Ana Bonny e o Reino de Phelíd...

By NilceCostta

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Após uma tentativa de acabar com a rainha dos mares do Caribe, um grupo de piratas inimigos acabam incendiand... More

Capítulo 1: Cumprimento de Um Acordo.
Capítulo 2: Quem comanda os Mares
Capítulo 3: O Perigo à Espreita
Capítulo 4: Naufrágio e uma ilha misteriosa
Capítulo 5: A humana de cabelos vermelhos
Capítulo 7: Surge Castiel
Capítulo 8: Honra de príncipe
Capítulo 9: O reencontro dos amigos
Capítulo 10: O príncipe e o filho do comandante

Capítulo 6: As intenções de Zyan

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By NilceCostta

O rei ficou atônito e pensativo com a história do príncipe.

— E qual o nome dessa humana? — A rainha Agnes perguntou diante o silêncio que o rei fizera.

— É Ana Bonny, minha mãe. — O príncipe Zyan respondeu.

— Tem certeza que isso não é apenas uma mera coincidência? — O rei perguntou.

— Eu não posso provar, pela surpresa dela ao nos ver, eu acho que ela não sabe nada sobre Phelídia, mas não pode ser coincidência elas terem quase o mesmo nome, não é? — Argumentou o príncipe.

— É, isso até pode ser verdade, mas nem todos os parentes são iguais, então não podemos permitir que essa humana fique zanzando pelo nosso reino, mesmo que elas tenham laços sanguíneos. Se você deseja salvá-la para preservar a história do seu avô, então dê um jeito em um navio e a mande embora. — O rei aconselhou generosamente.

— Certo, meu pai. — Zyan concordou, mas não totalmente, então bolou uma estratégia que faria seu pai topar deixar a humana no reino por mais um tempo. — Mas será que essa humana não pode ser a chave para o seu grande sonho, meu pai? — O príncipe perguntou sagaz.

— Do que você está falando? — Perguntou o rei ao encarar seu filho.

Zyan levantou o olhar e encarou seu pai com um olhar persuasivo.

— Estou falando do seu sonho de nos fazer voltar a ser como éramos. — Ele respondeu.

— Você sabe que isso não é possível, então não tente negociar comigo, além disso, aposto que ela não se importaria em ajudar o nosso povo, o correto é mandar ela ir embora antes que a presença dela cause alvoroço no reino inteiro. — O rei falou dando um ponto final na história.

— E se eu contar para ela sobre a história do meu avô? — Zyan perguntou.

— Já estou permitindo que ela viva, então pare com essas fantasias, Zyan! — Ryan esbravejou irritado.

Zyan baixou a cabeça e suspirou pesado.

— Sim, senhor. — Falou o príncipe cabisbaixo.

— Você pode deixá-la ficar em algum quarto, mas coloque guardas na porta e não permita que ela saia de lá, eu proíbo até você de tirá-la daquele quarto, quando o barco tiver pronto, ordene que tragam para a costa noroeste de Eclin, assim a humana sairá sem causar alvoroço. — Disse o rei.

— Sim, senhor. — Respondeu Zyan. — Se me permitem, irei me retirar. — Disse ao se levantar, fez uma reverência aos seus pais e saiu da sala do trono.

— Você tem certeza que não deseja nem perguntar a humana sobre o assunto? — A rainha perguntou quando o príncipe saiu.

— Tenho, será melhor assim, eu sei que a presença dela não fará bem para ninguém, muito menos para o Zyan. — O rei falou ao lembrar uma pequena fração de seu passado triste.

— Você não consegue esquecer ela, não é? — Agnes perguntou, se referindo ao amor de infância de Ryan.

Ryan encarou o lustre no teto e suspirou.

— Aquilo não é algo que se deva esquecer, aqueles dias ficarão gravados na minha memória para o resto da vida, é por isso que eu preferia ser um animal irracional. — O rei falou ao se levantar de seu trono e saiu andando para fora da sala do trono por uma saída diferente da porta principal.

Agnes suspirou ao ver o rei indo embora, não há nada que ela possa fazer, isso é o que ela pensa, tudo o que ela podia fazer, ela já fez e ainda tenta fazer, dando atenção e carinho para Ryan, mas é difícil superar um antigo amor e Agnes entende isso, por isso ela deseja que algum dia o sonho de seu rei seja realizado.

Alguns minutos antes dessa conversa da rainha com o rei, o príncipe Zyan saiu da sala do trono com uma cara um pouco descontente com a decisão de seu pai, mas não desistiria tão fácil assim do seu objetivo.

— E então príncipe Zyan, o que sua majestade decidiu fazer com a humana? — Um dos guardas perguntou assim que o príncipe surgiu diante eles.

— Ele... — O príncipe pensou no que dizer, se ele falasse que o seu pai autorizou a humana a sair da ilha com vida, a mesma poderia realmente fugir, acreditando que não precisaria mais da proteção de Zyan para viver, afinal ninguém iria contra as ordens do rei, mas deixar que a humana fosse embora tão rapidamente, não é o que Zyan quer, então ele omitiu. — Ele decidiu que a humana pode ficar viva por mais um tempo, até ele decidir o que fará com ela.

— Ham, que estranho, o rei sempre é bem decisivo. — Outro guarda falou pensativo.

— Não se preocupem, até os reis são indecisos às vezes, nada de mais. — O príncipe falou simplesmente. — Ah, eu quero que vocês façam algo para mim. — Ele disse ao lembrar, então se aproximou dos seus guardas e cochichou somente para eles ouvirem: — Quero que vão até o vilarejo de Kotlas e arrumem um navio para mim, é bom que ele esteja em perfeito estado, quando eu precisar dele direi a vocês para deixarem o mesmo na costa noroeste de Eclin, entenderam?

— Mas para quê o senhor quer um navio? — Um deles perguntou baixinho.

— Vocês não precisam saber o motivo, apenas quero que me arranjem um navio, e lembrem-se isso não é um pedido, é uma ordem. — Zyan falou com um semblante sério.

Os guardas suaram frio, aterrorizados com o semblante mortal e feroz do príncipe, então Zyan sorriu e deu uma batidinha no ombro dos dois deles.

— Conto com vocês. — Ele disse sorridente. Pegou Ana pelo braço e saiu andando, então lembrou-se de algo, parou e se virou para eles que ainda permaneciam parados atônitos. — Se eu fosse vocês sairiam agora, o vilarejo de Kotlas fica longe e vocês sabem que é perigoso sair a noite.

— S-Sim, majestade, estamos saindo agora. — Eles falaram e se apressaram em sair da presença do príncipe.

— Vamos? Você deve estar só sal e areia, é bom eu pedir para as serviçais te prepararem um banho. — Zyan sugeriu.

— Não obrigada, Eu não curto banhos de língua. — Ana respondeu.

Zyan deu uma risada devido o comentário da humana e logo explicou o mal-entendido: Não se preocupe com isso, também tomamos banho com água e ervas perfumadas.

— Sendo assim, eu aceito o banho. — Ela respondeu.

— Ah! É mesmo! — Zyan fez ao lembrar de algo e virou-se para Ana, ela parou para ouvir o que ele falaria ou faria, então o príncipe ficou diante dela com seus um metro e setenta cinco, ela se sentiu uma formiguinha com seus um metro e sessenta e três. Zyan pegou as algemas e as quebrou, surpreendendo Ana com sua imensa força. — Pronto, eu acho que você deve estar mais confortável assim. — Ele falou com um sorriso gentil.

— Obrigada! — A capitã falou se fazendo de firme, mas a verdade é que ficou estupefata com a cena, mas não demonstrou.

— Por nada! Agora podemos ir. — Ele falou voltando a caminhar na frente dela.

— Você não não tem medo de que eu fuja e mate você e o rei? — Ana perguntou.

— Medo? Eu não, quem deveria ter medo é você, está cercada de monstros que pela lógica do mundo não deveriam existir sem saber onde arranjar um navio para você fugir, e não importa para que lugar você fuja, toda essa ilha é cheia de felinos mutantes e além disso, também está cheia de animais selvagens como cobras venenosas, ursos e até mesmo crocodilos nos rios, então se você for uma humana esperta, saberá que fugir não é uma boa ideia. — O príncipe argumentou.

— Não queria ser impertinente, mas como vocês sabem da lógica do mundo? Tenho certeza que nenhum de vocês nunca saiu dessa ilha, e como vocês falam o mesmo idioma que eu? — Ana perguntou curiosa, acho que é a primeira vez que ela se demostrava tão curiosa após muito tempo.

Os dois logo pararam em frente a um quarto.

— Você ama fazer perguntas, né? Mas olha só, vou ficar feliz em te contar tudo outra hora, porém nesse momento é melhor você descansar, vou pedir para preparem algo para você comer e o seu banho também, e também... as suas roupas estão meio rasgadas, eu acho que não é apropriado uma garota ficar mostrando o corpo assim.

— Falou o cara que está usando quase nada na parte de cima!

— Ah, mas eu sou coberto por pelo, e além disso eu sou homem! — Ele argumentou com um sorrisinho debochado.

— E o que tem você ser homem? Quer dizer que só porque você é homem não precisa usar roupas?! — Ela perguntou demonstrando desaprovação.

Zyan começou a gargalhar da reação dela, foi a mais hilária que ele já viu, afinal nenhuma fêmea de Phelídia reclama ou acha estranho o jeito que eles se vestem, o padrão do reino é geralmente as fêmeas usarem mais roupas, cobrindo assim todas as suas partes íntimas, mas isso não serve para os machos, todos são acostumados aos machos usarem calções e calças cobrindo a parte de baixo, já na parte de cima não é tão comum, isso não quer dizer que não tenha machos que usam camisas, mas o padrão entre os guerreiros é não usarem camisas e sim alguns acessórios, como por exemplo, o príncipe utiliza um colar com três grandes pingentes circulares de ouro puro.

— Enfim, eu vou pedir para alguém tirar as suas medidas para te fazerem roupas novas. — Ele contou ao parar de gargalhar. Então abriu a porta do quarto. — Esse vai ser o seu quarto por enquanto, eu espero que goste.

Ana ficou surpresa com o imenso quarto, passara a vida em um navio, então na maioria das vezes dormiu com os outros tripulantes em uma rede, até se tornar capitã no lugar do seu avô e conseguiu finalmente ter o seu próprio quarto, mas não era nada comparado ao quarto desse palácio.

— Gostou? — Zyan perguntou sorridente.

— Eu não devia ficar na prisão? — Ela perguntou quebrando o clima.

— É-É, seria o certo, mas aquele lugar é somente para criminosos, então eu acho que esse é o melhor para você, mas se você não gostou eu posso arrumar outro quarto.

— Somente para criminosos? Então aquele é o lugar certo para mim. — A capitão falou ao caminhar até a cama e se sentou, deu um curto pulinho para verificar a macieis da cama. — Afinal, eu sou uma pirata procurada. — Ela completou.

— Não importa o que você é fora dessa ilha, aqui, nesse reino, você é apenas uma mulher, uma humana normal como qualquer outra. — O príncipe contou.

— Normal? — Ana pensou ao encarar o lustre. — É, considerando que eu estou cercada por felinos humanoides, eu posso ser considerada normal.

— Bom, então eu vou te deixar sozinha para você se sentir mais a vontade, e vou reforçar o meu aviso, não tente fugir, os guardas vão vigiar o seu quarto o dia e a noite, além disso, todos estão alerta sobre você, se tentar fugir eu não conseguirei mais protegê-la.— Ele alertou sério e então virou-se para a porta.

— Me diga, príncipe Zyan. — Ela o chamou pelo nome pela primeira vez, o que o deixou surpreso. — O que você quer comigo? — Ana perguntou como uma raposa esperta.

Zyan se virou para ela, com um semblante ainda mais esperto, era como se duas velhas raposas estivessem se enfrentando.

— O que eu quero com você? Mas que pergunta, eu apenas te salvei e estou sendo gentil, tem algum problema nisso? — Ele perguntou ao levantar uma sobrancelha.

— Eu fui criada com o pensamento de que sempre que um homem é gentil de mais com uma mulher, ele quer algo em troca. Então é melhor você abrir o jogo de uma vez, eu sei que você não se arriscaria por uma mera humana atoa.

— Nossa, que pensamento mais feminista. Mas você está certa em alguns pontos, a verdade é que o meu avô, meu pai e eu, não gostamos de eliminar os humanos, mas nenhum de nós pode quebrar essa lei, tanto o meu pai como o meu avô tentaram, e falharam, pois quem decide as leis são o povo, todos os cidadãos se revoltaram contra eles, porque sempre tem algum que vai argumentar que por culpa dos humanos perdeu bens ou um parente querido, eles nunca acreditariam que os humanos também podem ser pessoas boas, pessoas como uma humana dos livros de histórias infantis do meu avô, todos dizem que aquela era uma história inventada pelo meu avô para fazerem os felinos criarem um vínculo com os humanos, e por causa disso os livros foram banidos, mas ainda existem pessoas que viveram na época do meu avô e lembram da humana gentil que naufragou na ilha há muitos anos. Quando eu era criança meu avô me contava que o maior sonho dele era que os humanos e os felinos pudessem se dar bem, e sabe de uma coisa, esse também é o meu sonho, eu sempre fui fascinado em uma das histórias do meu avô, "A promessa de Sócrates", a história que conta que um dia a humana voltaria, eu amava tanto aquela história que sempre dizia: — Vou pedir essa humana em casamento e nós seremos o primeiro casal a deixar as diferenças de lado.

— Uma humana que naufragou? Não me diga que está pensando que sou eu? — Ana perguntou.

— Talvez. — Ele comentou.

— É claro que não era eu, oh idiota!

— Eu sei que não era você, afinal essa história aconteceu há vinte e seis anos, e você não aparenta ter essa idade. — O príncipe contou.

— Então por que me salvou? Já que eu não sou a garota das histórias do seu avô e nem a garota que você quer casar. — Ana perguntou intrigada.

— Ah, eu não quero te contar essas coisas agora. Bom, tudo o que eu quero é que me ajude a quebrar a lei de eliminação humana na ilha, quero fazer isso mostrando para os cidadãos que você é uma pessoa boa, entende?

— O que te faz pensar que eu te ajudaria? — Ela perguntou.

— A minha esperança. — O príncipe respondeu com um olhar esperançoso.

— Mesmo que eu decidisse te ajudar, eu sou uma pirata procurada, não sou a garota boazinha que você pensa.

— Tudo bem, mas eu ainda não vou desistir, e além disso... ela também era pirata. — Ele contou deixando Ana surpresa e então saiu do quarto com um sorrisinho no rosto.

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