De volta à Cabana (Disponível...

By Legotosa

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Quando criança a história preferida de Megan sempre fora a chapeuzinho vermelho.E sem saber o cruel destino,a... More

Personagens
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1-Paranóica
Capítulo 2-Eu te protejo
Capítulo 3-Consequência
Capítulo 4-Olhar assassino
Capítulo 5-Não olhe para trás
Capítulo 6-A observadora
Capítulo 7 -Pequena cabana
Capítulo 8-De volta à cabana
Capítulo 9-Bem dele e o nosso...
Capítulo 10- Um acordo
Capítulo 11- Minha Megan
Capítulo 12-Fique longe dela
Capítulo 13- Recuar para atacar
Capítulo 14- Duas almas a mesma sepultura
Capítulo 15- Um de nós irá morrer
Capítulo 16- O fruto de nossa redenção
Capítulo 17- Não ressucitará dos mortos
Capítulo 18- Último fio de esperança
Capítulo 19-Regras do jogo
Capítulo 20- Um lugar à minha espera
Capítulo 21-Espectro de mim mesma
Capítulo 22- Mercê dela e da floresta
Capítulo 23- Frio lá em cima
Capítulo 24-Maldito sorvete
Entre amor e guerra
Capítulo 26-Monstros
Capítulo 27-Mil milhões
Capítulo 28-Sete palmos
Aviso Importantíssimo

Capítulo 25- Inferno

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By Legotosa

O gosto amargo de meus dedos à boca estava fazendo com que meu esôfago e estômago protestassem conta a fúria destina as cutículas que estava devorando. O suor frio corria pelas minhas costas deslizando facilmente pelo vão entre a pele lisa. Meu pés estavam dolorido com quão estavam sendo lixados pela madeira velha da cabana. Meus olhos frequentemente buscavam respostas pelas janelas empoeiradas enquanto me preparava para que a qualquer momento um monstro pudesse sair pelo grandioso bosque misterioso.

-Por que parece que você viu um fantasma e que ele vai sair por entre aquelas árvores em um instante?-questionou Christopher da cozinha, sem levantar os olhos de algum livro de autoajuda que estava devorando. Sua testa estava franzida como se a interpretação do texto não fizesse o menor sentido. E talvez realmente não fizesse.

-Só estou entediada...-murmurei tentando conter os impulsos frenéticos do meu corpo em estado de alerta. Meus pensamentos vazavam pelos poros causando uma irritação frequente na pele pálida. E mesmo que, já tivesse tomado banho por longos minutos, o comichão invisível lavava  pequenas porções como lava quente de um vulcão recém dispertado.

Conseguia sentir as faíscas que permaneceram e rondavam meu corpo como correntes elétricas pós contato com Thomaz, eternas, gravadas como tatuagens velhas. Ainda, mesmo que já tivessem se passado horas após o contato e o sol estivesse quase encerrando seu expediente, o seu cheiro inebriava e entorpecida meus sentidos enquanto um grito selvagem, repleto de necessidade rugia, engasgado em minha garganta. Necessidade de correr, fugir, matar e me esconder.

-Você deveria ir ajudar Antônio e Jhon com a caminhonete...-o tom de ordem com que sua voz grave viajava entre a cozinha e a pequena sala pitoresca, arrepiando os pelos da minha nuca. E mesmo que a distância, sentia sua presença a centimentos do meu corpo apenas coberto por grandes tecidos de flanela xadrez e uma camiseta que chegava aos joelhos branca.

Seus olhos palidos e sem vida encontraram os meus à distância, como um tsunami capaz de causar o maior desastre já existente, enquanto os cantos  de seus olhos se enrrugavam brevemente em desconfiança com cada tique nervoso que meu corpo estava expelindo. Murmurei um "ok" mas duvidava que tivesse escutado. Meus ouvidos abafados  por ruídos agudos e intermináveis não permitiram captar qualquer resposta do homem que permanecia inabalável em seu momento de lazer no canto mais iluminado de uma cabana escura e fria.

Meus pés se arrastaram em protesto contra a terra úmida de sereno, levando-me contra gosto a dois enormes homens que pareciam entretidos com o início de uma completa lavagem no veículo sujo de poeira e lama das estradas da floresta. Ganhei um olhar furtivo de Antônio antes que me aproximasse completamente, enquanto Jhon parecia inteiramente mergulhado com seu afazeres. Um momento ou dois se arrastou lentamente antes que ambos cessassem as atividades para corar minha pele com tamanha atenção que desnudava minha alma.

-Eu posso ajudar...?-murmurei rouca completamente intimidada. Estava completamente vulnerável e não consegui mascarar. A presença de Thomaz, mesmo que por um milésimos de segundos, havia derrubado todo uma parede fortificada que contrui para meus captores. O conhecimento de que não estava mais sozinha nesta cidade me colocava ao limite dos nervos, e mesmo que, separado por apenas alguma horas, sua aparição deixara marcar permanentes que não sairiam tão cedo. Christopher poderia perceber. Sentia seus olhos queimarem minhas costas enquanto oferecia minha ajuda aos homens à frente-Com a lavagem da caminhonete...-cuspi as palavras que se entalavam em minhas entranhas.

Outro momento que parecia tão longo como o esticar de um caramelo perpassou. Contudo, Jhon esticara um balde em minhas mãos contendo um líquido espumoso e sem que percebesse já estava esfregando o longo corpo metálico do veículo. Encontrei os olhos verdes de Antônio por um segundo antes que o mesmo desviasse, inundando a caminhonete com milhares de gotas de água. O moreno dava sua melhor atenção aos lugares onde uma camada expessa de barraco havia contaminado como uma mancha obscura.

Esfreguei tanto que minhas mãos já estavam ficando enrrugadas pelo processo, até perceber que a camiseta de flanela estava inundava com sabão. Suspirei antes de retira-la e estender em um varal próximo ao local, voltando rapidamente sem que ambos percebessem. Por um momento, mesmo que raso, o turbilhão de pensamentos e planos morreram com um arfar. Minha mente estava tão quieta que era possível escutar apenas o retumbar do meu coração preenchendo os ouvidos. Porém, antes que a paz se instaurasse permanentemente o jato frio de água me molhou completamente, forçando os pelos de meu corpo a se eriçarem.

-Vamos, garota. Você está muito lenta!-reclamou o loiro enquanto lavava-me junto com a caminhonete sem qualquer resquício de culpa. Meu cabelo agora estava encharcado e a rouba se acentuava como um vestido colado. Minhas orelhas esquentaram com uma fúria que mal estava contendo quando percebi seus olhos se escurecerem bem à luz do pequeno feixe que entrava pelas copas das extensas árvores. Desnorteada, segui seu olhar para encontrar-me completamente exposta. Meus seios ambos rígidos e demarcados, visíveis a qualquer distância, enquanto os curtos cabelos da minha virilha, agora, pareciam mais resaltados do que jamais estiveram-Jesus!-pensei que ouvi sair de seu lábios, antes que contornasse a caminhonete e continuasse seu trabalho por lá.

O estado de choque permaneceu até que um baque alto contra o solo foi ouvidos. Virei meu pescoço a tempo de ver Jhon derrubar o balde aos seus pés com as mãos fechadas em enormes punhos, apenas para que as veias grossas de seus braços ressaltassem perante a peça de roupa dobrada. Engoli em seco, quando vi suas botinas pretas caminharem em minha direção, mas, um momento após, talvez repleto de impluso, ser contido por um grunhido-Ratinha...o que você pensa que está fazendo?-o timbre de sua voz parecia mais rouco do que da última vez que escutara.

-Esfregando o carro...-murmurei e logo caminhei de volta e ocupei minhas mãos  pálidas contra o metal reluzente da caminhonete. Não conseguiria andar mais do que isso, nem que fosse para salvar os últimos resquícios de dignidade que tinha. Era simplesmente inconcebível. Eu morreria no processo.

-O que você pensa que está fazendo?-o calor de sua voz penetrou a minha nuca e um frio gélido se acumulou no centro da minha barriga. As duas palmas de suas mãos me cercaram em ambos os lados, com dedos gigantes capazes de fazer estrago a qualquer coisa que perambulava.

-Esfregando...-consegui dizer antes que me faltasse fôlego ou coragem. Ignorando totalmente o fato de estar desprotegida.

-Você está fazendo um trabalho péssimo, ratinha...-apontou, fazendo sons de negativa com as cordas vocais-Está se esquecendo de esfregar o teto...

-Eu-eu não alcanço...-antes que pudesse terminar, Jhon me alçara sob seus ombros rígidos segurando minhas coxas com as mesmas mãos que usara para me cercar instantes atrás. Estiquei meu tronco e passei o pequeno pano ensaboado pelo teto, sentindo o calor permantes de seus braços pegarem fogo pela minha pele. Minha virilha estava colada em sua nuca e agora a camiseta não fazia nada, mesmo que minimamente, para ofuscar. Seu sedoso cabelo estava esfregando contra um ponto sensível que me deixava completamente desconcertada-Eu acho que está bom...-acusei sentindo as mãos de Jhon reprimindo-me.

-Estará bom quando eu disser. Apenas continue esfregando-como uma ordem que não pode ser evitada fiz o que Jhon me disse,mesmo que, o sabão estivesse quase seco sob a lataria. Um calor inevitável preenchia meu núcleo, enquanto as ásperas mãos deslizaram para trás de minhas panturilhhas e coxas, percorrendo um caminho furtivo e incerto, quase pecaminoso. Mordi meus lábios evitando que ruído involuntários escapassem e quando o atrito parecia quase difícil de suportar, Jhon me colocara no chão novamente. Escorei-me momentaneamente, enquanto retomava o fôlego perdido, não entendendo as reações que circulavam pelo meu corpo. O olhar enegrecido de Jhon fizera meu peito se contrair em um buraco negro e sem fundo. De repente havia percebido que o sol estava se pondo e trazendo consigo o alaranjar no horizonte.

Meus passos me distanciavam da cena rapidamente, como se eu não estivesse mais no controle de meu corpo, apenas uma observadora de minhas ações. Adentrei a cabana em passadas rápidas e subi as escadas na intenção de me esconder permanentemente de tudo e todos. O olhar acusatório nos olhos de Jhon queimava meus olhos e meu estômago. Minha pele estava tão quente ao ponto de achar que poderia entrar em erupção, como um vulcão. Correntes elétricas se arrastavam pelas minhas pernas conforme esfregava-as, umas às outras.

Meu senso afetado me levara para um quarto completamente diferente do de Christopher, mas não houve tempo para escapatória, passos rápidos advindos do primeiro andar subiam as pressas. Meu coração palpitava frenético em horror enquanto vozes se misturavam ao lado de fora da porta, como se estivessem ao um minuto de irromper e se espalharem pelo cômodo. Meus olhos analisaram rapidamente pegando padrões na construção da estrutura da antiga cabana, mas isso foi tudo: a janela solitária, o teto íngreme, a escuridão que assolava os quatro cantos e como o ar se condensava em partículas como se todo o oxigenio fosse meramente excasso. A maçaneta chacoalhou e tudo o que pude fazer foi deslizar por debaixo da cama, antes que fosse escancarada e dois pares de pernas grossas adrentrassem o ambiente, diminuindo seu tamanho consideravelmente.

-Você é um filha da puta doente!-exclamou Antônio. Sua voz estava embargada e repleta de desespeiro e algo a mais, obscuro, ao qual não consegui identificar imediatamente. Houve barulho de corpo se chocando contra os móveis, quase como uma luta corporal. Seu pés se moviam apressadamente pelo assoalho focando-o a ranger-Você está louco!-insistiu.

-Todos nós somos loucos por dentro, porra!-a outra voz pertencia ao moreno, quase que sufocado em suas palavras.

-Eu não vou fazer parte disso!Não outra vez! Eu simplesmente não posso, Jhon...-o jeito com o qual sua voz saia, parecia quase vulnerável e se eu o conhecesse melhor, diria que parecia magoado, mas então, não o conhecia. O tom profundo de sua voz preenchia o quarto como uma melodia macabra enquanto eu cobria minha boca e nariz para não exasperar alto demais-Eu odeio como ela me faz sentir...-confessou.

-Como?

-Como se eu nunca tivesse realmente amado a minha mulher...-suspirou sofrego-Porra! Ela está morta e eu não consigo sentir nada além de odeio correndo em minhas veias! -Um silêncio perturbador mergulhou o quarto e meu coração trovejou no peito. O arranhar frequente dos galhos na janelas produzia um sinfonia sinistra para a cena-Eu não quero me sentir como um filha da puta doente, mesmo sabendo que eu sou um. Eu a amo como minha vida, mas agora também a desejo...

-Se Christopher souber...-a voz de Jhon foi interrompida por um estalar de bocas. Grunhidos profundos que revestiram o ambiente. Quando a cama afundou com o peso dos corpos pesados, estava a centimentro do meu rosto paralisado de medo-Ele nos mataria, porra!

-Ela é tão nossa, como dele...-argumentou, mas logo foi totalmente esquecido pelo chacoalhar e ranger da cama-Eu estou tão duro e não me lembro a última vez que me senti assim...-murmurou, o tom rouco arrepiou meus pelos, como se o próprio Antônio falasse em meus ouvidos-Eu aposto que é tão apertadinha quanto parece e que coraria só de saber o quanto fantasio com o gosto de sua buceta...

-Caralho!-resmungou Jhon. Os rangidos estavam ficando mais sérios e gemidos se espalhavam pelas paredes da cabana. Meu pescoço estava quente e meu núcleo se apertou ligeiramente-Aposto que sua buceta tem o mesmo gosto que seus lábios. Eles são doces e viciantes. Eu sou um doente por quere-la assim, mas porra, foda-se...

-Eu a fiz gozar apenas tocando em seu seios, estou duro desde a maldita viagem para a cidade. Não sou capaz de pensar o que poderia fazer se ficar sozinho com ela...

-Foda-se...

Arfei com os sons de seus corpos faziam um contra o outro. Meus seios pareciam enfeitiçados e uma dor aguda e necessitada apertou por entre minhas pernas. Suspirei lentamente antes de levar meus dedos por entre meus lábios, precionando contra a dor que os acercava. No entanto, só fez piorar e tive que morder a almofada de minha mão para conter um grunhido.

-Jhon, você pode tomar meu pau como um bom garoto, sim!-meus ouvidos estavam anestesiados enquanto tentava permanecer estática pressionando cada vez mais minhas mãos entre minhas pernas-Eu quero matar o filho da puta que tocou na nossa menina...Jhon, eu arrancaria suas bolas e o faria come-las apenas por ousar engravida-la...

Meus olhos se arregalaram quando institivamente meus quadris começaram a mover-se contra minhas próprias mãos. O quarto parecia estar prestes a pegar fogo quando levantei meu quadris para pegar mais impulso e pressionei a cabeça contra o assoalho. Assustei-me com o estalo, mas não foi o suficiente para interromper Jhon e Antônio em sua jornada.

-Ela é nossa agora! Isso é tudo que importa. Não vamos perde-la novamente e quem ousar, nós mataremos!-suas palavras pareceram correntes que agarravam e precionava cada sentimento de minha pele. Um onda exaustiva me levou no limite enquanto os gemidos ficavam mais guturais. A luxúria permeando as paredes da cabana e arrastando como gavinhas por meu corpo.

-Inferno!-brandou Antônio enquanto afundava do outro lado da cama. Sua respiração áspera acompanhava a minha quase como uma sinfonia, sincronizada. Meus dedos estavam frenéticos quando o prazer cruzou por todos os músculos do meu corpo e intalou em minha garganta. A ponta dos meus pés estavam apertadas quando um líquido se espalhava por minhas coxas apertadas.

-Nós já estamos nele...-respondeu Jhon, com um humor sobriamente obscuro que foi capaz de gelar minha espinha.

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