herói por acidente ⧗ 2son

By mrs_lunna

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o plano de heung-min nunca foi ser um herói, seu único objetivo era conseguir a vaga de titular no time da un... More

parte ii
part iii
extra - i
extra - ii

parte i

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By mrs_lunna


olá mais uma vez! 

essa fanfic eu já adianto foi um outro surto de quebra da matrix por nunca ter lido uma fanfic do sonny herói. não tenho muitas justificativas pra ter escrito isso, mas esperem que possam aproveitar a história jdghfkhg 

boa leitura!!  ♥


。°。°。°。°。°


em inúmeros momentos, son heung-min era relembrado de que estava na europa, inglaterra, norte de londres— em tottenham — e não no conforto do seu bairro natal, chuncheon, na coréia.

não era que ele sentisse falta exatamente, apesar de amar sua nação como todo bom coreano deve amar, mas diria que os três anos que estava em londres estavam sendo bons o bastante para ele considerar o lugar como um segundo lar; ele gostava dos passeios nos parques, gostava da comida das cafeterias e restaurantes do seu bairro, gostava dos amigos que fez na universidade, gostava até do ar gélido do país! não diria que era um londrino por isso, mas se considerava um bom apreciador da cultura local.

no entanto, isso não apagava que estava fora de casa e essa realização às vezes vinha com um custo muito mais alto do que gostaria. as piadinhas com sua nacionalidade, seu sotaque, aparência eram apenas a ponta do iceberg, mas isso ele conseguia aguentar, o problema estava quando isso afetava o principal motivo que havia o levado a londres em primeiro lugar: futebol.

havia conseguido a vaga para estudar numa universidade inglesa e compor o time titular dela, nottingham forest, dois anos atrás e aquilo havia sido o ápice da sua vida como jogador. lembrava da euforia e do desespero de saber que jogaria futebol longe de casa, longe dos pais e da sua própria cultura e língua por sabe se lá quantos anos enquanto estudava com uma bolsa integral— a definição de um sonho.

os dois primeiros anos em nottingham foram tão bons quanto imaginava. tinha amigos, era popular e seus resultados em campo foram apreciados pelo treinador e pelo resto do time. ele imaginava que tinha uma base sólida o bastante para se manter até o fim do curso e imediatamente pular para um outro time inglês maior do que o atual.

como todo bom sonhador, ele também foi despertado bruscamente. foi no fim de tarde, horas antes de um jogo importante da temporada, que tudo desmoronou. o pegaram desprevenido na metade do caminho para o campo de treino, o levaram para um campo abandonado e bateram tanto nele que sua perna esquerda quebrou e ele ficou inconsciente por dois dias. no fim ele perdeu o jogo, o time sofreu uma derrota vergonhosa e só souberam o que tinha acontecido com son quando o hospital ligou para o treinador, depois do fim do jogo.

em suma, uma catástrofe.

aquele foi um dos motivos que levaram a sair de nottingham — 'crime cometido por xenofobia', foi o que os policiais concluíram.

o segundo motivo era que ele havia sido praticamente expulso do time. "infelizmente, sonny, você nesse estado vai nos dar trabalho demais e agora não podemos te dar esse suporte, você entende não é?" foi o que seu antigo treinador disse quando lhe visitou no hospital, uma pasta preta com documentos entre seus dedos que lhe amedrontou mais que o death note do anime que assistiu anos atrás. "eu tenho um amigo que é técnico, o time dele vai abrir vagas e vamos transferir você para eles se quiser. se não, podemos te mandar de volta para a coréia. sinto muito."

ele passou a madrugada tão colérico com a forma que tinham o descartado como figurinha velha de um álbum que assinou os documentos da sua transferência sem sequer ler o que estava escrito, qual era o time e quem era o tal treinador, a única coisa que importava era entrar num outro time, jogar tão bem que nottingham inteira se arrependeria do dia que o jogaram fora, eles iam implorar por uma segunda chance de tê-lo no time e ele os recusaria com toda mesquinhez e infantilidade que habitavam dentro dele.

é claro que, seis meses depois, completamente recuperado e com uma perna cem por cento funcional, não imaginava que estaria no time reserva do tottenham, um dos rivais do nottingham.

também não imaginava que conseguiria poderes, mas isso era uma outra situação completamente diferente.

"hey, sonny, o treino já vai começar!" harry kane, um dos jogadores titulares do tottenham, colocou os braços longos sobre seu ombro. o sorriso clássico de 'eu-sou-popular-e-sei-disso' estampado no seu rosto enquanto acenava para um torcedor ou outro nos corredores da universidade era quase insuportável para heung-min— não porque odiava o inglês, mas sempre batia uma nostalgia dolorosa quando lembrava que costumava ter isso também. atualmente era só o 'jogador reserva coreano son heung-min.'

"sim, vou só guardar umas coisas no armário antes," apontou para o móvel de metal à sua frente. "devo chegar em uns dez minutos, pode avisar caso perguntem?"

"yup, deixa comigo!" com dois tapinhas nas suas costas o jogador correu na direção do campo de treinos.

son suspirou pesado e passou a mão pelos cabelos, o sorriso amigável saindo do seu rosto assim que o considerou longe o bastante para notar. estava exausto e treinos eram a última coisa que passavam na sua cabeça. ele queria voltar para o seu dormitório, se encolher debaixo dos cobertores pesados e dormir como uma pedra até todo cansaço ter evaporado do seu corpo.

a vida de universitário, jogador de futebol e super-herói não era fácil.

abriu o armário num movimento automático e enfiou a mochila de estudos no fundo cubículo enquanto tirava a mochila específica de treinos, sentiu seus dedos formigarem com uma energia que não deveria existir correndo pelas suas veias. balançou a cabeça com força e fechou a porta de metal, se apressando ao seguir o mesmo caminho que harry havia feito minutos atrás.

se quisesse realizar seu objetivo tinha que treinar!



"isso, chuta mais forte e tenta mirar no canto do gol!" conte, o treinador do tottenham, gritou de onde estava nos arredores do gramado, apontando para uma dupla de jogadores que praticava chutes a gol. o jogador em questão assentiu e continuou o treino.

o campo era sempre um caos em dias de treino, já que ali jogavam pessoas de todos os cantos do mundo era uma cacofonia de línguas, vozes e expressões que não reconhecia. heung-min se ocupava em fazer agachamentos, contando mentalmente as repetições, enquanto seus olhos passeavam pelos colegas de time. uma boa parte ali era titular, garotos muito bons é claro, mas não podia evitar o gosto amargo na sua língua— ele deveria estar ali como titular também. tentou se relembrar que estava em tottenham por seis meses apenas e ainda precisava provar que era bom, que merecia a vaga no time, que podia fazer mais.

isso não quer dizer que lhe incomodava menos.

"está ocupado?" uma voz aveludada e muito familiar soou por trás no meio do seu agachamento número cinquenta e sete. a surpresa lhe fez soltar um grito vergonhosamente alto e cair sentado na grama verde. atrás dele, richarlison encarava a cena com um misto de surpresa e divertimento com o seu estado, honestamente patético.

não era a sua culpa, no entanto, ele sempre era um pouco patético perto dele.

"que susto!" soltou uma risada fraca, tentando culpar a forma que seu rosto imediatamente ficou vermelho e sua respiração irregular na surpresa e não no efeito arrebatador que o rapaz tinha sobre ele. por favor, acredite, implorou aos céus enquanto aceitava a mão estendida do jogador para se levantar.

richarlison era o garoto sensação do tottenham, um brasileiro que reforçou todo tipo de estereótipo positivo sobre a qualidade dos jogadores do brasil. ele era um monstro nos campos, um atacante formidável que fazia os gols mais bonitos que o coreano já tinha visto e também a pessoa mais legal que já conheceu na inglaterra— se esse último fosse totalmente influenciado pelo crush gigantesco que tinha no rapaz ninguém precisava saber, certo? o brasileiro atuava como titular por mais de um ano no time, a camisa nove era linda nele.

"foi mal, cara," ele riu assim que ajudou o coreano a ficar de pé, mãos cuidadosas o estabilizando antes de dar um passo para trás. son engoliu a vontade de dizer que elas poderiam ficar ali o quanto ele quisesse. "eu só vim perguntar se queria treinar uns passes."

"e os seus amigos?" a pergunta foi idiota e saiu antes que pudesse controlar, seu instinto covarde que gritava que não poderia passar mais de cinco minutos a menos de dez metros de richarlison ou faria uma besteira falou mais alto. se isso serve para o redimir, ele se arrependeu na mesma hora ao ver o sorriso o brasileiro diminuir nos lábios.

"estão fazendo uns exercícios que o técnico pediu," apontou com a cabeça na direção geral de um grupo no outro lado do gramado. "mas se não quiser, tudo bem-"

"não!" temendo repetir seu erro, ele rapidamente o interrompeu antes que pudesse falar mais. "eu quero, estou livre."

os outros quarenta e três agachamentos que fossem para o inferno, aquilo era muito mais importante.



quando richarlison sorriu todo fofo e lhe convidou para treinar passes, uma parte da sua mente — uma parte extremamente irracional, diga-se de passagem — acreditou que aquele fosse um código discreto para "vamos num encontro disfarçado enquanto fingimos treinar?" por isso, no momento que a primeira bola veio com uma velocidade capaz de cruzar um campo inteiro na sua direção nem super-poderes foram o bastante para lhe livrar do impacto.

"ai meu pai!" o brasileiro exclamou na sua língua-mãe, correndo na direção de um heung-min caído no chão, sem ar e dolorido. muito caro, pensou consigo mesmo no meio de uma multidão de palavrões de dor, esse crush no richarlison tá saindo muito caro, se perguntava se dali pro final da temporada ele ainda estaria vivo daquele jeito.

son não sabia se o problema estava no brasileiro não medir a força do chute ou nele próprio por ter os olhos fixos na coxa tatuada gigantesca do rapaz quando deveria estar prestando atenção na bola.

"eu sinto tanto, sonny, deveria ter pegado mais leve," richarlison, pela segunda vez em menos de vinte minutos, o ajudou a ficar de pé. o coreano sorriu, forçando a expressão de dor para longe do seu rosto enquanto derretia um pouquinho nas mãos do brasileiro. "prometo que chuto melhor na próxima!"

"relaxa, richie," foi o que falou quando recuperou o ar nos pulmões, a ideia dele pensar que estava fazendo algo errado era inaceitável para son. "eu me distraí, estava com a mente longe." era uma desculpa meio esfarrapada, algo clichê demais para alguém acreditar ou levar a sério.

mas aparentemente richarlison acreditou e levou a sério, porque o olhou com o cenho franzido e pressionou os lábios juntos em uma linha.

"é sobre a lista de titulares, não é?" o que? "eu entendo," son era quem não estava entendo. do que raios ele estava falando? "eu passei por essa fase também, é sempre muita ansiedade, mas não se preocupe, eu sei que seu nome vai estar nela."

oh.

oh céus, a lista de titulares!

se antes ele tinha esquecido, agora richarlison havia ressuscitado a sua maior fonte de ansiedade do semestre. como pôde esquecer? era a lista mais aguardada daquela fase do tottenham, faltava dois meses para o campeonato nacional e os reservas estavam treinando como loucos para conseguir entrar na lista de quem participaria como titular já que uma parcela dos jogadores ou estava machucado ou precisava descansar ou iria se formar e sair da universidade, então novas vagas abririam para quem ainda não tinha seu lugar garantido no time.

era a chance da vida de heung-min ali— e ele tinha esquecido.

"a-ah, obrigado eu... é, eu espero isso também." a lembrança fez com que sua cabeça voltasse para o lugar e notasse que o treino era ainda mais necessário do que imaginava. balançou a cabeça com força e bateu nas próprias bochechas, precisava focar! "podemos continuar com o treino?"

aquilo aparentemente foi a coisa certa a se falar porque um sorriso gigante e brilhante explodiu no rosto de richarlison, como se o próprio sol estivesse passando para dar um oi. ele correu até onde a bola havia rolado e voltou para a sua posição, se certificou que son não estava distraído de novo antes de chutar.

daquela vez, son estava pronto e recebeu a bola com facilidade. ele passou a bola de um pé para o outro e correu com a bola no pé para uma outra posição e chutou de volta para richarlison. ele recebeu, chutou para o alto e depois para son de novo.

o ritmo foi aumentando quanto mais eles se acostumaram com a sensação da bola nos pés, movimentos mais elaborados e complicados aumentavam a dificuldade de cada passe e ele precisava exercer mais esforço para se manter a par com a velocidade de richarlison. não lembrava a última vez que havia treinado daquela forma descontraída, sem regras rígidas ou formas padrões de jogar futebol, o brasileiro era criativo com as formas que lidava com a bola, um domínio invejável que gritava que ele veio do brasil.

son gargalhou todas as vezes que ele fez uma palhaçada ou chutou a bola por entre as suas pernas e ainda assim conseguiu dominá-la. era tão divertido, se um dia reclamou dos treinamentos aquela versão sua deveria lavar a boca com sabão trinta vezes. treinos eram incríveis!

perdeu a noção do tempo enquanto se isolava na sua bolha com richarlison, a grama e a bola. o som das pessoas ao seu redor era abafado pela sua própria respiração pesada e sua visão periférica não funcionava porque cada parte da sua atenção estava na sua figura enquanto brincava com a bola na cabeça com um sorriso gigantesco.

"ótimo treino, garotos!" conte gritou do outro lado do gramado, acenando os braços para chamar a atenção das pessoas. "estão liberados, mas lembrem de continuar com o que foi passado mais cedo."

"a hora passou rápido hoje," richarlison encarou o relógio no pulso. "finalmente podemos descansar." ele sorriu e pegou a bola do chão para guardar. "nos vemos no próximo treino, sonny!" ele acenou antes que o coreano pudesse se recompor do momento.

suspirou pesado quando o viu correr na direção do pequeno grupo de brasileiros do time e pular em cima deles por trás, gritando algo em português em resposta às reclamações bem-humoradas dos amigos. son encarou o céu nublado por longos segundos antes de se recompor e seguir seu próprio caminho. provavelmente passaria todos os momentos daquele treino na sua mente algumas vezes na sua mente antes de dormir.

com sorte sonharia com uma versão daquele treino onde eles não eram colegas de time meio distantes, porém amigáveis.



bom, pelo menos esse era o plano antes da droga do banco ser explodido de novo pelo mesmo grupo de bandidos do mês passado.

a carreira de super-herói não foi planejada, tampouco algo que sonhava. son sempre foi muito confortável sendo passivo em relação aos crimes que aconteciam por londres, não era a criancinha que bancava o justiceiro da cidade e batia em bandidos, era a criança que torcia para a casa não ser destruída no meio da confusão.

mas a vida tem uma forma engraçada de agir. aparentemente, no dia que foi atacado em nottingham se contaminou com algo que tinha naquele campo abandonado e isso lhe fez ganhar poderes. era uma história ridícula, se ele tivesse que ser honesto, se sua história fosse um quadrinho se recusaria a ler, mas foi isso aconteceu.

heróis e vilões super-poderosos não eram tão raros assim, de vez em quando assistia na tv uma cena deles protegendo as cidades e a população, mas a maioria se concentrava nos estados unidos ou em determinados locais da europa, como paris. o norte de londres não era um lugar tão movimentado para atrair heróis ou monstros espaciais, nucleares e sabe céus mais o que. quando descobriu os poderes não planejava em fazer algo a respeito disso, muito menos ser um tipo de superman coreano mal feito em londres.

o problema foi que numa fatídica noite de domingo, na sua saída semanal para uns bons drinks no restaurante coreano local, ele viu alguém assaltando richarlison. o cara parecia querer fazer mais do que levar seu dinheiro ou celular por isso colocou uma máscara qualquer que achou no bolso e voou na direção dele e o nocauteou. foi uma boa ação simples, singela e se voltasse no tempo provavelmente repetiria quantas vezes fossem necessárias, ele não se arrepende disso, mas na manhã seguinte os rumores de que havia um herói protegendo o bairro explodiram na universidade.

todos propagados por um richarlison extremamente grato.

o apelidaram de "amigão da vizinhança" e tudo.

desde esse dia, estava a força combatendo o crime porque sempre que está espionando o brasileiro pelos corredores o vê com os olhos brilhantes comentando das últimas ações do tão "amigão".

ele tentava manter o equilíbrio entre as duas vidas para nenhuma mesclasse com a outra, sua maior arma para isso era uma máscara preta e uma roupa na mesma cor que comprou numa loja de fantasias barata. se ele não ficasse muito tempo exposto na frente de celulares ou câmeras não seria descoberto. a população também era grata mesmo com a sua aparição esporádica — dependente dos seus horários de treino ou jogo do time que precisava estar presente ou até quando estava jogando.

fazia o suficiente para não ser uma fraude como "amigão da vizinhança", mas não tanto para chamar a atenção de vilões extraterrestres ou algo bizarro assim e estava tudo bem. as coisas estavam correndo bem, todo mundo estava feliz, richarlison estava feliz e aquilo deveria ser o bastante.

então porque estava perseguindo um grupo de bandidos com armas ridiculamente avançadas pelas ruas do bairro?

ele deveria impedi-los de roubar o banco, prendê-los até a polícia chegar, fazer seu trabalho e voltar para sua caminha quentinha.

quem raios tinha dado a droga de arma lasers na mão daqueles lunáticos?

a perseguição durava um pouco mais de uma hora, eles estavam chegando nas áreas residenciais e aquilo era um perigo. não tinha tanto problema em lutar no centro da cidade porque a maioria das lojas tinham seguro e era fácil de reconstruir, ao contrário de casas. sem contar que o nível de causalidades que podiam acontecer ali era muito maior. murmurou um palavrão sob sua respiração e pegou impulso na lateral de um prédio antes de continuar voando atrás do furgão preto.

ele adquiriu algumas habilidades bem úteis com o acidente bizarro que teve, dentre eles a habilidade de voar e a de criar cordas de energia — não eram as piores, mas ele esperava algo melhor. controlar tudo isso ao ponto da perfeição foi complicado e levou meses de quedas e decorações da sua casa quebradas.

desviou de um poste e tentou acertar as rodas do carro para impedi-lo de ir mais rápido, mas não adiantou muito, eles continuavam acelerando e um dos bandidos colocou metade do corpo para fora da janela e disparou. com a velocidade que estava não conseguiu girar o corpo longe o bastante para evitar o tiro completamente, a bala acertou seu braço de raspão e ele grunhiu uma boa dose de xingamentos em coreano. precisava impedi-los logo.

o som das sirenes ecoou pelas ruas silenciosas e encheu o coração de son com alegria, poderia em breve se considerar livre daquela responsabilidade. com isso em mente, jogou a dor para o fundo da sua mente e se concentrou em alcançar o furgão, ele pulou no teto do carro e usou uma das cordas para arrancar a porta do motorista e acertá-lo em cheio. o bandido caiu inconsciente sobre o volante e o carro ficou desgovernado, alguns do lado dele tentaram segurar o volante, mas não foi bastante para evitar a colisão certa.

com um baque notou duas coisas naquela fração de segundos: a primeira era que o bairro que estavam entrando era o seu, a segunda era que a direção que o furgão estava tomando era diretamente para uma pessoa abaixada, recolhendo os itens da sacola de compras rasgada— ninguém menos que richarlison.

ah, mas que droga.

sem pensar duas vezes ele pulou do carro e voou na direção do jogador, mas não era rápido o suficiente para alcançá-lo. precisou recorrer às cordas de energia, num movimento praticado, mas muito efetivo, enrolou o seu torso e o puxou na sua direção com força.

com um grito, o corpo dele colidiu direto com o seu e os dois caíram no chão poucos segundos antes do furgão bater com tudo na janela do apartamento no térreo— o seu apartamento, percebeu tardiamente.

o brasileiro tinha a respiração descompassada em cima do seu corpo, seu rosto encarava a cena na sua frente como se pudesse imaginar a poça de sangue que estaria escorrendo pelo chão caso son não tivesse aparecido e o salvado— acredite, o coreano tinha a mesma imagem conjurada na sua mente e ela não era nada bonita, por isso colocou uma das mãos sobre o seu rosto para impedi-lo de continuar olhando.

"não pense nisso, você está seguro agora." murmurou baixinho no seu ouvido, torcendo para que aquela situação não causasse nenhum trauma gigantesco no pobre rapaz. richarlison colocou uma das mãos sobre a sua — não para tirá-la do seu rosto, mas para mantê-la ali — e assentiu fraco, finalmente inalando fundo depois do que pareceram horas de respirações entrecortadas.

o barulho das sirenes ficou mais alto e ele percebeu que precisava sair. não podia estar ali quando a polícia aparecesse.

soltou richarlison com muita relutância depois de garantir que não tinha mais perigo na área e voou para longe antes que ele pudesse se virar e olhá-lo de verdade.

fingiu não ouvir seu pseudônimo sendo chamado enquanto desaparecia por entre os prédios.



son estava ferrado, mas ferrado a níveis catastróficos.

depois de se certificar que richarlison estava bem e fugir da polícia, precisou correr escondido de volta para o seu apartamento, tirar a roupa e a máscara e fingir que a quantidade de hematomas que carregava no corpo tinha sido dos destroços do seu apartamento e não da luta com os bandidos umas horas antes.

felizmente a polícia não pareceu questionar sua versão dos fatos e acreditou fielmente que ele estava dentro de casa o tempo inteiro e não envolvido com toda aquela situação. deu seu depoimento e foi instruído a recolher tudo o que poderia salvar e evacuar o apartamento. aquela foi a primeira vez que se arrependeu de viver no térreo, achava ali ótimo para correr quando estava atrasado para os treinos, mas nunca considerou que seria uma localização de fácil destruição numa fuga de criminosos.

ainda exausto e com a cabeça girando de tudo o que aconteceu nas últimas horas, ele começou a recolher seus pertences. o furgão tinha batido na parede entre seu quarto e a cozinha, os canos explodiram e boa parte dos móveis molharam. felizmente os documentos e livros da universidade estavam dentro de pastas então foi fácil salvar. enfiou tudo em duas mochilas grandes e saiu do seu apartamento. todos os vizinhos e outros moradores do prédio pareciam ter se acumulado na sua porta. a maior parte olhava ele com dó, murmurando o quanto sentiam muito por aquela situação, outros reclamavam do quanto londres estava ficando insegura e outros perguntavam do seu bem-estar físico e mental.

não costumava conversar muito com os vizinhos, apesar de nunca ter sido rude também e ajudar quando pediam, por isso não entendia o porquê deles estarem tão preocupados com ele. talvez fosse curiosidade, mas ninguém estava tentando ver o estado do quarto ou lhe perguntando do incidente. tentou os acalmar como podia, sorrindo e usando seu melhor inglês para garantir que estava em segurança e os machucados não eram tão graves assim.

"-onny!" dentre a cacofonia de vozes ele pensou ter ouvido alguém familiar lhe chamando. olhou ao redor, mas só viu velhinhas reclamonas e umas mães do terceiro andar que o levavam comida de vez em quando em troca de ensinar seus filhos truques com a bola. desconsiderou a voz e tentou focar em entender tudo o que estava sendo dito ao seu redor, o inglês começava a se misturar na sua cabeça e nada mais fazia sentido, seu braço doía também e aquilo fazia tudo triplamente pior. "sonny!"

a voz veio novamente, mas dessa vez, com ela veio um toque familiar demais para ignorar. uma mão grande segurou seu cotovelo e o puxou para o lado, a ação chamou a atenção das pessoas ao seu redor, mas tudo o que conseguia focar era que era ele ali— richarlison estava na sua frente, ofegante, o cachecol uma bagunça ao redor do seu pescoço. o coreano abriu a boca para tentar falar algo, porém os braços do mais novo imediatamente se enrolaram nele e o esmagaram num abraço apertado.

"você está bem, não está?"

son só piscou, tão atordoado que sequer conseguiu retribuir o abraço — algo que seu eu do futuro o repreenderá brutalmente. era ridículo, sabia que sim, mas se sentiu tão seguro naqueles poucos segundos de mais absoluto conforto que seu corpo relaxou por inteiro e a maior parte do seu peso caiu sobre o brasileiro. ele não reclamou, apenas ajustou o peso sobre a sua perna e o segurou com mais firmeza; se tinha uma coisa que amava no rapaz era a sua capacidade de não falar coisas que sabia não ser necessárias em momentos errados.

uma capacidade que faltava nos seus vizinhos, pelo visto.

"quem é esse garoto?"

"son, meu anjo, você conhece?"

"acho que nunca vi ele por aqui, é bem alto."

"ei, você é jogador também?"

"joga com o sonny?"

com aquele tanto de perguntas e cutucões, richarlison o soltou com cuidado para olhar as pessoas por um segundo. a expressão dele era difícil de ler, apesar de não parecer incomodado demais com as perguntas, tinha algo que não conseguia identificar por trás. son suspirou com a quebra do momento e se virou para os vizinhos com o sorriso mais gentil que conseguia manter, não era falso por mais que dissesse para si mesmo que preferia estar sozinho, apreciava a cada um ali. desde que havia se mudado eles faziam o possível para que ele se sentisse em casa. eram boas pessoas— só curiosas demais.

"sim, ele- ele é um amigo do time da universidade." espiou a expressão do brasileiro algumas vezes enquanto falava, não sabia o que estava esperando, mas ficou um pouco decepcionado por não receber seja lá o que for. quando o mais novo assentiu em concordância, seus vizinhos soltaram um som de compreensão.

estariam prontos para uma segunda rodada de perguntas se a voz dos policiais os chamando para prestar depoimento não os forçasse a sair da frente da sua porta. aguardou todos saírem enquanto fingia não notar os dedos de richarlison apertando a parte de trás da sua blusa, como se ele fosse desaparecer se soltasse. assim que ficaram sozinhos se virou para ele, olhar fixado no seu estado para ter certeza que não se machucou depois que o deixou sozinho na rua uns minutos atrás.

"o que," pausou, limpou a garganta, e ajustou o olhar curioso para longe do corpo dele. precisava ser discreto. "o que está fazendo aqui a essa hora? achei que morasse do outro lado da cidade." tentou fazer seu tom soar leve e brincalhão, mas pelo jeito que a expressão do brasileiro só ficou mais amarga não pareceu surtir efeito.

"visitei um amigo," foi tudo o que respondeu antes de segurá-lo pelos braços e o girar na sua frente. o olhar pesado era demais para son, ele iria surtar se continuasse assim por mais tempo. "mas você não me respondeu, está tudo bem? machucou?"

sentiu-se idiota de repente quando a sua situação lhe acertou em cheio. era óbvio que ele estaria preocupado, estava num cenário de acidente onde quase foi uma das vítimas principais e son teve a casa parcialmente destruída por um furgão criminoso enquanto 'dormia'. o estranho da situação não era richarlison — era son.

"ah! estou! quer dizer, a batida não me machucou muito!" riu, desengonçado, uma parte dele morrendo por dentro com aquele show patético de si mesmo. "na verdade, estou mais preocupado com os custos da reforma do que com isso." apontou para os braços ainda avermelhados da pelas pancadas.

"você já sabe o que vai fazer?" son suspirou com a pergunta, realmente não fazia ideia de como lidaria com isso. um olhar de relance para o seu apartamento mostrava o quão destruído estava pela batida e a polícia não o deixaria voltar até toda investigação e reforma serem concluídas, o que era um problema já que poderia levar umas semanas ou meses.

"acho que por hoje eu vou tentar arranjar um hostel baratinho pra passar a noite," passou as mãos pelos cabelos e os bagunçou. que situação merda. gastar mais dinheiro era impossível, sua conta atual não permitia, o que ele ganhava de bolsa e de time não era o suficiente para semanas em um hotel decente. se essa situação tivesse acontecido em nottingham talvez ele pudesse passar os dias na casa de amigos do time, mas ali em tottenham era um novato do time reserva. não tinha ninguém. "talvez eu fale com conte ou com a universidade também... não sei."

richarlison não lhe respondeu, por longos segundos apenas o silêncio caiu sobre eles na frente da porta do seu apartamento. heung-min sentia seu peito se contorcer e suas bochechas pareciam perpetuamente rosadas só de estar perto do brasileiro, o que era, novamente, patético, ele deveria ser melhor que isso àquela altura.

aquele crush seria sua ruína se alguém sequer imaginasse o que ele sentia. seu conforto diário era o fato do mais novo parecer alheio a tudo que não fosse futebol, dada a popularidade dele, muita gente acabava se declarando quase todos os dias, mas nenhum tinha sido bem sucedido — isso tanto enchia son de alegria quanto de pavor, porque se um dia se declarasse (o que não iria fazer) e fosse rejeitado provavelmente não conseguiria pôr os pés em tottenham de novo.

"bom," heung-min limpou a garganta, um sorriso incerto nos lábios enquanto pensava na forma mais educada de se despedir sem parecer que estava o expulsando. "eu acho que é melhor eu-"

"quer ficar comigo?"

a frase foi tão sem contexto e súbita que son engasgou com o ar. richarlison o encarou com olhos arregalados, mas sem muita expressão além disso, não parecia ter errado na tradução se os seus pequenos murmúrios e acenos discretos para si mesmo fossem algum indício, então aquilo só restava a opção do inglês de son ser péssimo e ele ter ido por uma direção totalmente errada.

"p-perdão?"

"no meu apartamento, você quer ficar lá comigo?" repetiu mais devagar, apertando os lábios por um segundo com uma expressão concentrada, traduzindo as próximas palavras na sua mente antes de continuar. "é melhor do que pagar."

ah! então era aquilo.

son sorriu sozinho, um misto de alívio e decepção o pintando por dentro, fazia mais sentido do que a primeira opção, mas agora ele tinha um outro problema: aguentaria passar uma noite no apartamento de richarlison?

parecia arriscado demais, não só em relação aos poderes— aquela era a última das suas preocupações — mas e se richarlison descobrisse o que sentia? ele podia não prestar atenção em nada que não fosse futebol, mas não era estúpido. mordeu os lábios em puro nervosismo, sua mente se dividia em dois lados, enquanto um pulava com a ideia de aceitar a proposta o outro gritava com o quanto aquilo só acabaria em tragédia.

aparentemente, sua hesitação foi mal compreendida pelo brasileiro, que imediatamente voltou a falar.

"não se preocupe, o emerson saiu. ele está morando em outro lugar agora." ele parecia esperançoso que son aceitasse. "eu me preocuparia menos se você passasse a noite lá."

oh.

oh, céus, como son heung-min era fraco.

"obrigado, richie, eu vou aceitar."


。°。°。°。°。°


o apartamento do brasileiro era a vinte minutos da universidade.

son não sabia o que esperar do lugar, richarlison não parecia alguém que investiria muito em decoração além do que fosse necessário e funcional. a personalidade que via nos campos e no dia-a-dia gritava praticidade e facilidade, por isso se surpreendeu um pouco ao ver uma parede praticamente verde e amarela na sala da sua casa.

tinha uma grande bandeira do brasil pendurada, cobrindo a tinta branca sem graça do fundo, uma mesinha com um pandeiro, também temático do país, os prêmios e medalhas que ganhou jogando no tottenham e no everton, o seu antigo clube, expostas para todos que entrassem vissem o quão bom ele era. viu também fotos penduradas de momentos especiais nos jogos, dos seus gols ou do time reunido. percebeu algumas lacunas ali e assumiu que eram as coisas de emerson que haviam sido retiradas na mudança.

mas fora aquele pequeno lugar, que explodia em cores, o resto da casa era simples, pouco esforço investido em decoração ou móveis expressivos— de certa maneira, nada gritava mais richarlison que aquilo.

"esse é o quarto extra que eu te falei," o brasileiro abriu uma das portas perto da cozinha e fez um gesto para que o acompanhasse. son retirou a força os olhos das imagens do 'altarzinho brasileiro' para se apressar e segui-lo. "emerson saiu faz umas semanas então tava fechado. pode usar a vontade."

o cômodo era pequeno, mas confortável. a cama de solteiro era perto da janela, o guarda-roupas estava na parede oposta e ao lado um espelho grande. não era muito, de fato, mas com certeza era melhor do que passar a noite num hostel vagabundo ou na rua (seu plano b). retirou o casaco pesado que usou no caminho, colocou as mochilas em cima da cama e se deitou nela quase de imediato, apreciando o conforto do colchão com os olhos fechados e o coração batendo ainda errado no peito. não duvidaria que poderia pegar no sono ali mesmo, mas o olhar fixo de richarlison não o deixava em paz então abriu os olhos e se sentou.

"obrigado de verdade, richarlison, eu não sei o que faria se você não tivesse me ajudado."

"não tem o que agradecer, ," ele passou a mão na nuca, parecendo tímido com o agradecimento formal. "somos amigos de time, você provavelmente faria o mesmo por mim." nisso ele tinha razão, mas não sabia se suas motivações seriam tão puras quanto as do mais novo. "ah, se precisar do banheiro ele é no... pera, o que é isso?"

confuso, son seguiu com os olhos para onde ele estava apontando e deu de cara com sangue manchando a manga da sua blusa. tinha esquecido completamente do tiro que levou mais cedo com tantas coisas acontecendo de uma vez. xingou o azar da sua vida pela centésima vez e buscou no seu cérebro alguma coisa que explicasse da maneira mais plausível possível a droga de um tiro de arma laser.

"f-fica aqui, eu vou- eu vou pegar alguma coisa pra ajudar com isso!" richarlison parecia assustado com a quantidade de sangue na sua frente e heung-min deveria estar seguindo seu exemplo, poderia ter uma infecção e morrer ali, na casa do seu crush, mas seu corpo estava tão pesado e cansado que não conseguiu achar energia o suficiente para se desesperar, só encostou a cabeça na parede e fechou os olhos. poderia ter caído no sono, mas os passos apressados do brasileiro contra o chão de madeira o acordaram. "é melhor você vir pro banheiro." foi o que concluiu ao voltar do meio do caminho.

antes que pudesse se levantar para caminhar sozinho, richarlison o levantou com cuidado e o segurou em um lado para lhe dar mais sustentação e apoio. son poderia ter dito que não tinha problema nenhum nas suas pernas, mas se manteve calado, deixou-o fazer como bem entendesse com o seu corpo até entrarem no banheirinho do apartamento. assim como o resto do lugar, era pequeno e simples, tudo branco com exceção de uma planta meio mortinha na prateleira.

"eu devo ter algo pra ajudar com isso, mas talvez seja melhor ir pro hospital." o brasileiro mordeu os lábios enquanto olhava uma última vez para a manga ensanguentada da blusa de son. ele remexeu o armário debaixo da pia e de lá tirou uma caixinha branca. "senta aí, cara, não sou nenhum médico, mas..."

"não precisava se preocupar, mas obrigado." heung-min riu e balançou a cabeça, mas fez o que foi pedido.

o rapaz gesticulou para que ele tirasse a blusa para poder limpar a ferida antes de pôr um curativo. hesitou por um longo segundo, tímido. não seria a primeira vez que richarlison o veria sem camisa, claro, aquilo era comum nos vestiários de tottenham, mas seria a primeira vez que ele teria a atenção dele toda em si o que era, em poucas palavras, vergonhoso. imaginou que conseguiria pensar em alguma desculpa para evitar a situação ou levantar a manga da sua blusa até onde a ferida estava, mas ele o apressou e, na sua incapacidade de pensar, cedeu.

se sentiu tão derrotado por sua fraqueza diante do brasileiro que não parou para considerar um pequeno porém naquilo tudo: os hematomas. com a rotina noturna de proteger londres quando não estava jogando adquiriu uma quantidade preocupante de machucados pelo corpo. ele não era nenhum artista marcial e contava com seus poderes para fazer algo de útil no combate ao crime, o que resultava em uns bons socos e chutes levados quando tinha um criminoso particularmente talentoso.

conseguia ver a confusão dançando nos olhos de richarlison enquanto eles passavam por cada marca do seu torso, as perguntas morreram na sua boca, talvez percebendo que seria invasivo demais questioná-lo sobre isso quando não eram tão próximos assim. son, por outro lado, estava tão tenso que sentia todos os músculos do corpo travados sob sua pele. ah, ele queria vomitar.

debaixo de um silêncio extremamente desconfortável, richarlison encharcou um pedaço de algodão em remédio e começou a limpar primeiro as bordas do corte. era uma ferida feia e grosseira, o tiro passou de raspão, mas conseguiu deixar suas marcas para trás, o sangue ainda escorria pelo seu braço e, agora que não tinha a blusa na frente para atrapalhar o fluxo, pingava na cerâmica branca do banheiro do brasileiro.

"ouch!" reclamou quando sentiu o braço queimar com o remédio, tentou não mexer muito o braço para evitar atrapalhar, mas era quase impossível. ofendeu até a quinta geração dos assaltantes que fizeram isso, era uma das piores sensações do mundo.

"eu sinto muito, sonny, mas vai passar logo, só aguenta mais um pouco." as palavras do brasileiro ecoaram pelo banheiro, tão suaves e cuidadosas que algo dentro dele derreteu. céus, aquilo não faria bem pra ele.

demorou mais alguns minutos para terminar de limpar o corte e enfaixar seu braço. não precisaria de pontos e se cuidasse bem não teria muitos problemas nos próximos dias. colocou na sua lista mental de afazeres comprar alguns remédios pra dor, não podia perder treinos por causa daquilo se quisesse entrar na lista dos titulares do clube.

"pronto, se você for tomar banho cuidado pra não molhar as bandagens." richarlison o instruiu assim que fechou a caixa de primeiros socorros. ele ainda estava ajoelhado na sua frente, sorrindo da maneira mais doce que son já tinha visto. "pode comer e beber a vontade também e descanse bem, sonny." esticou o braço até seus dedos tocarem seu cabelo e o bagunçar com uma risada gostosa de satisfação. "nos vemos amanhã." richarlison acenou para ele, saiu do banheiro e fechou a porta.

heung-min soltou um suspiro forte e levou as mãos ao rosto totalmente vermelho em pura incredulidade— richie acabaria com ele.

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