Impossível Resistir - Serie P...

By ValKaline

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Muito jovem, Julianne Saunders, sofreu uma perda inesperada e aprendeu do jeito mais difícil que a vida pode... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
AVISO
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Epílogo

Capítulo 13

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By ValKaline

Julia


Abri meus olhos e esperei que meu cérebro lentamente assimilasse essa informação, para que eu fosse capaz de entender o que tinha me acordado. Telefone? Não, o toque era diferente. Interfone? Sim. Definitivamente alguém estava interfonando, ás... Que horas eram mesmo? Esfreguei meus olhos e gemi frustrada, já que os toques ficavam cada vez mais insistentes. Alguém precisava se acalmar lá em baixo. 

O relógio sobre o criado mudo mostrava que eram apenas seis. Da manhã. Que merda é essa? Acabei indo dormir muito tarde ontem, e eu precisava repor essas horas.

Exalei com força. — Já estou indo. — gritei para a aparelho insistente. Consegui me arrastar até lá, e o tomei  na mão.

— Oi. — saiu como um gemido.

— Até que enfim. Ainda estava dormindo? — disse uma voz masculina animada.

— Jude?

— Claro. Quem mais? Vai me deixar subir?

Eu ainda estava meio zonza de sono, mas não o suficiente para saber que estava muito cedo para se estar na casa de alguém. Permiti a entrada de Jude, e me arrastei de volta para cama. Ele era suficientemente capaz de encontrar o caminho sozinho.

Ouvi quando a porta abriu e fechou, e fiquei esperando. Mas, ele não veio. Em seguida, ouvi barulhos vindos da cozinha. Eu estava curiosa para saber o que Jude estaria fazendo lá, mas continuei como eu estava. Minutos depois, alguém puxou o edredom que cobria minha cabeça.

— Bom dia! — disse um Jude muito feliz.

— Pra quem? — respondi, enfiando a cabeça embaixo do travesseiro.

— Que mau humor. — disse ele, fazendo aquele barulho irritante de estalar a língua — Vamos, lá. Chega de dormir. Estamos saindo em... quinze minutos é suficiente pra você se aprontar?

Eu estava com muito sono acumulado ou Jude não se encontrava muito coerente essa manhã.

— Jude, o que você está falando? Eu quero dormir. — chorei.

Ele suspirou. — Tudo bem. Olha, eu programei uma viagem. Só que nós precisamos sair agora se quisermos voltar a tempo de... Não importa. Você pode, por favor, se levantar?

Levantei a cabeça, ignorando totalmente o fato de que o meu cabelo possivelmente estaria parecendo um ninho. Jude estava de pé – em toda sua glória – ao lado da cama; vestindo jeans e uma camiseta preta. As mangas se encaixavam bem em seus braços, então meu pensamento ficou girando em torno de algo como: Oh, bíceps!

Por que ele tinha que parecer tão gostoso o tempo todo? Por favor, eram apenas seis da manhã! Isso não era justo. Ficava difícil manter um pensamento lógico perto de um corpo como esse.

Ele pigarreou. Percebi que eu não estava sendo tão discreta ao observar seu corpo delicioso. Quando alcancei seu rosto, ele estampava meu sorriso torto preferido, e um olhar cheio de expectativa.

Ah, é. Ele tinha dito alguma coisa sobre uma viagem.

— Uma viagem? — perguntei.

Ele balançou a cabeça.

— Hoje?

De novo.

— Pra onde?

— É uma surpresa. — disse por fim.

Me sentei, e em seguida passei a mão sobre o cabelo, na tentativa de domá-lo um pouco. Deus sabia no que esses cachos se transformavam todas as manhãs.

— Você não tem que trabalhar? — desistindo de separar os nós, comecei a prender as mechas grossas em uma trança.

— Hoje não. — respondeu, e então puxou o edredom, me descobrindo por inteira.

Nem me preocupei em ficar constrangida por só estar vestindo uma camiseta fina e calcinha. Por um lado ele já tinha visto muito mais que isso, e por outro, ninguém mandou ele fazer isso. Arqueei as sobrancelhas e esperei pacientemente - não tanto assim -, enquanto seus olhos passearam lentamente dos meus pés para as minhas pernas e coxas, parando no quadril, em seguida tomando um tempo maior nos meus seios, até que finalmente chegou ao rosto. Sua inspeção aqueceu meu corpo todo. Lutei para manter meu rosto inexpressivo, embora Jude não tenha se preocupado com isso. Ele estava corando. Ai meu Deus! Essa era uma das coisas mais engraçadas que eu já tinha visto. Nunca poderia imaginar que Jude corasse ao ver uma garota seminua.

— Eu... Hã... — pigarreou — Vou esperar lá embaixo. — Ele se virou, e começou a caminhar até a porta, mas parou. — Se vista e desça, ou eu volto aqui e te levo assim mesmo. Eu fiz café.

Continuei olhando suas costas. — Você fez?

Oh, os barulhos na cozinha.

Ele não respondeu. Saiu, fechando a porta atrás de si, sem dar me uma segunda olhada. Comprimi os lábios juntos, mas não foi o bastante. Uma gargalhada borbulhou para fora.

Jude Colle não era tão imune a mim afinal.


Exatos vinte minutos depois eu estava entrando no carro de Jude.  Segurando dois copos de café para viagem, me acomodei no banco do passageiro, e entreguei um dos copos a Jude.

— Muito bem, onde você está me levando?

Jude bebericou um pouco do café, e eu pude ver um sorriso escapando dos lados. — Eu já disse, — falou ele — É uma surpresa.

Revirei os olhos. — Ok. E posso saber o porque dessa loucura de repente?

— Eu queria que você tivesse um dia especial. — seu sorriso ficou maior.

De jeito nenhum! Não há nenhuma maneira que Jude se lembre que dia é hoje.

Ele apoiou seu copo no descansa copos do carro, e afivelou o cinto. Fiz o mesmo com o meu.

— Eu, hã, não sabia o que vestir. Então escolhi o mesmo que você. — disse eu. — Seria mais fácil se eu soubesse o que vamos fazer.

Ele me avaliou um pouco. — Você está ótima.

É, eu não ia conseguir tirar nada dele mesmo.

Jude ligou o carro e engatou a marcha, mas antes de sairmos, ele me olhou. Aquele sorriso torto aparecendo novamente.

— Ah, e — disse ele — Feliz aniversário.

Olhei para ele, bastante confusa. Eu não podia acreditar. — Oh. — foi tudo que eu consegui dizer.

Ele se lembrou.

Já estávamos na estrada há algum tempo. Embora ela não me parecesse familiar em nada, eu sabia que estávamos indo para o interior. Eu ainda tentava entender como raios Jude se lembrou que hoje eu estava fazendo vinte e cinco anos. Se passaram muitos anos desde que a data foi mencionada.

— Como você soube que era hoje? — perguntei, incapaz de me segurar por mais tempo.

— Eu me lembro de tudo. Eu disse a você. — respondeu, sem tirar os olhos da estrada.

— Sim. Você disse.

Mordi o lábio, contendo um sorriso. Não queria que Jude pensasse que eu estava fazendo disso uma grande coisa, apesar de ser exatamente isso.

Continuei assistindo a paisagem passando através da janela, só que de repente o silêncio tornou-se insuportavelmente chato.

— Posso ouvir música?

Jude me lançou um olhar rápido, e estendeu a mão até o porta-luva. — Tenho alguns CDs aqui...

— Hum, não. — balancei meu iPod — Eu quis dizer minhas musicas.

— Eu acho que... — ele franziu a testa — Tudo bem. Vamos ver o que você tem aí.

Conectei meu iPod ao som do carro, e corri o dedo pela tela até chegar na música que eu queria. Quando "Party in the USA" da Miley Cyrus começou a sair da caixas de som, Jude fez uma careta.

— Isso é sério?

Dei de ombros. — Eu gosto. — para enfatizar, comecei a cantar a plenos pulmões, fazendo Jude perder a carranca e rir alto. Quando a música atingiu uma nota alta, minha desafinação atingiu um nível totalmente novo. Nesse ponto eu me perdi e rimos ainda mais.

Durante o resto da viagem, nos mantemos conversando e rindo bastante. Especialmente eu. Jude tentou contar algumas piadas. Elas eram péssimas, mas eu ri. Meu dia mal havia começado e já era o melhor em muito tempo.

Finalmente chegamos a uma pequena cidade. Eu nunca tinha vindo aqui, mas já tinha ouvido Jude falar sobre esse lugar.

— Chegamos. — informou.

— Aqui é...

— Minha cidade natal. — explicou.

Jude me trouxe para conhecer a cidade onde nasceu. Onde ele viveu seus primeiros anos e jogou... Sei lá, o que quer que ele tenha jogado. Meninos sempre praticam algum esporte na escola.

— O que você jogava? — perguntei, enquanto a pequena cidade ia ganhando forma.

— O que? — ele estava confuso.

— Na escola. O que você jogava lá?

— Hum... Basquete.

— Mesmo? Eu nunca teria acertado.

Ele apenas deu de ombros.

Me dei conta de que, embora eu conheça Jude há anos, eu não sabia muito sobre ele. Principalmente sobre sua vida antes de me conhecer.

— É uma cidade pequena. — as características estavam todas lá. — Jude Colle um homem do campo. Quem diria.

— Não sou um cowboy. — ele pareceu ofendido. 

Tentei não rir, mas fiz de qualquer maneira. Nunca chame um homem do rock de cowboy, é a regra número um.

— Ah, vamos lá. Aposto que se eu olhar em baixo da sua cama vou encontrar um belo par de botas.

— Você pode ver por si mesma.

— Como assim? — Do lado de fora, uma grande casa de aparência colonial tomou quase toda paisagem. Era enorme. Então, eu entendi.

Ele dirigiu para os fundos da casa. Uma pesada porta de madeira se abriu quando Jude pressionou um botão numa espécie de controle remoto. A porta da garagem se fechou atrás de nós, assim que passamos.

— Essa é a sua casa. — falei, impressionada.

Mas, Jude já tinha saído do carro. Ele deu a volta, e abriu a porta para mim. Que cavalheiro! Dei um passo para fora, sem acreditar que ele me trouxe aqui sem um aviso sequer. Eu havia passado quatro horas dentro de um carro, eu não precisava de um espelho para saber que minha aparência não era das melhores. Apesar de me sentir honrada por Jude te me trazido para conhecer seus pais, eu não queria que meu primeiro encontro com meus futuros sogros acontecessem nessas condições.

Eu disse futuros sogros???

— Vamos lá. — ele pegou minha mão, mas ofereci resistência — o que foi?

— Jude, eu não posso... eu... seus pais... — balbuciei, alisando rugas invisíveis na minha roupa.

Ele riu. — Meus pais não estão em casa. Não se preocupe.

Exalei. Ah, a agradável sensação de alívio. Acompanhada de 25% de decepção. Ele não tinha me trazido para conhecer seus pais, afinal.

Com Jude ainda segurando minha mão, nós entramos. Apesar de tudo, era emocionante estar no lugar onde ele cresceu. Eu podia ver o pequeno Jude correndo na enorme sala, atravessando os cômodos, descendo pelo corrimão da escada que dava acesso ao andar superior.

— Não vamos demorar. — Jude alertou — Só vim buscar uma coisa. Você precisa usar o banheiro ou fazer outra coisa?

Fiz que sim com a cabeça.

— No corredor. Terceira porta à direita. — Jude sorriu — Depois vá lá pra cima. Você queria conhecer meu quarto.

— Eu não disse que queria conhecer seu quarto.

— Não quer? — perguntou, arqueando uma sobrancelha.

Eu queria.— Te encontro lá em cima.

— Eu sabia.

Revirei os olhos.


Assim que saí do banheiro, parei no corredor. Reparei que a parede estava repleta de fotografias. Reconheci Jude em muitas delas. Havia uma em especial em havia um garotinho e ele estava montado num desses cavalinhos de brinquedo, usando chapéu e botas de cowboy. O menino parecia ter cinco anos. Só podia ser Jude. Eu reconheceria aqueles olhos marrons em qualquer lugar. Ele não estava muito feliz, sem dúvida deve ter sido obrigado a vestir aquelas roupas. Eu sorri.

Havia outra em que Jude estava mais velho. No colegial, eu diria. Ele vestia um uniforme de basquete. Jude sempre foi lindo. Aposto que ele fez sucesso entre as garotas. Mais adiante uma das fotos fez meu coração vacilar. Era a típica foto do baile de formatura. Jude estava impecável de terno, e ao seu lado estava Laura com um vestido igualmente bonito. Tão linda e loira como eu a conhecia. Mordi a lateral interna da minha bochecha.

Para falar a verdade, ela não mudou muito. Eles ficam tão bem juntos. Encarei a foto por mais um tempo, enquanto eu tentava substituir a garota na foto, por quem sabe, outra mais baixa e morena. A verdade é que não dava para competir com a garota alta, loira e de peitos grandes. É uma verdade universal.

Balancei a cabeça, tentando me livrar dessa sensação de esmagamento. Era melhor eu encontrar Jude.

Assim que dei meia volta, eu congelei. Petrifiquei. Escolha o que quiser. Eu não estava sozinha. 

— Quem é você? — perguntou a mulher que me encarava de volta.


Jude


Já fazia algum tempo que eu não voltava para casa. O meu quarto permanecia exatamente o mesmo. Minha mãe nunca mudou as coisas de lugar, embora eu não viva mais aqui e venha visitá-los muito pouco. Esse espaço estava cheio de recordações, entretanto não havia nenhuma especial que eu quisesse guardar.

Hoje era o aniversário de Julia, e eu queria fazer alguma coisa especial por ela. Talvez eu tenha me precipitado um pouco, mas havia um lugar que eu gostaria que ela conhecesse. Éramos muito parecidos em muitos pontos, talvez ela fosse gostar de lá tanto quanto eu. Um lugar onde eu sempre pude ser eu mesmo, e não aquilo que esperavam de mim.

Julia estaria subindo em breve. Não sei se era uma boa ideia ficar sozinho com ela num lugar como esse, mas eu a queria aqui.

Me adiantei, e tirei de vista os porta-retratos que ainda guardavam imagens minhas e de Laura. Era estranho como isso parecia um passado distante para mim agora. E em breve seria exatamente isso.

Julia estava demorando, decidi descer e ver se ela estava precisando de alguma coisa. A viagem tinha sido longa.

Assim que meus pra tocaram os primeiros degraus, ouvi Julia balbuciando palavras que eu não consegui entender. Mas, de uma coisa eu tinha certeza, ela não estava sozinha.

Desci os degraus de dois em dois, corri e virei a direita para o corredor.

Que merda.

Parada bem em frente a Julia, estava uma mulher que eu não esperava ver aqui hoje.

— Mãe? — disse eu, atônito.

Desviei meus olhos rapidamente para Julia, e percebi que ela parecia tensa; ela mexia as mãos nervosamente, e mordia o lábio daquele jeito que me deixava louco. Mas, não era hora de pensar nisso. Tentei perguntar com o olhar se ela estava bem, mas, ela não percebeu.

— Jude. — voltei minha atenção a minha mãe quando ela me chamou — Não esperava vê-lo aqui.

— Eu também não.

— Essa ainda é minha casa. — devolveu ela.

— Sim, claro. — me aproximei, dando um beijo em seu rosto — O que eu quis dizer é que pensei que você e papai estariam viajando.

Entendimento passou por seu rosto. — Ah. Seu pai foi sozinho. Eu não estava muito disposta. — ela se olhou para Julia e depois para mim. — Não vai me apresentar sua amiga.

— Claro que vou. — andei até parar ao lado de Julia — Mãe, essa é Julia, ela mora em Austin. Julia, essa é Elizabeth Colle.

Um sorriso hesitante apareceu no rosto de Julia, e ela estendeu a mão.

— É um prazer conhecê-la, senhora Colle.

Minha mãe apertou a mão de Julia de volta. — O prazer é meu, querida.

— Me desculpe por invadir sua casa desse jeito.

— Oh, não se preocupe. Você é bem vinda. — ela deu a volta, e andou até a sala. Nós a seguimos. — espero que Jude não tenha esquecido as boas maneiras. Ele te ofereceu algo para beber? A viagem até aqui é bastante cansativa.

— Eu já ia fazer isso. — falei logo.

Minha mãe me atirou um olhar desaprovador.

— Nós acabamos de chegar, senhora Colle. — explicou Julia.

No final fomos todos juntos para a área da cozinha. Minha mãe serviu copos de suco para cada um de nós, e embora eu tenha dito que não comeríamos nada, ela insistiu em colocar biscoitos de nata sobre mesa. Eu tinha outros planos, mas elas não precisavam saber disso ainda.

Os ombros de Julia não estavam mais tensos. Ela e minha mãe se entregaram a uma conversa amistosa. O assunto girava em torno de mim, é claro. Não quero pensar nos detalhes constrangedores mencionados. Minha mãe estava completamente a vontade com Julia. E em poucos minutos minha pequena tinha conquistado minha mãe com seu jeito doce.

— Nós precisamos ir. — anunciei. As duas olharam para mim surpresas. Olhei para minha mãe — Vou levar Julia a um lugar, mas passamos aqui na volta.

Ela assentiu e sorriu.

Julia se despediu timidamente e agradeceu. Depois de dar um beijo no rosto da minha mãe, nós saímos pela porta da frente.

— Por aqui. — conduzi Julia até onde estava o carro que usaríamos — Vamos na caminhonete.

Ela franziu a testa, mas me seguiu.

Minha mãe acenou para nós da varanda quando passamos. Ela tinha gostado mesmo de Julia. Nunca a vi ser tão simpática com Laura em todos os nossos anos juntos.

— Me desculpe por isso. — falei.

— Sua mãe é ótima. — ela riu nervosamente — Não acreditei quando me virei e ela estava lá parada.

— Eu sei. Meu pai tinha dito que ela também ia. Eu não sabia.

— Está tudo bem. Eu gostei de conhecê-la.

Olhei para ela, sorrindo. — Eu também gostei. 

A estrada que nos levaria ao nosso destino estava tão ruim quanto eu me lembrava. Não havia calçamento, por isso achei melhor pegar a caminhonete. Embora nem ela fosse suficiente.

Ao alcançar o limite da estrada de chão, avisei que a partir dali teríamos que seguir a pé. Ajudei Julia a sair do carro, peguei uma mochila, e começamos a andar.

O pequeno caminho aberto entra as árvores, era um pouco íngreme e também um tanto sinuoso. Mas, eu sabia que o resultado valeria a pena.

— Ainda falta muito? — Julia choramingou.

— Só estamos andando há cinco minutos, pequena.

Ela suspirou. — Jude?

— Hum?

Ouvi quando ela parou andar, e me virei. Ela havia se encostado numa árvore. Suas mãos caíram sobre os joelhos e ela ofegava como se tivesse corrido uma maratona.

— Você está meio fora de forma. — falei andando até ela.

— Acha que essa é uma boa hora para dizer que odeio caminhadas?

Eu ri para mim mesmo, e ouvi quando ela riu baixinho. Em poucos minutos seu cabelo havia se tornado uma bagunça. Algumas mechas escaparam do seu rabo de cavalo, as afastei do seu rosto e coloquei atrás das orelhas. Em seguida, ergui seu queixo.

— Você é linda. Até quando reclama.

Ela simplesmente sorriu. Esqueça o simples, nada era simples quando se tratava de Julia. Um sorriso como esse abalava o meu mundo.


Consegui arrastá-la pelo resto do caminho, mas só depois de prometer que não faltava muito. Já devia estar perto do meio dia. O sol forte começava a anunciar o início primavera. E meu estômago roncou algumas vezes avisando que estamos perto do almoço. Tenho que confessar, trinta minutos depois e eu também estava ofegante. Obviamente eu não deixei escapar essa informação.

Entretanto, não importava. Estávamos aqui.

— Chegamos. — avisei — Bem vinda ao meu pequeno paraíso.

— É assim que você chama esse lugar? Por que pra mim pareceu um aperitivo do inferno.

Não perdi tempo ficando ofendido, ao invés disso, abri caminho e deixei que ela fosse na frente.

Julia parou. — Jude... Wow.

Parei atrás dela e assenti. — Eu sei.


Nota da autora:

Por enquanto é isso... como o capítulo ficou muito grande, eu o dividi em dois. Vou postar o outro ainda essa semana. Não fiquem preocupados haha

Espero que tenham gostado. Deixem seus comentários pra mim <3

Beijinho

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