Todos - exceto o rei - estavam sentados em volta a mesa.
Aemond ao seu lado, e o filho mais velho de Hakon à sua frente. O encarando com o mesmo olhar de antes, acusativo.
Todavia, Alec não baixou o olhar. O manteve em desafio, ele também era bom nos jogos.
As portas foram abertas, e Hakon entrou com seus guardas ao lado.
Ele estendeu a mão, mantendo os cavaleiros para trás. O homem caminhou até a mesa e se sentou na ponta.
Suas filhas baixando a cabeça para seu próprio pai.
- Príncipe Alec! Príncipe Aemond! - disse, suas mãos sobre a mesa. - Acabei de notar que fiz um trato com vocês dois, Alys se casará com Aemond. E você, Alec, se casará comigo. Mas os dois estão de lados diferentes, então como podemos estabelecer nossa aliança?
- Está em suas mãos, majestade - respondeu o cacheado. - Você quem deve escolher de qual lado ficará.
Hakon sorriu, as mãos se apertando no processo. Alec estreitou os olhos, algo o dizendo que o casamento não era a real intenção do outro.
- O que você acha, Arkin? - perguntou ao filho mais velho, e Alecsander estranhou. Tinha algo errado.
- Temos duas propostas tentadoras, meu pai - começou. - De qualquer maneira, precisamos dos Targaryen. Nossa frota de navios não anda indo bem desde o que aconteceu.
- O que houve com os navios? - perguntou Aemond, tentando mudar o assunto, não percebendo que atiçou algo mais profundo.
- Nossos navios foram atacados - continuou o rei. - Meu filho estava em um deles, quase não conseguiu sair com vida.
- Por isso a bengala? - desafiou Alec.
Notou que a mandíbula de Arkin travou, e sua mão apertou em volta do objeto de ferro. O anel em seu dedo deixando algo nostálgico fluir entre eles.
- Exatamente, mas estamos preparando algo para o malfeitor que fez isso - ele rangeu os dentes. - Afinal, sangue tem que ser pago com sangue.
Alecsander teve um momento de epifania, lembrando da última vez que tivera ouvido essa frase.
O mesmo cavaleiro que tivera feito confessar sobre quem ousou atacar Dragonstone, Eadric Martell.
O cacheado levantou o olhar, fingindo um sorrisinho convincente. Eadric era Arkin, a mesma pessoa com nomes diferentes.
Nome falso, esperto - pensou Alec, bebendo em sua taça.
- Espero que encontrem quem fez - disse em simplicidade.
- Nós vamos - respondeu Hakon.
O jantar se prolongou bem, e quando finalmente voltaram aos seus aposentos, Alecsander sabia o que fazer.
Ele caminhou até os aposentos do Rei, passando sorrateiramente por todos. Conseguindo driblar os guardas indo por uma das passagens secretas, como havia dito, ele também sabia jogar.
- O que faz aqui? - perguntou Hakon, levantando de sua cadeira. - Não te vi entrar.
- Bem, eu não achei que seu futuro marido precisaria de permissão para ver seu companheiro - se apoiou na mesa, vendo o homem o olhar intensamente.
- É, você não precisa - caminhou até ele, pegando em seu rosto.
- Nem uma bebida antes? - perguntou Alec, retirando as mãos do homem e o afastando.
- É claro, desculpe pela a pressa em ter sua devoção - beijou as costas de sua mão.
- Deixe que eu faço - o empurrou até a cama, logo voltando para a mesa e preparando o vinha nas taças.
Hakon se levantou, pegando uma das taças na mesa e brindando com o garoto.
Alec foi quem bebeu primeiro, o rei logo depois, sentindo-se confiante pela a noite que iria ter.
- Acha que devemos começar? - perguntou o Rivers, ansioso.
O Targaryen apontou para a cama, e o homem obedeceu, sentando-se na mesma.
- É claro, mas antes... - se aproximou. - Preciso fazer uma pergunta.
- Tudo bem... - a visão começou a ficar turva, e ele tossiu, sangue em sua mão. - O quê... o que você fez?
- Não vai tentar adivinhar? - perguntou Alecsander, um sorrisinho nos lábios e a taça de vinho em sua mão.
Hakon percebeu.
- A taça... - tossiu mais uma vez, caindo da cama.
- Xeque-mate! - o moreno se ajoelhou, ficando em sua frente para que ele pudesse o olhar.
- Como você sabia qual taça eu iria escolher? - perguntou, sua garganta se fechando.
- Eu não sabia, confesso - revirou os olhos. - Envenenei as duas.
- Então, como você ainda está de pé? - gruniu, deitando no chão.
- Acostumei meu corpo a ser intoxicado por uma dose de veneno todos os dias, acabei por ficar imune - balançou os ombros, se levantando e pondo a bota no pescoço de Hakon. - Mas essa não é a questão aqui, eu quero saber onde seu filhinho querido escondeu meus ovos de dragão?
- Eu não sei do que está falando! - exclamou, sua respiração engatada. - Guar-
Alec o interrompeu antes que chamasse os cavaleiros, pisando um pouco mais fundo em sua garganta, atrapalhando a passagem de ar.
- Escuta, eu não costumo deixar pontas soltas. Com um pensamento meu, tudo vai ao chão! - avisou.
- É de pedra! - exclamou o rei, tentando ao máximo retirar o peso de Alec de si.
- Mas seu povo não - se abaixou, pondo a adaga em frente ao seu olho. - Onde eles estão?
- Na caverna! Estão na caverna perto da floresta! - ele exclamou, os olhos marejados.
- Mentira!
- Eu não estou mentindo, eu juro! - tentou o homem.
- Eles não estão na caverna, porque estão abaixo das masmorras, em um túnel subterrâneo - respondeu Alecsander, o sorrisinho crescendo.
- O quê? Não... eles não-
- Não minta, eu já os encontrei. Inclusive, nesse exato momento, Aemond já deve ter fugido com eles - retrucou o garoto.
- Se já sabia disso, então por que me perguntou? - rangeu os dentes.
- Eu queria saber se você iria mentir para mim, então eu teria um bom motivo pra te matar - levantou. - Mas eu pensei melhor, eu não vou.
Caminhou até a passagem.
Hakon no chão, ainda sem forças para se levantar ou fazer qualquer movimento.
- Não se preocupe, foi uma porção pequena de veneno. Com as ervas certas, você melhora - balançou os ombros.
- Eu vou te encontrar, e vou acabar com você! - exclamou o homem.
- Quando você levantar, eu estarei longe. E se ameaçar minha casa, eu mesmo darei você como comida de dragão - se retirou, era hora de encontrar com Drake.
[...]
O cacheado se encontrou com seu dragão fora do castelo, os cavaleiros querendo o impedir de voar com a besta.
- Drake! - apenas isso que precisou dizer, e o dragão levantou voou, batendo as asas e derrubando os guardas no chão.
Drake voou direto para o mar, acabando por encontrar Vaghar e Aemond mais a frente.
- Conseguiu, platinado estúpido? - perguntou em um grito pela a distância.
- Sim! - respondeu o homem, mostrando os ovos de dragão preso a Vaghar. - Para aonde vamos, agora?
- Tem uma pequena cidade adiante, teremos que passar à noite. Voltaremos para Dragonstone ao amanhecer - ordenou o cacheado, e Aemond assentiu.
O Terror Sombrio sendo o primeiro a seguir pelo o caminho, sua velocidade sendo invejável.
Vaghar logo atrás, tentando acompanhar.
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NOTAS-
Eu sei que vocês xingaram o Alec até a última geração quando ele falou da proposta do casamento, mas entendam...
Nosso garoto é esperto.
Esse capítulo não teve muito de Alecmon, mas no próximo vai ter até demais.
Eles vão estar em uma cidade, sozinhos e sem realeza. Então, paciência.