「 🍁 」
Fiquei deitado em minha cama rindo igual um idiota, não me arrependia nem um pouco de ter feito aquilo, Hannah também não pensaria duas vezes antes de foder com a minha vida.
Ouvia a briga descontrolada de meu pai e Sunhee pelo fato de ela ter mentido para ele. Esperava que agora ele abrisse os olhos, mas estava longe disso acontecer, era só ela inventar uma desculpinha que logo ele perdoava.
Lembrei-me que tinha que deixar o celular de meu pai no mesmo lugar que peguei, levantei da cama e desci até a sala.
— Você disse que cuidaria dele, Sunhee. — podia ouvir meu pai dizer enquanto eles discutiam na cozinha.
Fui em direção à mesinha, deixando o celular em cima da mesma.
— Mas meu amor, minha mãe estava doente, lembra? Eu tinha que cuidar dela. — ok, eu também mentia, mas Sunhee ganhava de mim. Revirei os olhos e voltei para o meu lindo quarto, meu lugar abençoado.
Tomei um banho hiper-mega demorado, se a água do mundo acabasse a culpa poderia até ser minha, mas eu precisava relaxar, eu me sentia totalmente tenso.
Saí do banho e coloquei meu pijama favorito, ele era um short claro e curto simples, mas confortável e uma blusa folgada na mesma cor, que ficava um pouco acima do umbigo.
Eu havia perdido totalmente o sono, então resolvi estudar, óbvio que eu não conseguia prestar atenção na matéria, mas o que vale é a intenção. Estava tentando entender História quando alguém bateu na porta, me tirando o foco no assunto.
— Entra. — falei e assim a pessoa fez.
— Tudo bem? Acordei e você não estava em casa. — era meu pai.
— Fui dar uma caminhada. — disse simples.
— Ok, mas na próxima vez avisa.
— Não queria te acordar. — dei de ombros, em momento algum tirei os olhos de meu caderno.
— Você deve ter ouvido a discussão... — ele disse.
— Sim, eu ouvi.
— Mas agora está tudo bem, ela vai te pedir desculpas, Sunhee não pôde ficar com você porque-
— A mãe dela estava doente. — o interrompi. — Aham, claro que sim.
— E aí ela mentiu para eu não ficar preocupado. Foi apenas um mal entendido.
— Ok, pai. — concluí que ele nunca iria abrir os olhos.
— Vou deixar você estudar, mas não fique até muito tarde se não amanhã você vai estar cansado para a escola. — ele disse e me deu um beijo. — Boa noite, te amo. — me mantive quieto até ele sair.
「 🍁 」
eram uma e meia da madrugada e meus olhos ainda estavam fixos em meu caderno, mas minha mente voava longe, até que ouvi o barulho de alguém batendo em minha janela. Mesmo assustado fui até ela devagar, já sabendo quem poderia ser.
Abri a cortina e Jungkook estava lá, em minha sacada pedindo para eu abrir. Fiz uma cara horrível de descontentamento, mas abri.
— Ligou para o pai dela, Jimin?! Tsc, que feio. — contive um riso enquanto ele entrava. — Se ela descobrir que foi você... — nossa, Hannah com certeza me metia muito medo.
— Não sei do que você está falando. — me fiz de bobo e sentei em minha cama.
— Não sabe? — ele me olhou de cima a baixo e mordeu os lábios. — Tem certeza? Ou acha que eu sou idiota?
— Quer mesmo que eu te responda?
— Esse seu ciúmes pode acabar matando você. — ele disse.
— Ciúmes? — eu ri. — De você? Se liga, Jeon.
— Quem mais poderia ter falado para o pai dela? A propósito, o coroa mandou dois homens enormes entrarem na casa, não pude nem me satisfazer direito. — Jungkook se fez de abalado. — Hannah está muito ferrada, eles viram a gente no ato. Você sabe, eu sempre saio intacto, o único problema foi que eu tive que sair nu. — fui obrigado a rir. — Mas enquanto aos homens, bom, eu sou um Canadian.
— Você os matou? — perguntei.
— Não, mas digamos que eles levaram alguns golpes dolorosos, e ainda tinha Hannah gritando toda insuportável. Que caralho você também, não pude nem me satisfazer. Mas bem que você poderia terminar o trabalho.
— Você acha mesmo que é simples assim?
— Acho. — ele disse sentando na cadeira giratória que havia em minha escrivaninha, dando um giro de 360 graus.
— Mas não é, Jeon. Você não vai simplesmente sair da casa daquela vagabunda e só porque não conseguiu chegar ao ápice, até porque alguém denunciou vocês... — eu ri debochado. — Não quer dizer que você possa vir aqui achando que vai estalar os dedos e eu vou correndo te dar prazer.
— Se você não tivesse contado para o papai dela, eu não estaria aqui.
— E se eu disser que eu não contei, você vai embora? — perguntei.
— Não. — ele disse me encarando.
— Então Jeon, mesmo que a transa de vocês tivesse ido até o final, você ainda teria vindo aqui. — impliquei sorrindo de canto.
— E por que eu estaria?
— Simples; porque seu corpo clama meu nome. — falei e Jungkook deu uma gargalhada que poderia ter acordado meu pai e me fodido mais do que Hannah.
— Você é um iludido. — ele disse.
— Não, apenas realista. — ficamos quietos por algum tempo apenas nos encarando, até que Jungkook levantou e veio até mim, sentando ao meu lado na cama.
— Você sabia... — ele sussurrava em meu ouvido, seu hálito quente indo ao encontro com a minha pele. — Que mesmo eu não tendo chegado ao ápice, Hannah foi melhor que você. — ele disse aquilo só para me atingir, mas eu entendi a brincadeira.
— Não mente, Jeon.
— Mas é verdade. A garota é boa, quase uma profissional.
— Não tão boa quanto eu. — falei sentando em seu colo, dando leves reboladas. Eu o provocaria até o fim, mas não transaríamos, eu não seria idiota. Não dessa vez.
— Será? — ele perguntou. — Me mostre. — Jungkook desafiou.
— Já te mostrei. — falei e fui saindo de seu colo, deixando Jeon sem entender nada.
— Como assim?
— Você já está completamente duro, e olha que eu nem fiz muita coisa. — dei uma piscadinha para ele. — Agora vá embora, já está tarde e eu quero dormir.
— Vai brincando, Jimin. — ele disse com aquela sua voz rouca.
— Sem brincadeiras aqui. — eu disse o empurrando de volta para a sacada.
— Eu poderia aparecer para o seu pai, aí você e Hannah estariam kits. O que você acha? — ele era um puto chantagista, mas eu não deixaria ele sair por cima da história, como sempre. — Até onde eu sei, ele está em casa, não? — disse mudando sua direção e indo até a porta.
— Aparece Jeon, aparece pra ele. — cruzei os braços, achando que ele não abriria a porta, mas ele abriu. — Jungkook, você não vai fazer isso. — o repreendi.
— A porta do quarto dele é aquela né? — ele disse apontando e indo em direção a mesma.
— Volta aqui! — tentava falar o mais baixo possível.
— Só se você me aliviar. — ele parou no meio do corredor.
— Não, eu não vou ser idiota, Jeon. — eu estava quase chorando de raiva.
— Vai chorar, Ji? Não chora não. — ele ironizou. — Só depois que eu me apresentar para seu pai, eu quero conhecê-lo, ele dever ser um homem bom. Ele gosta de gangsters? — saí correndo e o puxei novamente para dentro do meu quarto, trancando a porta em seguida.
— Não faça isso, Jeon, por favor. — pedi, mas ele não deu a mínima, me empurrou e abriu a porta novamente.
— NÃO FAÇA ISSO O QUE? — ele gritou no corredor. Merda, porra, droga. Eu estava muito ferrado. Ouvi o barulho de porta se abrindo, era meu pai saindo de seu quarto. Fechei os olhos nem querendo ver no que isso ia dar e quando abri, Jungkook havia entrado novamente para o meu quarto e fechado a porta, mas meu pai bateu na mesma. Olhei rapidamente para Jungkook e ele estava rindo malicioso. — Quer saber? Acho que só Hannah vai se ferrar mesmo. — ele piscou para mim. — Eu ainda quero você vivo, bem vivo. — foi para a sacada, deu um jeito de pular e sumiu. Senti aquele alívio infinito.
Abri a porta para meu pai. — Tudo bem? Ouvi vozes no corredor.
— Desculpa ter te acordado, foi sem querer eu juro, me empolguei com a música.
— A voz era mais grossa que a sua. — ele disse desconfiado.
— O cantor tem uma voz bem grossa, então imitei o grave dele. — ri e acho que meu pai havia engolido essa.
— Ok, sem mais cantarias, vá dormir. Boa noite. — ele disse saindo e, enfim, eu pude respirar direito.
「 🍁 」
espero que tenham gostado. ♥️