The Last Sunset • JIKOOK

By Ambruela

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[EM ANDAMENTO] Observação de Horngren: "O mundo real é uma exceção" Jungkook sempre odiou rotinas. Mesmo sen... More

PRÓLOGO
PRELÚDIO
[1] Seja Mal-Vindo
[2] Lei de Murphy
[3] Bolhas e Calos
[4] Os 7 Instintos : ESCAPE
[6] Os 7 Instintos : CURIOSIDADE
[7] Os 7 Instintos : SUBMISSÃO
[8] Os 7 Instintos : AUTOAFIRMAÇÃO
[9] Os 7 Instintos : PARENTAL
[10] Os 7 Instintos : INTUIÇÃO

[5] Os 7 Instintos : COMBATE

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By Ambruela

O instinto de combate e a emoção da ira.

PARK

Segundo Kierkegaard, a angústia seria o pressentimento de libertar-se.

O filósofo usa o exemplo de um homem na beira de um precipício. Quando olha para baixo, ele experimenta um medo focado de cair, mas ao mesmo tempo, sente um grande impulso de se atirar intencionalmente para o precipício. Essa experiência de dupla sensação é a ansiedade devido à nossa completa liberdade para escolher saltar ou não saltar. O mero fato de alguém ter a chance e liberdade de fazer algo, mesmo as mais aterrorizantes possibilidades, despoleta um imenso sentimento de angústia. Kierkegaard denomina isto de "vertigem de liberdade".

Um indivíduo torna-se verdadeiramente consciente do seu potencial através da experiência de angústia. Assim, a angústia pode ser uma oportunidade para o pecado mas pode também ser o caminho para o reconhecimento ou realização da identidade e liberdades de cada um.

Seja oportunidade para o pecado ou o caminho para o reconhecimento, a angústia é presente no ser humano do modo mais prático possível.

Ah, mas é claro, não podemos esquecer do desespero.

Kierkegaard define o desespero como aquilo que é como doença mortal: vivenciar a morte em vida, perpetuar-se para a existência. Putrefazer em forma material e existir no desespero com a sua presença mais mundana possível.

Isto é: morrer e permanecer em vida.

Digo com um tanto de certeza que meu momento "vertigem de liberdade" se deu assim que coloquei o pé para fora de casa, algumas horas atrás. A completa liberdade do homem de escolher entre saltar do precipício ou não, foi a minha escolha entre sair de casa, ou não.

O filósofo não errou em momento algum onde disse que alguém ter a possibilidade de fazer algo, mesmo as piores possíveis, cria o sentimento de angústia.

Porque é isso que me sinto agora, angustiado.

A Teoria do Caos também nos diz que pequenas mudanças nas condições iniciais tem um efeito crítico no resultado final de um sistema caótico. Isso se aplica tanto ao comportamento humano quanto ao mundo físico. É impossível termos um modelo de previsão para nosso comportamento porque há muitos fatores envolvidos, cada qual com o potencial de causar danos significativos. Há uma complicação a mais: humanos aparentemente tem livre arbítrio, refletem sobre seus comportamentos e podem alterá-los.

Andando em silêncio ao lado de Jungkook, agora penso que eu tinha a opção de ficar, de ir sozinho, ir de carro ou de buscar mantimentos primeiro. Eram infinitas possibilidades que me foram dadas e eu escolhi essa, sem saber se é a certa, se vai encadear um efeito borboleta ou se foi a pior escolha que eu poderia ter feito.

É daí de onde vem a angústia, a ansiedade.

Mas Jeon não está assim.

Enquanto sou angústia, ele é desespero.

Diferente de mim, ele vivenciou o perecimento em vida, da forma mais grotesca possível. Mesmo estando de frente com a morte, ele perpetua em existência.

Mortes, mortes e mais mortes, mas continua vivo. Parece que o universo castigou-o de propósito e seu destino é presenciar o fim de tudo com os próprios olhos. Como o inferno na terra.

Eu, honestamente, não aguentaria.

É horrível a sensação de ver todos indo embora e você continuar aqui, preso numa tentativa fútil de permanecer vivo onde ninguém mais está. Qual o propósito disso? Do que vale esse pote de ouro no final de um arco-íris feito de sangue?

— Jimin!

Despenco da minha montanha de devaneios quando a voz do homem ao lado, soa no meu ouvido. Jungkook me olha assustado, com um filete de suor escorrendo na sua testa e a respiração pesada, tentando controlar a transpiração naquele calor infernal que estávamos sendo obrigados a passar.

Por sorte, vim de regata. Foi preciso apenas amarrar minha jaqueta na cintura e continuei sem problemas no caminho, enquanto Jeon suava na sua camisa de basquete.

Ele nem gosta de esportes.

O maior dá um peteleco na minha cabeça e controlo meus impulsos de xingá-lo, apenas respirando fundo e mandando o dedo do meio.

— Presta atenção no caminho. Quase que você pisou no caco de vidro. — Avisa.

Pisei, é?

Dou de ombros e continuo a caminhada exaustiva que nos propusemos a fazer. Eu não sei que tática Jeon estava magicamente usando para saber que estávamos indo ao caminho certo. Ele nunca foi bom de geografia, não temos um mapa e quem dirá uma bússola. Se fosse para confiar na sua memória e ensinamentos de escoteiro que adquiriu quando tinha oito anos de idade, estávamos perdidos.

Mesmo assim, continuo junto com ele.

Segundo o que me foi dito alguns longos minutos passados, já havíamos saído de Jinhae – isso era fato – e estávamos no meio do caminho para chegar ao bairro que queríamos, em Gyeongsang.  Metade do percurso havia sido percorrido com uma caminhada mediana e isso nos custou umas boas horas. Chuto facilmente que é início de tarde e, quando saímos de casa, ainda estava no nascer do sol.

Por alguma grande sorte do destino, sequer vimos algum infortúnio pelo caminho. As ruas eram desertas, apesar da destruição em cada canto e alguns corpos mortos dentro de carros. Muitas pessoas se mataram, muitas. Foi dentro de um desses veículos que achamos uma família que aparentemente estava de viagem. Mesmo sendo uma cena catastrófica e de embrulhar o estômago, Jungkook se ofereceu para vasculhar o carro e nele encontrou uma barraca de acampamento, cordas de escalada, um isqueiro, sanduíches podres e uma garrafa de dois litros de água, com menos da metade. Além disso, Jeon teve a petulância de tirar uma câmera fotográfica do bolso de uma das vítimas do possível suicídio coletivo e pendurou em seu próprio pescoço, exibindo a máquina que fazia polaroids.

Bem, agora temos água, mesmo que bem pouca.

Minha mochila começou a ficar levemente pesada a cada parada que fazíamos. Eu sei que Jungkook tem uma mania de vasculhar qualquer canto que achar provável ter algo e isso se dá muito em conta dos trilhares de games que jogou ao longo da vida. Parece que ele sabe exatamente onde tem alguma coisa e na maioria das vezes, tem razão.

Não vou julgá-lo. Se não fosse por sua bravura até agora, só haveriam armas na minha bagagem.

Mas agora há toalhas, esparadrapos, agasalhos, uma cartela de analgésicos para dor muscular e insônia, pomada para assaduras e até um doce em compota.

É, ele sabe como sobreviver.

— Tem certeza que não quer um pedaço? Vai acabar ficando com fome. — Pergunta. Não tenho outra reação a não ser olhar para o meu ex, com nojo.

Minha bile quase para na boca quando o vejo engolindo mais um pedaço daquele roedor frito, cozido, assado ou seja lá que porra ele tenha feito com gravetos de árvore, isqueiro e um espeto de churrasco. Achamos o animal se alimentando de algo no meio-fio da rua, Jeon o matou e em menos de quinze minutos improvisou um fogão para fazer aquela coisa ser um pouco mais "comestível".

Mas é impossível para mim. Minha barriga pode até roncar de fome, mas eu me recuso a ter que usar esse tipo de método para alimentação.

— Tem noção das milhares de doenças que esse bicho tem? Só de ter encostado no pêlo dele, você adquiriu umas trinta.

Ele concorda e dá uma mordida na coxa do rato morto e espetado no palito.

— É isso ou morrer de fome. Você escolhe.

Eu escolho achar uma alternativa que não envolva consumo de animais com leptospirose.

Nego com a cabeça e continuo a caminhada olhando para o outro lado da rua, ouvindo apenas o doce som da mastigação do mais novo ao meu lado, que parece se deliciar com a carne recém "assada" de um rato.

Delícia de almoço.

— Jimin.

Sou chamado, depois de mais alguns longos minutos em silêncio. Agora Jeon apenas lambia os dedos e fazia um exercício com a perna enquanto caminhávamos. Àquela altura não haviam mais casas ao nosso redor, apenas uma estrada cercada de floresta nos cercava.

Direciono meu olhar até o moreno, sem dizer nada. Isso é a permissão que ele tem para que continue sua linha de raciocínio: — Caso esse tal bisneto não esteja mais nesse lugar, o que você vai fazer?

Mas que ideia! Jungkook tem cada pergunta que surge sem pé nem cabeça na sua mente que as vezes me questiono se ele de fato pensa antes de falar.

Vê se pode, o que vou fazer!

É cada pergunta...

Claro que... eu vou...

Merda.

O que vou fazer?

Isso não passou pela minha cabeça, rapazes.

Nos meus planos não tem essa de "caso ele não esteja". Ele tem que estar. Eu confiei em Juhyun e ele confiou em mim. Não tenho sequer o nome desse tal parente para que eu possa buscá-lo de alguma forma.

Ele tem que e vai estar lá.

Mas e se não tiver?

Depois da invasão, voltar para casa não é uma opção. Viver como um nômade é perigoso demais e eu não tenho sequer um conhecimento básico que me ajude a sobreviver por uma semana. Ficar sozinho é sinônimo de morrer.

Eu nunca fiquei sozinho desde o começo de tudo.

É nesses pensamentos que eu me vejo perdido quando demoro mais tempo do que o esperado para responder Jungkook. Quando me dou por conta, ele me olha buscando algo nas minhas orbes perdidas naquela estrada vazia, sem nem saber para onde estou indo.

Cara, eu nem sei para onde estou indo.

— E-eu... não sei. — Gaguejo sem intenção.

— Calma. Espera. — O maior interrompeu nosso percurso. Jeon tinha um sorriso mínimo no rosto, segurando um dos meus ombros com a sua mão tatuada. — Você saiu de casa sem pensar nessa hipótese? Tipo, eu literalmente falei para você que as chances dele estar lá, são mínimas. Não tem nada em mente caso cheguemos e não tenha ninguém?

É isso mesmo que você ouviu, gigante pela própria natureza. Eu não tenho um plano e nesse momento me sinto o ser humano vivo mais idiota nesse planeta Terra.

— Minha cabeça estava explodindo, Jungkook. Nunca que eu pensaria nisso. — Digo. Era verdade, mas eu tive uma parcela de tempo para pensar em algo e honestamente isso não se passou pela minha mente. — Você sabe o que vai fazer?

Ele ri.

— É óbvio que sei! Tenho um plano desde que saí da minha base. Caso ele esteja ou não nesse lugar, vou voltar para Incheon e encontrar minha equipe. — Esclarece. Só então me dou conta de que eu estaria por conta própria caso qualquer uma das circunstâncias acontecessem. — Eu achei que você, sei lá, tinha algum lugar para ficar, um caminho para seguir...

Jungkook era literalmente a minha fonte de sobrevivência daquele momento. Eu sei que não sou indefeso e saberia me defender em certas ocasiões, mas o ser pensante da nossa dupla, é ele.

Eu nunca abriria um carro com uma família morta dentro e pegaria suas coisas.

— Jeon, eu passei os últimos dois anos trancafiado dentro de um bunker. Você acha que eu tenho algum outro lugar para ir que não seja lá?

Ele para e pensa. Agora Jungkook parece estar tão perdido quanto eu. Jamais quis dar problemas para a vida dele e desde o começo meu ex deixou claro que ir comigo seria apenas um acaso, já que seu caminho era por ali, querendo ou não. Fiquei um tempo reflexivo ao pensar que, se não fosse por essa coincidência, eu teria que ir sozinho.

— Olha, Jimin. Se não ajudar a si próprio, não tem como eu fazer isso. Você tem uma família gigantesca e muitos deles moram nas redondezas, por que não pensa em ir para a casa de algum e buscar abrigo? Pensando bem, essa é sua melhor opção. Você já está indo em direção a um desconhecido sem nem saber se ele mora lá ou não, então por que não arrisca encontrar um parente?

Jeon fala, fala e fala, mas tudo entra por um ouvido e sai pelo outro. Minha atenção havia se desfocado dele desde o momento em que chegamos num ponto da estrada em que nos demos de frente com a Ponte Lunar. Eu havia passado por ali incontáveis vezes quando fui viajar com minha família, mas agora a paisagem daquele lugar é totalmente diferente.

Aquela passagem parece que vai despencar à qualquer momento. Ainda parados, eu posso perceber que até a estrutura daquela construção está precária, pedindo por uma reforma. Mas, tirando a falta de cuidados e a água poluída, é outra coisa que me chama a atenção.

Uma figura. Humana. Ela parece ter nos visto e ignora completamente nossa existência, continuando com sua postura indiferente na direção do rio. Por conta da distância é complicado de ver seu rosto, mas pode-se ver uma fumaça saindo de sua boca.

— Ei. — Chamo Jeon, mas é inútil.

— Tá, verdades sejam ditas; a maioria deles nunca gostou realmente de você depois que assumiu seu relacionamento comigo, mas, se for parar para pensar, tem uns que são tão legais que eu gostaria que fossem da minha própria família. Algumas daquelas viagens que fizemos foi tão divertida e tinha umas pessoas tão simpáticas que nem dava vontade de ir embo–

— Jungkook.

Interrompo, novamente. De nada adianta. Meu ex-namorado parece estar muito ocupado dando argumentos para que eu siga sua ideia que não estou prestando atenção desde que ele começou a falar.

— Tem aquela sua tia loira. Ela tem uns parafusos meio soltos mas no fundo aquela mulher tem um coração gigantesco e eu tenho certeza que não pensaria duas vezes antes de te colocar dentro daquela mansão dela e ofere–

— Jeon.

A pessoa misteriosa se vira para nós dois. Seus cabelos voam conforme o vento do meio da tarde começa a surgir, mostrando a silhueta do corpo magro na camisa folgada que usava. Não sei a que ponto aquilo se tornou algo estranhamente desconfortável, mas estarmos nos encarando sem nem enxergar nossos rostos, é intimidante.

— Deixa eu terminar. Se eu não me engano também tem seu primo que quase perdeu a perna da vez que fomos na cachoeira, lembra? Ele inventou de mergulhar lá de cima e acabou que caiu num ângulo errado e quase precisou ir para o hospital depois de achar que tinha deslocado o quadril. No início nós entramos em desespero mas depois foi cada um gargalhand–

— Jungkook, inferno!

A voz só é interrompida quando eu tampo sua boca com a minha mão, fazendo o moreno reclamar de alguma coisa até olhar para onde estou apontando; — Aquilo ali é uma pessoa?

Seus dedos deslizam até minha palma e a retira de seus lábios. Os olhos do mais novo estão estatelados encarando a figura que fuma um cigarro.

Mas não se assemelha a um olhar qualquer.

É reconhecimento.

Eu estava pronto para traçar uma estratégia de sair dali sem corrermos risco de vida, se não fosse por Jungkook.

Meu ex é mais rápido do que meu raciocínio quando começa a caminhar e deixa-me para trás. Eu tento alcançá-lo, mas sei que um passo meu, é três de Jeon. Vejo o moreno na minha frente ir em passadas rápidas até a ponte, agarrando com força o pé de cabra que tinha em mãos. A pessoa de lá, por outro lado, continua parada, olhando para nós.

Meu coração acelera conforme nos aproximamos daquele espaço. A Ponte Lunar, além de ser extremamente perigosa, me trás dolorosas lembranças de quando, para mim, o mundo ainda era perfeito. Pisar ali numa situação tão crítica é como um choque de realidade que eu nunca pensei que precisasse passar na vida.

Mas preciso.

Interrompo meu percurso assim que chegamos no início da passarela. Meu ex, por outro lado, continua caminhando com seus coturnos na mesma intensidade, com a mesma força e com a mesma velocidade. Não era preciso reparar muito para que se notasse que aquela pessoa que ele reconheceu não era ninguém amigável.

Eu estava apto para chamá-lo e atrair a atenção de ambos antes que qualquer desgraça acontecesse, mas foi tudo ligeiro demais para que pudesse reagir e impedir aquele desastre.

Quando me dou por conta, Jungkook golpeia a costela do homem, com o pé de cabra. Antes que desse tempo do mais baixo se agachar e grunhir de dor, o moreno chuta seu corpo e faz o loiro cair sentado na ponte, resmungando com a mão na costela.

Nunca vi Jeon daquela maneira.

Enquanto o outro se contorcia no chão, meu ex se ajoelhou, agarrou o agredido pela gola da camisa polo e começou a distribuir uma sequência de socos no seu rosto, sem qualquer revide da outra parte.

Ele ia matar aquele cara.

— Jeon! — Chamo de longe e logo meus pés se apressam em correr até os dois, escutando o estalar alto da madeira envelhecida que pisávamos. Como um carro passava por ali? — Ei!

Agarro o ombro de Jungkook e só então posso ver o estrago que é feito. Meu ex-namorado está com lágrimas nos olhos enquanto esmurra o rosto do homem que parece ser de nossa idade. O mesmo não reage a nenhuma das agressões e continua ali, aceitando todas as bordoadas que são entregues na sua face com um filete de sangue escorrendo do nariz e um corte na boca.

— JUNGKOOK! — Reúno todas as forças existentes em meu ser para afastar o moreno de perto do homem que está sendo surrado sem que eu nem saiba o motivo. Ainda assim, puxo o tatuado pelos ombros e faço ele também cair sentado, tempo suficiente para que o outro se levante e se afaste.

Diferente do que imaginei, ele não parte para cima de nós. O galego se afasta alguns metros e se escora no gradil da ponte, cuspindo sangue na água. Para nossa surpresa, ele tira um maço de cigarro do bolso e acende com o isqueiro que deixou cair no chão, ainda resmungando de dor.

Nada mais abala esse homem, definitivamente.

— Jeon, qual o seu problema, inferno?!

Falo com Jungkook, mas ele não fala comigo. Pelo contrário, seus olhos estão repletos de ódio enquanto encaram o homem longe de nós, que simplesmente ignora nossa existência. Jeon já haveria avançado mais uma vez para cima dele se eu não envolvesse meus braços em sua cintura e me colocasse na frente, fazendo uma força descomunal para que ele não desse nenhum passo.

— Foi você, não foi?! — Meu ex disse em alto e bom som para o descolorido do outro lado, que nem deu atenção. — Tudo foi um plano para eu confiar em você e no fim foder com a minha vida, não é!? — Não foi correspondido.  — PARA DE SER COVARDE E OLHA NO MEU OLHO!

O homem olha para nossa direção, tão perto que agora posso ver claramente suas características enquanto ele caminha. Agora Jeon tenciona o corpo e para de impulsioná-lo para frente, esperando que chegue mais perto. Mesmo assim, não o solto.

Visualizamos o menor chegar até nós, em silêncio. 

O galego veste um casaco militar por cima de uma camiseta polo e calças jeans rasgada, junto com um tênis de certa marca famosa que era bastante usada por rappers e trappers. Seus olhos estreitos percorrem-me de cima à baixo, com um pesar nublado nas orbes cobreadas. Conforme sua caminhada, seu emaranhado de fios loiros se misturavam com a luz do sol, mostrando algumas imperfeições desalinhadas na extensão.

Quando parou em frente a nós, ele jogou a bituca de cigarro no chão e retirou algo do bolso, entregando para o grandalhão tatuado ao meu lado. Jeon, por outro lado, já não pensava mais em avançar para cima daquele homem que tinha a boca torcida num meio sorriso. Antes que Jungkook pensasse em pegar o papel que era oferecido, o loiro jogou no chão e encostou-se na grade da ponte, visualizando o horizonte.

— Eu não precisei complicar a vida de ninguém. Você se fodeu por conta própria, esquentadinho. — Falou com as lumes perdidas em algum ponto daquele gigantesco mar, tocando cuidadosamente no canto da boca cortada. Seu tom saía tranquilo demais para quem havia acabado de apanhar para o ser na sua frente. Ofego involuntariamente quando sua face fecha-se dura em minha direção. — Na próxima, guarde melhor suas coisas.

Quando olho em sincronia com Jungkook para o chão, o espanto transformou nossos rostos.

Uma foto nossa.

Eu e Jungkook estávamos de frente para um espelho, olhando para a câmera, com dois grandes sorrisos no rosto. Haviam dezenas de figurinhas coladas ao redor da fotografia e no canto tinha escrito com minha própria letra: "Jikook, amor eterno"

Foi nosso segundo aniversário de namoro, me recordo perfeitamente. Jungkook e eu juntamos nossas economias do mês para ir em um restaurante que sempre tivemos vontade. Depois de gastar mais do que podíamos e precisar permanecer até o mais tardar da noite lavando louças e copos, fomos para uma pracinha e ficamos até de madrugada, rindo e contando os causos de nossas vidas. Lembro que voltei para casa com um sorriso de orelha à orelha, até dormir com as bochechas doendo.

Também foi a primeira vez que dissemos "eu te amo" um ao outro.

Percebo que Jungkook tem as mesmas recordações que eu quando noto seu olhar tão perdido quanto o meu na foto jogada no chão, que de longe transparecia felicidade e amor.

É estranho olhar para o lado e não ver aquele Jeon da foto.

É estranho olhar para mim mesmo e não ver aquele Jimin da foto.

Não havia mais aquela cor, aquela sintonia, aquela conexão. Se referindo à nossa união ou não, estávamos abatidos, tanto de aparência quanto de mentalidade. Por pouco não notava-se que éramos aquelas mesmas pessoas da foto.

Eu sinto saudade daquele Park Jimin que não tinha preocupações além da escola. A única coisa que o irritava era ter que acordar cedo em todos os dias úteis. Esse que detestava tomate e seu maior terror era repetir de ano. Aquele Jimin que viam o brilho nos olhos e a vontade de viver.

Agora nada disso existia mais. Tudo se tornou aflição, amargura e melancolia.

Mudamos. Muito. Para pior.

Jungkook abaixou-se desajeitadamente e apanhou a foto do chão, guardando no bolso da sua calça. Seus olhos continuaram encarando onde antes a fotografia estava, sem parecer ter coragem para olhar qualquer outra coisa.

— Você fica bem de cabelo loiro, devo admitir. — O mais baixo falou, ainda ignorando completamente meu olhar sob ele.

Eu sei que fico.

Infelizmente foi impossível ignorar quando Jungkook foi até o homem e o agarrou pelo pescoço, forçando seu corpo contra o gradil da ponte, deixando o loiro de costas para a água e com os olhos fixados no meu ex-namorado que mantinha a face rígida.

Dava para ver o ar fugindo pouco a pouco de seus pulmões. Jeon apertava sua curvatura sem dó, vendo o desespero crescer cada vez mais na face que ia ficando rubra pouco à pouco, mesmo sem tentar sair do aperto.

Ele queria morrer?

— Viu a merda que fizeram lá atrás? Não haja como se nada houvesse acontecido. — Questionou. Jungkook não demonstrava pena em colocar tanta força em sua palma que envolvia o pescoço fino do homem esguio. — Você mentiu para mim, não mentiu?

Jeon pergunta, pressionando ainda mais seus dedos na garganta do menor quando percebe que não ia ser correspondido.

Ainda que eu estivesse naquela conversa, não estava. Algo interno parecia estar sendo resolvido e minha presença ali era quase que inútil, apenas servindo como um espectador para aqueles dois que pareciam saber muito mais do que eu.

Seria ótimo uma explicação agora.

O loiro faz uma força para finalmente sair do aperto e agarra no antebraço do meu ex, fincando suas unhas até que Jeon afrouxasse e soltasse a gola da camisa do mais baixo, que o xingou antes de tossir e voltar ao seu tom normal de voz:

— Todos nós mentimos nos últimos dois anos, não é? — Indaga. Um sorriso de canto não sai de seus lábios. — Uma mentira em tempos sombrios como esses podem salvar nosso futuro e você sabe muito bem disso, Jungkook. Não venha se fazer de santo porque é o pior entre nós três.

Um sorriso brota nos lábios finos e bem desenhados do Jeon, mas em um puro escárnio.

— Não, eu com certeza não sou. Não ando em gangues que fazem chacinas e depois vão embora.

— Eu também não. Está me vendo com alguma gangue aqui? Pare de tentar se inocentar quando você foi o primeiro a mentir assim que nos conhecemos! — Exclamou. Seu corpo agora havia se aproximado de Jungkook mas ele sequer pensou em dar um passo para trás. Estariam quase peito a peito se o loiro não fosse consideravelmente menor. — No primeiro instante em que ficamos sozinhos eu te disse que não estava com Chowan por opção, e sim por necessidade. Se não houvesse me juntado a eles, teria literalmente morrido de fome ou desmaiado de desidratação e ficado à mercê desses mortos-vivos. Eu agradeci e recompensei o favor com os meus serviços, mas isso nunca me fez ser como um deles. Nunca matei ninguém, nunca roubei pertences de ninguém, nunca precisei ameaçar uma pessoa para conseguir o que eu queria!

A voz do desconhecido vacilou em cada final de frase. Ainda que seus olhos agora transparecessem fúria e indignação, um marejar de lágrimas quase imperceptível surgia naquelas orbes, pronta de vazarem e transformarem seu rosto num mundaréu de choro.

Mesmo assim ele permanecia firme, decidido nas palavras e sem pensar em fraquejar. De longe dava para se perceber que era um homem de cicatrizes profundas e curadas, mentalmente falando.

— Isso definitivamente não te faz o mais inocente daqui. — Jeon persistiu em contradizê-lo, continuando com o tom sério na voz. Suas lumes não desviavam do menor, parecendo que a qualquer momento avançaria no loiro como se ele fosse uma presa.

Eu não duvidaria disso. Jungkook é louco, tipo, piradinho das ideias.

— Estou dando uma foda para quem é o mais inocente. Não matei ninguém e não quero você inventando mentiras ao meu respeito para tentar se sentir melhor. — O loiro não parecia ter medo de confrontá-lo, como se fosse até mais forte. Amenizando seu olhar pesado, ele virou-se para mim: — Eu sinto muito pelas pessoas que conviviam com você. Pode ter certeza que não houve um dedo meu naquela catástrofe e assim que desci no porão e vi o que estavam fazendo, fui embora. Não havia como impedí-los, eram muitos.

Foda-se, talvez eu esteja sendo um trouxa nível supremo, mas senti verdade em cada palavra dita por aquele homem que havia conhecido minutos atrás.

— Acha que isso vai fazer você se sair melhor dessa situação? — A voz de JK se fez presente, mais uma vez.

Um tsc' saiu da boca do mais baixo, que colocou as mãos em cada lado da cintura.

— Ah, Jungkook! Você acha mesmo que me importo tanto assim com a minha vida? Eu estava prestes a me jogar dessa ponte. Se vocês não houvessem chegado eu já estaria no fundo do rio.

— Você se importa o suficiente para entrar numa gangue para não morrer de sede e fome. — Digo, sem encará-lo. Mesmo tentando desviar os olhos à todo custo, eu posso sentir o peso de suas lumes sob mim, provavelmente xingando até a quinquagésima geração da minha família.

Ainda que com o olhar mortal, sua voz saiu um tanto pacífica:

— Quando as necessidades chegam, você só age por instinto. Seu corpo clama por sobrevivência, mesmo que não queira. Ao ver, já é tarde demais para voltar atrás, mas também tarde demais para se arrepender. Acho que você nunca passou por isso, não é?

Eu realmente nunca passei.

Minha mãe era advogada e meu pai era cirurgião cardíaco. Desde a infância eu fui uma criança privilegiada e tive tudo o que queria, na hora que queria. Isso me fez ser mimado até o auge dos meus quinze anos, onde precisei sair da minha escola particular e migrar para uma pública de ensino médio.

Ali aprendi que quem sofria bullying não eram os pobres, eram os ricos.

Fui chamado de playboy, burguês, mimado, fru-fru, florzinha, riquinho, zé-governo e até coisas que eu nem imagino o que significavam. Eu apanhava pelo simples fato dos meus pais terem dinheiro. Foi na marra que soube como lidar com aquilo e precisei evoluir de um legítimo filho de papai, para apenas um adolescente com consciência de classe.

Só então eu comecei a ter amigos, viver tranquilamente com pessoas muito diferentes de mim e conhecer a vida com outros olhos.

E foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido.

Então sim, eu nunca passei necessidades, mas sei muito bem o que as pessoas que passavam, sentiam.

Num impulso, agarro o bíceps de Jungkook e o puxo para um canto afastado da ponte, onde só há nós dois e um imenso vazio mergulhado no silêncio. Jeon me olha por cima, esperando qualquer coisa sair da minha boca enquanto eu encaro aquele ser humano parado do outro lado, imerso nos próprios pensamentos.

Ele parecia que ia se jogar há qualquer momento, era desconfortável.

— Eu não sei... — Perdurei. Eu nem sabia o que falar, na verdade. Chamei meu ex para uma conversa reservada com o total de zero motivos. — Talvez não seja uma má ideia.

Solto o que vem em mente. Talvez tenha sido uma escolha errada? Completamente ridícula. A expressão instantânea de choque por parte de Jungkook faz com que eu questione as atrocidades que se passam na sua pequena cabeça, já que não sou nenhum Professor Xavier para ler pensamentos.

Esse maluco sempre foi assim. Jeon mostra uma careta, faz uma pose e quer que as pessoas magicamente descubram o que ele está tentando dizer. No começo tudo o que ele me arrancava era uma raiva imensa por deixar-me totalmente à deriva com qualquer mínima expressão no seu rosto, mas, conforme o tempo foi passando e eu já estava calejado de estar presente naqueles tipos de situações, comecei a aprender e entender cada uma de suas reações que às vezes falavam muito mais que sua boca. Foi como estudar um ser evoluído que não precisava de palavras para se comunicar. Além de seus pais e amigos, eu era um dos únicos que entendia o Jungkooquês.

E aquela linguagem feita ali, bem na minha frente, não foi nem um pouco agradável. As sobrancelhas arqueadas, a boca entreaberta, as lumes fixas no ponto central entre meus olhos...

— Tá' falando sério? — Sua voz saiu indiferente, mas seu rosto dizia totalmente o contrário. — Acabou de conhecer esse cara e quer confiar nele?

Sim, quero. — Quase digo, na lata.

Eu posso ser uma pessoa problemática, bipolar* – não ironicamente –, estranha, necessitada de terapia e com uns transtornos que possivelmente precisavam de tratamento, mas se tinha uma coisa que não me enganava, era a minha intuição. Eu sei, parece clichê esse papo de "siga seu coração", "ouça o que seu eu interior tem a dizer", "se conecte com sua alma" e todas essas picuinhas que pessoas que abraçam árvores e acendem incenso adoram dizer, mas vai por mim, a minha intuição nunca falha.

Foi ela que me trouxe até aqui, vivo. Depois de dois anos.

Então não ia ser agora que eu a abandonaria.

— Não é sobre confiar. Ele pode saber como nos levar até onde queremos. — Digo, estreitando os olhos para conferir se nos observa. O descolorido continua imóvel, encarando o mar. — E ele tem uma moto.

Jeon ri, incrédulo. Sua mão passeia pela testa suada e organiza os fios da sobrancelha, com um sorriso sacana nos lábios.

— Você desaprendeu a lidar com pessoas.

O que ele disse?

— O que você disse?

— Isso mesmo que você ouviu, Jimin. — A face que antes permanecia em total deboche, endureceu. — Acha que só porque falou que sente muito pelas suas perdas, ele é digno de confiança? Tem gente literalmente se comendo nas ruas e você acha plausível acreditar em um cara que estava na chacina das pessoas que moravam junto com você?

Eu poderia facilmente dar um soco na boca dele agora mesmo, juro!

Preciso admitir que não tinha nada errado no que ele disse, o problema foi o tom que falou, como se eu fosse um neandertal que reproduziu a coisa mais sem noção do mundo.

Talvez eu ainda seja um pouco mimado, ok?

Para não explodir ali mesmo e jogar meu ex daquela ponte vagabunda, encarei as nuvens brancas cobrindo o céu estupidamente azul e suspirei, só voltando a olhá-lo quando tive certeza que não ia usar meu réu primário contra aquele ser humano.

— Eu já disse que não é sobre confiar, Jeon. Ele pode nos ajudar no caminho, com mantimentos, conhecimento...

O Homem de Ferro não gostava do Capitão América e precisaram unir forças para salvar o mundo. Eu sei que é uma comparação totalmente ridícula, mas não deixa de fazer um pouco de sentido na situação que nos encontramos.

Jeon pareceu entender minha metáfora, analogia ou seja lá o que foi isso. Ele olhou para trás e viu o loiro ainda olhando para o nada e pensando em tudo.

Voltou-se para mim:

— Então eu sou inútil, né? Você queria alguém para te levar até seu objetivo e achou, então meu trabalho terminou por aq-

— Não! — Lhe interrompi mais rápido do que pude raciocinar.

Mas que inferno, Jimin!

Assim que percebi a velocidade vergonhosa que respondi aquele questionamento, quase fiz o favor de jogar meu lindo corpinho naquele mar. Para não piorar a situação e tentar manter o resto da minha dignidade, mexi as mãos num ritmo sem sincronia, só parando quando apoiei no batente da ponte, atrás de mim: — Q-quero dizer... você pode ir embora, se quiser. — NÃO PODE, NÃO! O QUE CARALHOS VOCÊ TÁ' FALANDO, PARK JIMIN?! — Mas... euqueriaquevocêficassecomigo.

A dúvida estava estampada na face do meu ex-namorado. Eu também ficaria confuso se alguém quase surtasse depois de interromper a minha linha de raciocínio e não conseguir dizer uma frase decente sem gaguejar ou hesitar nas palavras. Para fechar com chave de ouro essa humilhação, eu ainda tive que expor uma opinião que feria meu ego.

É óbvio que eu queria que ele estivesse junto comigo. Jungkook foi a primeira pessoa que eu tive algum contato depois de anos convivendo com idosos. A presença de Jeon me deixava um tanto mais confortável na hora de fazer ou dizer qualquer coisa e saber que não seria julgado, graças aos nossos anos de intimidade.

Se a palavra confiança for citada aqui eu vou cometer um crime contra a minha existência.

Então era claro que o queria perto de mim, ainda que estivesse rodeado de vinte pessoas.

Eu só não queria admitir aquilo.

Como é? — Perguntou, sua sobrancelha arqueando-se.

Ah, Jeon... Por favor, não me faz repetir isso.

Euqueriaquevocêficassecomigo.

Falei tão rápido quanto da primeira vez, deixando o moreno ainda mais confuso do que estava. O mais novo cruzou os braços e fez seus bíceps ficares espremidos no peito, quase desviando minha atenção.

Foi por pouco.

Talvez eu tenha dado uma olhadinha, mas releve, por favor.

— Por que você tá' falando em speed flow? Eu já sou lerdo, se dizer as coisas muito rápido só vai complicar ainda mais minha vida e não vai ser hoje que va-

— Eu queria que você ficasse comigo, tá bom?! — Minha querida voz saiu um pouco mais alta do que o desejado, vendo o terceiro integrante da ponte nos olhar pelo canto dos olhos.

Alguém arranca minhas pregas vocais? Obrigado.

Dessa vez, quase sussurrando, continuei: — Conseguiu entender ou quer que eu fale com a voz mais aveludada?

Dava para ver o sorriso perverso de Jeon que pedia para eu falar com a voz aveludada. Maldito!

Tentando conter uma risada pelo sacrifício que eu tive de dizer uma única frase, Jungkook me olhou ainda com os braços cruzados e uma malícia no rosto. Analisou-me da cabeça aos pés e assentiu:

— Tendi'.

Tendeu?

Apenas?

Sem gozações, piadinhas e tiradas com a minha cara?

Nossa, que homem mudado está Jeon!

Meus lábios se curvaram de felicidade involuntariamente mas voltaram ao normal quando percebi a situação desnecessária para fazer aquele ato.

Mais uma vez destruindo minha própria dignidade. Grande dia.

— E então? — Incentivei.

Mesmo sem que eu quisesse – e não queria mesmo –, a opinião de Jungkook me fazia repensar sobre minhas decisões. Geralmente isso ajudava muito ou atrapalhava muito. Era como jogar à sorte e pedir para eu ficar agradecido ao invés de estressado.

— Eu respeito sua ideia, mas acho uma ideia estúpida. Enfim, como é você que quer chegar nesse bendito lugar, faça o que achar melhor. Mas ó... — Seu dedo indicador e médio tiveram as pontas direcionadas para os meus olhos, assustando-me pelo ato imprevisível. — Fica. De. Olho!

Concordei, sem saber se aquilo era uma ameaça ou um aviso. Quando meu ex estava prestes a dar as costas e voltar até o loiro abandonado, a porra da minha boca decidiu se abrir:

— E você...?

"E VOCÊ" O QUE, JIMIN?

Odeio ter livre arbítrio para falar todas as baboseiras possíveis. Às vezes só queria alguém menos estúpido do que eu para tomar umas decisões que sei que ganham mais minha emoção do que a razão.

Parece até que estou desesperado pela presença do Jungkook, meu deus! Por que nossos impulsos agem de uma maneira tão escrota, hein?

— Relaxa. Eu vou ficar com você, Jimin... — JK sorriu, colocando as mãos no bolso da calça e aproximando-se ainda mais, até falar quase rente ao meu ouvido: — Até o fim disso tudo.

Soltei a respiração que eu nem sabia que estava presa.

"Até o fim disso tudo."

● CONTINUA ●

Oieeeee!!!! (me imagine surtando pq a fic está prestes a bater 3k aaaaaaa)

Desculpa a demora, sério mesmo :((( Não era a intenção demorar tanto tempo assim mas (insira aqui uma justificativa para não culpar minha procrastinação).

Brincadeiras à parte, eu to tentando finalizar uma fic que está pendente desde o ano retrasado e estou em andamento com uma outra jikook que tenho ficado muito satisfeita com o caminho que tá tomando. Se tudo der certo eu posto quando ela tiver finalizada!

Vamos fazer uma oração para o mini querido yoonguinho que agora vai ter que aguentar esse casal de ex-namorados infernizando a vidinha pacata do nosso escalador de meio-fio? (se acostumem, jk também é ótimo de dar apelidos)

*Bipolar = Nessa fanfic o Jimin realmente tem transtorno de bipolaridade do tipo II e foi diagnosticado antes do apocalipse, o Jungkook sabe disso. Vou retratar o assunto com a maior delicadeza possível porque sei que é um transtorno grave e que leva a muitos gatilhos. Como não é meu lugar de fala, eu prometo estudar muito sobre o assunto e tentar me redimir caso venha cometer qualquer erro.

Sendo assim, até o próximo capítulo! Beijocas, vidocas!

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