A Chantagem (Adaptação)...

By DamianaSilvaa

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Camila Cabello é uma advogada competente e ambiciosa, uma mulher independente que não guarda espaço na sua vi... More

Introdução
1 - Negócio Fechado
2 - Caixas e Pacotes
3 - Remorso
5 - Fotos e lembranças
6 - Faz de Conta
7 - Brigas e Telhados
8 - Pequenas Confições
9 - Outras Intenções
10 - Surpresa Desagradável
11 - Fale a Verdade
12 - Na Cama
14 - Duas Visitas
15 - Dor e Carinho
16 - A Festa
17 - Discussões
18 - Feriado
19 - O que ninguém viu
20 - Desencontros
21 - Planos
22 - Morangos
23 - Ela já foi
24 - Eu Também Te Amo
25 - Epílogo
Nota.

13 - Tempo e Decisões

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By DamianaSilvaa

Lauren se mexeu rápido demais e eu acordei.

- Porcaria. - levantou da cama em um pulo e eu tive uma visão privilegiada daquela bunda gostosa enquanto ela corria para o banheiro. - São nove horas!

Virei de lado na cama e vi Max levantar a cabeça apenas para deitá-la de novo no
chão, ignorando o desespero da sua dona.

- Achei que você era super-responsável, Michelle. - provoquei - Não sabe usar um
despertador.

Ela entreabriu a porta do banheiro e eu a vi enfiada em suas calças sociais. A braguilha ainda aberta exibia a barra da sua boxer abençoada.

Tirou a escova de dentes da boca:

- Não faz isso, Camz. - ela tinha nervosismo nos olhos e eu achei que era melhor colaborar.

- Relaxe! Ninguém vai nem notar.

- Fora o juiz. - cuspiu a pasta.

- Você tem uma audiência? - arregalei os olhos para ela e me senti subitamente desperta.

Lauren estava fazendo que sim com a cabeça e terminando de abotoar a camisa.

Sacudi o edredom para longe e fui abrir a gaveta das gravatas. Escolhi uma verde
sóbria e me aproximei. Lauren  ainda estava vencendo os botões da camisa e seu nervosismo se transformou em um sorriso sapeca assim que coloquei meus braços
ao seu redor para dar o nó na sua gravata.

- Acho que você ficar nua assim tão perto de mim não vai ser bom para a minha pontualidade.

Puxei o nó com força e ela engasgou.

- Concentre-se. - aconselhei enquanto ela folgava a gravata e acariciava o próprio pescoço fazendo uma careta para mim.

Deixei-a calçando as meias e virei para o guarda-roupa, plenamente consciente que
seus olhos estavam cravados na minha bunda. Abri uma das portas e me abaixei para pegar um par de sapatos. Seria mentira se eu dissesse que não me empinei exageradamente só pra ela. Seria mentira também se eu dissesse que não tinha achado os sapatos imediatamente e fingi que ainda estava procurando alguma coisa só para lhe dar mais tempo de me observar.

Uma mão escorregou pela minha bunda e se enfiou entre as minhas coxas. Ia me levantar quando senti a resistência de uma de suas mãos contra minhas costas e a outra procurando meu clitoris. Dois toques rápidos e eu estava úmida. Não muito. Mas úmida ainda assim.

Ela meteu dois dedos em mim e eu levantei. Dessa vez ela deixou. Empurrei seu braço rindo e Lauren me prendeu entre o guarda-roupa e seu corpo. Moveu os dedos
dentro da minha vagina e eu suspirei. Sua mão estava na minha cintura, subindo para o meu seio. Seu desejo estava no meu corpo, mas seus olhos estavam nos meus. Seu olhar calmo e profundo me consumia e congelava quando tirou os dedos de mim e os levou vagarosamente até a própria boca.

Fechou os olhos e chupou como se fosse chocolate derretido o que tinha na mão.

Gemeu, passou a língua nos lábios e me observou por segundos inteiros antes de eu
finalmente lembrá-la:

- O juiz está esperando.

- Merda! - levantou as mãos para a cabeça e me largou. Me apoiei nos joelhos rindo de seu jeito moleque desesperado.

Lauren correu pelo quarto pegando paletó, carteira e chaves e eu ia buscar minhas roupas quando ela voltou completamente vestido e segurou a cintura do meu corpo
nu mais uma vez. Me beijou longamente. Me soltou, beijou a base do meu seio, então o mamilo. Eu ri e ela beijou minha boca mais uma vez.

- Tente não correr uma maratona, hoje, por favor?

Levantei a mão em juramento.

Ela me beijou mais uma vez e saiu.

************************************

Eu não ia passar o dia inteiro na cama.

De jeito nenhum.

Os hematomas no meu corpo já começavam a mudar de cor e, pelo que me informava o meu reduzido conhecimento em medicina, isso era um bom sinal. Meu braço e meu pé estavam consideravelmente melhores e, de um modo geral, eu me sentia muito bem.
Mas talvez isso fosse só a dose concentrada de endorfinas da noite anterior ainda gritando pelo meu corpo.

Meu trabalho árduo durante a semana me garantiu que nessa segunda-feira o que eu precisava arrumar na casa de Lauren não era muita coisa. Eu escolhi algumas caixas incompreensíveis e comecei a organizá-las.

A caixa marcada “Presentes de Natal” era composta pela mais variada coleção de tralhas que Lauren deveria ter ganhado de presente de natal ao longo dos anos. Boa parte delas de colegas de trabalho da firma, eu suponho. Reconheci uma caneca aqui e uma caneta ali que eu também tinha ganhado em determinado momento e que pareciam ter sido compradas no mesmo lugar.

Pontos para os nossos colegas de trabalho pela praticidade…

Eu, particularmente, nunca me preocupei em dar presentes de fim de ano para ninguém. Nem para mim mesma. Eu geralmente passava a noite da véspera de natal na festa que um dos sócios majoritários organizava todos os anos e o dia de  natal na Sopa da Lauren.

De noite, eu ouvia Art Blakey e comia panetone. Era a isso que se resumia minhas comemorações natalinas. Uma corrente de ar frio passou me arrepiando e eu coloquei meus braços ao meu redor para me aquecer.

Os moleques da rua estavam andando de skate e acenaram para mim quando eu fui fechar a janela. Acenei de volta antes de voltar aos meus afazeres.

Misturei a caixa de “presentes de natal” com a das coisas que Lauren queria olhar e jogar fora. Achei que as duas combinavam bem juntas. Agora, só me restava tirá-las do meio do caminho.

Na garagem elas ficariam bem, até Lauren decidir verificá-las, provavelmente no dia
de São Nunca. A ideia foi boa e simples. A execução estava se mostrando um pouco mais complicada.

As caixas eram pesadas demais para o meu braço e pé. Precisei de alguns minutos e uns goles de suco para ter uma ideia.

- Hey! - chamei - Vocês querem ganhar um trocado?

Os moleques pararam e se aproximaram.

- Com o quê?

- Preciso levar umas caixas para a garagem mas estou com o braço machucado. E… - lembrei de mais uma coisa - A grama precisa ser cortada. O que acham?

Eu estava marchando meus pequenos duendes de casa para a garagem e de volta quando Alexia apareceu.

- Você sumiu. - ela tinha um ar crítico. Como sempre. - Mas como não ouvi notícia sua o resto do dia, achei que era uma coisa boa. - riu - Você e Lauren…?

- Alexia! Crianças! - reclamei.

- O que é isso, por sinal? Está explorando trabalho infantil, agora?

- Elas estão sendo pagas pelos seus serviços.

- É assim que trabalho infantil funciona, Mila. - torceu o nariz.

Nosso breve momento de amizade e confissões estava ficando cada vez mais
distante na minha memória e eu voltava a achá-la insuportável com uma velocidade impressionante.

- Se quiser ajuda, pode me chamar. - disse - Eu e Rick carregaríamos essas coisas pra você, se você ainda está doente.

- Não estou doente. Só machucada. E consigo me virar muito bem, obrigada. E… - percebi algo que não tinha notado antes - Vocês não tem o que fazer, não?

- Como assim? - ela quis saber enquanto eu abria a carteira para pagar os meninos.

- Precisamos de um cortador de grama, senhora Lauren.

- Eu já disse que não sou casada com ela, não disse? - reclamei.

- Esqueci o outro nome. - admitiu e parecia ter medo de mim.

- É Cabello. Senhorita Cabello.

- Certo. Precisamos de um cortador de grama, senhorita Cabello.

Eu estava me lembrando de todos os meus dias de arrumação na casa de Lauren …

- Não tenho um cortador de grama.

- Ahm… - os três garotos se entreolharam - Podemos pegar um lá em casa. Mas vai custar mais caro.

Eu estreitei os olhos para ele.

- Pois vá buscar, seu pequeno capitalista. - eles correram rindo - Mas eu quero essa grama perfeita, ouviram? - acrescentei alto. - Você não trabalha? - perguntei a Alexia, explicando minha pergunta anterior.

- Ah. Trabalho.

- Mas está de férias?

- Não.

- Então o que diabos você faz em casa o dia todo? E o Rick? E a Lucy? - de repende, notei que ninguém naquele lugar pareciatrabalhar.

- Eu trabalho com tradução.

- Tradução?

- É. De livros, sabe? E documentos. Faço a maior parte do trabalho em casa.

- E isso paga bem? Quero dizer, deve pagar, já que você tem uma casa no subúrbio.

- Isso não é pergunta delicada de se fazer, Camila. - rosnou.

- Ah, sim! E perguntar se eu transei com Lauren é. - devolvi.

- E transou?

- Ahh… - joguei a cabeça para trás e esfreguei as têmporas - Vem. Entra. Não vou falar sobre isso do lado de fora.

****************************************

- Não acredito que você fala russo.

Ela respondeu com algum barulho incompreensível.

- E o que isso significa?

- Significa eu falo russo , em russo.

- Ah. Se algum dia eu precisar de uma tradutora…

- É só me chamar. - sorriu - E paga melhor do que você imagina. Mas eu venho de uma família com algumas condições. Não somos ricos, nem nada assim. Eu queriaser artista, logo quando saí de casa aí recebi um bom dinheiro para começar a vida e o apliquei bem.

- Interessante. - eu estava impressionada.

Havia mais na Capitã Planeta do que o que eu tinha imaginado originalmente

- Que tipo de arte você faz?

- Escultura, principalmente. Nada muito grandioso. Eu arrisco pintar, de vez em quando. Você gosta de arte?

- Gosto daquelas que são exibidas em algum museu na França. - brinquei - Mas feitas pelas minhas mãos? Não. Nunca. Não tenho esse dom.

Alexia estava me observando de um jeito curioso. Como se eu fosse parte de algum
experimento que está dando resultados quase satisfatórios.

- O que foi?

- Você está agradável.

- Não, não estou. Você é que aprendeu como eu sou e parou de me chamar de vagabunda a cada três segundos e meio.

Ela riu e entalou com o gole de água.

- Calma. - dei dois tapinhas em suas costas. - Adorei o jeito como você falou com o Shawn.

- É. Mas acho que o filho da puta ainda merece um pouco mais de estrago, sabe? - eu estava gesticulando em uma tentativa de dar forma a minha angústia - Foi bom dizer que ele tem um pinto pequeno mas eu queria… eu queria… colocá-lo nu! - decidi - E apontar. E rir.

Ela estava rindo compulsivamente.

- E ele tem? O…

- Pinto pequeno? Sinceramente, Alexia, você precisa começar a conseguir dizer as palavras. Conversar assim é difícil.

- É. Pinto pequeno. - ela riu - Tem?

- Tem. - afirmei categoricamente - É do tipo que se você não se esfregar, você não goza.

Nós começamos a rir e minha mente foi para Lucy. Acho que a de Alexia também, porque ela voltou ao seu copo de água e a brincadeira simplesmente perdeu a graça.

- A gente precisa contar pra Lucy.

Eu respirei fundo.

- Tudo bem.

Ela arregalou os olhos para mim.

- Você está falando sério?

Agora que Lauren já sabia, eu podia contar até pro Papa.

- Estou. Mas por que você ficou tão nervosa?

- Porque… Porque… Eu achava que você ia dizer que não. Achava que você ia me convencer a ficar quieta.

Eu abir a boca completamente estupefata.

- Se você não quer contar pra ela por que sugeriu?

- Porque achei que seria o certo a fazer?

- Então, por que queria que eu te convencesse a não fazer?

- Porque… sei lá. É o casamento dela. E se a gente estragar tudo? E se eles se divorciarem e for horrível? E se ela sofrer? E se ela… se matar?

- Você acha que ela faria isso?

Alexia levantou os ombros.

- Lucy é uma pessoa muito doce. Não sei o que algo assim faria com ela. Shawn é… Ele é sua vida inteira, sabe? Ela não trabalha, quase não tem amigos. Ela vive para ele. Não sei o que acontece quando você tira a razão de uma pessoa assim.

- Aí você vem e joga essa bomba em cima de mim?

- Eu só queria saber sua opinião!

- Você é que é amiga dela! - nós duas estávamos muito perto de começar a gritar -
Como eu vou saber o que fazer?

- Você é mais velha. Tem mais experiência!

- Mais velha? Quando anos você acha que eu tenho?

- Não sei… uns 26?

- 27! - exclamei. - E você tem… o quê? 24? 25?

- Quase 24. – murmurou.

- E você acha que três anos de diferença me dão mais experiência do que você no quesito a vizinha vai se matar como, exatamente?

- Eu não sei o que fazer!

- Nem eu!

- Diz o que você acha!

- Eu não acho nada! Essa coisa toda de tentar fazer o que é certo é novidade para mim! Volte a falar comigo quando tiver um plano. E um bom plano.

- Certo. Tudo bem. - Alexia gesticulava e eu não sabia se ela estava tentando se acalmar ou me acalmar

- Vamos deixar o assunto Lucy de molho por um tempo.

Tudo que Alexia fez foi dizer as palavras “por um tempo”.

Para ela era só um comentário. Para mim tinha uma dimensão muito maior.

Meu tempo ali era limitado.

Engoli em seco.

Logo, logo, eu teria que voltar pra casa e deixar tudo aquilo para trás. Eu tinha um
emprego, uma casa e uma vida. Não podia abandonar tudo.

Lembrei de Lauren.

Lembrei do seu beijo corrido de manhã. Na minha boca. No meu seio.

Eu nunca quis aquilo: ter alguém na minha vida. Sempre me pareceu muito mais trabalhoso do que benéfico. E todas as poucas vezes que eu decidi experimentar, percebi que eu estava certa.

Mas com Lauren … Com Lauren era diferente. Ou, pelo menos, eu queria que fosse diferente.

Tinha algo me incomodando. Algo bem fundo em mim e eu não soube colocar em palavras o que seria.

- O que foi?

Meu silêncio repentino deve ter entregado minhas emoções para Alexia.

- Eu estou apaixonada por Lauren.

- Ahm… Já conversamos sobre isso.

- Eu disse pra ela.
- Sério? - ela deu um pulo.

Mas não foi umpulo daqueles que amigas frescas dão quando querem te parabenizar por algo. Nem que eu tenha tido muitas amigas frescas. Não que eu tenha tido muitas amigas. Mas o pulo de Alexia foi humano e
genuíno. Ela estava animada e queria saber o resto da história

- Eu estava certa, não estava! Vocês transaram. - ela sussurrou a última palavra e eu ri da sua contínua inocência.

- Foi, Alexia, se você precisa saber.

- E? Foi… romântico?

- Rá! - ela podia ser impossível, mas eu me divertia com ela como jamais me diverti com alguém - Foi gostoso. - fechei os olhos - Muito gostoso.

- E qual o problema?

- O problema é que eu tenho que ir embora.

- O quê? Mas você mora aqui.

- Não, não moro. - olhei pra ela, descrente - Só vim ajudar Lauren com a mudança. Eu moro do outro lado do país. Tenho minha vida inteira lá. Estou de férias e quando minhas férias acabarem, eu vou ter que voltar.

- Não. - ela se sentou - Não faz isso.

Seu tom me envolveu como um delicado veludo. Acho que ela iria sentir minha falta.

- Não tenho opção. - levantei um ombro.

- Tem sim. A gente te arranja um emprego aqui. - ela levantou e estava andando pela cozinha como se o movimento pudesse gerar mais ideias - Eu… eu te ensino russo! - apontou a mão para mim como se todos os problemas estivessem resolvidos e eu ri.

- Não é assim que funciona, Alex. E você sabe. O problema é exatamente esse: acho que eu gostaria de ficar. Mas não posso. E tenho medo de… de querer mais do que eu já quero.

- Não! - ela me segurou pelos ombros - Não faz isso!

- Fazer o quê? Me solta, sua perturbada!

- Você vai fazer isso, de novo. - apontou o indicador para o meio do meu rosto e eu segurei sua mão - Vai ficar com medo porque vai doer muito na hora de ir embora e aí vai se esconder e não vai viver o que pode viver por medo de uma dor futura.

- Certo, obrigada pela dica Oprah. Vou escutar a garota virgem com nenhuma experiência de vida sobre os meus assuntos afetivos.

- Eu tenho o Rick! E o Thierry, e até a Lucy. Tenho uns amigos da escola de arte. Tenho um monte de gente legal na minha vida, Mila. E você…

- Eu não tenho ninguém. - completei as palavras que ela teve a delicadeza de não
dizer.

- E não é porque você é uma pessoa ruim. Quer dizer - sorriu - Você é bem ruim.- mordeu os lábios como se fosse uma criança que acabou de aprontar - Mas é esse seu medo horrível de se machucar. Você finalmente admitiu que está apaixonada pelo cara. Transou com ela e tudo. Disse que foi ótimo. Aí se lembra que vai acabar e desiste de tudo. Se você tem só mais uma semana, vive essa uma semana, ou um mês ou seja lá quanto tempo você ainda tem. E quando doer… quando doer, doeu.

- Tenho que admitir que seu discurso faz algum sentido.

- Ainda bem. - ela se jogou sentada na cadeira e abriu o pacote de biscoitos - Porque se você voltasse para aquela ladainha de “não estou nem aí pra ela” quando claramente está, eu não ia aguentar.

- Você fala como se tivesse passado anos me ouvindo falar sobre Lauren. - mostrei a língua pra ela.

- Ah, mas quando você começa a falar - moveu a mão como se tivesse um fantoche preso nela - Parece que anos se passaram.

Dei uma tapa na sua mão e roubei seu biscoito.

Eu não diria que não estou nem aí. Eu não diria isso sobre Lauren nunca mais. Seria mentira e eu não minto para mim mesma.
Eu realmente achei que não estava apaixonada por ela. Realmente… Ou será que não? Será que eu estava só me enganando?

Não seria minha primeira regra quebrada graças a Lauren e eu tentei não me deter
muito nisso.

Não era importante. Não agora.

- E o que ela disse? Quero saber todos os detalhes! - seu sorriso parecia o de uma menininha falando sobre garotos pela primeira vez - Os detalhes românticos, não os pervertidos. - acrescentou com um gesto de desprezo e eu roubei seu outro biscoito, também. - E pare de fazer isso, por favor. - riu.

- Como assim, o que ela disse? - separei as bandas e comi o recheio de chocolate primeiro.

Alexia fez uma careta de obviedade, mas eu realmente não tinha entendido.

- Quando você disse que estava apaixonada. O que ela disse?

Simples assim, eu tinha colocado nome e sobrenome no meu incômodo.

- Ela… ela não disse nada.

- Nada? - tapou a boca, mastigando.

- Não, quero dizer… Ela disse muitas coisas mas…

Mas ela não tinha dito como se sentia por mim. Não tinha dito nada. Tinha me chamado de linda, gostosa e impossível. Ela se preocupava, essa parte estava bem clara, mas… Tinha mais alguma coisa?

Respirei fundo e encarei Alexia.

Quando doer, doeu.

Talvez aquela dor fosse chegar antes do que eu imaginava.

***************************************
                          Lauren Jauregui

Algumas batidas na porta do meu escritório chamaram minha atenção.

- Lynn! Entre.

Eu sabia que ia encontrar com ela mais cedo ou mais tarde. Mas depois de todo o episódio no sábado a noite eu tenho que confessar que esperava que fosse mais tarde.

- Você está me devendo um jantar.

- Com certeza, te devo um pedido de desculpas.

Ela fechou a porta atrás de si e sentou em uma das cadeiras. Sentei na mesa de frente pra ela.

- Espero que tudo tenha se resolvido? - ela deu um leve aperto no meu joelho e logo me soltou.

- Sim, tudo resolvido. - eu estava irremediavelmente constrangida. Eu a tinha visto em uma situação de extrema intimidade e agora precisava me desfazer dela e, de preferência, sem muitas perguntas.

Lynn ficou sentada de pernas cruzadas me observando como se esperasse que eu dissesse alguma coisa.

Eu enchi o pulmão e fiquei ali resolvendo se abria ou não a boca.

Droga.

Eu não fazia a menor ideia do que dizer.

- Sua amiga. - ela começou - A do cachorro. - sorriu - Tem uma história ali, não tem?

- Uma bem longa. - expirei. Eu conseguia sentia a tensão no ar e ela estava impedindo que eu respirasse do jeito que eu precisava. - Escute, Lynn, eu… Não foi minha intenção te enganar ou algo do gênero. Quando te chamei para sair foi verdadeiro, foi… espontâneo, mas…

- Mas tem uma longa história com a moça do cachorro.

- Uma bem longa. - repeti.

- É como assistir o Senhor dos Aneis. - murmurou me oferecendo uma piscadela

- Perdão?

- É um filme bem longo.

- Verdade… - não estava entendendo.

- Chega em um ponto em que… não importa se você está gostando da história ou não. Você simplesmente precisa saber como ela termina. Quero dizer… você já veio até aqui, não é? Não pode ser trabalho desperdiçado.

- Ah. - expirei compreendendo.

- Então, termine seu filme, Lauren. - ela se levantou e apertou meu ombro - E, se ele acabar sendo tão horrível quanto O Senhor dos Aneis - sorriu sugestivamente -Talvez tenha um filme melhor te esperando depois.

Ela saiu pensando que tinha deixado um clima de mistério no ar. E só o que eu conseguia pensar era que eu adorei O Senhor dos Aneis. Os livros e os filmes.

Tinha conseguido me concentrar no trabalho perfeitamente bem até agora. Bastou a conversa com Lynn e eu estava pensando em Camila mais uma vez. E, por mais incrível que possa parecer diante da situação, não era no seu corpo que eu estava pensando. Aquele corpo que me encheu de desejo e fome por tanto tempo. Mas não…

Eu estava pensando em seus olhos. Sua voz. O jeito como ela tinha amarrado minha gravata.

Eu estou apaixonada por você.

Ela deve ter ido ao inferno, lutado muay thai contra o demônio e voltado antes de ter tomado coragem para se abrir desse jeito. Era impressionante que ela tivesse se permitido tal nível de vulnerabilidade.

Acho que era exatamente por isso que eu não acreditava em uma palavra.

Ela não estava apaixonada por mim. Era tesão. E, no momento, ela me quis e fez o que precisava para me ter. Assim como ela fazia em todos os outros aspectos de sua vida.
Eu não queria ser só um peão no seu tabuleiro. Não podia me permitir baixar a
guarda agora.

Eu tinha arrancado uma página do Manual Camila Cabello de Sobrevivência e o estava seguindo a risca. Ironia do destino, eu acho. Mas agora era eu quem precisava ser resguardado. Não podia me abrir para ela e correr o risco de ser alguma brincaderia sádica do seu repertório.

Se fosse verdade, o tempo diria. Mas se não fosse e eu admitisse como me sentia…

Eu não aguentava aquele sorriso. Meu toque nos seus cabelos macios. Ainda me lembrava de sentir seu coração batendo contra minha pele quando ela se deitou sobre mim. Nua em pêlo. A sensação de acariciar sua espinha e poder beijá-la quando eu quisesse.

Cocei os cabelos gastando energia.

Nunca tinha me sentido assim na vida.
O jeito como eu me sentia próximo a ela não podia ser explicado em palavras, era… magnético. Superava qualquer razão e qualquer sentido.

Acho que tanto tempo de ódio tinham se transformado em algo absolutamente poderoso e que estava pronto para me consumir. Se eu dissesse as palavras e me
permitisse sentir algo por ela, eu sabia que não teria mais volta.

Eu não queria dizer as palavras em voz alta.

Eu não iria dizer as palavras em voz alta.

Mas lá no fundo, em algum lugar dentro de mim, meu coração parecia saber que ela, com todas as suas insanidades e imperfeições, era a mulher da minha vida.


**************************************

- Camz?

- Na cozinha, alimentando seu cachorro infernal. - ela gritou - Max! Quieto! - ela misturava gritos com risos e eu imaginei que ela e Max estavam começando a se entender.

Enfiei a cabeça pela porta.

- Tudo certo com vocês dois?

- Não exatamente. - Max tinha colocado as patas da frente no balcão e estava disputando por uma tijela de cereais que, eu imaginei, Camila tivesse colocado para ela - Isso aí se recusa a comer o que a genteserve.

Ela estava coçando suas orelhas e empurrando sua tijela para longe.

O cenário era Camila com uma camiseta regata desenhando seus seios fartos, a alça escura do soutien caindo pelo braço, tinha uma colher enfiada na boca e um sorriso no rosto enquanto brincava e reclamava com meu cachorro.

Fiquei parada na porta sorrindo.

Eu poderia voltar para casa todos os dias para aquela cena e seria feliz. Ou melhor: Camila poderia voltar comigo.

Ela acabaria de ter destruído alguém em uma audiência com toda a sua inteligência e sagacidade. Eu assistiria fazendo nada a não ser sussurrar informações que ela solicitasse ao seu ouvido para que a outra parte não ouvisse. Íamos voltar pra casa,

íamos transar no chuveiro e depois ela ia colocar aquela regata. Faria uma tijela de cereal e brincaria com Max enquanto a alça do seu soutien caía pelo seu ombro. E eu ficaria sentado em um canto sendo feliz só por fazer parte daquilo.

Felicidade pode ser tão simples.

- Preciso tomar um banho. - falei. Precisava sair dali antes que a pedisse em casamento ou algo igualmente absurdo. - Desço em quinze minutos.

- Tá. - talvez ela fosse dizer mais alguma mas Max estava pulando mais uma vez. -Para! Cachorro enviado por Satanás! Chega! - ela levantou com a sua tijela e estava tentando sair do alcance das patas do labrador.

Subi as escadas ainda rindo. Coloquei a roupa suja no cesto e liguei a ducha. A água quente lavou meu corpo e eu inspirei o vapor.

De um modo geral, estava muito satisfeita com a minha vida. Nunca tive problemas em manter relacionamentos sérios. Mas nunca estive particularmente apaixonado por nenhuma de minhas namoradas, também.

E essa experiência de viver com uma mulher era interessante. Apesar de que, se eu casasse com Camila nunca iria querer ela em casa o dia inteiro. Ela ia enlouquecer e ia me enlouquecer e nunca daria certo.

Esfreguei o shampoo no cabelo com força para trazer minha mente de volta a realidade.

Casar com Camila. Lauren … escute o que você está falando.

Tudo bem que eu já estava batendo na porta dos trinta e que a vontade de me acomodar começava a crescer dentro do peito sem ser convidada. Mas a gente tinha transado uma vez e eu estava pensando em casamento.

LaurenJauregui, você virou uma mulher do século passado.

Com todo o respeito às mulheres e ao século passado.

Coloquei o rosto contra a água. Um toque delicado no meu quadril me assustou e eu respirei fundo dentro do jato de água. Virei tossindo.

Camila estava nua. Nua e molhada. Nua e molhada junto comigo nua e molhada. Isso não ajudou minha tosse.

Nem um pouco.

- Calma. - ela riu colocando a mão no meu peito.

Meu pênis ainda estava flácido, mas não ia ficar assim muito tempo.

- Vai me matar afogada? Eu sabia que você devia ter um plano. - sorri, puxando-a para um abraço.

- Droga. Fui desmascarada. - deu um murro leve no meu braço - Mas o plano era te afogar só depois.

- Depois?

- Depois. - repetiu, sugestiva.

- Ah… Então, acho que eu vou morrer feliz.

Beijei seu sorriso e desci a mão pela sua bunda. Minha nossa… aquela bunda.

Apertei com gosto forçando-a a mover a pélvis na minha direção. Camila ia reclamar,
mas eu mordi sua boca e não deixei ela soltar o beijo. Suas mãos estavam no meu pescoço e eu tinha ela molhada nos meus braços. Espremi seu corpo contra o meu e senti meu pau latejando contra seu quadril.

Camila dobrou os braços e empurrou meu tórax para longe. Eu não sabia o que ela estava fazendo, mas eu sabia que ela era uma mulher que não aceita ser questionada quando decide algo. Apertei meus lábios de desejo e a observei.

Gotas de água se acumulavam e escorriam em cada nuance do seu corpo e eu desejei segurá-la e mantê-la parada por alguns minutos para que eu pudesse só memorizar cada detalhe do seu corpo.

Ela segurou minhas mãos ao lado do meu corpo para que eu não a tocasse e me beijou. Primeiro na boca, depois no pescoço.

Camz me soltou e sorriu pra mim de um jeito tão safado que eu tive vontade de jogá-la contra a parede e fodê-la até ela gritar chega. Mas ela se colocou de joelhos no box e eu achei que estava sonhando.

E quando ela passou a língua na minha cabecinha, tive certeza.

- Eu disse que queria você na minha boca, não disse? - ela sussurrou contra minha
ereção e enfiou minhas bolas na boca.

Aninhei meus dedos nos seus cabelos e
segurei sua cabeça contra mim enquanto aquela boquinha de veludo me lambia e
chupava.

Camila puxou o ar e prendeu a respiração e eu assisti ela enfiar meu pau inteiro na boca. Uma vez e outra. E mais uma. Eu estava gemendo sem controle. Sentia sua boca ao meu redor, seus lábios protegendo os dentes, meu pau chegando na sua garganta.

Fez um movimento invonluntário para a frente e eu percebi que ela devia estar tendo reflexo de regurgitação. Tentei segurar a velocidade mas ela não parou: não estava mais enfiando meu pau até a goela mas estava deixando que eu fodesse sua boquinha o que era praticamente tão paradisíaco quanto.

Alisei seus cabelos e mantive meus olhos em sua boca, assistindo o movimento de sua bochecha no ritmo das minhas estocadas.

Ela se empinou e arranhou meus testículos com suavidade.

Eu não ia aguentar.

Nem mais um segundo.
A empurrei para longe um pouco bruscamente demais e ela olhou pra mim confusa.

- Vem. - chamei.

Ela ia falar alguma coisa.

Claro que ia. Camila Cabello sempre precisava questionar uma ordem.

Mas meu pau estava furiosamente duro, eu estava pronta para ejacular para todos os lados e não queria que ela não gozasse.

Segurei ela com força e a joguei contra parede. Pensei em pedir desculpas pela
violência, mas ela estava rindo excitada, então eu simplesmente continuei.

Levantei uma de suas pernas pelo joelho e meti com força sem diminuir a brutalidade. Ela comeceçou a gemer meu nome e eu queria que ela parasse ou eu ia começar a gozar.

Afastei meu torax do seu e diminui a velocidade em uma tentativa de reassumir o controle. Mas aquilo foi pior ainda. Ela rebolava devagar e enfiava os dedos na boca, para depois levá-los aos mamilos em uma dança erótica que estava fervendo minhas entranhas.

Aqueles seios perfeitos se movimentando no nosso ritmo, o quadril grudado no meu…

Puta merda.

Por que ela tinha que ser tão gostosa?

- Camz, eu não aguento mais.

- Aguenta sim. - ela arranhou meu peito - Não goza ainda, Michelle. Me fode mais um pouquinho.

Eu a beijei e fiz exatamente o que ela mandou. O recuo estava ficando impossível de conter mas eu segurei. Mais e mais. Não sei de onde eu estava tirando forças para resistir ao gozo com meu pau enfiado até o talo naquela morena perfeita.

E quando ela começou a gemer mais alto, eu aumentei a velocidade. Quanto mais alto ela gemia, mais fundo eu enfiava e com mais força. Até ela gritar.

E ela gritou.

Gritou meu nome.

Bem alto.

E ouvir seu grito rouco e louca de desejo chamando meu nome foi mais excitante
do que todo o resto.

Eu gozei dentro dela com a boca contra o seu pescoço.




—————————————————————

Volto pra consertar os erros algum dia...

Quem quiser entrar no grupo do WhatsApp, deixa o número nos comentários, ou me chama no PV que eu passo o link. Tem muita gente no gp.(3 pessoas)

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