A cura

Por PG2022

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Um conto de fantasia e mistério, no qual a vida de uma criança dependerá das visitas misteriosas de uma estra... Más

Nota da autora
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12

Capítulo 6

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Por PG2022


No dia seguinte Erick cumpriu o que prometeu. Após passar no quarto de Alice para verificar se ela ainda dormia, Ayla encontrou o conde à sua espera, no topo da escada.

Ele sorriu e ela prendeu a respiração. Estava com uma grande mistura de medos. Nunca havia estado tanto tempo fora de casa, o conde fazia com que ela perdesse o raciocínio em alguns momentos e ainda existia a Condessa Viúva.

A condessa sabia quem ela era, Ayla percebeu assim que a viu, e não fazia ideia de como lidar com isso.

Uma pontada de angústia a golpeou quando ela encontrou os olhos do conde. Ela não sabia ao certo se era por culpa ou gratidão, mas aquele homem, mesmo que não soubesse, seria fundamental na vida da filha e dela própria.

-- Bom dia. – o conde disse cordialmente.

-- Bom dia. – ela respondeu e desviou o olhar.

Ele lhe ofereceu o braço e ela o aceitou hesitante.

-- Vi que você passou no quarto de Alice. Foi checá-la? – ele perguntou casualmente enquanto a conduzia pelos degraus.

-- Sim. Ela está dormindo. A temperatura parece normal.

-- É. Eu já tinha conferido.

Ayla assentiu e eles chegaram no saguão. Ela fez menção de retirar o braço do dele, mas Erick a impediu, pousando sua mão na dela.

-- Talvez devêssemos pensar na possibilidade de você trabalhar para nós no futuro. Seria uma ótima babá. – ele a encarou.

Ela arregalou os olhos. Não havia nada de errado com aquela proposta, mas mesmo assim ela se sentiu extremamente perturbada. Seu coração acelerou outra vez e ela se assustou. Era a segunda vez que isso acontecia desde que chegara no castelo. Isso não poderia estar certo.

-- Erick?! – uma voz assustada interrompeu os pensamentos de Ayla.

Ambos quebraram o contato visual e olharam em direção da voz. Parada em frente a porta do salão de café-da-manhã, Srta. Clara de Windsor olhava para os dois de forma espantada e ligeiramente predatória. O vestido verde escuro extremamente justo, marcava todas as curvas de seu corpo e fez com que Erick pensasse em uma naja.

Ela parecia bastante ultrajada quando se aproximou deles.

-- Bom dia. Acredito que ainda não fomos apresentadas. – Clara examinou Ayla da cabeça aos pés.

Isso não pareceu intimidar a garota, que sorriu com educação, e respondeu:

-- Não fomos.

Erick precisou de muito auto controle para não rir enquanto Srta. Clara retesou o corpo e encarou Ayla com irritação. Ela observou as roupas simples e amassadas com da garota com desdém, até reparar na mão dela sobre o braço do conde. Seu maxilar travou, indignada.

-- Erick? – ouviram a voz da Condessa Viúva. – O que está havendo?

A condessa saiu de dentro do salão e parou no meio do caminho ao ver Ayla. Seus olhos deslizaram do vestido da garota até o braço apoiado sobre o braço do filho. Os dois pareciam uma pintura e algo pareceu acender um alerta dentro dela. A mão do filho sobre a mão da garota também não lhe passou despercebido.

Erick seguiu os olhares da mãe e notou pela primeira vez, que Ayla usava o mesmo vestido da noite anterior. Ele se recriminou mentalmente por não ter pensado melhor no conforto de sua hóspede, mas, naquele momento, não haveria nada a se fazer.

-- Parece que meu nome está muito solicitado hoje... – Erick disse, quebrando o silêncio. – Srta. Windsor, essa é Ayla. Ela está nos ajudando a cuidar de Alice. Mãe, acredito que já a conheça. Ela ficará hospedada conosco até Alice se recuperar.

-- O quê?! – Clara e a condessa disseram ao mesmo tempo.

-- Vamos tomar café-da-manhã? – Erick fingiu não ver a reação das duas damas e levou Ayla para dentro do salão.

Depois de um momento letárgico, a condessa e Clara os seguiram. Erick sentou-se na cabeceira, com sua mãe à esquerda e Clara à direita, ignorando Ayla o máximo que pode. Ayla sentou-se ao lado da condessa, em silêncio.

A tensão no salão era evidente, mas Erick estava mais intrigado do que preocupado com a situação. Mesmo que as damas não gostassem da sua decisão, suas ordens seriam seguidas. Por isso, ele não se importava com o desconforto da mãe ou de sua convidada indesejada, apenas ficava intrigado com a reação exagerada da mãe.

Infelizmente, sua atenção era constantemente requisitada por Clara e ele não pode participar da conversa que sua mãe começou a desenvolver com Ayla.

-- Não tive oportunidade de agradecer pelo que fez por minha neta. Erick disse que foi você quem a fez melhorar há duas noites. – a condessa disse educadamente.

-- Fico feliz de ser útil, vossa graça. – Ayla respondeu olhando para o próprio prato, sem coragem de encará-la.

A condessa percebeu que as mãos da garota tremiam e disse abertamente:

-- Como está sua mãe?

-- Bem, vossa graça. – Ayla disse hesitante.

-- Ela sabe que você está aqui?

Ayla assentiu com a cabeça e a condessa mordeu o lábio inferior.

-- Está acontecendo de novo? – a condessa perguntou temerosa.

-- Acredito que sim, vossa graça. Mas preciso de mais tempo para ter certeza. – Ayla respondeu tensa.

A condessa fechou os olhos por um momento, temendo a realidade, e depois suspirou resignada.

-- Ele corre perigo?

Ayla ergueu o rosto e mirou o conde. O rosto bonito estava com uma expressão entediada enquanto se esquivava dos toques ocasionais e nada discretos da Srta. Clara. Uma nova fisgada surgiu no seu peito ao se dar conta do possível perigo que ele corria. Isso a entristeceu profundamente, espantando-a.

Erick percebeu que era observado e a encarou, ignorando por completo a presença de Clara. Ayla desviou o olhar e pegou uma torrada. Depois olhou para a condessa e disse firmemente:

-- Se ele seguir minhas instruções, não.

A condessa revirou os olhos e respondeu sentindo uma tonelada de preocupações se assomar sobre ela.

-- Então, temos um problema.

Durante todo o dia, Ayla passou seu tempo com Alice. A criança contou sobre o que viu no pesadelo da noite em que tudo aconteceu e como ficou presa no sonho. Disse como ficou feliz ao ver o rosto da mãe e que sentiu o calor do toque dela, mas não conseguia sentir o cheiro do perfume dela, que era o que mais se lembrava.

Ayla ficou preocupada com aquela informação. Talvez a menina estivesse em um perigo maior do que avaliara.

-- O que você lembra da sua mãe, Alice?

-- Lembro que ela era bonita e cheirava a rosas. Papai disse que ela não queria nos deixar, mas Deus precisou de alguém para cuidar das flores do jardim dele e a chamou.

Ayla sorriu.

-- Ela foi embora quando eu tinha três anos, por isso só lembro do perfume. – Alice disse sem graça. – Papai contou que ela me abraçava toda noite até eu dormir no colo dela e depois me colocava na cama.

-- Ela parece ter sido uma ótima mãe. – Ayla disse com carinho.

-- Foi sim. Por isso que eu fiquei triste no sonho. Ela estava me segurando, mas eu não sentia o perfume dela. Eu dizia que sentia dor, mas ela não escutava. Aí, você apareceu no sonho e minha mãe desapareceu. Mas depois apareceu de novo, diferente.

-- Diferente como? – Ayla perguntou com atenção.

-- Não sei. – Alice deu de ombros. – Diferente. Não parecia igual à quando me abraçava.

-- Você me disse que a mamãe só tinha aparecido depois da Srta. Ayla, querida. – o conde entrou no quarto com um bloco de folhas na mão.

-- Eu só lembrei do sonho agora, papai. – Alice respondeu com medo de levar uma bronca. – Quando a Srta. Ayla começou a me perguntar dele.

-- Hum... – o conde encarou Ayla enquanto sentava na ponta da cama de Alice. – Você parece muito interessada nesse sonho.

-- Só estamos conversando... – Ayla respondeu tranquilamente.

O conde a observou por um tempo e depois voltou-se para a filha.

-- Talvez você queira desenhar, querida. Pode desenhar o seu sonho, se quiser.

Alice ficou muito feliz com a sugestão e correu para a escrivaninha com os papéis e o lápis. Discretamente Ayla levantou para sair do quarto, mas o conde a impediu, agarrando seu pulso.

O toque inesperado a fez reagir automaticamente e Ayla puxou o braço em um impulso. Mas o conde fechou os dedos ainda mais firmemente ao redor da pele da garota e a conduziu para perto da janela, longe de Alice.

-- O que você não está me contando? – ele perguntou sério.

-- Não sei do que está falando... – Ayla deu um sorriso inocente e tentou puxar a mão novamente, o que só fez o conde a puxar para mais perto.

-- Minha mãe parece ter conversas particulares com você, aparentemente minha filha pode não estar com uma doença que a medicina moderna pode curar e você está muito interessada em um sonho de criança. – a voz de Erick soou baixa e ameaçadora. – E tudo isso se conecta à mim de alguma forma, uma vez que minha mãe parece convenientemente esquecer suas lembranças da minha infância e você parece saber muito sobre mim.

-- Ora, Vossa Graça é... conhecido na aldeia e eu devo... respeito à Condessa Viúva. – Ayla gaguejou, perturbada demais com a proximidade dele.

-- Não ofenda a minha inteligência, Ayla. Minha mãe já tenta fazer isso regularmente. – Erick retrucou irritado.

Ayla não esperava por aquela reação e nem pela intimidade do tratamento. Seu corpo estava começando a tremer e ficar quente. Ela precisava escapar antes que recebesse um aviso. Talvez a verdade fosse a solução. Ou uma pequena parte dela.

-- Eu não posso falar em nome da Condessa Viúva, senhor. Mas posso te dizer que o que eu sei sobre o senhor, aprendi com a minha mãe. – Ayla o encarou.

Erick ficou paralisado por um minuto. Ele havia se aproximado de propósito para evitar que Alice os ouvisse, mas agora essa proximidade o traía. Estava muito próximo daqueles olhos verdes e novamente eles faiscaram. Um brilho dourado que fez com que ele perdesse a linha de raciocínio.

Erick deu um passo para trás, sem soltar a mão de Ayla e piscou algumas vezes.

-- Por quê?... – ele tentou lembrar do que falava. – Por quê sua mãe saberia algo ao meu respeito?

-- Minha mãe conhecia sua mãe. – Ayla respondeu simplesmente. – E conhecia o senhor...

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