Quem Matou Min-Ji? - Jikook

By LeticiaCrisostomo8

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Um detetive que luta para superar traumas do passado, e um novato que decide mudar a visão traumática dele so... More

Detetive
Clube de Strip
Viúva
A morte ou o Rendimento
Frango frito
Dupla do crime
Covil do mau
Mar de cervejas
Troca de papéis
Criança mimada
Cartomante
Barreira
O pacote
O enfermeiro
Pequenos artistas
Park Jimin
Rachaduras na Barreira
Farofa do Hoseok
Trovão
Através do espelho
Pequena flor
Coelhinho
Através da tempestade
Portas pro inferno
A Cor Roxa
O Parto
O Tiro do escuro
Um Universo Inteiro
Visita inesperada
Reforçando a barreira
Minha Família
Xadrez
Sem mais Distrações
Euforia
O Código
Anjos
Velha Amiga
Eu te escolho
Flor Amarela
Um Adeus
Aniversário
Baile de inverno
Diante dos meus Olhos
O Lago
Verdades
Estilhaços à luz da Lua
Você Vive
A Guarda
Finais Felizes

Meu coração

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By LeticiaCrisostomo8

(Jimin)

Minha cabeça está totalmente distante da realidade em que permaneço. Não consigo parar de pensar na imagem do Jungkook indo embora. Eu não posso dizer que vê-lo sair daquele jeito quebrou meu coração, assim o faria pensar que estaria inteiro anteriormente, quando na verdade estava prestes a se despedaçar e se desvairar como poeira.

Definitivamente eu estou me arrependendo de insistir na tortura que minha própria cabeça está aplicando em mim, ao invés de seguir minha felicidade e dizer para ele tudo que eu sinto.

Estou a ponto de sair por aquela porta e correr pela rua até o apartamento dele, batendo em sua porta e depositando o beijo mais demorado que meus pulmões aguentarem, para compensar todo o momento que meu trauma me acorrentou.

Cacete.

—CHUPA, NAMJOON! — Ouço Jin gritar enquanto pula na frente da televisão, segurando seu controle de forma alegre, após vencer o Nam pela primeira vez em dez partidas.

—Amor?! — Namjoon se sente ofendido, ainda sim rindo de sua vitória engraçada e esperada por tanto tempo.

—Desculpa. — Ele diminui seu tom de voz, voltando a sentar no sofá ao lado dele. —MAS EU GANHEI!

—Olha o barulho, o Yayo está dormindo. — Aviso brevemente, rindo da situação em que o Jin se torna outra pessoa quando joga videogame.

Acho que alguém mais competitivo que ele, só o Jungkook.

—Finalmente vou escrever alguma coisa! — Jin pega a caneta ao seu lado com um sorriso enorme no rosto, indo em direção a bochecha do seu namorado.

Eles começaram com uma brincadeira doida de quem ganhasse, escreveria palavras ofensivas pelo rosto do perdedor com uma caneta. E como previsto, Jin estava cheio de palavras pelo rosto, enquanto o Namjoon recebe a sua primeira somente agora.

Bom, o objetivo era escrever palavras ofensivas, mas o Namjoon só escreveu elogios e apelidos fofos. Já o Jin, acabou de escrever "Perdedor" bem grande na bochecha do seu adversário.

—Podemos prosseguir, mas não fica roubando de novo! — Jin insistia no fato de que Nam estaria roubando no jogo.

—Eu não roubei! Só usei a lógica, amor. — Sua voz risonha me faz sorrir e abaixar a cabeça, sentindo que finalmente estava me distraindo com a graça desses dois.

Assim que eles voltam a atenção para o jogo, uma luz forte reflete no vidro da janela, e eu notei no mesmo instante. Suponho que algum carro acaba de estacionar em frente a porta da casa, chamando desta vez a minha atenção.

Me levantei brevemente, passando pela frente da televisão com rapidez para não atrapalhar o jogo concentradíssimo deles, até chegar nas cortinas da janela entreaberta.

Meu coração palpitou mais forte assim que retirei um pouco da cortina para que enxergasse quem havia chegado, pois eu reconhecia aquele carro.

—Eu já volto. — Digo aleatoriamente, sem receber atenção dos viciados em jogos, o que não foi um problema já que eu pude sair sem ser percebido.

Me aproximei do veículo com os faróis altos, que atrapalham minha visão enquanto caminho pela grama. O som daquela mesma porta ecoa novamente em meus ouvidos antes de encarar aquele cara.

Botas caras, sobretudo preto, gola alta e joias brilhantes, só poderia ser ele.

—O que você quer dessa vez? Veio me ameaçar de novo? — Cruzo os braços assim que o observo recostar na porta fechada do seu carro chique, enquanto também me encara de forma tranquila, porém ainda séria, pela primeira vez.

—Na verdade... — Ele pigarreia, retirando seu corpo do veículo. —Eu vim aqui pra... — Definitivamente eu já sei o motivo dele estar aqui e também sei que o tamanho exagerado do seu ego, não o permite dizer.

—Pra? — Ergui as sobrancelhas, já mordendo os lábios para segurança da risada que vinha pela sua tortura interna de dizer a palavrinha mágica, que de costume não inclui no seu vocabulário.

—Obrigado. — Finalmente sai de sua boca ameaçadora, soando algo forçado e vergonhoso de um cara que nunca se imaginaria agradecendo a mim por alguma coisa.

Então eu não consegui segurar a risada, soltando um som suspeito que parece mais uma risada nasal, que durou em média 1 segundo graças ao seu olhar mortal que me atinge como de costume.

—Ok, continua. — Ergui as mãos em redenção.

—Bom, estou lhe agradecendo pelo conselho. Eu fiz o que falou, sobre o karaokê e tals. — Seus olhos não se fixam nos meus, e as mãos nos seus bolsos junto ao encolher de pescoço, me faz pensar que ele está dando tudo de si para conseguir dizer tudo.

Sem dúvidas o Hoseok obrigou ele a fazer isso. Um belo cachorrinho obediente.

—Meu Deus, você seguiu mesmo os conselhos de um mero detetive que você estava prestes a matar naquele estacionamento abandonado. — Levei meus dedos até os lábios, tentando olhar para ele sem deixar escapar mais uma risada e levar um tiro por isso.

Ele respirou fundo, levantou a cabeça e engoliu seco de uma forma diferente, onde ele controla seus xingamentos e ameaças pela primeira vez.

—Só aceita meu obrigado, caralho. — Ele resmunga.

—Me diz, como ele reagiu ao seu carinho inesperado? — Ainda o provoco, dessa vez, recostando no veículo bem ao seu lado.

—Não fala como se eu tratasse ele de uma forma ruim antes, eu só...não dava o suficiente. — Sua voz baixa me faz sorrir, achei fofo seu lado agradecido visto por mim pela primeira vez.

Mas, me desculpa, eu não aguentei evitar a piada.

—Cacete, você é passivo, Yoongi?! — Digo me separando do carro, podendo enxergar livremente seu arregalar de olhos furiosos prontos para levar suas mãos até minha jugular.

Eu não consegui, soltei novamente a risada nasal e tampei minha boca em poucos segundos. Eu adoro irritá-lo, ainda mais por ser um bandido, bandidos merecem o ódio.

—Fica comigo e com o Hoseok trancados em uma sala por algumas horas, assistindo eu e ele, que eu te mostro quem é a porra do passivo, Jimin. — Ele diz rigidamente, e eu dessa vez não ri nem um pouco. Pelo contrário, me recuei em silêncio até o carro novamente para me livrar do seu olhar.

Falar sobre essas coisas é estranho para mim, mesmo que o "convite" pareceu provocador para rebater minha provocação, não me sinto estável em ouvir tal fala.

—Mas sou noivo e amo o meu solzinho, seria inconveniente, então sinta-se ameaçado com as minhas palavras. — Ele ergue a cabeça, sabendo que o meu silêncio foi vitorioso o suficiente para ele.

Ele acabou de falar "solzinho" em voz alta?

—Tenho coisas melhores pra me preocupar. — Fungo o nariz com força, cruzando os braços ao seu lado de forma confiante, já que na verdade, ele me assusta as vezes.

—Tipo o que? O seu parceiro? — Yoongi me faz respirar fundo, a ponto de doer em fisgadas o meu peito. —À propósito, a parte que vocês são um casal, também era uma mentira pro disfarce?

Eu definitivamente odeio o Yoongi.

Ele sabe que esse assunto mexeu comigo desde o momento em que tocou na palavra "parceiro", e isso o fez erguer as sobrancelhas de forma confirmativa, de quem já tem a sua resposta.

—Poupe-me do seu papinho triste sobre o quanto está confuso com os seus sentimentos. — Ele desgruda do carro assim que fungo o nariz mais uma vez, prestes a implorar conselhos a um bandido passivo encubado, que precisou dos conselhos de um mero detetive sem experiência com relacionamentos para se salvar. —Já vi que você é o verdadeiro necessitado de conselhos amorosos, Park.

—Tenha uma boa noite, Yoongi. — Me retiro de forma busca do veículo, com sua fala indiscreta, que alfinetou diretamente a parte da minha cabeça que concorda com sua frase.

—Ah, isso é pra você. — Sinto seu braço segurar em meu abdômen, bloqueando a minha passagem.

Assim que decidi abaixar meu olhar, já que o encarava de forma séria por encostar em mim, até o envelope que noto em suas mãos.

—O que é isso? — Digo ao pegar o papel.

Parece chique, típico convite de casamento riquíssimo e brega pelos detalhes em renda e brilho forte.

Pera...ah.

—Hoseok me obrigou a te convidar pro nosso casamento, e mesmo que eu não queira te convidar, acho que o fará bem tê-lo por perto. Então você trate de aparecer. Se magoar ele, eu juro que acabo com você usando minhas próprias mãos. — Sua fala me faz elevar as sobrancelhas, voltando o olhar do envelope até seus olhos simpáticos.

Estranho, definitivamente estranho. É como se um pitbull muito raivoso com dentes abundantemente afiados viesse em sua direção, e quando você pensa que será mordido até a morte, ele simplesmente dá uma piscadela para você e sai desfilando de volta para casinha do cachorro.

Quando menos esperei, perdido nas comparações e surpresa pelo seu convite, o observo arrancando com o seu carro pela rua, fazendo seus pneus deixarem suas marcas pelo asfalto.

"Jae, eu mesmo quis escrever esse convite especialmente para você. Estou te convidando para minha tão sonhada festa de casamento. Eu nem consigo acreditar que estou mesmo vivendo isso, ou talvez, esteja cometendo o maior erro da minha vida. Mas eu tenho a certeza de que será a melhor pior escolha que eu já fiz.

Por favor, tente aparecer, será importante para mim tê-lo presente em um evento tão especial. Você é uma pessoa legal, Jae, eu nunca erro com minha intuição. Sabia que seria incrível desde quando apareceu negociando com o Guinho. Ah, e obrigado por tudo, ele me contou sobre os conselhos. De verdade agora está tudo perfeito, graças a você.

Você e o seu namorado Jun estão convidados, pode trazê-lo também.

Com amor e carinho, Hobi💜"

Porra, eu havia me esquecido que ele ainda não sabe da verdade, de que sou um detetive e que não tenho namorado nenhum. Eu me sinto péssimo por estar escondendo uma informação tão importante. Hoseok é uma pessoa incrível e merece muitas coisas boas, eu definitivamente não sou uma dessas coisas, e não sou a pessoa incrível que ele acredita.

Por que as pessoas insistem em dizer que sou um bom amigo, quando na minha cabeça é totalmente o contrário?

—JIMIN! — Ouço Jin gritar da porta de casa, me assustando de repente.

—Já vou! — Grito de volta, correndo, me apressando para perto de seu corpo preocupado e eufórico, recostado na madeira.

—Porra em, você não para quieto. — Ele resmunga, entrando de volta na casa, me permitindo fechar a porta atrás de mim.

—O que rolou? — Pergunto assim que vejo o Nam jogado no sofá de forma despejada, como se tivesse corrido uma maratona.

—O Jin, me fez mudar de jogo e agora está me massacrando de todas as formas possíveis. — O mesmo resmunga, sofrendo de forma dramática dentre as almofadas.

Eles me confortam tanto. Pude notar isso com mais clareza recentemente.

—Poxa, amor, eu posso ler o meu livro agora? — O Namjoon resmunga mais uma vez, pedindo arrego depois de tantas partidas que foi torturado.

—Ah, sério, o livro daquela mulher é mais importante que jogar videogame com o seu namorado mundialmente bonito? — Sua fala me faz gargalhar, tampando os lábios para que meu som repentino não acordasse o meu sobrinho.

Apesar que, na verdade, essa casa é tão grande que nossa voz jamais chegará nos ouvidos da criança sonolenta no quarto de visitas.

—Que livro está lendo, Nam? — Decido perguntar, caminhando até a estante enorme de livros ao lado do sofá, curioso em saber que leitura o prende dessa vez.

—Ah, esse de capa azul! — Ele aponta, e seu sigo seu apontar até o livro de capa dura na cor azul clara, que me faz pegá-lo curioso.

A capa é totalmente chamativa, em detalhes azuis fortes em destaque do mais fraco, e com a escrita em itálico de forma 3d que me faz passar os dedos suavemente pela relevância. O título do livro me cativou, me obrigando a ler brevemente a sinopse, passando meus olhos com pressa por aquelas palavras familiares.

Uma sensação diferente me atinge, fazendo remoer aquele título por toda a minha caixa craniana em busca de memórias que se ligam a isso, e ao motivo de ser tão familiar.

"A luz no fim do Orfanato".

Esse é o nome do livro.

Decido abrir lentamente a capa, dando de cara com a biografia da escritora. São características físicas tão familiares, por que eu sinto que a conheço? Seus fios castanhos claros, com o seu ondular de fios naturais, seus olhos no mesmo tom, semelhante ao mel que faz seu olhar se tornar firme e confiante.

O olhar, me transmite sentimentos inexplicáveis como uma espécie de nostalgia, não poderia ser uma coincidência. Foi quando finalmente li o seu nome, tendo a certeza da hipótese que passou vagamente pelos meus pensamentos.

"Yuna Miller"

Não pode ser. É ela. Eu sei que é.

E de repente sinto as lágrimas escorrerem com lentidão por minha bochecha. Eu estava desacreditado, sentindo minhas mãos tremerem ao segurar um livro que ela tanto sonhou em escrever. Cacete, ela conseguiu, minha melhor amiga de infância conseguiu realizar o que desejou.

Acho que ambos conseguimos, eu me tornei o detetive que tanto falei, e ela a escritora que tanto falou. Mas quanto a nossa promessa, não tenho certeza se ela cumpriu. Será que ainda lembra de mim e de tudo que passamos quando criança?

Aquela menina salvou os meus dias naquele inferno disfarçado de orfanato. Eu me sentia feliz, eu me sentia a criança que tanto desejei durante minha infância, graças a uma menina insegura que sorria todas as manhãs ao me ver ao seu lado.

Era como se minha vida tivesse começado do zero com ela, como se eu não tivesse passado por tudo aquilo e fosse uma criança normal com uma vida normal.

—Gostou do livro? — Namjoon me faz voltar dos pensamentos distantes da nostalgia boa dos momentos.

—Ah, é... — Sorri sem tirar meus olhos de sua foto na biografia. —Muito lindo mesmo. — Me peguei acariciando seu rosto impresso, sentindo o desejo de pesquisar mais sobre ela e, fazer uma visita talvez.

Mas não hoje.

—Essa autora está fazendo bastante sucesso recentemente. E esse é o primeiro livro dela. — E o chefe me instiga mais um pouco, sorrindo mais forte ainda com o orgulho imenso que preenche os buracos do meu coração.

Essa é a minha garota.

—Parece uma leitura intrigante. — Me permiti fechar o livro depois de minutos admirando, colocando de volta na estante repleta deles.

De repente escuto meu celular vibrar na mesa de centro, fazendo o tilintar do vidro me chamar atenção. Assim que sinto o vibrar em minhas mãos dessa vez, o número totalmente desconhecido me faz encarar a tela brilhante por alguns segundos antes de atender.

Quem será essa hora da noite? Se for aquele desgraçado de novo, que eu nem faço ideia de quem seja o importuno, eu juro que enlouqueço.

—Alô? — Digo brevemente, me dirigindo até outro cômodo para que dependendo do que fosse, não preocupasse o casal feliz na sala de estar.

É o Jimin? — Eu conheço essa voz. Suponho ser um bandido irritante que me fez negociar informações com frango frito.

—O que você quer? — Digo com a voz séria, tendo a firmeza de que eu sabia quem era.

—É sobre o seu parceiro. — Meu coração pesa, ao ponto de sentir que o chão cedesse sob os meus pés com o tamanho peso. —Ele enlouqueceu seguindo uma pista que recebeu anonimamente no apartamento. Ficou feliz por conseguir desvendar o código e resolveu ir até o endereço que descobriu. Eu fiquei preocupado, e sei que você é o melhor nessa questão de pistas e achar pessoas, então resolvi ligar antes que algo ruim acontecesse e eu me sentisse culpado por não fazer alguma coisa.

Então tudo em mim cedeu, precisei colocar a mão com força em meu peito para ter certeza de que meus pulmões estariam funcionando, pois o ar que me faltou, aumentou em preocupação.

Não acredito que ele seguiu uma pista sem mim, sem me contar, sem constatar o seu professor. Ele jamais poderia fazer isso, além de ser perigoso, não faz parte do contrato. O que ele está pensando?

Não sei exatamente o que sinto, não sei se é raiva por ele não ter contado, se tristeza por esse mesmo motivo, ou se orgulho por ele ter desvendado o seu primeiro código sozinho. Mas sem dúvidas a preocupação por ele ter ido sozinho é maior que tudo isso, eu preciso ir agora mesmo atrás desse novato teimoso.

—Cacete, você está com o código aí? — Pergunto eufórico, caminhando até a sala de estar novamente, recebendo os olhares preocupados que eu queria evitar.

Só as anotações dele, umas letras soltas, o alfabeto, espera, eu vou te mandar foto. — Somente com a sua descrição das anotações, consigo descobrir o tipo de código. Não é difícil, na verdade, é o mais comum entre os códigos. Ótimo, pois será moleza para achá-lo mais rápido antes que faça alguma besteira.

Nem consigo pensar direito nisso, pois eu sei que se pensar em algo pior, eu não conseguiria mover minhas pernas pela crise de pânico que me atingiria em pensar que o perdi. Então, estou sendo movido a raiva, pronto para matar qualquer um que tenha encostado nele.

Definitivamente códigos anonimamente, a maioria, são claramente armadilhas prontas para detetives novatos caírem feito jaca madura.

—Não se preocupa, eu vou achá-lo. — Digo brevemente antes de desligar a ligação, esperando a foto do código que preciso seguir.

Nem quis pensar nas milhões de perguntas sobre o motivo do Bogum está me ligando, e especificamente falando do Jungkook sobre informações pessoais de seu apartamento. Então ignorei essa parte e aguardei a mensagem.

—O que aconteceu? — Jin chega perto, me fazendo olhá-lo com os olhos brilhando em um lacrimejo involuntário.

—O Jungkook sendo um novato. Eu só...preciso achá-lo o mais rápido que eu puder antes que algo ruim aconteça. — Digo eufórico ao explicar, ainda esperando a foto.

—Garoto... — Escuto brevemente o Namjoon, mas o som da notificação desviou completamente minha atenção de sua voz.

A foto chegou.

Rapidamente eu já sabia como funcionava. Ligar as letras falsas para descobrir as verdadeiras. Típico. Meus olhos intercalam entre cima e baixo ligando as letras como se deve fazer, reescrevendo em segundos o endereço na minha cabeça.

Como um quadro desenhado mentalmente, ligando feito conta de matemática feita na cabeça, em poucos segundos eu sabia o meu destino.

—Highland Dr Suite D, Las Vegas. — Digo em voz alta, após exatos 30 segundos mentalizando as palavras e encaixando-as rapidamente.

—Sua inteligência me assusta as vezes. — Jin me encara surpreso pelos breves segundos que desvendei um código.

—É por isso que ele é o melhor. — Namjoon diz ao se aproximar, colocando as mãos em meus ombros como forma de me acalmar por um segundo.

Eu respirei fundo, encarando seus olhos castanhos com leveza, tentando receber a tranquilidade que eles me transmitem. Ele é definitivamente um calmante. Acho que sem eles aqui eu já tinha enlouquecido.

—Me escuta, Garoto. — Ele respira calmo, elevando a cabeça para que eu o acompanhasse seu inspirar e expirar, assim pude focar em ouvi-lo. —Eu sem sombra de dúvidas o obrigaria a levar nós dois com você por ser perigoso e por nós nos preocuparmos com você. Mas eu também sei, sem sombra de dúvidas, que é o melhor, e que ficará bem sozinho. É o melhor dos detetives que conheço e não conheço, sabe o que faz, e trará o seu parceiro sã e salvo o mais rápido que conseguir sem nossa ajuda. Então confio em você, e eu peço somente uma coisa bem simples... — Sua mão dessa vez distancia o fio loiro que cai sobre um dos meus olhos, me fazendo lacrimejar ainda mais pelo seu voto de confiança no meu trabalho. —Por favor, tenha cuidado, e não faz nenhuma besteira que vá colocar sua vida em perigo. Você terá vinte minutos a partir do segundo que você chegar no destino, caso não ligar durante esse tempo, eu vou mandar viaturas. Jin vai te monitorar pelo rastreador, então você terá a sua chance. Eu preciso de vocês dois vivos e saudáveis, entendeu?

—Eu entendi. — Sua fala me faz erguer a cabeça, deixando apenas uma única lágrima confortante escorrer, mas logo ser secada pelo polegar do homem em minha frente.

Sem dúvidas a sua confiança em mim me fez ter determinação e coragem, para enfrentar seja lá o que eu encontrar. E agora, qualquer um que estiver no meu caminho, qualquer um que tiver o machucado, eu não terei piedade. Deixei de pensar na preocupação e focar em confiança, exatamente o que precisava em todos os momentos da minha vida, incluindo agora.

—Eles crescem tão rápido. — Sorri forte ao ouvir o hacker, notando a chave do carro que ele ergue na minha direção. —Mas! — Ele puxa de volta, arregalando os olhos e pronto para dar algum sermão ou cuidado. —Não explode esse carro, por favor.

Eu gargalhei, o que foi incrível eu conseguir fazer, pois nos momentos das explosões foi desesperador. Mas agora, que a adrenalina passa, fica algo a mais para contar, que fez todo aquele clima ruim e pesado sair de mim graças a eles.

—Me conte se ganhar um beijo de agradecimento por ter salvo a princesa, herói Park. — Ele grita de longe, com meu corpo já passando pela porta, gargalhando mais uma vez.

Nem pensei no peso da sua fala incluir beijo, mas eu definitivamente não recusaria ou reclamaria. Me faz pensar também que não estou fazendo isso para ganhar um beijo, e sim por salvar aquele ser humano que é o meu favorito. Eu faria de novo e de novo, ganhando beijos ou não, só para vê-lo a salvo.

Rapidamente giro a chave com pressa, ligando o motor barulhento da caminhonete preciosa do Namjoon. É notório o fato de que ele tem dinheiro para comprar o carro que quiser, mas continua com sua preciosa lataria do campo.

Já com alguns minutos de estrada, recebendo os feches das luzes lá fora com rapidez em meu rosto, o GPS me avisa que o destino está mais próximo do que eu imaginava. Não demorou muito, especificamente, vinte minutos se passaram desde o momento que arranquei com o veículo do gramado.

Meu nervosismo é concreto. Minhas mãos não param de batucar o volante durante todo o percurso, onde eu sussurro com todo o meu quebrado coração, que o Jungkook estivesse bem.

"Você chegou ao seu destino" diz a voz feminina que me guiava, me fazendo estacionar o carro perto da calçada para que eu reconhecesse o lugar. Uma sensação ruim invadiu o meu peito, assim que li a placa revelando que o endereço levava a uma concessionária antiga, totalmente acabada, onde só consigo enxergar carros velhos estacionados com diversas placas de preços baixos, escritos em vermelho vivo.

Eu odeio esse lugar.

O frio que sobe pela minha calça me fez recuar um passo, mas eu sabia, que precisava ignorar isso e entrar de vez dentre o cemitério de carros antes novos, que agora estão à beira da ferrugem.

Eu caminhei lentamente sobre os pedregulhos barulhentos, que tilintam com os meus passos, tentando chegar na porta de vidro grande com uma placa indicando estar aberto. Antes de entrar, tentei ligar para o Jungkook algumas vezes na esperança de que ele atendesse, estivesse bem, e eu não precisasse entrar nesse lugar amedrontador, que palpita erradamente o meu coração.

Eu definitivamente precisaria abrir a porta da frente, mas assim que me aproximei do vidro, enxerguei o sino logo acima que alertaria minha presença. Decido dar a volta, achar algum tipo de entrada secreta ou saída de emergência, assim podendo averiguar o local.

A minha cabeça não para de pensar na fala que o Nam me disse antes de sair. Eu preciso fazer isso certo, fazer o meu trabalho, dar orgulho para o voto de confiança que ele finalmente resolveu me entregar.

Após dar a volta no estabelecimento, consigo notar uma única entrada de duas portas trancada por uma corrente larga, que daria facilmente para que eu passasse. Caminhei até lá, empurrando as portas para dentro até que as correntes impedissem abrir mais, assim gerando uma pequena passagem na parte debaixo. Eu rastejei, sentindo a poeira impregnada sujar minhas palmas e os meus joelhos, fazendo minha calça se tornar empoeirada.

—Cacete! — Sussurrei, sentindo a ponta da corrente arranhar levemente meu ombro assim que me virei, ainda agachado, para terminar de passar pela pequena brecha.

Ao estar completamente de pé e dentro do lugar, consigo observar melhor ao redor. A poeira é tanta, que sinto meu nariz coçar por uma rinite que acabei de adquirir nesse exato segundo. Muitos objetos estão espalhados com uma ferrugem que nem o melhor produto do mundo tiraria deles, por parecerem estar ali por décadas.

Como esse lugar ainda não caiu aos pedaços?

Me permito caminhar lentamente, completamente atento a qualquer barulho que tilintasse ao meu redor. Eu estava em uma espécie de corredor, enxergando bem próximo uma luz provinda de umas das diversas portas da passagem, me apressando mais um pouco assim que comecei a ouvir algumas vozes.

Faltava tão pouco, eu quase extravasei, quase apareci naquela luz sem ao menos escutar um pouco da conversa ou tentar enxergar quem eram, a ponto de levar um tiro ou algo assim. Mas de repente eu sinto alguém me puxar com força para fora da luminosidade, tampando a minha boca assim que meu corpo voltou para parede ao lado da passagem, fora do campo de visão das pessoas que conversavam.

Meu coração palpitou muito forte em um arregalar de olhos abrupto, pelo tamanho susto que me fez estremecer as pernas. Mas em questão de segundos, meu tremor se tornou um alívio gigantesco, assim que notei o Jungkook em minha frente. É ele que tampa os meus lábios, é ele que pressiona o meu corpo pela parede, e é ele, que me pede para fazer silêncio aproximando seu dedo indicador nos seus próprios lábios.

—Cadê ele? Eu sei que passou por aqui! — Comecei a prestar atenção na conversa dentro da sala ao lado, fazendo silêncio como ele pediu, por mais difícil que seja prestar atenção em outra coisa com ele apertando meu corpo com o dele, contra a maldita parede atrás de nós.

—Já disse que ninguém veio aqui, amigão! — Outra voz soa, me fazendo erguer as sobrancelhas ao estar entendendo de verdade o que está acontecendo.

Quando finalmente eu estava levando meu foco para a conversa, Jungkook retira a sua mão dos meus lábios e se aproxima do meu ouvido com rapidez, me permitindo sentir a sua respiração pesada atingindo o meu pescoço em um arrepio que remexe o meu coração.

—Preciso fazer alguma coisa pra salvá-lo. — Ele sussurrou, fazendo meu peito elevar de uma forma pesada, como se segurasse 50 quilos contra meu peitoral.

—Não. — Segurei bem firme seu pulso após minha resposta, impedindo seu corpo de se distanciar ao menos um milímetro. Ele me encara de forma tranquila, sem medo algum do que está prestes a fazer, diferente do meu coração, que foi como se estivesse sendo esfaqueado.

Eu não sabia o peso disso antes, mas agora eu sei, que o meu coração pertence à ele. Tudo que o faz continuar batendo, está relacionado ao tatuado em minha frente. Ele faz meu coração, mesmo quebrado, sentir arrepios, nervosismo só de estar na sua presença, mas principalmente a paz de saber estar a salvo ao seu lado. E eu me arrisco, de olhos fechados, a entregar meu quebrado coração em suas mãos, pois eu sei que cuidaria por mim, já que eu não faço ideia de como cuidar.

Ter o coração quebrado é como ter um pedaço de vidro dentro do peito. Ele é transparente, onde você consegue enxergar todas as rachaduras e hematomas expostos. Mas principalmente frágil, onde mais uma leve batida, o deixaria em milhões de pedaços.

—Eu sei que está escondendo ele! Me diz agora onde o escondeu, porra! — Escuto de longe, mas não o suficiente para me fazer tirar a atenção dos olhos castanhos do Jungkook.

—E o que você está fazendo aqui? — Ele ainda sussurra, e eu, não soltei o seu pulso, com medo de que ele se atirasse para dentro da sala a qualquer momento.

—Eu que pergunto! Você não tem permissão pra seguir uma pista sozinho. — Meu tom está na mesma altura que a sua, mas definitivamente expressa bem mais seriedade que ele.

—O que eu deveria fazer? Ir até você feito idiota como eu sempre fiz? — Sua fala me faz recuar, encostando completamente a parte de trás da cabeça na parede atrás de mim, aliviando a força dos meus dedos em sua pele.

—Não fala assim. Eu só nunca havia lidado com algo bom finalmente acontecendo comigo. Você simplesmente apareceu e tudo melhorou, eu jamais esperaria isso. — Eu disse com toda a convicção que havia surgido em meu peito, toda a coragem que eu jamais tive em toda a minha vida para falar essas coisas. Então eu adquiri e resolvi começar a falar.

O brilho de seus olhos se aumentam ao me ouvir. É notório que tudo o que sente é transmitido neles, sendo uma das coisas que eu mais gosto nele.

—EU CANSEI DE VOCÊ! — O grito provindo de dentro da sala nos assusta, seguido do disparo que fez o Jungkook se afastar de repente.

Eu sabia que ele correria para lá, que tentaria fazer alguma coisa, mas eu não podia permitir. Eu jamais permitiria que ele colocasse a vida em risco mais uma vez, depois de tantas vezes.

Eu, sem pensar muito, o empurrei contra o outro lado do corredor, e corri para dentro da sala iluminada, agindo primeiro que ele. Me deparo com o ferido caído, pressionando o próprio pescoço, tentando segurar o sangue que escorre entre os seus dedos. Meus olhos se arregalaram, assim que o olhar do atirador se cruzou com os meus, sem deixar de  sorrir por um segundo enquanto me encara.

Eu tentei me aproximar, dando apenas um passo para frente, o que foi suficiente para testá-lo. O atirador aperta mais uma vez o gatilho, sem tirar os olhos dos meus, ainda apontando sua arma para a vítima ensanguentada anteriormente, que acaba falecendo de vez.

—Park? — Escuto sua voz rouca, sem nenhum tipo de reconhecimento da minha parte. E novamente, como diabos ele sabe o meu sobrenome? Definitivamente esse cara trabalha para o infiltrado, ele sem dúvidas me conhece muito bem e quer acabar com os detetives que estão perto de descobri-lo.

—Já chega, o que você quer, cara? — Jungkook se aproxima com pressa, tentando passar por mim e chegar no atirador, antes que eu o puxasse pelo pulso outra vez e impedisse sua ação.

Ele está querendo se matar ou algo do tipo?

—O que esse merdinha te contou? — O atirador dessa vez aponta seu gatilho para nossa direção, chutando levemente o pé do morto no chão ao seu lado.

—O que ele não deveria ter me contado? — O Jun provoca, me fazendo sorrir orgulhoso sem ao menos perceber. Ele aprendeu tanta coisa, evoluiu muito como detetive e isso me faz mais feliz.

Agora ele definitivamente não deve precisar mais de mim.

—Deixa eu tentar entender, — Me aproximo, soltando finalmente o pulso do Jun, mas foi apenas um passo à frente que consegui graças ao seu puxar semelhante em meu braço. Nenhum de nós dois deixamos o outro se aproximar tanto, isso está sendo atormentador. —você também trabalha pro desgraçado que está infiltrado na delegacia?! Ou seja, ambos obedecem ao chefe supremo babaca da máfia.

Chefe cujo eu ainda não havia conhecido, já que o Soobin não é o líder, e possui esse alguém acima dele.

—O que disse, seu porra? — Ouço o gatilho destravar, analisando a mão trêmula do atirador revelar que acertei em cheio.

Esse cara que está disfarçado na delegacia comanda muita coisa, se eu simplesmente descobrir quem é, o dominó será inteiramente derrubado, e os pontos, totalmente ligados.

Sinto que estou perto, pelo visto ele trabalha para máfia que visitamos no hotel, e como disse o Kim, essa pessoa não está infiltrada a pouco tempo. Eu só preciso ser mais esperto, se eu achá-lo, o culpado será revelado.

—Porra, aponta essa arma pra mim! — Jun chama a atenção da arma para sua direção novamente, fazendo meu peito palpitar em aflição. —Olha, você pode me levar com você, se esse cara contou alguma coisa ou não, eu sou o único que sabe.

Jungkook faz exatamente o que eu temia. Ele está simplesmente oferencendo a vida dele para um atirador, eu não estou acreditando na idiotice que ele acaba de fazer.

O que ele tem? Rebeldia? 

—Para, Jeon. — Eu me irritei, puxei seu ombro com força para que meus lábios chegassem ao seu ouvido, sussurrando para que a criança se aquietasse.

Eu entrei em foco, deixei minha preocupação de lado e resolvi acabar de vez com essa situação. Já passou tempo demais.

Elevei minhas mãos com calmaria, aproximando passo a passo até que o cano da arma encostasse em meu peito. Eu sabia que com toda essa conversa, havia passado o tempo limite que o Namjoon havia me dado para mandar as viaturas caso eu não ligasse antes disso. Na verdade, estou contando que ele apareça a qualquer segundo por aquela porta atrás de nós.

—Se afasta. — O cara em minha frente sussurra pela nossa proximidade, mas ainda treme ao segurar o gatilho contra o meu peito.

Eu dei apenas um passo para trás, dando exatos pequenos centímetros longe do cano mortal que bastasse um movimento para me executar. Estou esperando o time exato para agir, todo profissional sabe que jamais deve deixar seu alvo se aproximar tanto assim da sua arma, pois basta alguns truques para que seja roubada de suas mãos em um piscar de olhos.

Outro fato comprovado, qualquer um que aponte uma arma para você e não atira no mesmo segundo, ele não tem a intenção de te matar. Pois quem tem a cede da morte do seu alvo, não dá nem tempo de fala para tal indivíduo.

Comecei a analisar seus comportamentos. O suor que escorre no seu rosto, demonstrando que o seu nervosismo está fazendo seu corpo gerar mais calor que o normal. Eu já notei um padrão nesses caras, tanto esse quanto o que prendemos, eles tentam demonstrar braveza, coragem, tudo aquilo que na verdade não existe por dentro.

Eu precisava de um deslize. Bastou uma pergunta para tirar sua atenção e o dedo firme no gatilho, para agir da forma que eu queria.

—Está nervoso? — Digo erguendo as sobrancelhas, o observando sem mover minha cabeça e sim os olhos, deixando minha cara de sono assustadora o deixar ainda mais nervoso.

—Eu-

Assim que ele abriu a boca, notei seu dedo afrouxar o gatilho ao mesmo tempo que ele ajeitou a postura, lambeu os lábios e respirou fundo. É o momento exato que busquei. Ergui minha mão até a lateral da arma, golpeando com o pulso o cano firme, fazendo sua mira se abaixar assim como o seu corpo. Mais uma vez o objeto afrouxou em sua mão, o suficiente para que eu arrastasse o metal por ela e roubasse para mim com rapidez.

—Opa. — Apontei bem para sua testa, dando leves passos para trás com um enorme sorriso no rosto, ao notar seus olhos confusos pela rapidez que tudo aconteceu e surpreso, pois não estava esperando por isso.

Então o som das sirenes soaram altamente pelo ambiente vazio e empoeirado, arregalando os olhos confusos da presa fácil e rendida em minha frente.

Game over.

Como fez aquilo? Nem consegui acompanhar direito. — Escuto Jun dizer assim que chego perto de seu corpo, bem distante do bandido presente.

—É bem fácil, eu posso te ensinar um dia...se você quiser, é claro. — Eu tento não olhar para o seu rosto, não queria ver a sua reação com a minha fala. Mas eu sabia que poderia ser confusa e bem ruim, por ele simplesmente estar me odiando nesse momento.

—Nem mais um passo! — Me assusto assim que escuto a voz firme e grave do Namjoon ecoar por toda sala, apontando uma de suas pistolas policiais para o suspeito.

Eu pude respirar aliviado, acabamos de pegar mais um dos aliados do infiltrado. Só podemos estar chegando bem perto de prender o verdadeiro culpado.

—Eu disse que-

—Que bom que veio! Eu estava contando mesmo com isso. — Falei rápido e sem pensar, apenas recebendo o sorriso cheio de covinhas do homem anteriormente bravo em nossa frente. 

Muito fofo.

—Circulando, meliante, circulando! — Jin também está presente, e sem uma arma para o alívio de todos. Ele nunca foi bom com elas, sempre preferiu os computadores e tecnologia, por isso ele é o melhor hacker de Las Vegas.

—Vamos logo, porra. — Escuto um dos policiais do Namjoon dizer, puxando o suspeito com brutalidade após algemá-lo.

—Espero vocês dois no carro, sem demora! — Jin grita por último, após toda a barulheira sair e, fechar a porta de ferro sem pena alguma.

Por que me parece que ele sempre sabe quando eu preciso de ajuda? Acho que ele notou o quanto eu preciso conversar com o Jungkook, isso é definitivamente algo que ele notaria.

—Qual é o seu problema em? — Não era como eu queria começar essa conversa mas, foi a primeira coisa que veio na minha cabeça.

—O meu problema?! — Ele diz, apontando para o próprio peito ao arquear as sobrancelhas e me olhar indignado.

Foi quando eu cansei. Cansei de tudo isso. Cansei das brigas, discussões e principalmente da forma que ele está em tratando agora, como um aluno rebelde que antes me via como seu professor preferido.

Eu o entendo, com todo o meu coração, mas ele dessa vez, pela primeira vez, vai me escutar e me entender também.

Foda-se a barreira, foda-se tudo que me acorrenta e me impede de ser feliz. Como disse o Kim, eu mesmo estou me impedindo, não vai ser dessa vez que irei permitir aquele idiota e medroso interior vencer.

—Escuta aqui! — Me aproximo, o fazendo virar levemente a cabeça e prestar atenção no que eu diria a seguir. —Eu vou te implorar, porque pelo visto você não está raciocinando e cuidando da sua vida direito. Não entre na frente de explosões, não tente me proteger em um tiroteio e muito menos ofereça sua vida pra um atirador, NÃO FAÇA ISSO! Não tente ser um herói, Jungkook, você é a minha pessoa favorita e eu preciso de você vivo, eu preciso mesmo de você comigo. Você me fez e ainda me faz sentir tudo que há de bom pela primeira vez em um sentimento, que antes eu nem conhecia, curando tudo que parecia impossível de ser consertado dentro de mim. — Eu nem notei mais o que meus lábios falavam, eu só deixei o meu coração quebrado falar por si mesmo e tentar pedir ajuda.

Eu consigo sentir as lágrimas de alívio escorrerem pelas minhas bochechas, por estar colocando tudo isso para fora depois de tanto tempo preso com essas coisas dentro da minha cabeça.

—Jimin... — O escuto sussurrar, me fazendo dar mais um passo até que eu encostasse nossos corpos quentes e nervosos, sentindo mais uma lágrima escorrer.

—Eu gosto muito de você, Goo, e eu não quero te perder, não quero que vá embora. Eu gosto de você muito mais do que eu planejava. — Meus olhos se fecham assim que seus dedos acariciam delicadamente minha bochecha, secando a lágrima que teimava fugir dos meus olhos.

Sinto um arrepio com seu polegar circulando por minha bochecha, até que fez todo o trajeto da curvatura da minha orelha, movendo alguns fios teimosos para trás. Assim que abri os olhos, enxerguei os seus brilharem feito céu estrelado mais uma vez. Acho que eu faria de tudo para que a última coisa que eu visse antes de morrer, fossem esses olhos castanhos e cheios feito a lua.

—Meu bem, — Seu sussurrar me faz fechar novamente os olhos, pousando minha bochecha na palma de sua mão ao lado da minha cabeça. —eu não vou embora. Eu jamais me afastaria daquilo que me faz feliz. Aliás, ninguém sobrevive sem o coração, não é? — Sinto seu aproximar, diminuindo cada vez mais o tom de voz. —E você é o meu coração, Jiminie. — Sua fala me faz estremecer, querendo correr e gritar para todo mundo a alegria que eu sinto formando o maior sorriso em mim dado nesta terra. Acho que esse é o sentimento certo, e finalmente eu descobri como é senti-lo de verdade.

—Eu já tinha a certeza muito antes que eu gosto de você. Eu esperei você estar pronto, assim como eu disse que esperaria do outro lado, até que sentisse o mesmo por mim. Não queria forçar o seu processo de compreensão e certeza sobre o que sente, detetive. — E eu suspirei, tão forte que poderiam escutar o meu coração pular corda de alegria.

Ouvir ele me chamando assim de novo é definitivamente o melhor frio na barriga que já senti em toda a minha vida. Sem dúvidas melhor que uma montanha-russa.

Meu Deus, eu estou mesmo conseguindo fazer isso, eu estou me permitindo ser feliz, me permitindo sentir o que eu realmente sinto.

—Por favor, pode repetir a forma como você me chamou? — Eu aproximei mais nossos rostos, notando seu sorriso contente mais de perto, sentindo essa cena mexer com todos os cacos quebrados em mim, sendo postos juntos ao meu coração que bate fortemente com uma energia que jamais correu em suas veias.

Meu detetive. — Ele diz tão suave feito um sopro, me fazendo suspirar com diversos formigamentos no coração.

Sentir esses, porém no estômago, costumo achar que não coisa boa. Costumamos sentir quando estamos ansiosos, e aquele incômodo surge feito borbulhas em uma panela quente. Com ele eu não sinto isso, meu estômago se encontra em verdadeira paz, ao contrário da agitação dentro do meu peito.

Seus olhos seguem cada movimento de seus dedos, que voltam a acariciar minha bochecha e atravessar minha orelha junto aos fios loiros, até que seu olhar pousou em meus lábios com delicadeza.

—Eu posso te beijar, detetive? — Seus olhos não se permitem sair de onde estão, apenas esperando a minha permissão previsível de um "sem sombra de dúvidas".

Meu sussurro saiu tão baixamente sonoro, que pensei ter apenas imaginado a reposta. Ele por outro lado, já que não tirava os olhos da minha boca, leu perfeitamente meus movimentos da palavra "pode" que saiu na maior certeza do mundo.

Sinto uma de suas mãos se encaixar em meu pescoço, com seu polegar pousado em minha bochecha. Já com a outra, ele puxa levemente a minha cintura para o mais perto que conseguíamos estar, até que pudéssemos sentir a junção de nossos lábios sedentos.

Sentia a sincronia perfeita do encaixe de sua boca na minha, aquecendo tudo que não há luz dentro de mim. Foi quando percebi, o quanto senti falta desse beijo, desse toque delicado pela minha cintura e principalmente, o carinho em meu rosto, pescoço e nos fios loiros, durante todo o beijo.

O calor de sua língua me faz delirar. A lentidão do beijo só me faz querer continuar até que meus pulmões não aguentassem mais, aproveitando cada pequeno chupão que ele deposita em meu lábio inferior, que me faz acariciar mais adentro do seu cabelo com meus pequenos dedos.

E como infelizmente todo pulmão é dependente do ar, nos distanciamos por um segundo, sentindo a respiração levemente ofegante um do outro. Eu sorri fraco na intenção de ainda enxergá-lo, mas a sua retribuição de sorriso me fez sorrir mais forte, mostrando meus dentes e fazendo os meus olhos diminuírem.

—E agora, enquanto você é viciado em cigarros, eu sou viciado em você. — O escuto dizer, ainda recostando sua testa na minha.

—De jeito nenhum. — O faço descolar nossas peles, e me admirar confuso. —Eu olho pro cigarro e sinto pena dele agora. Eu tenho algo muito mais viciante que ele, bem na minha frente. — Termino de dizer, o olhando de cima a baixo e segurando em suas mãos. Ele aperta firme, entrelaçando nossos dedos, junto ao grande sorriso envergonhado que ele deu.

Foi quando ele puxou minhas mãos e me abraçou confortavelmente, como se fosse a pessoa mais importante do mundo.

E eu nunca havia me sentido tão especial assim antes.

...

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