Mr. President

By GeovanaJackson

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A corrida pela Casa Branca nos obrigou a lidar com os problemas do passado e aquilo que estava mal resolvido... More

Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29

Capítulo 3

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By GeovanaJackson

Anastasia

Observo a rua da janela do meu apartamento com a falsa esperança de que Christian vai estacionar no meio fio e descer do carro com o seu sorriso molha calcinha, vinho barato e pacotes de salgadinhos para a nossa tradicional noite juntos.

Já faz uma semana desde a nossa trepada alucinante, mesmo intervalo de tempo em que acordei numa cama vazia e na companhia de somente um bilhete onde ele explicava em cinco míseras palavras o significado da tatuagem que me deixou tão encantada.

Obsesję significa Obcecado em polonês.

Eu ainda me pergunto o que ele quis dizer com isso.

Christian não parece ser o tipo de cara que faz algo só por fazer, principalmente uma tatuagem. Ele escolheu essa palavra por algum motivo mas acho que ele não confiava em mim o suficiente para explicar.

Rio sem humor e envolvo os braços ao redor do meu corpo numa falha tentativa de afastar o frio inexplicável que surgiu no meu interior desde aquela maldita manhã.

É claro que a nossa amizade não era verdadeira.

Nós transamos e ele correu na manhã seguinte, não foi homem suficiente nem mesmo para se despedir.

Ele não mandou nem mesmo uma mensagem ao longo desses sete dias.

Depois que acordei no sábado e encontrei o apartamento vazio achei que Christian tinha corrido porque estava confuso. O que tivemos não foi só uma foda sem compromisso, teve química e eu sei que ele sentiu tanto quando eu.

No domingo mandei três mensagens mas ele nem mesmo visualizou.

E desde segunda ele não aparece mais na faculdade.

Meu celular vibra no meu bolso e eu o puxo na esperança de ser o Christian dando algum sinal de vida, mas é só o Jack perguntando se posso trabalhar amanhã.

Lágrimas vem aos meus olhos sem que eu perceba e a minha auto aversão cresce ainda mais.

Por que diabos eu estou chorando por um filho da puta?

Eu sempre soube que as coisas acabariam assim, era uma tragédia anunciada.

Desde que Christian me beijou naquela noite de ano novo eu soube que, se eu desse brecha, nós acabaríamos na cama em algum momento e foi exatamente por isso que tentei ao máximo não abaixar a guarda.

No fundo sempre tive o sentimento de que se eu me entregasse seria a única a ser feita de trouxa e bom, eu estava certa.

Talvez eu deva simplesmente levantar a cabeça, engolir o meu orgulho e mostrar que sou uma menina grande que consegue lidar com as porradas da vida.

Já passei por problemas e traumas excessivos ao longo dessas duas décadas de vida, tive que me defender de muita gente e provar para outras várias que eu era completamente capaz de ser alguém e totalmente merecedora das coisas que conquistei.

Eu tenho planos, sonhos, um mundo inteiro para conquistar. 

E não será um cara que vai me desviar desse caminho.

◕ ◕ ◕

No domingo o movimento é sempre menor, principalmente depois do almoço.

Me sento no balcão com os meus livros e tento fazer o resumo que preciso para a aula de Economia Monetária mas a minha mente simplesmente não consegue se concentrar.

E se tiver acontecido alguma coisa?

E se o Christian está somente confuso com o que houve e não sabe como me encarar novamente?

E se ele tem uma namorada que nunca achou interessante mencionar porque transar comigo era uma espécie de meta para ele?

Gemo com o rumo perturbador que os meus pensamentos tomam e levanto a cabeça quando ouço o sino da porta.

Leila, uma das minhas colegas de turma entra na lanchonete acompanhada de duas das suas amigas tão mesquinhas quando ela.

As três passeiam até o balcão enquanto cochicham alguma coisa e riem como idiotas.

— Que surpresa te encontrar aqui, Anastasia. — reprimo a minha vontade de revirar os olhos e dou um sorriso forçado para ela, fechando os meus cadernos.

— Eu trabalho aqui, não sabia?

— Sei, é claro. Só pensei que você estaria em Nova York apoiando o Christian já que vocês são tão amigos. — arqueio uma sobrancelha e o sorriso da Leila se alarga.

— E porque eu deveria estar com o Christian em Nova York?

— Você não está sabendo? — ela arregala os olhos de maneira teatral e puxa o celular da bolsa, digitando rapidamente antes de enfiar a coisa maldita no meu rosto. — O Christian ficou noivo ontem, pelo menos é o que todos os sites de fofoca estão falando.

Leio a reportagem do E! News, uma foto do Christian ao lado de uma loira espetacular preenchendo a tela. A manchete da matéria não poupa elogios ao "poderoso casal que chegou de mãos dadas ao baile de caridade da família Lincoln", tudo isso em maiúsculas gritantes.

Engulo o nó que surge na minha garganta e entrego o celular para Leila, tentando ao máximo evitar seus olhos.

Ela sempre teve uma queda por ele e é uma das garotas que começaram a me odiar gratuitamente depois que Christian e eu começamos a nossa amizade então não é difícil imaginar como está sendo prazeroso para ela esfregar isso na minha cara.

— Sério que você não sabia? Quer dizer, vocês pareciam tão amigos. — uma das amigas da Leila, Susannah eu acho, murmura surpresa e eu respiro fundo.

— Não, eu não sabia. Christian e eu não éramos tão próximos assim. — o rosto da Leila se contorce em confusão e o sino da porta soa novamente.

Katherine Kavanagh, uma outra colega de turma entra e faz uma careta quando vê Leila e as amigas perto do balcão.

Ela é uma garota inteligente e engraçada. Trocamos algumas palavras durante as aulas, tiramos dúvidas uma da outra mas nada além disso.

Ela se enfia entre as três e se senta no banco de frente para mim, me dando um sorriso pequeno.

— Boa tarde, Ana. Pode me dar um donut e chá preto, por favor? — assinto e agradeço mentalmente por ela ter me tirado dessa situação de merda.

Kate gira um pouco o corpo e olha para as três garotas com uma expressão apática.

— Agora eu entendo porque vocês tem as menores notas. Se passassem mais tempo estudando e menos tempo preocupadas com a vida de outras pessoas talvez a história seria diferente. — Leila arregala os olhos e eu mordo o lábio inferior para não rir.

As três olham para nós com notável desprezo uma última vez e correm para a saída.

Respiro aliviada e coloco o pedido da Kate diante dela.

— Muito obrigada por isso. Eu estava a ponto de estrangulá-la.

◕ ◕ ◕

Um ano depois...

Para a minha desgraça o restante do curso não foi tranquilo, principalmente nos primeiros meses pós Christian.

A notícia do suposto noivado dele se espalhou, várias pessoas começaram a falar muita merda, teorias loucas foram criadas e eu passei a ser o centro das atenções — e especulações — do campus.

A única coisa boa nesse mar de merda foi a amizade que surgiu entre Kate e eu. Depois do incidente no café nós fomos nos aproximando e três meses depois passamos a dividir um apartamento.

Ela estava dura, eu também e ter finalmente alguém para dividir as contas me permitiu largar o trabalho de garçonete, ficar somente com o de vendedora e conseguir estudar para concluir o curso.

A presença dela também fez bem para o meu emocional. Kate sempre foi engraçada, nunca me pressionou a contar o que havia de fato acontecido  e a paciência dela me deixou tranquila para finalmente confiar e me abrir.

Foi uma noite de muitas lágrimas mas também muitas risadas. Eu estava me sentindo tão perdida mas ela me abraçou e não permitiu que eu desistisse.

E pensar que cogitei essa possibilidade várias vezes ao longo dos últimos doze meses.

Eu achei sinceramente que não conseguiria, seja pelo quesito financeiro ou pelos cochichos que surgiam todas as vezes que eu passava.

Christian definitivamente fodeu com tudo, inclusive com o meu plano de ser invisível e eu o odiava um pouco mais por isso.

A notícia boa é que finalmente acabou.

Depois de quatro longos anos de inúmeros sacrifícios hoje é oficialmente o primeiro dia do resto da minha vida.

Anastasia Steele, economista.

Passo as mãos pela minha beca enquanto espero a Kate acabar de conversar com a família e um sentimento de estar sendo observada me faz olhar sobre o ombro.

Não há ninguém.

Tenho tido essa sensação recorrentemente nas últimas semanas  mas nunca tem alguém atrás de mim.

Uma parte da minha cabeça — a sonhadora que ainda acredita em coisas impossíveis — grita que pode ser o Christian mas a parte racional rapidamente fala mais alto e bom, o único momento que deixei a emoção falar mais alto que a razão não foi legal então prefiro continuar ouvindo quem me manteve longe de problemas nos últimos anos.

— Ana? — balanço a cabeça para afastar as divagações e sorrio para Kate que corre até mim arrastando o pai pelo braço. — Papai tem uma oferta do caralho para nós duas.

Eamon olha feio para a filha mas sorri para mim e me dá um abraço carinhoso. Desde que começamos a ser amigas, Kate me apresentou para a família e eles me receberam com um carinho que nunca recebi de ninguém, nem mesmo da minha mãe.

Eamon me felicita pela graduação e segura a minha mão enquanto mantém o braço livre ao redor dos ombros da Kate.

— Sei que você não gosta de receber ajudar, Ana, mas essa pode mudar a sua vida. Uma amiga da família comentou sobre uma vaga no The New York Times, é coisa pequena mas que oferece grandes oportunidades de crescimento. Você começaria escrevendo sobre economia numa coluna diária do jornal e se eles gostaram de você pode ser o pontapé da sua carreira.

Arregalo os meus olhos, minhas pernas tremendo.

— Mas como? Eu não tenho como me mudar para Nova York. Eu não tenho nem onde morar lá.

— É claro que tem. Papai está satisfeito por eu finalmente ter criado juízo e acaba de me dar um apertamento em West Village. — Kate murmura animada e joga os braços ao redor dos meus ombros.

— Mas e você? Essa oportunidade deveria ser sua. — ela bufa e revira os olhos.

— Eu já tenho ofertas de emprego, não se preocupe. A questão agora é você. Peguei uma das suas dissertações, entreguei para o papai e ele entregou para a Amanda.

— Amanda?

— Amanda Castlewood, ela é uma das chefonas do The New York Times e amiga da minha mãe. Ela ficou impressionada com a sua visão, Ana. Não deixe essa oportunidade passar e por favor, não pense que não merece. A oferta só surgiu porque você é competente e consegue impressionar todo mundo com a sua inteligência.

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu a abraço com força, murmurando uma série de obrigados.

— Então você aceita, né? — Kate sussurra no meu ouvido e se afasta um pouco, segurando as minhas mãos.

Sorrio para ela e assinto.

— Sim, eu aceito.

[•••]

Agora é oficial;
Anastasia Steele tá chegando,
guys.
😎

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