MAGNATA โ” richarlison (EM PAU...

By ellimaac

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โEu vou largar minha casa e vou morar no Cabarรฉ.โž ๐‰๐”๐‹๐ˆ๐€ ๐๐€๐‚๐‡๐ˆ รฉ a filha do tรฉcnico Tite e estรก pass... More

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By ellimaac

𝚁𝙸𝙲𝙷𝙰𝚁𝙻𝙸𝚂𝙾𝙽
𝟸𝟾/𝟷𝟷/𝟸𝟶𝟸𝟸
𝙳𝙾𝙷𝙰/𝚀𝙰𝚃𝙰𝚁

EU FIZ UMA PROMESSA AO TITE. Eu disse que me afastaria da Julia para dar espaço a ela para que assim consiga organizar seus sentimentos. Eu disse que faria o que fosse melhor pra Julia. Eu disse e prometi.

Mas... porra, Julia veio até aqui.

Ela veio até meu quarto. Ela pediu pra eu ficar com ela. Foi verdadeiro. O sentimento fluiu, era recíproco. E eu queria. Eu quero ficar com ela. Quero mesmo, como nunca quis nada na vida. Foda-se todo o resto. Quero ela pra mim. Pra cuidar e amar. Porra, eu fico até boiola pensando essas coisas.

Mas não foi isso que fiz. Não... eu fiz algo totalmente diferente. Eu a dispensei. Pedi para que fosse embora.

Pensei na porra da promessa e a dispensei como se ela fosse um objeto descartável.

Julia vai pensar que eu sou um merda. Vai pensar que eu só queria transar. A abandonei quando todos comentam sobre a gente, achando que estamos tendo alguma coisa.

Eu sou um idiota. Um burro.

Estou sentado na minha cama com a cabeça baixa. Acho que faz uns cinco minutos que a Julia saiu daqui, talvez um pouco menos, não sei. Só sei que estou muito arrependido. Num nível tão grande de arrependimento que eu tenho vontade de bater minha cabeça na parede várias vezes por ter sido tão burro.

Como eu pude cometer um erro desses?

Me levanto da cama, cansado de estar aqui e pensar no que aconteceu, abro a porta do quarto, saio e dou de cara com Neymar, esbarrando em seu ombro e o fazendo xingar:

— Puta que pariu! Quer me quebrar, 'cê fala.

— Pô, desculpa aí — digo, dando um passo pra trás. — Não te vi, cara.

— Percebi, né? — Neymar cruza os braços e me olha com mais atenção. — 'Tá com pressa por que? Não vai perder o ônibus, não.

— Eu... — coço a cabeça sem saber como responder. — Eu fiz merda e 'tô tentando consertar as coisas.

— Uma merda? Tipo o que, cara?

— Ah, mano. Muito complicado dizer.

— Ih, as ideias. Abre logo o bico e desembucha.

— É... — hesito, pressionando os lábios e desviando o olhar. Estou com vergonha de mim mesmo, decepcionado e arrependido, vai ser difícil expressar tudo que sinto ao contar o que aconteceu, mas vou tentar. — 'Tô com problemas com a Julia.

— Mas já? — a voz dele dá uma leve afinada pela surpresa. — Puta merda, que caralho 'cê fez de errado?

— Oxi — franzo a testa e cruzo os braços também. — Por que você acha que eu sou o errado da história?

— Porque você é homem, mano. As mulheres são mais espertas e sempre estão na razão.

— Aí você me quebrou.

— Porra, foi tão grave assim? — Neymar arregala os olhos, pensando e suspeitando de algo. — Não me fala que você traiu aquela mina linda do cacete?

— Que merda de trair. Não 'tô doido.

— Você fez algo pior que isso?

— Bom...

— Porra, Richarlison! — ele dá um tapa na minha nuca. — Pensei que você fosse inteligente.

— O Richarlison inteligente? — diz Antony brotando do nada na conversa, nem sei de onde esse maluco saiu. — Puff, conta outra.

— De onde 'cê saiu? — pergunto olhando pra ele com dúvida.

— Eu ouvi metade da conversa — diz outra pessoa, olho pra trás só pra ver o Paquetá se junto ao clube das luluzinhas —, e você é demente se traiu a filhota do chefe. Ele vai te matar, tu sabe disso, né?

— Não tem nada errado em trair — avisa Antony fazendo todos o encararem com grandes interrogações pairando pelas cabeças. — Essa frase saiu muito mais errada do que eu pensei. Mas o que eu quero dizer é que... Ah, foda-se.

— Você não é o cara ideal pra falar de fidelidade, né? — Neymar diz só para me deixar ainda mais confuso.

— Como se você fosse — retruca Antony.

— Eu sou fiel quando estou namorando.

— Quando está namorando as Brunas — lembra Paquetá, balançando um dedo. — Vale frisar.

— Claro que não, mano! — Neymar nega, querendo bancar o certo, mas a gente conhece a peça.

— Vixi maria — bufo olhando pros três. — Eu 'tô bem fodido se depender dos conselhos de vocês.

— 'Cê 'tá bem fodido por ter traído, seu zé — o doido do Paquetá bate na minha nuca também, me obrigando a dar um pulinho pro lado pra me afastar.

— Eu não traí ninguém, porra! — bufo com raiva, o tapa doeu mais do que devia. — Eu só não posso ficar com ela.

— Não pode ou não quer?

— Claro que eu quero, mano — olho pro Antony. — Mas o Tite não quer que a gente fique junto.

— Vixi! — eles reagem ao mesmo tempo fazendo uma careta, mas é Paquetá que continua falando. — É melhor você meter o pé, parça.

— O pai da mina não te aceita, corre que é problema.

— 'Cês 'tão em Nárnia, caralho — bufa Neymar, olhando para os dois imbecis que acabam de me aconselhar. Um conselho de merda, tenho que dizer. — Parece que não sabem que o Tite gosta do Pombo. Se não gostasse, ele nem 'taria aqui com a gente no Qatar pra Copa do Mundo — Neymar dá ênfase a essa última parte.

— Gosta tanto que não quer o cara com a filhinha dele? — pergunta Antony com uma careta de confusão. — Até parece.

— Se o pai da Duda não me aceitasse, eu meteria o pé na hora. Voltava pro Brasil, pra Londres, pro caralho que for, só não ficava no mesmo lugar que ela.

— Cala boca vocês dois! — bufa Neymar, agarrando meu pescoço e me arrastando pra longe deles. — Não escute os tolos, escute o mestre, eu.

— Eu sou o único casado aqui.

— Vai embora, Paquetá! — bufa Neymar e Antony é obrigado a puxar o outro junto com ele para longe de nós. — Olha aqui. O Tite não quer vocês juntos por causa do ex dela, né?

— Como 'cê sabe?

— Jão, eu to antenado, porra. Sei de tudo — dou um sorriso do que diz. — E eu conheço aquele playboyzinho também, o pai dele é um empresário trilionário. Imagino que o Tite não queira que sua filha namore de novo e... aqueles papo de pai.

— Na verdade, é muito pior do que parece — Neymar se surpreende e me olha com dúvida. — O doido do ex dela é louco. A gente se meteu numa confusão lá na Itália, e ele machucou a Julia.

— Puta que pariu, 'cê 'tá falando sério?

— 'Tô. Eu que ajudei ela. Até levou ponto. O professor só não quer que a filha se machuque de novo.

— Mano, me escuta bem — Neymar me puxa para mais próximo. — Sua mina precisa de você, entendeu? O Tite pode até falar que não, mas ela precisa de tu. Ela precisa de conforto. Você já apareceu na vida dela, agora vai ter que ficar até o fim. Se não ficar, ela vai ficar pior. Me entendeu?

— 'Tá me falando que me afastando só vai piorar as coisas?

— Porra, pensa um pouco, Richarlison — ele pede com calma nenhuma, como sempre. Esses caras se estressam muito rápido. — Ela já 'tá se sentindo mal pelo ex dela. Ai ela começa a se envolver com você e se decepciona de novo, em menos de duas semanas? Não dá, né? 'Cê tem que ficar com...

Neymar para de falar assim que ouvimos um barulho.

Olhamos pra cima automaticamente, sem entender.

— 'Tão soltando fogos no prédio? — pergunto com uma careta, tentando decifrar aquele som.

— Isso foi um tiro, mano.

— Um tiro? — me desespero, mas logo me acalmo. Não é possível ser um tiro. — Não, parça. Eles não deixam entrar com arma no Hotel.

— Eles revistaram sua mala?

— Não.

— Então.

— Que barulho foi esse? — pergunta Raphinha colocando a cabeça pra fora do quarto.

— Não sabemos — responde Neymar. — Mas pareceu um tiro.

— Ô mano, isso foi um tiro? — pergunta Rodrygo vindo em nossa direção no corredor. — Foi muito alto e parecia ter vindo aqui de dentro.

— Gente, parem de noia — digo, tentando manter a calma. — Claro que não foi um ti...

Minha fala morre na garganta quando escuto mais um.

Os caras levam um susto e se encolhem brevemente.

— Caralho, 'tão atacando o Hotel!

— Calma, calma — pede Neymar, levantando as mãos. — Acho melhor a gente ir atrás de um segurança.

— Um que esteja armado de preferência — avisa Rodrygo, meio desesperado.

— Isso.

— Bora, então — Raphinha sai de seu quarto. — Bora. Bora.

Começamos a caminhar, os caras indo na frente, mas Neymar me para no meio do corredor.

— Você não.

— Como não? 'Tá maluco? — pergunto em choque. — Vou ajudar, porra.

— Não. — Ele nega e me empurra pra trás. — 'Tô sentindo merda. Então... Você vai atrás da sua mina. Anda!

Nem questiono, apenas obedeço.

Dou as costas para eles e sigo caminho contrário. Se o Hotel está mesmo sendo atacado, quero poder manter Julia segura. Entro no elevador, aperto o número 3 e subo.

O elevador tinha acabado de abrir as portas quando escuto outro barulho, um mais alto, mais próximo. Outro tiro. Foi aqui. Aqui nesse andar.

Pessoas estão gritando, saindo de seus quartos enquanto passo pelo corredor, estou correndo até o quarto da Julia.

— No, no, no! — bufa uma mulher, puxando meu braço e apontando para uma porta, para a porta do quarto de Julia. — It's there. It's there.

Não entendo direito o que fala, mas entendo para onde indica. Puta merda. Foi lá, é isso que ela está dizendo. Lá naquele quarto.

Não. Isso não pode ser real.

Me desvencilho de seu toque com rapidez e me coloco na frente da porta do quarto Julia sem perder tempo em abri-la.

— Ô merda.

Dou de cara com duas pessoas no chão.

Uma está deitada e a outra por cima.

A que está por cima vira a cabeça em minha direção e é, nesse maldito momento do caralho, que eu o reconheço. Leonardo, o desgraçado.

— Porra — é o que consigo dizer em ver Julia deitada abaixo dele, mas não tenho tempo de analisá-la. Não. Não mais. Porque o pior acontece.

Leonardo vira o braço, a mão segurando um revólver e numa velocidade absurda, que eu mal posso acompanhar, ele atira.

No susto, me encolho na parede, usando os braços para me proteger.

Puta que pariu. O desgraçado atirou em mim? Ô porra. Pelo menos não me acertou. Consegui desviar a tempo. Não sinto dor. Só sinto ódio.

Leonardo aproveita o tempo em que ainda estou me protegendo e estou num estado de choque para se levantar e correr para longe. Ele passa por mim e corre o mais rápido que consegue pelo corredor em direção a escada de emergência. Olho para ele e dou um passo para frente, mas logo me encosto no batente da porta e me arrependo. Não posso ir atrás dele e abandonar a Julia.

Viro a cabeça na direção do corpo de Julia e meu coração se parte.

Sua blusa está cheia de sangue e suas mãos estão pressionando a ferida, mas há uma poça de sangue crescendo em volta dela e isso me apavora. 

— Meu Deus. Julia — me ajoelho ao seu lado e toco em seu rosto, limpando o sangue que escorre de seu nariz. — Porra...

Ela olha pra mim, os olhos azuis cheios de lágrimas.

— Ele na-não conseguiu... — ela diz, forçando um sorriso. — Ele não conseguiu.

Não entendo nada. Estou começando a entrar em desespero. Um puta medo do caralho percorrendo minhas veias. Meu coração está acelerado e minhas mãos frias quando toco na pele quente dela. Ela está sangrando muito, levou um tiro e talvez... puta merda. Puta merda.

Julia fecha os olhos e rapidamente dou uns tapinhas no seu rosto para que acorde.

— Ei, fica acordada — peço, sendo forte e tentando não pensar no pior. — Preciso que você fique acordada, 'tá bom?

Ela pisca diversas vezes e solta um arquejo que interpreto como sim.

— Vou te tirar daqui.

Coloco seu braço em meu ombro e a puxo até que fique sentada, passo minha mão por suas costas para ter apoio e sinto o sangue molhando minha palma.

Estranho o sangue, mas olho pra suas costas só para saber o que está acontecendo. Tem um buraco em sua blusa.

— Ai que porra.

O tiro atravessou, é por isso que está perdendo tanto sangue.

Merda. Merda. Merda.

Calma, respiro fundo, calma. Eu preciso ter calma agora. O desespero não vai salvar a Julia.

Deito ela de volta no chão e me coloco de pé só para pegar o lençol da cama e enrolar em volta da cintura de Julia para ver se ajuda a conter o sangramento. Dou um nó e rezo, rezo muito para que funcione.

— Acho que dá. Ei — olho para Julia no momento que ela estava fechando os olhos de novo. Ela está mais branca que o normal. — Você tem que ficar acordada. Ouviu?

— Eu vou morrer — ela diz com a voz fraca só para me causar um aperto no peito.

Ela não perguntou, ela afirmou. Já está aceitando o pior.

— Não, não vai — nego com a cabeça, arrumando seu corpo e me colocando em pé. — Você vai sobreviver, 'tá? Ainda vai se casar comigo e vamos ter uma família linda.

Ela ri do que eu digo e sorrio por conseguir fazê-la sorrir mesmo num momento como esse.

— 'Tô aqui agora — completo minha fala, saindo do quarto e sentindo meu coração cada vez mais rápido em meu peito —, 'tô aqui com você.

Julia encosta a cabeça no meu peito e a ajeito no meu colo. Porra, meu braço dói. O medo está começando a foder minha cabeça.

Quando chego no térreo, há um monte de pessoas espalhadas. Parece que o prédio todo foi evacuado por causa dos tiros. Os tiros que não atingiram ninguém além de Julia. Ela que precisa de socorro. Ela que precisa de ajuda.

Passo por eles e uma pessoa me identifica, não perdendo tempo em vir até mim.

— Mano, eu sabia que tinha coisa errada. — Neymar olha pra mulher em meu colo, seu olhar completamente assustado. — Como isso aconteceu?

— Não sei — balanço a cabeça, confuso demais para conseguir raciocinar direito. — Não sei.

— Ela 'tá viva?

— 'Tá — olho para o rosto de Julia e a vejo com os olhos fechados. — Julia?

Ela não reage.

— Julia!? Porra! — chacoalho o corpo dela, mas ela continua apagada. — Eu preciso de uma ambulância. Chame uma ambulância, porra!

— Eles já vieram — informa Neymar, me guiando pela multidão. — Corpo de bombeiros. Policiais. Ambulância. Tudo quanto é socorro. Vieram assim que avisaram dos tiros. Aqui.

Um enfermeiro se aproxima da gente assim que vê a mulher em meu colo. Ele começa a falar e fazer um monte de perguntas que eu não entendo porra nenhuma. Nem sei se estão falando em inglês ou em qatarês ou a porra que for. Não estou entendendo nada.

Porém deixo que a coloquem numa maca e a levem pra dentro da ambulância.

— Cara, vai com ela — Neymar fala, me empurrando, depois do enfermeiro me dizer uma coisa que eu não entendi, mas que Neymar está conversando por mim.

— 'Cê avisa a família dela? — minha respiração está falha pra caralho.

— Claro.

As portas se fecham e a ambulância começa a se movimentar.

Eles mexem nela durante o percurso todo, retirando o lençol em sua cintura e verificando o ferimento. Eu estou tão perdido, olhando para Julia e rezando para que ela sobreviva ou simplesmente reaja, que nem vejo o cara ao meu lado falando comigo. Só presto atenção nele quando ele fala uma palavra especifica em inglês. Blood.

Preciso voltar as minhas aulas em minha memória para lembrar que blood significa sangue e então olhar para onde o cara aponta.

Olho para meu braço e vejo o sangue. Não o sangue de Julia que manchou a minha roupa. Não. O sangue é fresco. É meu sangue escorrendo pelo buraco de uma bala em minha pele.

Puta merda. Levei um tiro.

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