em seco, com os olhos fechados e assustados, imagino estar encolhida agora em uma posição de um ataque de pânico, por sentir meus pés na cadeira bem próximos à mim, e meu coração é respiração acelerada. Meus ouvidos ecoavam o som agudo como se alguém tivesse atirado com uma arma de fogo, bem ao meu lado.

Esperei um pouco para abrir os olhos novamente, vendo seus ombros subir e descer rapidamente, conforme sua respiração pesada.

O olhei mas Thomas mal me olhou. Não teve coragem de me olhar após o ato.

Olhei para o prato quebrado e a comida que se misturava com os cacos brancos, e imaginei mamãe falar: "Nunca estrague comida. Há gente passando mais fome do que você mesma".

Até hoje não entendo essa fala. Eu comendo ou não o que tem em meu prato, pessoas ainda passarão fome!

Mas este não é o assunto para agora. Thomas estava irritado, e estava deixando bem visível.. E assustador.

Eu não precisei dizer nada, nem mesmo me mover, para que ele perceba o que fez, e aparentar recobrar a consciência.

Thomas parecia ter sido congelado no tempo, já que ficou um bom tempo olhando aquela sujeira que fez. Mas eu já havia decifrado aquela posição que ele estava. Estava a sentir culpa.

- .. Está tudo bem... Olha, eu vou limpar isso, okay? Você... Pode ficar aí...   - Digo sem jeito e caminho se esquivando de cada caco do prato, ou de cada grão da comida desperdiçada.

Mas apenas sinto seu forte aperto de mão, contra meu pulso me fazendo soltar um gemido baixo de dor.

O olhei este apenas olhava para a mesa.

- Thomas... Está me.. Machucando...

Este me olhou desta vez, e afrouxou o aperto e se colocou de pé ao meu lado.

- Eu... Limpo.   - Eu ainda não havia me acostumado com o tom grave e rouco de Thomas, o que me fazia ter alguns arrepios por isso.

Voltando ao assunto, apenas acenei com a cabeça em confirmação.

- Irei ajudá-lo.

Digo e vou para a cozinha pegando alguns itens de limpeza.








Meia hora depois...

A sala de jantar estava limpa, mais limpa do que antes, até.

Estava um silêncio na sala, a tv estava desligada, e eu não sabia se deveria ou não dizer algo. Thomas estava no sofá, todo encolhido. Como se fosse uma criança na qual recebeu um sermão do responsável.

Vê-lo assim me entristecia.

Saí do sofá em que estava, e fui até o dele e me sentei na ponta do pequeno sofá em que ele estava e fiz carinho no cabelo macio e cacheado dele.

- Olha, aquilo não foi culpa sua. Você só não queria comer... Não estou com raiva, Tommy.  

Após o apelido que acabei o dando de repente, ele me olhou curioso, mesmo ainda sendo estranho com a máscara de pele morta, mas ele me olhou de certa forma curiosa.

- Gostou do apelido? Tommy?   - Sorrio gentilmente e ele balançou a cabeça acenando calado.

Dou uma risada baixa e sem força. Pelo que percebi nestes dias, Bubba tinha bastante características de uma criança, além de aparentar ser bastante inocente.

Ele mostrava mais esse lado infantil quando o ensinava. Thomas batia as mãos e balançava os pés quando acertava as palavras.

Se encolhia quando quebrava algum prato, e acredito que chegava a chorar também achando que eu iria brigar com ele de alguma maneira.

Lembro-me das palavras da Srta Sawyer dizendo "aja como uma criança educada, e não irá apanhar hoje, Bubba". A ouvi dizer estas palavras do lado de fora da casa dos Sawyer, em uma tarde de pôr-do-sol quando ia procurar Bubba para brincar.

A Srta Sawyer tinha sérios problemas com a raiva, e era bastante bipolar. E “gostava” de descontar a raiva em Bubba quando mais novo.

Bubba sofreu muito naquela casa, e trouxe consigo diversos traumas.

Um deles era água. Principalmente no banho e mesmo não o vendo, eu ficava do lado de fora do banheiro enquanto ele se banhava. Imagino que o trauma foi por conta de seus irmãos que o afogavam nos barris.

Outro era um medo terrível de caso eu briga-se com ele, acredito que sentiria que eu iria o abandonar. Mesmo que nem eu concorde com isso. Não quero abandonar Bubba.. Custe o que custar.

Sinto os braços fortes e largos de Thomas me envolver na cintura me fazendo voltar a realidade. Sorrio continuando o cafuné em seu cabelo. Curiosamente me curvei e cheirei um pouco seu cabelo. Por pouco não tossi. O cheiro que havia ali era forte. Terei que emprestar um shampoo meu para ele.

- Está mais calmo agora.. Tommy?

Ele acenou com a cabeça confirmando. Sorrio docemente e o fiz olhar para mim.

- Que tal.. Fazermos pipoca hoje.. Caramelizada? Einh? Assistirr um bom filme? Einh? Que tal?

Ele me olhou surpreso se afastando um pouco, mas Bubba acenou aparentando estar ansioso, isso me agradou.

- Certo! Será uma tarde de.. Filmes!

Sorrio de canto e bate palminhas estando ansioso.

Céus! Isso é uma criança no corpo de um homem!

Dou uma breve risada achando isso fofo. Enquanto isso, liguei a televisão vendo um noticiário sobre os policiais baterem nas portas de todos pela pequena cidade de Hewitt para acharem Bubba. Isso não é bom. Fechei a cortina.

Escuto o som da porta bater e me assusto dando um pequeno sobressalto.

Thomas sai rápido do sofá ficando longe da janela e apontei para o porão, ele negou.

- Por favor!   - Sussurrei implorando para que ele aceite.

A porta voltou a ser batida, com punhos fortes.

Engoli em seco olhando Bubba e este apertou as mãos e foi para o porão.

- Merda...

Então abro a porta vendo dois policiais. Dois homens, um de pele branca que era o menor e outro de pele morena, o maior entre os dois.

- Boa tarde, dona... Podemos revistar a casa?   - Pergunta o menor.

- Por quais motivos? 

- Espero que tenha visto as reportagens, senhora.   - Diz o moreno, e contive minhas reações faciais.

Senhora..? Eu nem cheguei nos quarenta anos! Que audácia!

- Sim eu vi, mas e se eu não estiver de acordo?  - Cruzei os braços.

- Será uma suspeita, acharemos que o homem estará aqui, na sua casa.  - O homem menor diz de forma simplista.

É.. Ele tem razão.

- Certo. Podem entrar.    - Digo liberando a passagem para eles, os quais entram e agradeço por não terem tocado em nada.

Olharam a cozinha e o moreno fez um sinal para a escada. Ainda não perceberam a porta do porão e espero que não percebam. Eles sobem e os sigo.

- E.. Qual o nome da senhora, dona?   - O moreno pergunta.

- Sarah. Sarah Mildred.

- Mildred?   - Escuto o menor perguntar, quase em um sussurro audível.

Os dois pararam me fazendo parar também, atrás deles e se viraram para mim.

- Você é.. Filha de Jacob Kordei?  - O moreno perguntou e apenas acenti.

Os dois se olharam e começaram a descer as escadas.

- Sinto muito, senhora, acredito que não iremos encontrar nada aqui.    - Pigarreou o moreno e saíram da minha casa, e apenas fechei a porta com um olhar totalmente perdido e confuso.

Ele dava tanto medo assim?

- .. Bundões.   - Digo baixinho e vejo pela janela eles irem para outra casa.

Escuto um som de coisas caindo lá no porão, e acabei me lembrando de Bubba.

Corri para o porão e desci o procurando e me assustei por pouco não gritando, com sua figura sentada ao lado da máquina de lavar quebrada. Por conta da pouca iluminação, sua máscara me deu um belo susto.

Seria mais macabro se ele ainda tivesse a máscara de porco... Cruzes.

- Pode vir.. Thomas.. Eles já foram.   - Dou um sorriso gentil mas ele ficou ali. Sentado.

Imagino que ele quer que eu prove isso. Certo.

- Ele está aqui!    - Digo não tão alto e vejo Thomas se encolher.

Esperei um pouco, e nada. Olhei para Tommy.

- Satisfeito?    - Cruzei os braços na altura dos peitos e ele acenou com a cabeça em afirmação  - Ótimo.

Ele se levanta e de passos lentos, chega até mim e me abraça fortemente. Sorrio e retribui.

- Eu nunca irei te denunciar. E nunca irei te abandonar. Entendeu?

O olhei sorrindo sincera, e ele balançou novamente a cabeça em concordância.

- Sim.  - Ele disse.

- Certo. Vem, vamos voltar pra sala.   - Digo mas ele parece não querer me soltar.

Isso já estava ficando um pouco estranho. Sentir a quentura de seu corpo emanando sobre mim era... Totalmente estranho.

- Okay... Vamos.. Para.. A sala..? Por favor?   - Sorri nervosa.

Ele percebeu e me soltou.

Voltamos para a sala e percebi Thomas na sala com as mãos nos joelhos.

Nervoso? Vergonha? Medo?

Ou podia até misturar os três.

Fico a olhá-lo sua máscara, e tive uma ideia.

- Thomas! Eu vou tomar banho.. E em seguida vou fazer a pipoca.. Quero que você fique sem máscara na hora dos filmes. Ou.. Sem máscara, sem pipoca.   - Sorrio cruzando os braços.

Este virou o rosto para minha direção, com uma velocidade que pude jurar que estalou o pescoço.

Dou um sorriso divertido, mordendo de leve meus lábios de baixo e vou para a escada e em seguida para o quarto.

Entrei no banheiro e fico a imaginar Thomas na sala, andar de um lado para o outro, sacudindo suas mãos de forma bem agitada e nervosa, insinuando tirar sua máscara a cada segundo.

Acabo por rir ao imaginar isso.




Minutos depois...

Saio do banheiro e logo em seguida de meu quarto, e assim que desço as escadas, me surpreendo ao ver Bubba sem a máscara, e segurando ela firmemente nas mãos.

Sorrio orgulhosa.

Consegui.

- Thomas...

Eu me aproximei dele vendo seu rosto novamente. Ponho minha mão sobre a maçã de sua bochecha e passeio com ela sobre o rosto dele.

Com carinho passo sobre sua cicatriz no meio da testa. Ele ameaça abaixar a cabeça mas a ergo cuidadosamente com o polegar sobre seu queixo.

Sorrio o olhando.

- Não precisa ter vergonha, Tommy. Não irei zombar, não irei falar nada de seu rosto. Porquê não tem o que falar. Ele é normal. É perfeito. Assim como você.

Sorrio gentilmente. Bubba me olhou e sorriu de forma fofa, seus olhos por pouco não se fecharam.

- Vou fazer a pipoca.. E nem trate de por a máscara!   - O aviso e vou para a cozinha.

...

Pipoca pronta, e já estávamos no sofá, lado a lado mas com a bacia de pipoca no meio de nós. Sorri vendo Thomas ainda sem sua máscara. Não era mais tão assustador. Nem mais macabro.

Nossa noite pode-se dizer que foi tranquila, e algumas vezes peguei Tommy no flagra me olhando ou tocando sua mão na minha.

Eu não sabia bem a reação viável, então apenas esboce um sorriso fraco.

Logo uma cena de dois casais se beijando se fez na tela e não reagi muito.  Bom, era apenas um beijo.

Mas percebi Tommy quase entrar no sofá, ficando envergonhado com a cena, e para o acalmar, desliguei.

- Er.. Acho que é melhor.. Chega de filmes.

O filme já estava quase acabando mesmo, e assim que ia me levantar e me "despedir" de Bubba para ir dormir, sinto ele agarrar meu pulso e me puxar de volta para o sofá e me abraçar forte.

- Não... Fica comigo... Não gosto.. Quando Sarah.. Vai...

Desta vez, posso falar que fiquei sem reação. Ele não gostava quando eu ia dormir?

Mas aí, caiu minha ficha. Ele não gostava.. De ficar sozinho.

- Thomas...   - O olhei.

- Ficar... Com Sarah.

- Ficar comigo? A onde, Thomas?   - Dou uma risada fraca sem o entender direito.

- ... Quarto.





































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