Fugindo de mim (Astros de Duk...

By ManndyGoncalves

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Candice Hale quer muitas coisas, ser popular não está mais entre elas. Assim como também não quer as lembranç... More

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By ManndyGoncalves

- Eu vim estudar. – Falo quando Meg ainda me pressiona para saber o que fiz ontem pela manhã.

Meg me olha como se eu fosse louca ou tivesse algum tipo de doença, quando respondo porque sai tão cedo de casa.

- Você sabia que estudos dizem que pessoas que estudam demais em algum momento desenvolvem quadros de estresse e até mesmo depressão? - Ela me pergunta.

- Estudos dizem que estudar muito fortalece o cérebro. - Rebato.

- Seu cérebro já deve ser um halterofilista de tanto que você o fortalece estudando sem parar. - Ela debocha.

- Que seja. - Digo.

Ela parece não estar ligando muito mais para mim nesse instante, enquanto movimenta sua cabeça procurando alguém pela multidão do refeitório. Até suspirar desistindo.

- Como ele é? - Pergunto.

Meg franze a testa.

- O cara que está procurando. – Falo - Você me disse que conheceu alguém e agora está parecendo uma águia a procura da sua presa. Diga-me como ele é, o nome dele, algo que ajude.

- Eu não sei o nome dele, o que é louco porque nós conversamos por tipo, duas horas seguidas e eu não perguntei o nome dele. - Fala. - Então eu tive que sair correndo para o seminário e eu não sei nada além da aparência dele.

- Não popular? – Pergunto.

- Eu já o vi por aí, ele não é de nenhum time, eu me lembraria.

Com toda certeza ela se lembraria. Meg tem uma queda por caras do esporte, ela sabe de cor a escalação da equipe de futebol, basquete, atletismo e todas as outras. Aposto que ela saberia quantos passes certos Brayden deu ao longo da temporada.

- Alto, não tão forte, cabelos pretos, olhos negros profundos, tem uma tatuagem no braço. – Ela descreve o cara misterioso.

- O que nos deixa ainda com quase metade do campus? – Pergunto e ela me olha fazendo biquinho. – Estou falando sério. Então a menos que esse cara não seja só um capricho eu acho melhor esquecer.

Olho para o meu relógio e percebo que gastei tempo demais conversando. O que significa que eu preciso ir se quiser estar na sala sem nenhum atraso, ou seja, sem chamar atenção.

- Te vejo depois. – Digo a Meg.

Ela me manda um beijo no ar e eu vou.

Sinto meu celular vibrar dentro da bolsa durante o caminho, e está com o toque especial para o meu pai. Preciso atender antes que ele pense que eu morri, fui seqüestrada ou até que me matei. Ele deveria saber que essa fase já passou.

Caminho enquanto vasculho a bolsa, tentando alcançar o celular que toca incansavelmente.

- Esse é meu pai. – Resmungo. – Tudo na hora d...

Esbarro contra algo, mas dois segundos mais tarde percebo que não era algo, era alguém. Minha bolsa já caiu, meu celular voou longe, e minha cabeça está doendo muito.

Não sei se foi o impacto de bater meu peito contra o de alguém que tem o corpo tão duro quanto um armário, ou se foi o susto, mas a minha respiração acaba de ficar totalmente irregular.

- Você vai desmaiar?

Essa voz de novo. Certo universo, pare de querer me colocar nessas situações. Eu já tive castigo o suficiente. Brayden segura minha cintura e estou próxima ao corpo dele, e isso deixa o ambiente mais quente de repente. Nossas pernas se tocando. Nosso corpo. E se eu olhar para cima sei exatamente que vou encontrar a boca dele.

Já faz um tempo desde que alguém me segurou assim. Reúno todas as minhas forças para me equilibrar e empurrá-lo.

- Tire a mão de mim. – Falo baixo, mas tentando soar ameaçadora e irritada.

Brayden entorta um pouco a cabeça quando joga seu corpo para trás se afastando de mim de uma só vez.

- Você não consegue ser só um pouquinho mais agradável?

Agacho-me para pegar a bolsa e o celular.

- E você não consegue entender o significado de uma frase simples como "a última coisa que quero é ser vista com você"? – Pergunto. – Me deixe cair, ou seja lá o que for, só me ignore.

- Você é maluca. – Ele diz.

- Já fui chamada de coisas piores. – Digo.

E a verdade é que fui mesmo. Poucas pessoas podem dizer que sabem o que é ser julgada com ódio, e eu estou entre elas.

- Da próxima vez então não se jogue em cima de mim. – Brayden fala.

- Como se eu quisesse.

Nós dois nos encaramos por um breve segundo antes de eu andar e esbarrar meu ombro contra ele. Nem sei porque faço isso, ele não move nenhum centímetro.

Conforme caminho pelo corredor meus passos vão se acelerando, como se eu quisesse correr dali. Isso é estúpido. Não preciso fugir de ninguém. Correção. Eu só preciso fugir de mim e como sei que não sou totalmente capaz preciso ficar me controlando.

- Onde é o incêndio?

Antes que eu processe a frase eu grito involuntariamente com as mãos tocando meu braço, até perceber que é Kurt.

- Ei desculpe. - Ele diz. - O que foi?

Olho para ele consternada e envergonhada.

- Eu não sei estava distraída, e achei que fosse outra pessoa. - Me justifico. - Não estou muito bem para a aula, acho que vou para casa.

Kurt me olha com uma expressão que mistura surpresa e preocupação. Sei o que está pensando, eu nunca mato aula.

- Vamos, eu vou te fazer companhia. - Diz.

- Não, você tem aula. - Falo.

- Não importa. Você parece meio aérea e nunca te vi assim. – Ele se preocupa. – Comeu algo durante o intervalo?

Movo a cabeça em negativa.

- Vem, vamos te alimentar.

Um dos braços de Kurt passa em volta do meu ombro enquanto ele me encaminha até a saída. Acho que ele está temendo que eu desmaie ou algo assim.

Kurt foi o único cara para quem dei abertura nesses meses de faculdade e isso porque eu não tenho motivos para ficar encanada, ele é realmente apenas meu amigo. Ele está tentando conquistar a dois meses um cara de arquitetura, se é que ficar olhando-o passar por ele pode ser chamado de tentar.

- Então no meu carro ou no seu? - Kurt fala com um tom de voz divertido.

Aponto para o dele.

- Se eu visse você falando assim com aquele cara saberia que você progrediu, mesmo que de certa forma pareça um jeito indecente. - Digo.

Nós cruzamos o estacionamento e uma líder de torcida passa por nós, vários caras no estacionamento entortam seus pescoços para olhá-la.

- Garotos são ridículos. – Comento.

Kurt me olha por um segundo.

- Você já pensou em ser líder de torcida? Talvez por baixo desses óculos e dessas roupas tenha uma líder de torcida gostosa.

Dou um tapa no braço dele.

- Ei pare de me bater. – Pede.

- Pare de dizer coisas estúpidas.

Ele me ignora e sai assobiando e cantarolando até seu carro.

- Sabe que Meg vai ficar muito puta por que não a chamamos? – Ele me pergunta antes de ligar o carro.

Tinha me esquecido completamente de Meg, ela ficaria louca se eu não a chamasse para a primeira vez que mato aula na faculdade. Diria que eu sou a pior amiga do mundo.

Pego o celular e então me lembro que não atendi meu pai. Ligarei para ele mais tarde. Chamo Meg.

- Eu não posso acreditar que ia matar aula sem me chamar! – Meg diz entre uma mordida e outra nas batatas que rouba de Kurt.

- Bem eu chamei, não foi? – Pergunto. – Então sem drama Meaghan Sarmiento.

- Drama é nome do meio dela. – Kurt opina. – Ou deveria ser.

Meg faz uma careta.

- Então como anda o processo de achar o cara sem nome?

- Como anda o processo de criar coragem de chamar o cara para sair?

As vezes tenho medo dos dois se matarem, mas eles se adoram e isso é só a parte da estranha adoração de um pelo outro.

- Pelo menos temos um processo, e Candice deveria ter um. – Meg opina.

Ela parece cismada com isso ultimamente. Estou prestes a respondê-la quando a porta da lanchonete se abre e ninguém menos que Brayden entra acompanhado de alguns caras do time de futebol e algumas líderes de torcida.

Não, não, não! Eu nunca mato aula e agora isso. Já é perseguição.

- Você está estranha de verdade hoje, mais do que o comum. – Kurt fala.

- Por que?

Abaixo a cabeça quando Brayden passa por mim para evitar que ele me veja, afinal o cara não parece entender que eu não quero falar com ele em público. E só falo com ele quando estamos sozinhos porque sou obrigada.

- Está colocando catchup no seu lanche.

Solto o lanche rapidamente de volta no prato antes de mordê-lo. Nojento. Eu nem consigo olhar para o catchup nisso. Tremo um pouco.

- Você age como se o catchup fosse letal. – Meg comenta.

- Bem ele lembra sangue. – Falo.

- Mas é catchup. – Ela fala. – Não é como se você fosse se parecer com uma vampira se colocasse catchup no seu lanche.

- Eu passo. – Digo. – Kurt você pode ficar com o meu, eu vou pedir outro.

Ergo a mão e faço sinal para uma das garçonetes virem até a mesa e fazer meu novo pedido. Assim que me viro encontro o olhar de Brayden sobre mim. Ele tem uma líder de torcida sentada em cada lado dele.

Não consigo desviar meu olhar do dele, ele parece tão despreocupado, tão feliz. Então ele pisca, realmente pisca para mim com um dos olhos e sorri. E contra todas as possibilidades sinto minhas bochechas esquentarem. Abaixo o rosto imediatamente.

 - Por que está corando? E por que Brayden Cross está olhando para você?

- Ele não está olhando para mim. – Respondo.

Vejo Kurt se mexer na sua cadeira e virar-se um pouco, então ele ergue a mão e acena para Brayden. Não vejo se ele retribui, mas puxo a mão de Kurt imediatamente.

- O que pensa que está fazendo? – Pergunto.

 - Cumprimentando? – Ele diz meio confuso.

- Por que? Agora todos eles vão olhar para cá? – Falo.

- Não faz mal nenhum ser notado as vezes. – Kurt diz esfregando a mão que eu bati como se estivesse doendo.

Dramático.

- Então tente ser notado quando eu não estiver. – Me aborreço.

- Isso é por que um cara estava te olhando? – Meg pergunta.

Olho dela para Kurt os fuzilando, e em seguida para onde Brayden está sentado. Definitivamente foi um erro vir até aqui, não sei onde estava com a cabeça.

Pego minha bolsa e me levanto.

- O que vai fugir como uma garotinha assustada por que um cara flertou com você?

- Vá a merda Kurt! – Disparo irritada antes de andar. — Não é isso, ok? Você não entende, nunca vai entender porque eu não posso fazer isso.

Então eu empurro a porta com força quando chego a saída. A frase de Kurt fica na minha cabeça. Ele acertou em cheio, estou correndo porque um cara flertou comigo, mas também porque sei que preciso escapar antes que eu chegue a parte ruim da experiência de conhecer alguém.

Porque sempre tem uma parte ruim.

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