Capítulo 42 : “A Pior Queda De Uma Alma E O Ciúme.” Parte II
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“Kazutora, pare!” Diz Keisuke.
O alfa tentou ser o calmo naquele momento, para fazer Kazutora ficar 'calmo', e fazer Chifuyu para de querer fugir; mas obviamente não tinha dado certo.
“Pare, você!” Diz Kazutora. “Hanma estava certo, você e um idiota igual a qualquer alfa, e como qualquer alfa você quer todos os omegas para si!”
“Pare de fala essas coisas!” Braniu Baji sentindo sua raiva explodir. “Você sabe que eu te amo!”
“E a Chifuyu? Você ama esse ômega?”
O loiro sentiu seu corpo encolher ao se mencionado com tanto sarcasmo por Kazutora.
Baji olhou para Chifuyu, calado. Sua garganta parecia que ia pegar fogo, não de uma forma romântica e muitos menos sexual, foi como uma tortura que lhe tirou as palavras da boca e também fez sua cabeça doer fervorosamente.
“SAIAM DAQUI!” Gritou Chifuyu usando a fúria de seu híbrido. “VOCÊS SÃO LOUCOS E DESDE DE QUE OS CONHECI APENAS ME SINTO HUMILHADO! QUE SE FODA ESSA MERDA DE AMOR ETERNO ENTRE RENASCIMENTO!”
“Ômega, como pode falar isso da coisa mais sagrada que temos?” Chifuyu arregalou os olhos quando as mãos de Kazutora enrolaram-se em volta de seu pescoço.
Baji correu para intervir mas um peso quase que esmagador se abateu contra seu corpo que foi lançado a uma parede violentamente; ele gemeu de raiva e dor e tentou achar quem fora o infeliz que o acertou, mas o golpe foi grande e sua visão estava embaçada e sua cabeça doia demais.
Baji soltou um grito quase mudo quando ele viu dois olhos negros o olhando furiosamente, dentro das íris negras ele podia ver seu próprio reflexo, Keisuke nunca conseguiu ver com as íris negras. — Eu mesmo matarei você e Kazutora. Keisuke estremeceu. — Eu sou sua força, mas também posso me tornar sua maior fraqueza.
“Mas oq-”
Kazutora mal teve tempo de fazer alguma coisa quanto sentiu aquele objeto de vidro se chocar contra sua cabeça.
Ele largou Chifuyu passando a mão em sua cabeça.
“FICOU LOUCO, WAKASA!?” Keisuke se ergueu sentindo sua razão voltar aos poucos; a voz de seu próprio lobo ainda atormentava sua mente.
Kazutora caiu ao chão sentindo seu sangue imundar suas mãos, sua visão ficou turva.
Keisuke tentou conter a vontade de quebrar todos os ossos da pessoa que um dia foi seu maior socorro e correu em direção a Kazutora tentando estancar o sangue.
Híbridos se recuperam rápidos mas golpes na cabeça poderiam ser fatais.
Wakasa sentiu uma pontada de arrependimento quando viu Keisuke desesperado com o corpo de Kazutora, porém mesmo assim ele não chegou perto para ajudar, apenas para o sangramento já era o suficiente, o tigre cuidaria do resto.
Wakasa se virou para Chifuyu que passava a mão na garganta e massageava tentando fazer sua garganta parar de doer; as marcas das mãos de Kazutora estavam vermelhas no pescoço de Chifuyu.
“Chifuyu...” Chamou Wakasa.
Chifuyu começou a chorar. “Eu te amo, Fuyu.”
Como sou estúpido! Como sou burro! Sou tão patético! Pensou o loiro lembrando de Baji dizendo que o amava; mas logo depois ele lembrou dessa mesma pessoa dizendo para um outro alguém que o ‘amava mais que qualquer coisa... Que qualquer outro alguém’
Não a espaço para mim, eu apenas me sinto humilhado e rejeitado.
“Chifuyu... ” Diz Wakasa, dessa vez com sua voz calma e ternua.
“Me tire daqui, por favor.” Com a voz chorosa e o rosto molhado, ele abraçou Wakasa sem se importa com o foto de que ele era um desconhecido para
si.
Baji finalmente conteu o sangramento de Kazutora e estava se curando aos poucos.
Ele olhou para Wakasa e quando os dois sairam pela porta. Baji pela primeira vez em muito tempo se viu chorando.
Um choro dolorido que parecia ferir sua alma, um chorar que fez seus lábios tremerem.
— Ele nunca vai te amar agora. — Seu lobo diz com a voz embargada em angústia. — Ele se sentirar preso a você, nunca amará você ou a Kazutora. Ficar com a gente será a maior tortura para ele. E a culpa e sua e de Kazutora.
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Wakasa estava finalmente fora do prédio onde o ex-trisal morava e levava um Chifuyu choroso consigo.
“Sinto-me, mau.”
“Entendo.”
O mais velho abriu a porta e colocou o loiro sentado no banco da frente e logo rodeou o carro e sentou-se no banco do motorista e deu partida.
Wakasa não sabia o que falar, as poucas revelações de seu lobo ainda o atormentavam e no momento ele tentava focar sua mente em fazer Chifuyu descansar.
Wakasa não foi para o escritório mas sim para sua casa, ele passou a mão nos bolsos atrás das chaves, ele saiu tão apressado do trabalho que esqueceu sua bolsa; ele bateu três vezes até sua porta ser aberta por uma garota de estrutura baixa.
“Wakasa?” Ela rapidamente se colocou pro lado pra dá espaço para o maior entrar.
Senju encarou com firmeza Chifuyu; o estado do garoto era deprimente aos olhos de Kawaragi; seus cabelos bagunçados, sua pele suada, lágrimas ainda insistiam em descer, e ainda a tremedeira que o garoto estava, Chifuyu parecia digno de pena.
“Meu Deus, o que houve com esse garoto?” Perguntou ela.
“Nem queira saber.” Diz Wakasa. “Vem comigo, vou te dar um banho quente.”
“Obrigado.”
“Senju, pode preparar um quarto para Chifuyu?”
“Claro!” Ela diz imediatamente enquanto corria para ir arrumar o quarto.
“Wakasa... ”
“Depois conversamos, agora você tem que descansar um pouco.”
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Chifuyu dormia tranquilamente em um quarto que Senju limpou e trocou os lençóis as pressas, rezando para que seus feromônios saíssem daquela cama que fora sua.
Wakasa estava na cozinha preparando um copo de leite, na esperança que isso o fizesse dormir.
“Wakasa... Tenho que te dizer algo... ”
Wakasa parou de mexer o copo quando Senju falou essas palavras; Senju era alguém direta e sem devaneio, se ela tinha vindo tão calmamente para dizer algo e por que era importante.
“Você está bem?” Pergunta ele olhando para ela preocupado.
“Eu vou embora hoje.” Wakasa deixou a colher cair no chão quando ouviu Senju.
“Do que tá falando? Sua escola vou fazer alguma excursão ou algo do tipo?”
“Não.” Ela suspirou e se escorou na porta da cozinha. “Eu vou embora daqui, minha coisas já estão prontas, eu só tava esperando você chegar para me despedir de você.” Senju sorriu triste para ele.
Antes que Senju pudesse se esquivar ela sentiu o soco frio de Wakasa em seu rosto, ela sentiu arder e colocou a mão em volta do nariz para acabar com o sangramento e dor que se estalou alí.
“Ficou doida? E pra onde você vai garota?” Diz Wakasa olhando indignado para ela. “Tem noção de como e perigoso lá fora mesmo você sendo alfa?” Ele respirava pesadamente. “Por que?” Ela já se sentia tão cansado; a última coisa de que precisava era saber que a platinada passaria dificuldades.
“Eu briguei com Takeomi e Sanzu, não pergunte o por que, mas eu não posso mas morar no mesmo cômodo que eles...” Ela diz. “Vou sentir saudade de você, obrigado por se preocupar comigo.”
Wakasa se sentiu desnorteado; Senju tinha virado sua filha adotiva de uns tempos pra cá.
Antes que ele pudesse sequer falar algo, interferir, fazer qualquer coisa ela pegou uma mala que estava perto da porta, que ele não havia notado até aquele momento.
Ele ficou desnorteado enquanto olhava a cópia da chave que pertencia a Senju jogado no chão perto de um vaso de flores.
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