O lado D da Sonserina

By aa-autora

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Mais um ano da Série " Os lados de Sonserina." Jenna Gibbon, uma vidente em desenvolvimento, retorna para seu... More

O chão que ela pisa
O choro de Sibila
A detenção do Snape
Hogsmead, as calças e o berrador
O frio coração corajoso
O espectro e o até logo

O primeiro jogo

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By aa-autora

Quando eu abri os olhos estava na enfermaria novamente. Fiquei um tempo tentando me lembrar do que tinha acontecido, mas não consegui lembrar do que me fez chegar ali. O mais estranho foi quando olhei para o lado, Snape estava dormindo em outra cama. Um grande biombo escondia nos dá entrada. Fiquei pelo menos meia hora tentando lembrar e aos poucos pequenas visões surgiram, mas não me lembrava de vivenciar nenhuma delas. 

Madame Soffy apareceu com expressão de pouca amizade, o que me preocupou. Ela olhou com temor para mim e para Snape, nada disse. Me deu uma poção adocicada.

- O que aconteceu? O que estou bebendo?

- É só pra tentar alinhar a mente confusa. - Disse ela com preocupação.

Snape acordou e ao ver Madame Soffy, intrigando ele levantou uma das sobrancelhas, ao olhar para o lado e me ver, pareceu ficar em pânico. 

- Mas o que!? - Disse Snape se levantando da cama. 

- Se acalme Snape. Dumbledore está vindo. - Disse a enfermeira, séria.

- Como assim!? - Vociferou ele com raiva.

- Vocês foram encontrados juntos desmaiado ontem a noite na antiga sala dos duelos. 

- Mas como é possível? Eu me lembro de ter me deitado. Eu iria até lá no sábado. 

- Hoje já é domingo. - Disse ela se afastando e me lançando um olhar muito irritado.

- Não. Não pode ser. - Disse ele confuso. 

- Pode ser sim. - Disse uma voz tranquila por de trás do biombo. Era o diretor Dumbledore.

- O que aconteceu? - Perguntou Severo. 

- Bom. - Disse o Diretor, olhando por cima dos óculos de meia lua para mim e depois para o professor. - Alguém me avisou que vocês dois estavam ausentes a muito tempo. Fui à sua sala e vi no seu quadro que a detenção do qual conversamos sobre a Srta. Gibbon seria na antiga arena. Fomos até lá , e encontramos os dois desfalecidos. Nada encontrei de diferente entre vocês dois, não havia rastro de magia, apenas remanescente de uma criatura morta , o Bicho-papão imagino, mas não diria que sua explosão foi o suficiente para causar a sua amnésia, Severo. 

Snape me olhava desconfiado em silêncio.

- Não é a primeira vez nem a décima que Hogwarts presencia um desmaio seguido por amnésia envolvendo alunos da Sonserina. - Disse o diretor calmamente e num tom de deboche também. - Com tudo, devo sugerir apenas que voltem as duas atividades, vão tomar café da manhã antes que acabe, aos dois. - Concluiu o diretor sorrindo para nós, fazendo uma reverência ao sair. 

Madame Soffy abraçava sua prancheta como se sua vida dependesse disso.

- Vão. Dispensados. - Disse ela depois da horrível pausa.- Snape beba a poção, irá se sentir melhor. - E saiu.

O professor ficou me olhando bravo e eu fiquei triste fiquei esperando ele sair primeiro. 

- Qual o problema!? - Disse ele secamente. 

- Quero falar com a Madame Soffy. 

- Hum. - E ficou parado também. 

- As sós. - Concluí ao ver ele parado. Ele então pareceu ainda mais furioso e saiu com passos pesados. 

Depois de vê-lo partir, fui bater na porta ao lado. A enfermeira apareceu com desconfiança e ao me ver saiu rapidamente e me levando para um cômodo da vazio.

- Porque fez isso!? - Diz Sofyy gritando baixo. 

- Eu não sei! Eu Juro! Nunca quis estragar um dia sequer com o professor.

Madame achou estranho ouvir aquilo mas se convenceu.

- Então algo aconteceu, um assunto , um comentário ou aquele Bicho-papão se transformou no dia que você recebeu o encantamento.- Disse parecendo surpresa com a própria dedução. - Isso já aconteceu antes...

- Eu não sei. 

- Claro. Não se lembra. Coitado no Snape. - Disse ela indo para saída.- Agora vá.  Tente fingir qualquer coisa. Mas não diga nada. 

Fiquei o resto do dia no quarto com medo. Corri de todos os alunos e perguntas aquela manhã.

- Ah, a gente entende. - Disse Sophia me dando travesseirada - É claro que você adora o Snape, você não iria fazer isso.  Saí ,vai. Vamos aproveitar o dia ensolarado! 

- Para, Soph...de...me...ba...ter . - Disse pausadamente a cada golpe que eu levava.

-Sabe o Zyan!? - Disse Jackeline ao entrar no dormitório. - O seu namorado, ele está te procurando. 

- Não. Não, não! Ele não é meu namorado. 

- Enfim. - Continuo ela falando com indiferença, procurando uma roupa em seu armário. - Ele está dizendo que vai denunciar Snape...

- Ai não! - Gritei sem esperar ela concluir saindo da cama. 

- Melhor você ir resolver isso , Jenna. - Disse Soph me dando uma última travesseirada.

Corri para a Sala Comunal e vi Zyan no centro como se estivesse dando uma palestra e ao me ver ele parou. 

- Jenna. - Veio ele ao meu encontro me dando um longo abraço. - Como está!?-  Disse me soltando com um sorriso enorme.

- Eu estou ótima. Foi só um desmaio bobo.

- Mas foi negligência dele..? - Começou Zyan a falar alto mas com equilíbrio. 

- Não foi nada disso, cale a boca. Você não sabe o que aconteceu. - Disse eu com impaciência. - Foi apenas um evento causado pela morte de um Bicho-papão, que por sinal era um exercício para meu caso, que ninguém tem nada haver com isso. - Disse um pouco ofegante e em voz alta o suficiente para todo ouvirem. 

Zyan ficou um tempo sério me encarando e após um silêncio longo ele começou a sorrir aos poucos . 

- Ouviu, pessoal? Tudo esclarecido. Nada a que se preocupar. - Disse ele para todos da sala. 

O confuso foi ver Zyan sorrindo com carisma e todos da sala sério como se tivesse ouvido algo insano. Ele persebeu o silêncio constrangedor e perdeu um pouco do sorriso. 

- Voltem para a vida inútil e volúvel de vocês e tentem não me olhar sim novamente! - Disse ele com sarcasmo e autoridade mudando o tom de voz de carismático para autoritário. Todos  obedeceram de imediato. Ninguém mais olhou pra mim e a sala voltou a conversar e brincar como de costume.

Notei que Sophia estava nos observando de longe com um olhar de desconfiança.

- Jenna, você almoçou!? - Perguntou Zyan em voz baixa próximo o bastante do meu rosto para fazer eu me afastar.

- Não. - Disse sem jeito. - Não estou com fome, comi muito no café. 


A próxima semana foi um pouco difícil, me tomou muita energia psicológica me manter longe do Zyan, correr de situações e lugares onde ele provavelmente estava. Por algum motivo eu estava achando melhor isso, mas ao mesmo tempo eu fiquei pensando nele o tempo todo, muito confuso.

Foi difícil estudar também, a amnésia me causou uma dor de cabeça leve mas constante, e aos poucos eu consegui me lembrar do que havia acontecido no dia do incidente com o professor, eu tinha pequenas visões borradas e isso ficava me atrapalhando nas aulas também.

Sophia achava que eu deveria falar com Patrícia, que era experiente nesses acontecimentos, mas eu não fui, eu estava envergonhada, senti que virei a fofoca da semana. 

Snape me ignorou friamente durante o mês inteiro. Sibila tão pouco fez questão de me dirigir qualquer palavra em suas aulas, mas constranger os alunos continuava a ser o passatempo preferido dela, e fazer previsões de morte, claro.

- Estúpida. Como se morte fosse a coisa mais banal do mundo. - Disse um dia eu saindo da aula dela.

- Sabe, Jenna, você matou um bicho-papão, então...

- Ah, cala a boca, Sophia.

Papai apenas mandou uma carta escrita: " também não gosto da Trelawney". Até que foi reconfortante.

Estava ficando mais próximo do dia do nosso jogo de Quadribol, Flint havia escolhido Medellín e Ananias, e já estavam treinando, eu nada poderia fazer. 

Em um sábado de manhã, uma semana antes do jogo, Zyan foi me recepcionar na Sala Comunal comum, eu não consegui correr dessa vez.

- Parabéns! Parece que você vai jogar sim!

- Como assim!? - Disse me aproximando do sofá onde havia alguns jogadores e até mesmo seu irmão Rachid com uma expressão de vitória. Flint estava numa poltrona mais distante com a cabeça baixa.  

- Diga a ela, Flint! - Disse Zyan.

- Ãh..?- Disse ele levantando a cabeça. - A Firebolt do Ananias explodiu agora cedo no treino. - Disse lento olhando para mim e para Zyan incessantemente. - Então, na lista de bons jogadores na reserva está você. Então... você entra e Cássio fica na reserva. - Terminou falando com o queixo baixo mas olhando para Zyan, que sorria gentilmente.

- Viu, meu bem? Que sorte a sua. Sempre disse que Flint era um excelente jogador e capitão! 

Flint sorriu com medo. 

- Ainda bem que não morreu ninguém.- Disse Rachid que acabara de se levantar e pegar um livro da prateleira. - Deve ter sido apena uma falha na fabricação, não é Ananias? 

Ananias estava num canto sozinho se servindo de chá e concordou com a cabeça triste sem olhar direto para nós.

- É verdade.- Disse Zyan sério olhando para Flint que desviou o olhar. - Pessoas morrem às vezes com esse tipo de erro.

- Jenna. Tem algo muito errado nisso. - Disse Sophia no quarto mais tarde. 

- E eu não sei!? - Disse me deitando na cama. - Preciso estudar mas não me sinto muito bem, sabe. Não dá pra ficar pensando no jeito do Zyan o tempo todo, não sou babá dele, e agora eu tenho uma nova obrigação como jogadora.

- Acha que não entendo você!? - Disse Soph, sentada na cama encostada na cabeceira. - Ele é louco, mas ao mesmo tempo não parece louco! Ele é gentil, atencioso, e é um gato também. Ah , não me olha assim! - Disse ao ver minha cara de espanto. -  Não tenha ciúmes, ele não faz meu tipo. Mas as garotas se jogam, sabe. O Rachid deve namorar metade das garotas do 7° ano. 

- Ah, que nojo. E sinceramente, eu não acho que namora não, pelo menos não metade, e nem acho que querem conquistar especificamente elas, eles parecem querer conquistar a todos e controlar a todos.

- Seja com beleza ou com um bom papo, ou ameaças, está dando muito certo. - Disse Soph com um olhar distante. 

- Coisa da cultura deles: persuasão.  É tudo na conversa, conseguem tudo que querem. 

- Não chamaria os Lammont de persuasivo, e sim de tiramos.

- Bom, me lembro de Snape ter me dito isso no dia da amnésia, e acho que me disse mais coisas...

- Isso é estranho, mas prefiro acreditar que é porque você é vidente, mas pode ser outra coisa...

- Que coisa? - E a encarei também. 

- Li em um livro que alguns encantamentos enfraquecem com o tempo.

- Acho difícil. Porque todo ano é lançado em novas garotas, não acontece um tipo de "renovação"? Bom, eu eu jamais farei isso...

- Mas a partir do 5° ano todas participam, é uma tradição. 

- Eu vou quebrar. Quero saber o que vai acontecer. 

- Faz bem. - E cruzou as pernas me olhando. - Ainda acho que muito desse encantamento vem de dentro da Sonserina, alguém os mantém.

- Como assim?

- Muitos encantamentos morrem com o falecimento de quem os gerou. Seja qual for o mistério ele ainda está "vivo". Vamos focar em entender melhor, são dezenas de possibilidades e todas estão na nossa frente, podemos explorar.

- Ah... É um bom foco pra mim.

- Sim, e o fato de você se lembrar de algumas coisas daquele dia, pode ser um sinal de enfraquecimento. 

Sophia tinha razão. Algo poderíamos fazer para investigar e tentar listar todas as nossas suspeitas. Mas isso ficaria para depois, eu tinha apenas uma semana para treinar Quadribol e isso era angustiante. 

Naquela semana teve treino duas vezes. Sonserina era arrogante demais para admitir que precisava treinar, achavam que não havia necessidade, passavam horas zuando uns com os outros no campo, deixando eu e Medellín de canto. Mas graças ao Zyan, que aparecia no treino para elogiar a todos, o treino começava. 

Malfoy era definitivamente ruim, conseguiu pegar o pomo uma vez depois de horas no segundo treino, Flint como artilheiro era aceitável, Milo Bletchley do 6° ano era um goleiro sorridente, ria de tudo mas em jogo era sério, Cássio foi chamado para ser artilheiro no último treino, Pucey desistiu, teve algum mal estar, Granham Montague do 5° ano era um fofo, tão alto quanto Goyle, era a piada do time , mas como artilheiro ele era realmente o melhor. Eu e Med éramos boas batedoras, Med insistia em lançar o balaço em direção aos jogadores, ela não conseguia lançar para fora do campo como eu nos treinos.

Papai comprou pra mim o uniforme do time, era tão emocionante, blusa, calça, bota, capa verde e botas.

- Isso é tão lindo. - Disse eu no vestiário, olhando para a roupa exposta no cabide.

- Não importa. - Disse Flint para mim. - Importante é fazer valer a pena. - E ao me olhar nos olhos ele piscou longo e suspirou de má vontade. - Jogo com Grifinória Gibbon, é difícil ganhar. Quero todos vocês sendo mais do que perfeitos. Vão se arrumar!

Ao chegarmos no campo foi um imenso orgulho ver as grandes colunas das arquibancadas cheias de alunos gritando. Pude ver os irmãos Weasley se aproximarem e ao me ver um misto de surpresa e lamentação apareceu em seus olhares, eu não entendi muito bem, mas Jorge deu uma piscadela em apoio.

Vi que Med percebeu e me lançou um olhar de reprovação. 

Madame Hooch apitou e levantamos voo. Med e eu tínhamos um grito particular para nos alertar de algo, os balaços pareciam ter consciência, eles percorriam as laterais do campo e depois adentrava, nos fazendo segui-los muitas vezes atoa.

Medellín insistia em sempre bater no balaço em direção a alguém. O povo da arquibancada também sofria e tinha que se desvencilhar algumas vezes. 

- Você não tem que correr atrás dela! - Gritou Flint, indignado comigo ao ver eu tentando rebater um balaço que Medellin mandou para a torre da Lufa-Lufa.

Mas era inevitável, meu medo era de ver alguém ferido ou coisa pior por causa de alguém da Sonserina, que já tínhamos uma péssima reputação. 

Minha Nimbus 2001 era mais rápida do que a de Medellín, que era uma 2000. Algumas vezes parei para pegar fôlego porque o vento forte no meu rosto, incomodava bastante. 

- Você precisa deixar o rosto um pouco de lado. - Disse Jorge ao me ver parada no ar. Ele com certeza não era vidente ou legilimente, mas sua experiência fez ele deduzir o que a minha postura representava. Confirmei com a cabeça e me joguei no campo. 

Segui seu conselho e com certeza foi melhor. 

Med estava um pouco no alto e ao ver um balaço pegou impulso e o mandou direto para Fred que estava protegendo Cátia Bell. Como ele voava baixo ele não viu mas eu consegui rebater o balanço longe o bastante para não bater nele. Fred deve ter sentido o vento do bastão em sua cabeça, pois virou para olhar. 

- Olha pra cima também! - Gritei para ele e apontei para Medellín que estava 7 metros acima. Ele apenas confirmou com a cabeça e sorriu. 

Medellín voou para Flint e gritou algo para ele, enquanto isso eu protegi Malfoy e Montague. Meus braços estavam doendo mas eu precisava continuar. Med voltou e foi atrás de um balaço e eu fiquei na espreita de Cássio que estava com a goles. Empurrei Angelina Johnson pra longe, ela quase caiu, pois minha vassoura era mais rápida que a dela. Cassio sorriu e conseguiu marcar ponto para Sonserina. 

Mais acima, Medellín mantinha sua estratégia de desviar os balaços que ia para Flint. Fred não parecia estar vendo direito quando atrás dele Med mandou um balaço com tamanha força o bastão caiu de sua mão dela, fazendo-a mergulhar para ir buscar. Eu estava longe e tive o impulso de me jogar pra fora da vassoura com tamanha força para Fred não ser atingido. Com o salto eu agarrei o balaço com as mãos.

Cássio que estava embaixo conseguiu pegar minha vassoura e me agarrar pela capa, me devolvendo a vassoura. Foi sorte, porque eu poderia ter caído. Meu coração que estava acelerado demais, não me permitia ouvir Lino Jordan depois de 2 minutos encerrar a partida porque Potter havia pego o pomo. Larguei o balaço.

- Jenna, você está bem? O jogo acabou. - Disse Cássio sobrevoando ao meu lado.

Na descida os alunos da Grifinória estavam vibrando no chão, Flint estava com as mãos no rosto com as orelhas vermelhas. Malfoy foi direto pro vestiário pisando firme. 

Eu não pensei duas vezes em empurrar Medellín com violência quando a vi no chão, fazendo ela cair no largando sua vassoura e bastão.

- Sua doente!

- Você que é maluca! - Gritou ela a três metros de distância se levantando.

- Jenna , calma! - Gritou Cássio. 

- Sua estúpida! É só um jogo! Não é para você matar ninguém! - Gritei indo para cima dela novamente, que por mais que os braços doíam, eu conseguia pegar ela pelas vestes e a levantar.

- Jenna! O que pensa que estava fazendo? - Ouvi a voz de Snape atrás de mim mas o ignorei. 

- Vadia cretina! - E a empurrei novamente para o chão, mas agora com um chute em sua barriga. 

Não percebi na hora mas muitos alunos estavam se aproximando. 

- Sua - mimada - ridícula! - Gritou Medellín no chão com as mãos na barriga. 

- Espere. - E Jorge apareceu na minha frente me segurando pelos ombros. - Não Jenna, é só um jogo, seu primeiro jogo. É normal querer proteger outros alunos. Veja. - Disse Jorge com ternura e calma. - eu mesmo sem querer já acertei Susana Bones...

- Sem querer, Jorge! Sem... querer! - Disse para ele ofegante mas me acalmando . 

Pude ver Fobos sobrevoando sobre nossas cabeças e se lançar em cima se alguns alunos que gritavam para ele sair. 

Jorge sorriu e me fez um leve carinho nos ombros que realmente fez eu voltar à realidade.

Olhei a minha volta e vi que Snape se aproximou calmamente e com olhar de desprezo. Vários alunos da Sonserina observaram, apenas Fred e Jorge da Grifinória ficaram por perto. Flint saiu negando algo com a cabeça. Cássio parecia preocupado. Medellín se levantou descabelada.

- Acalme seu pássaro, Jenna. - Disse Snape olhando para cima, depois de Jorge me soltar. 

- Eles não! - Gritei para Fobos. E apontei para Med - Ela! 

Snape suspirou fundo e tocou na testa de olhos fechados.

Fobos se lançou várias vezes sobre Medellín , que o ameaçava com a varinha. 

- Não vai matar nada! - Gritei para ela que murmurava " vou te matar". 

- Basta! - Gritou Snape se controlando para parecer calmo. - Estou decepcionado com você! É muito frustrante ver que você desperdiça uma oportunidade tentando provar alguma coisa pra esses ai. - E lançou olhar frio para Jorge e Fred que estavam em campo assistindo meu surto. - Você está suspensa dos dois próximos jogos. 

- Mas professor ela consegue nos proteger e a eles também, não acha que ela boa... - Começou Cássio a suplicar.

- Cale a boca, Cássio! 20 pontos a menos para Sonserina por sua audácia. 

- Vamos, Fobos. - E sai um pouco envergonhada com a minha crise de raiva cessando. Fobos pousou no meu ombro direito com um tufo de cabelo da Medellín no bico, isso foi legal. Cássio veio ao meu lado. 

- Eu sinto muito. - Disse ele com simpatia. 

Peguei na mão dele e me esforcei para sorrir. 

- Muito obrigada. Acho que você salvou minha vida, sabe. 

Ele correspondeu com um aperto em minha mão também, mas ao ver Zyan na porta do vestiário a soltou rapidamente. 

Zyan estava com os braços cruzados. Sério, muito sério. Ele entrou antes de eu poder falar com ele. Sophia estava atrás dele em silêncio mas ao ver a cena não teve como evitar. 

- Estávamos juntos na arquibancada. Ele estava super tenso, mas vibrando positivo. Mas aí né.. - E parou, fez uma careta. 

- Estraguei tudo?

- Não. Acho que não. - Disse Soph confiante. - Acredita que eu achava que isso poderia acontecer? Acho que até o Zyan esperava isso. Era previsível a Med querer acertar todo mundo e seu xodó pelos Weasley iria te afetar mesmo. - Sophia me conhecia.

Flint no vestiário não me olhou na cara, Medellín menos. Todos no almoço me olhavam e cochichavam algo. Cássio teve seus minutos de herói por ter me salvado. A mesa da Grifinória parecia também olhar pra mim às vezes. Zyan não falou comigo no almoço. 

- Achei que você iria gritar com Snape.- Disse Sophia entre uma garfada e outra. 

- É, eu também, mas tive uma lembrança. 

- Qual? - Disse ela se servindo de suco. 

- Ele chorando, Sophia. - Disse bem baixo. 

- E como aconteceu!? - Perguntou ela quase se engasgando. - Quando foi!?

- Acho que no dia da detenção. Eu vi os medos dele. Foi terrível. 

- Hum, lamento. Uma pena ele não se lembrar, parece que foi uma experiência interessante.

- Foi. Eu sei que foi. 

Quando chegamos na sala Comunal era quase de noite, à tarde decidi ficar na biblioteca tentando me esconder, Zyan estava em uma das suas mesas favoritas e ao me ver , me recepcionou. 

- Venham tomar um chá. - Disse ele sério. 

Eu e Sophia nos encaramos e fomos. Nos sentamos e ele nos serviu . A sala estava um pouco cheia, os garotos de Sonserina mesmo tendo perdido estavam brincando e debochando, os mais velhos estavam bebendo algo que imaginei ser cerveja amanteigada, Cássio nos observou de longe e Blásio também, como era de costume.

- Eu agradeci bastante ao Cássio por ter te ajudado, e lamento pela sua suspensão. - Disse Zyan tomando chá. Sophia apenas disse "hum" e ele ao ver o meu silêncio continuou. - Respeito suas escolhas. Eu fiz o que eu pude por você. 

Lammont tinha o impressionante dom de me causar remorso e medo ao mesmo tempo naquele momento. 

- Eu sinto muito. - Disse eu suspirando. 

- Jenna, estarei sempre ao seu lado de acordo com o que você desejar, seja qual for suas escolhas. - E puxou uma das minhas mãos e a segurou. - Sei de algo que vai agradar você. Que tal um passeio agradável em Hogsmeade!?

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