AVISO DE CONTEÚDO: Depressão (falas e pensamentos depressivos), relacionamento abusivo e forçado (passado).
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Assim que se viu sozinho no quarto, Jimin abriu os olhos. Ele estava tão cansado, mas não conseguia dormir. Fingiu para não preocupar os namorados, mas enquanto eles prepararam algo para poder comer mais tarde, ficava se remoendo de tudo o que fizera.
Não se arrependia. Havia salvo Hoseok daquela maneira, mas se culpava por fazer. Provavelmente haveria alguma outra forma de conseguir os documentos, mas na pressa, aquela era a mais fácil. Agora, vivia com um peso no coração e o medo de perder as pessoas mais importantes da sua vida.
Jimin perdeu a noção do tempo enquanto imerso nos próprios pensamentos e não percebeu a chegada de outra pessoa no quarto, até o colchão afundar levemente atrás de si e braços o envolverem pela cintura.
— Até quando você vai fingir dormir, Minnie? — Hoseok sussurrou contra a pele sensível da nuca de Jimin.
— Eu não estava fingindo.
— E eu não sou loucamente apaixonado por você.
Jimin tentou sorrir, mas desistiu e escondeu o rosto no travesseiro. Nenhum dos dois mereciam o ver daquela maneira, ainda mais quando não sabiam a verdade das coisas nojentas que teve que fazer.
— Jimin, o que aconteceu? — perguntou Hoseok, afagando a nuca do namorado por trás. — Por que você está tão para baixo? Eu voltei, não foi? Isso não é bom?
— É tudo o que eu queria, mas... E-eu fiz algo horrível.
— Minnie. Baby, olha para mim — Hoseok pediu, mas deixou Jimin livre para se mover quando sentisse vontade. — Não importa o que seja, não existe nada que você faça que eu não perdoe.
Mas, Jimin não queria aquilo. Ele queria ser xingado, queria que os namorados sentissem raiva dele, pois, era o que sentia sobre si. Talvez, se eles o odiassem, ao menos aquela dor faria sentido.
— Quero ficar sozinho — Jimin murmurou, fechando os olhos.
O vampiro suspirou, ainda afagando a nunca de Jimin.
— Você quer algo para comer? Yoon fez uma comida saborosa... eu acho.
— Não, obrigado.
Hoseok não sabia o que fazer. Ele queria que Jimin se abrisse com ele de uma vez, mas, em simultâneo, não queria invadir o espaço do namorado. Queria respeitar o tempo dele.
— Tudo bem, mas você pode dizer que me ama antes de eu sair?
O momento de hesitação matou Hoseok pela segunda vez. Cada segundo de demora o fez ter medo. O que aquilo significava? Qual seria o futuro deles?
Depois de alguns segundos, Jimin murmurou:
— Eu te amo.
Hoseok engoliu a seco, sentindo suas presas em seus lábios, cortando a carne.
— Eu também te amo — disse o vampiro.
Jimin nada mais falou e Hoseok sumiu do quarto, deixando o humano novamente com frio.
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Yoongi foi até Hoseok assim que viu que o outro chorava. O mestre abraçou seu pupilo e eles se alinharam no sofá da sala enquanto Yoongi murmurava o quanto o amava.
— Ele parou de nos amar...
— Amor, claro que não! — Yoongi disse, alarmado, beijando a testa de Hoseok. — Jimin nos ama assim como nós o amamos.
Hoseok negou, passando os dedos pelas lágrimas insistentes.
— Tem dois dias que ele mal sai da cama! Ele vai para o banho e come alguma coisinha e depois volta para lá.
— Ele está cansado, amor.
— Yoongi, sou médico. Ele está depressivo — disse Hoseok, apertando os lábios com as presas. — Jimin nos culpa por tirarmos tudo dele. Ele era um caçador renomado, agora ficará com o braço enfaixado por meses e é um traidor.
— Não acredito que seja esse o problema com Jimin — disse o vampiro. Ele deixou seus dedos contornarem o rosto do namorado e de alguma maneira lhe levar carinho daquela maneira. — Acho... que ele está se sentindo culpado.
— Culpado? — Hoseok levantou a sobrancelha. — Culpado pelo quê?
— Pelo mesmo motivo que eu — Yoongi proferiu de cabeça baixa. — Assim como eu, Jimin fez algo do que não se orgulha para salvar você.
— Então o problema sou eu? Por minha causa Jimin e você estão sofrendo!
Yoongi segurou o rosto de Hoseok, fazendo com o que o pupilo lhe encarasse.
— Nada disso é sua culpa, okay? Nada! É culpa daquela mulher...
Hoseok estalou a língua, escondendo seu rosto no pescoço do namorado. Não sabia o que pensar e nem o que fazer. Queria que tudo voltasse ao normal ou algo assim. Tinham uma casa só deles, conseguiam ouvir os sons da natureza e tudo era tão tranquilo... Era perfeito! Por que não podia usufruir disso? Por que tinham que sofrer?
— Yoon... eu amo vocês. Odeio saber que precisaram passar por coisas horríveis por minha culpa. Sei que você dirá que não é, mas... Se não fosse por mim, nada disso teria acontecido. Jimin não estaria triste e você não precisaria ter voltado para aquela mulher horrível!
Yoongi ficou em silêncio por um instante, seus olhos varrendo o rosto de Hoseok e não encontrando ali nada mais do que tristeza.
— Você não está com raiva? — Yoongi perguntou. Ele estava com aquela pergunta em sua mente há dias e não sabia como trazer o assunto.
— Da sua mestra?
— Do que eu tive que fazer... — Yoongi engoliu a seco. — Você sabe, certo?
Hoseok umedeceu os lábios, mordiscando o lábio inferior.
— Acho que sei... Mas tudo bem você não falar sobre isso.
— Pensei em contar para vocês dois — confessou o mestre. — Mas nunca sei o momento certo. Talvez se eu falar, Jimin tire o peso dos ombros.
— Talvez... Mas não quero que você precise reviver esses momentos nos contando. Não importa! De verdade, não me importa nenhum pouco — Hoseok proferiu às pressas segurando o rosto de Yoongi entre as mãos, o beijando nas bochechas e nos lábios e por cima da cicatriz, pois amava cada pedacinho de Yoongi, mesmo aqueles que seu namorado achava feios. — Tudo o que me importa é que você me ama. Por favor, acredite nisso.
Yoongi sentiu as lágrimas em seus olhos e acabou rindo, pois, os namorados o haviam transformado em um vampiro derretido. Ele então segurou Hoseok em seus braços e o beijou. Havia tido toda a sorte do mundo com aqueles dois que não desistiam dele.
— Eu te amo, mestre — Hoseok murmurou contra os lábios do namorado.
— E eu amo você. — Yoongi sorriu, buscando a mão de Hoseok contra a sua. — Vamos conversar com Jimin?
Hoseok suspirou.
— Ele disse que queria ficar sozinho.
— Ele já ficou tempo demais sozinho — Yoongi concluiu se levantando com o namorado no colo antes de o colocar no chão outra vez. — Vamos atrás do nosso bebê.
Em segundos, estavam no quarto. Yoongi bateu de leve antes de colocar o rosto para dentro do cômodo. Jimin estava deitado na cama, pouco se mexendo além de uma respiração compassada.
— Minnie, podemos conversar?
— Amor, não nesse tom! — disparou Hoseok, entrando no quarto e puxando Yoongi. — Jimin, não vamos brigar! Diferente do que esse bobão fez parecer.
— Eu não fiz nada? — Yoongi grunhiu.
— Mas esse tom de voz parece que vamos brigar! — Hoseok proferiu, jogando-se na cama e puxando Jimin para si, colocando o mais novo por entre suas pernas, com as costas encostadas em seu peitoral. — Não pareceu, amor?
Jimin ainda estava silencioso, apesar de toda a movimentação do namorado. Seu cérebro até parou um pouco, e o fez cogitar a ideia de se afastar do outro, mas o corpo de Hoseok contra o seu, daquela forma tão protetora era bom demais para ele conseguir se afastar.
— Tudo bem — disse Jimin, abaixando o olhar. — Eu mereço que briguem comigo.
Yoongi suspirou longamente e se sentou na cama, de frente para os outros dois. Odiava aquela situação e colocaria um fim nela.
— Transei com Jieun naquela noite — disse Yoongi de uma vez. — E, também, na manhã do julgamento.
Jimin sentiu os braços de Hoseok tensos a sua volta e um silêncio desconfortável pairou por alguns instantes.
— Já disse que não me importo. Quer dizer, eu sinto raiva daquela mulher ter tocado em você outra vez, mas sei onde o seu coração está e eu sei que você fez para me salvar. Não posso culpá-lo por isso, na verdade, eu sinto que a culpa é minha.
— Não, amor. Como seria culpa sua? Você nasceu como um vampiro diferente, agora sabemos que você tem parte dragão... — Yoongi suspirou. — São muitas circunstâncias, mas a verdade, é que eu faria qualquer coisa por vocês e também por nossa família. Se Jieun tivesse cumprido realmente o acordo, eu teria ficado com ela... teria ido embora com ela, porque minha prioridade na vida é proteger vocês.
— Ela não cumpriria. Jieun não tinha nenhuma intenção de cumprir — Hoseok murmurou, apoiando o queixo no ombro de Jimin. — Ela me disse quando foi me ver um pouco antes do julgamento.
Yoongi brincou com a borda do lençol.
— Eu deveria saber... mas estava desesperado, só queria te salvar e garantir que vocês fossem felizes.
— Nós não seriamos felizes sem você. Sempre faltaria um pedaço. — Hoseok beijou o ombro que não estava ferido de Jimin. — Não é, amor?
Jimin empurrou Hoseok com o corpo, gemendo quando fez um movimento forte com o braço enfaixado.
— Não sei porque vocês vieram conversar aqui — disse Jimin, grunhindo.
— Por que não viríamos, Jimin? Você é nosso namorado. Estamos preocupados — Yoongi proferiu calmamente. Conhecia o mecanismo de defesa do antigo caçador, tinha um bem-parecido. — Queremos conversar com você.
Jimin fechou os olhos. Ele não queria os encarar naquele momento, não quando se sentia tão...
— Eu me sinto sujo — Jimin murmurou, fechando os olhos. — Eu teria ido até o fim, se necessário... eu teria e eu não sei o que isso me faz.
— Minnie, como você e Jungkook conseguiram as provas? — Yoongi insistiu na pergunta.
— Você não precisa falar — Hoseok completou. — Mas, saiba que qualquer coisa, não importa o que seja, não irá afetar em nada o que sentimos por você.
Jimin juntou as pernas no peitoral e se sentiu tão infantil com isso, mas não pode evitar. Estava cansado, com dor e não conseguia aproveitar a vida maravilhosa que poderia ter com os namorados, somente e revirava os seus erros de toda uma vida.
— Jungkook e eu seduzimos Yugyeom. O cara era óbvio demais, sempre nos olhando. — Jimin suspirou. — Não fui até o fim, foram alguns beijos e mãos bobas, mas... Sei lá. — Ele desviou o olhar. — É só uma droga, sabe? Por que tivemos que fazer isso? Yoon e eu? Por que... essas merdas todas acontecem conosco? Porra, quantas vezes Hoseok já foi ferido?
— Uma — disse Hoseok rapidamente. Yoongi o fitou sério e ele projetou o lábio para frente. — Só estava tentando aliviar o clima.
— Mesmo sendo uma! Brigamos por quanto tempo? Porra, eu quero paz! Mas, como aproveito? E se amanhã surgir um exército de lobisomens nunca vistos aqui na porta e nos atacar?!
— Oh, meu amor... — Yoongi proferiu calmamente se aproximando de Jimin e segurando seu belo e delicado rosto entre as mãos. — Como eu queria poder tirar esse peso dos seus ombros. Tudo o que posso fazer agora é te agradecer. E agradecer por fazer tudo para salvar o nosso Hobi. Sinto muito que você tenha se ferido dessa forma.
— Nós te amamos tanto, Minnie. E nós estamos em paz agora. Não é melhor aproveitarmos do que ficar pensando na próxima desgraça?
Jimin fechou os olhos, fungando quando sentiu o nariz escorrer por conta das lágrimas que segurava.
— Eu tô no meu limite — Jimin murmurou, sacudindo a cabeça em negação sem conseguir olhar para os namorados. — Não consigo dormir, não tenho vontade de comer, meu braço dói para caralho... eu só 'tô existindo. Odeio isso! Porque eu os amo, quero estar cem porcento para vocês, mas não consigo! D-desculpa...
Hoseok abraçou Jimin com cuidado, sentindo-o relaxar em seus braços. Yoongi também estava próximo, afagando o cabelo do namorado. Não era muito naquela situação, mas as sensações de conforto e segurança estavam ali.
— Entendemos o que você quer dizer, Jimin e de onde está partindo o seu medo — disse Yoongi, cuidadosamente. — Não posso te afirmar sem porcento que não teremos nenhum problema... esses sempre irão existir, mas posso prometer sempre protegê-los de todo o mal.
— Eu não quero isso — disse Jimin, bufando. — Sei lutar, sou forte e sou conhecido. Posso me defender de qualquer coisa e também posso defender a vocês. O que quero é a segurança de que aqui, nessa casa, na nossa casa, nós ficaremos tranquilos.
Hoseok segurou a mão do namorado, beijando os dedos com cuidado. Odiava ver Jimin tão ansioso, de uma maneira que não tinha o visto antes.
— Jimin, você sabe que essa promessa é impossível, mas juntos podemos viver um dia de cada vez, bem devagar — afirmou Hoseok.
— Não importa a velocidade que você levar, Jimin. Seja devagar ou rapidamente, somos uma família. Nós três — disse Yoongi, sorrindo. — Você está passando por um momento difícil, sua cabeça não está nos melhores dos locais, mas estamos aqui também e cuidaremos de você, quer você queira ou não... porque nós te amamos — Ele parou e piscou um dos olhos divertidamente. — Então, depois de tudo isso que te falamos, Jimin. O que podemos fazer agora para te ajudar? Comida? Filme? Banho? Pode escolher que daremos nosso jeito.
Jimin levou seus olhos a Hoseok, fitando-o por um momento antes de perguntar:
— Você realmente não tem problema com o fato de que te traímos, Hobi?
Hoseok sacudiu a cabeça em negação.
— Vocês não me traíram, vocês fizeram de tudo para me salvar e eu não poderia estar mais grato e mais apaixonado pelos dois.
Sorrindo, Jimin se deixou relaxar, ao menos um pouco. Ainda se sentia péssimo, mas se os namorados podiam o perdoar, talvez fosse o momento dele mesmo se perdoar.
— Eu aceito comida — disse Jimin, sorrindo. — E, chocolate quente — completou.
Os vampiros sorriram e logo atenderam os pedidos do namorado.
Jimin esperou na cama e cinco minutos depois tinha alguns sanduíches e chocolate quente a sua disposição. Ele comeu com calma enquanto uma conversa boba rolava de fundo. Yoongi e Hoseok comentavam sobre Jungkook ter pedido ajuda de Taehyung para pintar.
— Aquele garoto é bom em tudo — Yoongi disse, pigarreando. — Não me surpreendo nada ele descobrir uns mil passatempos agora que tem tempo para focar nele.
Jimin sorriu, pensando em como realmente agora teriam tempo para eles, para focarem em suas vidas para além do fato de serem caçadores. Era complicado pensar em como nem sempre as coisas foram daquela maneira, como tinham que acordar bem cedo após nem terem dormido direito. "Vampiros não esperam" era o que sempre escutava dos seus professores. "Eles irão te matar enquanto dorme".
Pela primeira vez em muito tempo não tinha mais obrigação alguma, não precisava reportar algo ou então fingir que suas mordidas tinham relação a alguma luta. Poderia ser ele mesmo e conseguia agora pensar nos que os namorados estavam dizendo sobre simplesmente viverem.
A vida não era fácil, mas tinha dois namorados maravilhosos que poderiam transformar as coisas em um pouco melhores do que estavam.
— O que você está pensando? — Hoseok arriscou, seus dedos enroscando na barra do short que Jimin usava.
— Que pela primeira vez tenho escolha para ser o que quero — observou Jimin, sorrindo enquanto ainda segurava a caneca. Ela estava morna e o gosto adocicado do chocolate ainda em seus lábios. Era bom. — Acho que quero aproveitar isso tudo.
Yoongi segurou o queixo de Jimin, beijando-o com cuidado no canto dos lábios antes de dizer:
— Nós queremos que você aproveite muito, tudo o que puder — disse Yoongi. — Nós te amamos, Jimin e finalmente teremos tempo e maneira de viver nosso amor sem interrupções.
Hoseok deu uma risadinha, jogando-se na cama, com os lábios projetados para frente, falando:
— Também quero atenção!
Tanto Jimin quanto Yoongi riram antes de dar tudo o que Hoseok queria, pois, seus dias seriam assim agora e Jimin não poderia estar mais feliz com isso.
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Após comer, Jimin decidiu assistir a um filme com os namorados. Depois de discutirem por dez minutos, resolveram por ver uma comédia romântica de Natal, a favorita de Hoseok.
— Essa personagem é muito falsa! — Yoongi disse, estalando a língua. — Como ela pode fingir ser noiva de um homem coma? Nossa...
Hoseok revirou os olhos.
— Porque ela o ama! Ou, pelos menos quer amar — explicou Hoseok, suspirando. — Fazemos coisas loucas quando amamos.
Jimin os observava sorrindo. Como eles podiam ser tão fofos até quando fingiam brigar? Como tinha se apaixonado por dois vampiros quando seu mundo era totalmente oposto? O destino gostava mesmo de brincar com essas coisas.
— Ah, Yoongi! Faça-me o favor! Deixa a mulher se apaixonar pelo irmão dele! — Hoseok reclamou, revirando os olhos. — Não julgue a personagem dessa maneira!
— Só acho muito feio e de mau-gosto!
Hoseok grunhiu, levantando-se em um movimento rápido.
— Vou pegar mais pipoca para Jimin! — avisou, mostrando o dedo médio para Yoongi. — Chato!
— Bobo! — rebateu o mestre.
Assim que estavam sozinhos, Jimin fitou Yoongi, ainda encontrando no rosto dele o sorriso que era para Hoseok, mas logo se tornou dele.
— Eu te amo — disse Jimin. Ele sentia dor no seu ombro, mas a ignorou por completo, afastando suas pernas e sentando no colo do vampiro. Sua mão logo foi ao pescoço do outro, seu sorriso ainda maior no rosto. — Nossa, como você é lindo daqui...
Yoongi sorriu, entrando na brincadeira.
— Só daí dessa posição?
— Isso, só dessa — brincou Jimin. Ele levou seu rosto à frente, mas gemeu assim que seu braço repuxou. — Droga...
Yoongi colocou Jimin com cuidado no sofá, tocando de leve no curativo. Não estava úmido e não tinha marca de sangue, o que era um bom sinal.
— Voltei! — Hoseok anunciou, com uma grande vasilha de pipoca. — O que eu perdi?
— Minha tentativa frustrada de sedução — disse Jimin, suspirando. — Queria ser sexy, mas só senti dor.
Hoseok ganhou um olhar profissional quando se sentou do lado de Jimin. Ele tocou no ombro do namorado, observando a expressão de dor no rosto do outro.
— Posso te dar mais remédios, amor — murmurou Hoseok.
— Não! — Jimin suspirou. — Quero fazer amor com vocês e se eu ficar dopado, isso não vai acontecer.
Yoongi disse com delicadeza:
— Talvez não seja uma boa ideia um esforço desses, meu bem.
Jimin deu uma risadinha, escondendo o rosto no ombro de Hoseok. Yoongi franziu a testa.
— O que foi? — perguntou o mestre.
— Acredito que ele gostou do "meu bem" — explicou Hoseok.
Yoongi riu, afagando a base da coluna de Jimin.
— Gosta que eu te chame assim, meu bem?
Ainda com uma risadinha, Jimin concordou. Seu coração pulava com a forma doce, mesmo que soubesse ser bobagem. Não conseguia evitar.
— Também posso te chamar assim? — Hoseok perguntou, recebendo uma resposta afirmativa de Jimin. — Ótimo! Então, meu bem, você não quer remédio para fazer amor conosco?
As bochechas de Jimin ficaram avermelhadas sem ele perceber. Os vampiros trocaram sorrisos cúmplices com a cena.
— Isso... — Jimin respondeu em tom baixo.
Hoseok fitou seu mestre, levantando uma sobrancelha. Yoongi negou, mas o médico voltou a insistir, piscando um dos olhos.
Yoongi conhecia aquele jeito de Hoseok e sabia que ele insistiria até ter o que queria. Mas, talvez não houvesse tanto problema, afinal, o médico sabia o que propunha quando tinha um paciente enfermo à sua frente. Jimin sentia dor, mas queria relaxar e não tinha nada de errado nisso.
— Okay, podemos fazer — disse Yoongi. — Mas, você vai nos falar se sentir qualquer dor, 'tá legal?
Jimin concordou, sorrindo docemente quando Hoseok o pegou no colo com cuidado, segurando no local certo para não o machucar.
Chegar no quarto aconteceu em segundos e não demorou para estar estendido na cama, com a luz ainda apagada.
— Acende? — Yoongi perguntou, baixinho.
— Não — disse Jimin. — Só venham para mim...
Não demorou para Jimin ter uma boca na sua, tomando-a com intensidade, por mais que tivesse cuidado onde tocava ou apoiava o peso. O quarto estava escuro e seus sentidos apaziguados pela calmaria, então não se esforçou para saber quem o beijava, mas pela força e cuidado, tinha certeza que era Yoongi.
Duas mãos tocaram na calça de moletom de Jimin e ele soube serem de Hoseok; os dedos já eram conhecidos seus, longos e compridos, diferentes dos dedos de Yoongi, que por mais fossem longos, eram mais grossos que do seu pupilo.
A boca desceu para o pescoço, beijando o ponto exato que fazia Jimin tremer no lugar. Eles o conheciam tão bem, amava se entregar aos dois por inteiro.
— Como você quer, meu bem? — Hoseok questionou, roçando os lábios por cima da ereção de Jimin.
Suspirando pesadamente, com a boca de Yoongi em um dos seus mamilos ainda cobertos pela camisa. Ele não conseguiu responder. Como escolher quando queria tudo? Sorrindo, sabendo o que causaria nos namorados, disse:
— Gosto de surpresas. — Jimin mordeu o lábio inferior.
Yoongi então se moveu lentamente até se posicionar por detrás de Hoseok, sussurrando contra o ouvido do pupilo, o que deveriam fazer com o namorado, seus olhos nunca deixando a bela face de Jimin.
— Hm... gosto de como você pensa, mestre...
Jimin já sentia seu corpo reagindo aos vampiros. Pela falta da visão, seus sentidos estavam no máximo, atentos a qualquer mudança no ambiente. O xampu de Hoseok tomava todo o seu olfato, mas conseguia sentir o cítrico de Yoongi misturado aos aromas do local. Sua derme lhe entregava arrepios a cada novo toque, sua boca parecia seca, pronta para mais beijos, contudo ainda sentindo o gosto metálico de sangue nos lábios — Yoongi tinha se alimentado recentemente.
Jimin gemeu quando finalmente sentiu-se livre do tecido apertado da cueca que usava. Tudo e qualquer coisa o deixava excitado quando estava com os namorados naqueles momentos.
Quatro mãos possessivas estavam em suas coxas, uma das pernas do ex-caçador foi erguida e agora estava por cima dos ombros de Yoongi e logo os lábios dos namorados se encontraram em seu membro; as línguas moviam-se em ritmos diferentes e os dois vampiros pareciam se beijar com o pênis de Jimin entre eles.
Ele não soube o que fazer! Seu corpo estava em êxtase, sentia arrepios por toda a sua pele com a sensação molhada de duas línguas em seu pênis. Tentava proferir como era bom, mas até pensar naquele instante era muito. Estava entregue ao prazer, a mercê do que os vampiros queriam e iriam fazer com ele.
Quando dois dígitos diferentes começaram a circular sua entrada, Jimin sentiu que poderia explodir ali mesmo. Os dedos o penetravam um de cada vez, até adentrarem juntos o orifício provocando outro gemido escandaloso de Jimin.
— Já vai gozar, meu bem? — Yoongi questionou ironicamente.
— É claro que vai... Olha só como ele está pulsando em nossa língua — Hoseok atestou, com uma risadinha.
Por vezes Jimin se arrependia de namorar dois seres que nunca se cansavam. Era sempre um tormento! Por mais que esse tormento fosse o mais delicioso de todos.
— Suponho que ele precisa de mais, mestre — disse Hoseok, com um sorriso de lado. — Talvez dois dedos de cada...
— Oh... p-porra... —Jimin proferiu se remexendo na cama, quando Hoseok deslizou a ponta do segundo dedo quando ele ainda tinha dois dígitos dentro dele.
— Meu bem... Não se mova tanto, cuidado com seu ombro.
Jimin grunhiu uma resposta:
— Vai se foder.
Yoongi riu, fazendo o mesmo que seu pupilo e deixando o seu outro dedo lubrificado adentrar Jimin.
Agora eram quatro e Jimin gritou, seu corpo completamente trêmulo e fora do seu controle. Assim que os vampiros moveram os dígitos em sincronia, ele gozou. Jimin deixou escapar um gemido longo e ainda sem conseguir se controlar, permaneceu com as pernas bambas.
Os vampiros soltaram Jimin com cuidado e não demorou para ele sentir uma toalha banhada de água morna limpando sua barriga. Ele tentou agradecer, mas somente se agarrou ao corpo nu que estava contra o seu — Yoongi, percebeu pela essência cítrica.
Hoseok se uniu em seguida, contornando o corpo do humano contra o seu, beijando sua nuca, ombro e qualquer espaço de derme que conseguira tocar. O gosto salgado do suor em sua língua não foi um problema.
— Como você se sente? — Yoongi perguntou, afagando a bochecha de Jimin.
— O braço dói? — Hoseok perguntou em seguida.
— N-não sinto nada, nem meu braço, nem minhas pernas... — Jimin murmurou provocando risada nos namorados.
— Bom, muito bom... Mais tarde tem mais — Hoseok prometeu.
Jimin sorriu, fechando os olhos gradualmente, ainda conseguindo falar antes de adormecer:
— Melhor remédio...
Yoongi e Hoseok se encararam, seus olhos vermelhos brilhantes como estrelas na pouca luz do ambiente e sorriram.
Estavam em casa e com a família completa.
Então, tudo estava bem.
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