KING'S LANDING-
- Aegon me trouxe a Rua da Seda no meu décimo terceiro dia do nome - comentou Aemond para Sor. Criston ao seu lado. - Disse que era uma obrigação como irmão garantir que eu fosse educado como ele foi.
Eles desceram os degraus, indo em direção a porta de madeira. Viserys - o rei - estava morto, precisavam de um novo governante.
E Rhaenyra não estava nos planos, então precisavam fazer isso por baixo dos panos.
- Pelo menos foi isso do que eu entendi do que ele disse - terminou o platinado, batendo com o sino na porta.
- Eu não entendo - respondeu Cole.
- Ele disse "está na hora de se molhar" - explicou Aemond.
- Toda mulher é imagem da mãe, deve ser falada com reverência - corrigiu Criston, batendo mais uma vez na madeira.
Precisavam encontrar Aegon urgentemente.
- Em algum momento, na noite passada. Nos perdemos do nosso companheiro de bebida - começou o mais velho, quando a mulher parou em frente a eles. -, conhecendo os lugares que ele já frequentou, e já por ter sido cliente do seu estabelecimento. Viemos lhe perguntar sobre o paradeiro dele.
- Descreva-o - respondeu a mulher.
- Esse é um assunto delicado - disse Cole, se aproximando para que saísse em um sussurro. - Veja bem, o homem que procuramos é o jovem príncipe Aegon. Posso confiar na descrição do seu estabelecimento?
- O príncipe não está aqui - retrucou a outra.
- Ele esteve aqui? - se afastou Cole. - Mas cedo, talvez?
- Sim, bem mais cedo - respondeu ela. - Há anos, na verdade.
- Eu falo recentemente.
- Ele não frequenta a Rua da Seda, os gostos dele são... - tentou encontrar a palavra certa, e Aemond a olhou. - bem peculiares.
- Como assim? - perguntou Sor. Criston.
- Desejo que tenham sorte, senhor. Mande lembranças ao seu amigo - apontou para o mais novo, o olhando de cima a baixo antes de voltar a falar - Como você cresceu.
Ele não respondeu, apenas soltou uma leve expressão e seu único olho funcional focando em outra coisa ao longe.
Os dois deram alguns passos, e Aemond parou subitamente.
- Aqui estou, vasculhando a cidade ao lado de um bom soldado, atrás de um vagabundo que nunca se interessou por seus direitos de nascença - comentou o platinado. - E eu o irmão mais novo, que estudou história, filosofia, que treinou com espada e monta o maior dragão do mundo é o que cabe a mim.
- Eu sei o que é ter que lutar para receber o que os outros tem de graça - respondeu Cole, e Aemond virou o rosto, focando outra vez na sombra ao longe.
- Não vamos encontrá-lo, Cole - disse o caolho, sr aproximando. - Somos decentes, não temos gosto para depravação. Os segredos são só dele, e ele os aprecia. E eu sou o próximo na linhagem do trono, e se vierem me procurar... pretendo ser encontrado.
Se afastou e seguiu caminho para o outra lado.
- Aonde vai, príncipe Aemond? - perguntou o homem.
- Continue, tenho algo para resolver - e o despistou.
O platinado dobrou no beco a esquerda, sendo surpreendido com um puxão e seu corpo jogado na parede.
Uma lâmina em sua jugular, e ele sorriu. Sabendo muito bem a quem pertence.
- Ratinho, sentiu saudades? - ironizou, não movendo um músculo.
A adaga foi pressionada ainda mais em seu pescoço, arrancando um filete de sangue.
- Eu esperava tudo, menos traição - ele cuspiu as palavras. - Mas o que eu podia querer, a maçã não cai muito longe da árvore.
- O que você sabe sobre traição, maldito bastardo? - perguntou de volta, empurrando com força o braço do garoto para trás. O obrigando a soltar a adaga.
Sua lâmina caiu, e Alec deu um passo para trás quando Aemond tentou o segurar.
O cacheado estendeu a mão, preparando um soco que foi segurado pelo o mais velho.
- Previsível - comentou ele, e Alecsander bateu em seu rosto com a outra mão.
- Preveu isso? - perguntou, sua voz saindo em arrogância.
Aemond o agarrou, o pulso do garoto encostado em seu peito. Deixando a distância inexistente.
- Não me teste - ameaçou o mais alto.
- Ou o que? - desafiou o moreno, o sorrisinho de canto. - Vai me prender no calabouço junto aos outros que não quiseram seguir o usurpador?
A surpresa do platinado foi estampada em sua face, criando uma confusão mentalmente.
- Como soube? - perguntou, sua voz em uma ordem.
- Otto não é o único que tem espiões, deveriam rever em quem vocês confiam - puxou seu braço, desvencilhando do toque.
- Quem? - Se aproximou.
- Por mais que muitos achem sua atitude intimidante, eu considero parcialmente atraente. Então desculpe, não vai acontecer - flertou em ataque.
Ele era bom.
- Por que está aqui, Alec? - perguntou, sua voz se acalmando.
- Nós dois sabemos o porque - respondeu, sua atenção no platinado. - Aegon não é qualificado para ser rei, Aemond. Todos sabem disso.
- Se sua tática é me fazer mudar de lado, saiba que é uma causa perdida - retrucou o mais velho.
- Mudar de lado não vai adiantar nada na guerra que está por vir - rebateu.
- Se entregue, aceite os termos e todos vamos viver em paz - disse o platinado.
Alec riu, irônico.
- Não posso, porque além desses termos existirem, minha mãe foi coroada a futura rainha dos Sete Reinos - retrucou o mais novo. - Mas por um segundo, apenas um segundo, eu pensei que você poderia tentar...
- Eu não vou mudar nem por você, nem por ninguém! - se aproximou.
- Eu não quero que você mude, platinado estúpido! Eu queria que tentasse ter pensamentos originais sem ser os mesmos de sua mãe - seus olhos expressivos deixaram algo no coração do outro doer.
Alec se importava.
- Vá embora, Alecsander. Você não deveria estar aqui - comentou, sua expressão ilegível.
- Eu aprendi a ler você a muito tempo, Aemond. Sei quando sente além da conta - comentou, se aproximando cautelosamente. - Mas eu não quero ser enganado, Dragonstone foi atacada.
O platinado o olhou de uma vez, a surpresa e a raiva crescendo em seu peito.
- Quem? - perguntou.
- Eu também gostaria de saber - respondeu, averiguando o mais velho adequadamente. -, achei que soubesse.
Aemond franziu o rosto, e quando percebeu até onde o garoto queria levar a conversa. Ele soltou o ar pelo o nariz.
- Não fui eu, se é o que quer saber - disse.
- Eu sei, sua linguagem demonstra isso - rebateu o cacheado. - Mas acredito que Otto tenha um dedo no meio.
- Por que? Até onde eu sei, ele não tem esse poder - comentou o caolho.
Alec riu ironicamente.
- Ele é um manipulador, sua mãe pode ser a rainha, mas seu vô é quem controla o tabuleiro - respondeu, os cachinhos balançando por conta do vento.
- E você? - se aproximou ainda mais. - Qual peça você é?
- Um jogo de tabuleiro tem que ter duas pessoas, tio. E eu sou uma delas - retrucou, se afastando e pondo o capuz. - Não vou embora, então se quer acabar com tudo isso. Diga a rainha onde eu estou, e a guerra vai acabar antes de acontecer.
Se foi.
Aemond tornou a ficar parado no mesmo lugar, pensando adequadamente no que iria fazer.
Se escondesse Alec de sua mãe, seria traição. Se entregasse o garoto, seria ainda pior.
Mas se deixasse o cacheado continuar, então seria uma catástrofe. Alecsander tinha um plano, era óbvio.
Era esperto demais para se deixar ser morto sem levar todos os verdes com ele.
Uma espada de dois gumes.
O platinado pensou na proposta mais razoável, já sabendo o que teria que fazer.
Sua mente vagando para Alecsander, ele sorriu com o pensamento de que o garoto se importava minimamente para vê-lo antes de toda a merda da coroação começar.
A opção correta estampada em sua testa, e ele fez.