VILLIAN | bnha [Especial de H...

By ObscurePrincess

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[CONCLUÍDA] Os heróis estavam preocupados, uma onda de crimes vinha acontecendo a mais de um mês e especulava... More

avisos

único

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By ObscurePrincess

Em mais um dia de patrulha, Dynamight corria atrás de um vilão amador que carregava um saco de joias após ter assaltado uma joalheria.

— Na minha patrulha não, idiota! — lança uma explosão fazendo o homem perder o equilíbrio e cair.

Imobilizou o ladrão e o entregou para a polícia, terminou o trabalho em algumas horas e voltou para a escola. Não iria para casa nesse final de semana pois tinha muitas coisas para fazer da agência e escola.

— E aí, Bakubro, tá meio acabado, não é? — Kirishima tira com a cara do amigo ao ver o mesmo entrando na sala.

— Você acha, cabelo de merda? — pergunta sarcasticamente e solta suas manoplas no sofá. — Não me diz que vocês deixaram o jantar pra mim fazer?!

— Não, cara, a Ochaco, Mina e o Koji fizeram o jantar. — responde e boceja. — Cara, o dia foi horrível hoje. Eu, Fat Gum e Tamaki não paramos nem um segundo, eram tantos vilões...

— Só espera pra ver no Halloween. — Bakugo suspira.

— Você realmente acredita nessa teoria?— Kirishima questiona curioso.

— Beast Jeanist acredita, então... Mas isso faz sentido, se parar para pensar. —dá de ombros. — Porque essa onda de crimes começou em outubro? E porque a maioria dos vilões se vestem de maneira ridícula com aquelas fantasias idiotas?

— Isso vai ser um banho de sangue se assassinos começarem a entrar em ação.— o ruivo boceja novamente. — Ei, cara, vou dormir, boa noite. — levanta e dá uma batidinha no ombro do melhor amigo.

Bakugo recolheu suas manoplas e também foi para o quarto, tomou um banho quente e vestiu uma calça moletom preta com uma blusa de tecido leve também preta, não estava se sentindo muito bem a uns dias, sentia-se observado o tempo todo.

Um barulho na janela fez o quase pro-hero pular de susto por estar distraído e correu para olhar o que tinha feito aquilo, olhou ao redor e após não encontrar nada suspeito fechou o vidro e as cortinas, os cabelos de sua nuca arrepiaram quando uma corrente de ar fraca passou pelo seu quarto.

— Eu só posso estar ficando louco. — suspira trancando a porta, decidiu não ir jantar hoje, estava exausto demais.

Ele só não sabia que escondido ali perto, algo o observava com uma malícia ruim, algo o espreitava com desejo de vingança.

[...]

— Bom dia, Katsuki. — Mina cumprimenta o amigo ao vê-lo entrando na cozinha. — Dormiu bem?

— Sim. — responde colocando café em uma caneca com seu nome de herói estampado nela, fora um presente cafona de sua mãe, mas ele gostava. — Olho de guaxinim, cadê a fone bluetooth? — poderiam se passar anos, mas Bakugo ainda chamava seus amigos por esses apelidos idiotas.

— Ela está lá na frente, disse que ia se alongar. — Mina responde com desinteresse.

Bakugo vai até a entrada do prédio deles e encontra Jiro alongando uma das pernas, estava parecendo a pose do homem-aranha.

— Ei, Jiro. — chamou e a azulada o olhou esperando que ele continuasse. — Você ouviu algo estranho ontem a noite ao redor do prédio?

— Não, nada fora do comum, porquê? — questiona curiosa e troca a perna de apoio.

— Nada. — responde voltando para dentro do prédio e sentou no sofá para terminar de tomar seu café.

Faltava exatamente uma semana para o Halloween, a turma até desistiu de fazer a festa no dormitório por causa da onda de crimes, todas as agências estariam de prontidão aquela noite. Por mais que estivesse fazendo seu trabalho corretamente, Bakugo não estava satisfeito, ele queria achar a fonte desses crimes e acabar com ela.

Tomou um breve café da manhã e vestiu outra roupa, por precaução pegou três granadas e colocou no bolso do sobretudo, calçou seus coturnos pretos e tentou dar um jeito em seu cabelo revolto, aceitando de uma vez por todas que aquilo provavelmente era um charme natural.

Saiu da U.A e começou a andar pelas ruas da cidade, algumas lojas estavam enfeitadas para o feriado que se aproximava, Katsuki gostava desse feriado, mas esse ano ele sabia que odiaria com todas as suas forças.

Olhou para o outro lado da rua e uma pessoa o encarava, não reconheceu pois usava máscara e capuz cobrindo o rosto, só conseguiu ver os olhos dela, eram esmeraldas, antes que pudesse tentar reconhecê-la, um ônibus passou na sua frente e ela sumiu da vista de Katsuki.

— Tem cada gente estranha nessa cidade. — reclama baixinho e volta a andar.

Em seu passeio foi reconhecido por algumas crianças e elas timidamente pediram autógrafos, Bakugo fez o que foi pedido e tirou fotos com todas, logo voltou ao seu caminho. Uma coisa que tiveram que fazer quando chegaram ao terceiro ano da academia de heróis foi desenvolver uma assinatura, seu próprio autógrafo, Bakugo sempre teve em mente como seria desde que decidiu seu nome de herói, mas não podia negar que era estranho dar autógrafos as pessoas e mais ainda quando elas o tratavam como uma celebridade.

Se divertindo, Dynamight?

Parou abruptamente quando essa voz passou na sua cabeça, olhou ao redor e não achou nada, aquela voz...

Sentiu saudades?

Colocou as mãos nos ouvidos, mas a voz continuava ressoando em sua mente como um parasita infectando seu cérebro. Katsuki estava a ponto de gritar.

— Que merda é você? — perguntou baixo e correu de volta para a U.A, o que quer que esteja acontecendo, ele sentia que não devia se afastar muito dos seus colegas.

[...]

Aquela voz não o atormentou mais, mas ainda se sentia observado, Bakugo não estava prestando atenção nas aulas e estava descuidado no trabalho, se auto-punia por isso com treinos que vão além do seu limite. Katsuki estava quase se matando.

— Bakubro, é sério, para! — Kirishima segurou os punhos dele antes que o mesmo acabasse com mais um saco de pancadas. — Você vai acabar morrendo assim!

— Eu tô um lixo, me deixa fazer a única coisa que eu sei que ainda não tô um merda! — grita empurrando Kirishima.

— Merda, Bakugo! — grita de volta. — O que porra tá rolando com você?! Não presta mais atenção nas aulas, treina até desmaiar, não come direito e tá muito mais distante!

— Não é da sua conta, Kirishima! — grita e vira de costas para o ruivo. — Me deixa sozinho, vai embora!

— Tá, porra, faz o que quiser! — vira as costas e sai da academia da escola em passos pesados, estava muito puto.

Bakugo respirou fundo tentando se acalmar, passou a mão nos cabelos e tirou o suor da testa, não estava conseguindo respirar direito.

Tadinho dele, brigou com o melhor amigo...

— Saí da minha cabeça! — grita.

Ah, Kacchan, não grite assim comigo...

Kacchan?

Bakugo sentiu uma imensa vontade de morrer.

Não conseguiu sustentar suas pernas e caiu ajoelhado agarrado na garganta por não sentir o ar entrando em seus pulmões, não podia ser ele, não podia ser...

— DEKU?! — Grita extremamente alto e a risada soa em sua cabeça, logo ficando mais baixa até parar de vez. — Não... Ele não...

Após conseguir arrumar forças para levantar, correu para o dormitório e colocou seu traje de herói, faltava apenas uma hora para o Halloween e ele precisava impedir Deku de fazer mais besteiras. Seu celular tinha chamadas perdidas de seus amigos e da agência, não se importou em responder pois tinha mais o que fazer.

Saiu correndo com o auxílio de suas explosões e já estava chegando ao centro da cidade quando um vilão estava assaltando um banco, estúpido da parte dele ir sozinho. Bakugo o explodiu e rapidamente o entregou a policiais.

De repente, a energia de toda a cidade caiu, passaram-se pelo menos 10 segundos até uma imagem ser projetada em um dos grandes prédios.

Olá, cidadãos de Tóquio! É com imenso prazer que venho finalmente me apresentar para vocês. — um vídeo de Deku estava passando no prédio, Bakugo sentiu a boca secar, ele estava tão diferente desde a última vez que se viram. — Sou Deku, apelido dado "carinhosamente" pelo meu antigo colega de infância e atual herói em ascensão, Bakugo Katsuki, mais conhecido como Dynamight. — pronunciou essas palavras com tanto nojo que até Bakugo sentiu vontade de vomitar. — Sou o líder por trás dos crimes que vem acontecendo, venho aqui avisar nosso evento principal está por vir!

Riu maliciosamente, as olheiras fundas mostravam o quão descontrolado Midoriya estava e o quão profundo era o seu desejo de vingança.

Essa noite todos os crimes estão liberados, exceto estupro e assassinato. — Tira a luva preta de couro e uma mão cheia de cicatrizes foi revelada. — Para acabar com tudo isso, Kacchan deve me achar e resolveremos nossas diferenças de homem para homem, mas seja rápido, Kacchan, eu controlo meus subordinados até certo ponto, se o desejo de morte deles aflorar eu não poderei impedir.

Todos que estavam na rua olharam para Dynamight, pela primeira vez ele odiou que as pessoas o conhecessem.

Cinco, quatro, três, dois, um... Feliz Halloween a todos! — a transmissão parou e a cidade voltou a ficar escura, logo explosões que não vinham de Dynamight ressoaram e aquele prédio pegou fogo.

As pessoas começaram a correr desesperadas e um batalhão de heróis começou a chegar para tentar controlar a situação, dentre eles estava Uraraka Ochaco e Asui Tsuyu, essas que foram correndo até Bakugo.

— Dynamight, sabe onde seu "amigo" pode estar? — Uravity usa sarcasmo na palavra amigo, Bakugo revirou os olhos.

— Vou procurar, onde estão os outros? — questiona se referindo ao resto da turma.

— Espalhados pela cidade com suas agências. Se preocupe e encontrar aquele garoto, vai logo! — Froppy manda agitada.

— Você não manda em mim, sapa maldita! — grita dando as costas para elas e corre até o primeiro lugar que veio a cabeça dele.

O parquinho onde brincavam quando eram crianças perto de suas casas, no caminho teve que lutar contra vilões e esses eram mais fortes que os que estava enfrentando durante aquela semana. Dynamight estava se irritando.

Quando chegou na antiga rua que morava, uma sensação horrível de nostalgia o tomou, lembrou de quase todos os momentos que brincava ali com seus antigos amigos e como Deku sempre corria atrás deles. Procurou por todo o lugar e logo foi até a casa do esverdeado que tinha um aspecto abandonado.

Entrou no lugar arrombando a porta enferrujada e se assustou um pouco ao ver tudo quebrado e sujo, parecia que ninguém pisava ali a anos, vasculhou todos os cômodos até que entrou no quarto de Deku, sua coleção de coisas do All Might ainda estavam ali, todas velhas e algumas quebradas. Bakugo sentiu o coração pesar e de repente um clarão passou diante dos seus olhos e lá estava Midoriya, na frente da casa com os olhos cheios de lágrimas e a mão toda queimada.

— Que porra é isso? — ele sussurra e tenta seguir Izuku, mas suas pernas não se mexiam, de repente o cenário muda e Katsuki estava dentro da casa, limpa e arrumada.

Mãe? Onde a senhora está? — Izuku perguntava com a voz embargada. — Mamãe é sério...

O jovem Midoriya entrou no quarto de sua mãe e gritou ao ver o corpo de sua genitora caído e coberto de sangue, ela havia se suicidado.

Bakugo colocou a mão na boca em choque, todo esse tempo achou que a família Midoriya havia se mudado e Inko estava viva e bem. Mas ela estava morta e Deku havia virado um vilão...

Não... Não, não, não! MÃE! — Izuku chorava agarrado ao corpo da mulher que o criou.

O cenário mudou de novo e Midoriya estava em um beco sentado em um papelão enquanto lia uma carta. Ele chorava em silêncio por ser tarde da noite, não queria que policiais ou heróis o achassem ali.

    Me perdoe, meu filho, todo esse tempo eu não pude fazer nada para que você realizasse seu sonho, é minha culpa você ter nascido sem individualidade!
    Não aguento mais te ver sofrendo, voltando para casa todos os dias escondendo hematomas e ferimentos, fingindo que está tudo bem para não me preocupar, por favor, me perdoe por nunca ter feito nada sobre isso!
    Eu te amo tanto, querido... Cresça bem, eu confio em você!

Bakugo sentiu lágrimas escorrerem por saber que um dos motivos de Izuku voltar machucado para casa era ele, ele era horrível com o esverdeado e só se dera conta disso quando entrou na U.A e perdeu totalmente o contato com ele. Era tarde demais.

Novamente tudo mudou, Midoriya estava assaltando um mercado e tinha uma arma em mãos, ele usava uma máscara deixando somente seus olhos aparecendo e quando conseguiu tudo o que queria foi embora como uma sombra. Ninguém o viu, ninguém o denunciou, ninguém tinha provas contra ele.

Olha ele... Sendo a merda de um herói nojento. — ele falava vendo Bakugo patrulhando ali por perto com Beast Jeanist. — Pelo menos o coroa conseguiu arrumar aquele cabelo quebrado. — riu consigo mesmo.  — Eu ainda vou acabar com a carreira desse cara... Imagina quando souberem que o heróizinho deles é um babaca que faz bullying com quem não tem nenhum poder e manda os outros se matarem...

Ei, verdinho! Vamos logo! — um outro garoto chamou por Midoriya e logo ambos começaram a correr.

Tudo muda novamente e Bakugo se encontrava em uma sala escura, Midoriya estava sentado em uma poltrona de couro preto fumando um cigarro e com um copo de bebida na outra mão, dois homens estavam posicionados um de cada lado do garoto agora de olhos vermelhos. Ele usava uma luva na mão que segurava o cigarro de maconha e tinha um sorriso de escárnio no rosto.

Realmente achou que me trairia e eu não ia saber, verme? — perguntou sarcasticamente. — Posso ser novo, mas não nasci ontem.

Você é um vilão de merda! Na verdade, nem vilão é por usar a mesma regra que os heróis de não matar! — o homem gritou e cuspiu sangue perto das botas de Deku.

Diferente de muitos vilões por aí, eu posso atormentar e acabar com as pessoas sem matar. Isso é inteligência, querido. — jogou a bituca do cigarro no cinzeiro e bebeu mais um gole da bebida. — Mark, faça o que sabe.

Deu um sorrisinho de deboche para o homem que tentou fugir, mas fora parado por um dos homens de Deku, um cara loiro ajoelhou na frente do traidor e seus olhos ficaram violetas, logo o traidor começou a gritar e espernear em puro pavor.

Bakugo engoliu em seco ao reconhecer o homem que estava torturando o traidor, era um vilão famoso no Japão por sempre conseguir fazer fugas silenciosas e ter uma individualidade assustadora, ele fazia a pessoa vivenciar os próprios piores pesadelos até que ela não aguentasse mais e cometesse suicídio.

O que está achando disso, Kacchan?

A voz de Izuku soou em sua cabeça de novo junto de uma risada.

O que achou da minha evolução de garoto fraco sem poder para o líder de uma legião de vilões?

É tão bom fazer as pessoas terem medo de mim...

Devo muito a você, Kacchan! Graças a você sou quem sou hoje, mas devo dizer que fiquei triste quando você e seus amiguinhos acabaram com a união dos vilões, eles eram divertidos.

Shigaraki-san foi muito bom para mim.

Volte a sua busca, meus subordinados vão perder o controle...

Bakugo estava de volta ao quarto empoeirado, ele tinha o rosto molhado pelas lágrimas salgadas que insistiam em cair sem sua permissão. Ele saiu correndo indo a procura de todos os prédios abandonados que poderia encontrar, lembrava que Izuku estava em uma sala escura e tinha janelas fechadas, provavelmente era um apartamento ou escritório.

— Dynamight! — alguém grita e Bakugo olha ao redor vendo Kirishima, Denki e Sero correndo até ele. — Que bom que te achamos!

— A cidade tá um caos! Onde você acha que o garoto está? — Sero questiona ofegante, Bakugo percebeu que seus cotovelos estavam sangrando, provavelmente pelo uso excessivo de seu poder.

— Em um prédio, preciso de ajuda. — ele disse passando a mão no cabelo e suspirando. — Já procurei em várias ruas e nada!

— A gente vai achar, calma. — Denki fala tentando regular a respiração, os choques eram meio difíceis de suportar quando usados em excesso.

[...]

Bakugo tirava o corpo de Sero debaixo de alguns escombros, acabaram caindo em uma armadilha e Sero o salvou. Por sorte, o imbecil impulsivo estava vivo, mas estava muito machucado.

— Levem ele para o hospital mais próximo, eu termino aqui. — o loiro disse entregando o amigo para Denki.

— Sozinho você não fica. — Kirishima diz firme, Bakugo sentiu-se arrependido pelo o que aconteceu entre eles a algumas horas.

Que fofinho, ele apaixonadinho.

— Saí da minha cabeça, Deku! — agarra os próprios cabelos irritado. — Vai se foder, desgraçado! Desse jeito eu vou enlouquecer!

Essa é a intenção, Kacchan...

— Você escuta a voz dele? — Kirishima pergunta e Bakugo assente desnorteado. — Que individualidade é essa?  

— Eu não sei porque ele não tem a porra de nenhuma individualidade! — exclama fazendo seus amigos ficarem em choque. — Ele faz parte dos 20% da população que não é sobre-humana, mas em compensação o infeliz é um gênio.

— Como ele conseguiu liderar tantos vilões sem nenhum poder? — Denki fica pensativo, mas logo se ouve mais uma explosão. — Que susto!

— Tirem o fita-crepe daqui agora! — Bakugo manda se aborrecendo.

— Tente procurar nos lugares onde vocês mais se viam, já que ele quer tanto que você o ache! — Kirishima grita se afastando junto de Denki e Sero.

— Onde a gente mais se via? — sussurra para si mesmo. — Meu Deus, é claro!

Ele volta a correr o mais rápido que suas forças podiam o levar e em menos de 10 minutos ele estava em frente a escola que fizeram o ginásio juntos, a porta estava destrancada então entrou sem muitos problemas, mas o frio que tomou o lugar foi como um soco na cara de Bakugo.

— Você é um filho da puta, Deku... — ele sabia que o frio era sua fraqueza e que suas explosões ficavam fracas. — Desgraçado!

Bem-vindo a noite de travessuras dos vilões, Kacchan!

Bakugo ficou um pouco nervoso pois não sabia o que esperar desse garoto, foi a sala onde fizeram o 9° ano e não tinha ninguém, mas quando ia virar o corredor ele foi surpreendido por três vilões. Um deles tinha uma katana e escudo em mãos, o outro usava uma armadura toda de ferro e o terceiro estava coberto por uma capa preta.

O homem de preto soltou uma fumaça escura e Bakugo automaticamente prendeu a respiração, mas para o seu azar aquilo afetava os sentidos, logo sua visão e audição ficaram danificadas. O homem todo de ferro o acertou nas costas com uma barra e o da katana acertou sua cabeça com o escudo.

— Você joga sujo, Deku... — falou levantando com dificuldade e antes de ser acertado de novo pelo ferro, lançou uma explosão fraca, mas o bastante para derrubar o homem e lhe dar algum tempo de se recompor.

Logo acertou outra explosão no cara da espada, mas o mesmo se protegeu com o escudo. Bakugo tinha que acabar primeiro com a fonte do veneno preto, procurou o encapuzado e com muito custo conseguiu localizá-lo no fim do corredor, provavelmente não era um lutador a curta distância.

Correu ignorando os outros dois e acertou a explosão mais forte que conseguiu no momento derrubando o vilão e socou seu rosto três vezes até o mesmo desmaiar, em questão de segundos a fumaça começou a se dissipar e Bakugo pode ver seus outros dois adversários.

— Vem pra cima! — grita para os dois homens e os mesmos vem ao mesmo tempo, mas os burros vem em linha reta e Bakugo lança uma explosão forte os fazendo desmaiarem. — Infelizes.

Rasgou a capa do vilão emo e amarrou os três juntos, logo continuando seu caminho, estava tudo muito quieto, ele procuraria na sala do diretor agora onde tinha mais cara de escritório. Antes de conseguir subir as escadas parou abruptamente e reparou melhor.

Haviam linhas quase transparentes no meio do caminho, se Katsuki passasse por ali seria fatiado em vários pedaços.

Porra, cadê a regra de não matar, Deku?

Foi dando passos para trás, mas foi empurrado fortemente e jogado nos fios, vários cortes foram feitos em seu corpo e ele gemeu de dor sentindo seu sangue escorrer, não teve nenhum membro decepado pelo menos. Os fios sumiram e Katsuki caiu no chão sem ar por causa da dor.
Quando olhou para trás, uma mulher com um sorriso monstruoso o olhava segurando nós dos fios cortantes nas pontas dos dedos.

— Olá! Você é o Bakugo que o mestre Deku sempre fala, não é? — ela disse animada, quase como uma criança. — Ele disse que poderíamos brincar, desde que eu te deixasse inteiro e não te matasse. — o ar infantil dela sumiu dando lugar a uma áurea demoníaca.

Ela atacou, mas nem precisou se mexer, cruzou vários fios ao redor de Bakugo fazendo novos ferimentos, ele teria que tomar mais cuidado com essa garota, qualquer movimento errado e ele seria gravemente ferido. Esperou até que a garota soltasse os fios e largou as manoplas para ter mais mobilidade, se jogou no chão longe do alcance dela antes que os fios o pegassem o de novo e lançou uma explosão nos pés dela a fazendo cair.

Bakugo levantou e explodiu próximo às mãos dela tentando destruir os fios que a fazem controlar os outros, mas eles eram incrivelmente resistentes e não se partiram.

— Eles são indestrutíveis, idiota! — ela gritou. — Você estragou as luvas que o Deku-kun me deu!

Novamente Bakugo foi preso, mas dessa vez foi muito mais forte, porém não durou muito pois a garota parecia ter entrado em um leve transe e o soltou rapidamente.

— A sua sorte é que o Deku-kun te quer vivo, herói de merda! — ela sumiu em meio às sombras e Bakugo não conseguiu mais identificar onde ela estava.

Katsuki levantou tremendo pela dor, mas se recusou a expressar isso e continuou seu caminho prestando atenção em cada mínimo detalhe para não cair em uma nova emboscada, mas ele não podia esquecer que estava no território de Deku, Bakugo poderia conhecer aquele lugar como a palma da sua mão, mas Deku comandava tudo agora.

Caminhou devagar até a porta da sala do diretor e uma luz acendeu lá dentro, Bakugo abriu a porta e caiu de joelhos quando foi chutado e seus braços foram presos com algemas de contenção de individualidade, foi tão rápido que Bakugo mal pode respirar direito.

— Bem-vindo, Kacchan! Demorou bastante, hein? — Deku disse rindo enquanto fumava.

— O que eu preciso fazer para acabar com isso? — Bakugo pergunta olhando nos olhos do antigo amigo.

Ele estava muito diferente, tinha os olhos vermelhos, olheiras fundas e cicatrizes nos braços e no rosto, além de parecer mais maduro e psicótico.

— Não sei, eu só queria te ver assim, fraco diante de mim. — riu. — Sabe como eu passei esses anos além do que eu te mostrei?

Deku levantou jogando a bituca de cigarro no cinzeiro e abaixou na frente de Bakugo, fez um leve carinho no cabelo dele e depois o agarrou com força fazendo o loiro lacrimejar.

— Eu passei fome, fui espancado, quase fui estuprado diversas vezes, fui acusado de crimes que não cometi, quase precisei vender meu corpo para poder comer. — puxava mais o cabelo do loiro enquanto falava. — E encontrei mais pessoas como você que se acham superiores por terem individualidade.

Jogou a cabeça de Katsuki para o lado e levantou, folgou a gravata em seu pescoço e deu um sorriso ladino para o herói.

— Eu quase entrei para a união dos vilões, mas eu só ia com a cara da Toga, Dabi e Twice, mesmo que Shigaraki tenha me ajudado muito. — dá de ombros.

— Como você conseguiu entrar na minha mente? — Bakugo pergunta intrigado.

— Um amigo meu tem uma individualidade incrível, ele foi a ponte entre a nossa comunicação e ele entrou na minha cabeça e passou minhas memórias para você. — Deku falava orgulhoso. — Ah! E a temperatura caindo a partir do momento que você entrou aqui foi obra de outra amiga, ela controla o tempo.

— Como você conseguiu liderar essas pessoas? — Midoriya fechou a cara e olhou Bakugo com desgosto.

— Nada que palavras de confiança, atos de serviço e demonstrar que se importa não ajude. — fala e solta um suspiro. — Você mais do que ninguém deve saber que a palavra tem poder, afinal mandar os outros se matarem é fácil, né?

— Deku, para com isso, sério, seus amiguinhos vão começar a matar pessoas daqui a pouco. — Bakugo disse suspirando. — Midoriya, por favor...

— Ãnh? Oi? Perdão, eu não ouvi. — Izuku sorri sarcástico. — Vai ter que falar mais alto.

— Izuku, por favor, pare os vilões. — disse mais alto.

— Vai ter que fazer mais do que só pedir isso. — voltou a sentar na poltrona e encheu seu copo de bebida.

Bakugo sentiu vontade de chorar, ele se sentia humilhado e extremamente arrependido, ele se odiava tanto.

— Izuku, me perdoe por tudo que já te fiz passar, me perdoe por ter feito bullying com você, por ter te machucado, te humilhado, te tratado como lixo, ter pisado no seu sonho, me perdoe por ter estragado a sua vida. — abaixa a cabeça. — Me perdoe por ter sido um grande motivo do suicídio da sua mãe, me perdoe por deixar essa cicatriz na sua mão, por nunca ter enxergado seu valor, por sempre ter te diminuído. Izuku, eu me arrependo tanto de tudo o que eu fiz com você, mas eu só fui perceber isso quando já estava na U.A e era tarde demais para te encontrar, por favor, Izuku, por favor... Me perdoe...

Deku o encarava intensamente, ele sabia que Bakugo falava a verdade, ele conhecia muito bem seu antigo amigo para saber o que ele sentia em todos os momentos, seu coração congelado e rachado quase -quase- amoleceu, mas estava ferido demais, guardava muito ódio desse garoto, tinha tanto rancor que provavelmente demoraria séculos para reencarnar quando morresse, isso se ele pudesse reencarnar.

Levantou novamente e segurou delicadamente o queixo de Bakugo e o fez olhar para si, ele chorava. Deku sorriu para ele.

Eu jamais vou te perdoar, Kacchan. — Bakugo teve certeza que três tiros doeriam menos do que ouvir aquilo, mas ele já esperava. — Eu sofri demais por sua causa, passei pelo inferno, não vou te perdoar por ter acabado com a minha vida, eu quero que você se foda.

Largou o rosto do mais velho e foi até uma garota que estava no canto da sala, segurou as mãos dela e fez um leve carinho. Era a garota dos fios.

— Miya-chan, eu quero que pegue suas irmãs e fuja, os heróis logo chegarão aqui e vou me render, mas não quero que vocês se separem. Mude de vida, eu preparei tudo para que você assuma outra identidade e viva como uma pessoa normal com suas irmãs. — ele falava com tanto carinho que Bakugo lembrou do esverdeado criança.

— M-Mas...

— Querida, eu não tenho futuro, não posso te ajudar a criar as meninas, fui feliz por ter te conhecido e te ter como amiga, mas agora você precisa ir. — fez carinho no rosto dela coberto pela máscara. — Leve elas para o lugar combinado! — manda a um dos homens presentes. — Adeus, querida.

Abraçou a menina que chorava de soluçar, mas ela obedeceu seu mestre e foi embora com suas duas irmãs mais novas. Deku limpou a lágrima solitária que escorreu.

— Você vai se render? — Bakugo perguntou surpreso.

— Eu já consegui o que queria. Ver você ajoelhado chorando diante de mim implorando pelo meu perdão como um cão arrependido. — sorriu maldoso para o garoto algemado. — Posso até passar o resto da minha vida em uma cadeia de segurança máxima, mas vou passar feliz por saber que esfreguei na sua cara sem medo o merda que você é! Ah, Kacchan... Você não sabe o quão bom é ficar com o coração leve.

Deku andou até a mesinha ao lado da sua poltrona e pegou um celular, digitou alguma coisa e levou o aparelho até a orelha.

— Mark, total de mortos? Muito bem, sem mortes. Feridos em estado grave? Nenhum?! Nossa, vocês foram incríveis. Quantos dos nossos foram presos? 40? Ok, já sabe o que fazer. Foi bom trabalhar com você, meu amigo. — desligou a chamada. — Demos um susto e tanto na cidade, não é? — riu.

[...]

No fim das contas, Deku saiu de lá com uma equipe de heróis o escoltando, mas ele saiu sorrindo e desfilando mandando beijinhos e piscadinhas para as câmeras, já Bakugo saiu de lá em uma maca e foi levado a uma ambulância para ser tratado no hospital e ficou desacordado por dois dias.

Deku foi condenado a 70 anos de prisão com risco da pena aumentar por não colaborar em ajudar a prender os demais membros da organização, mas ele pouco ligava, aqueles que ele mais se importava estavam seguros e bem, mas ele não deixaria a polícia saber desse detalhe.

Bakugo foi afastado da U.A e dos trabalhos como herói por um mês até a poeira baixar, mas nada iria fazer com que a culpa e tristeza que ele carrega diminua, ele afastou seus amigos o máximo que pôde pois não queria dar explicações do que aconteceu e voltou para a casa dos seus pais durante esse tempo, eles o acolheram e o ajudaram, mas também fizeram questão de falar o quanto foi hediondo o que ele fez quando adolescente e que deveria ter os escutado antes.

O único que ele não conseguiu afastar foi Kirishima, esse garoto sempre fazia questão de tentar animar Bakugo de todos os modos, também estava se esforçando para estudar e levar as matérias que Bakugo estava perdendo para ele.

Katsuki não podia mais negar, era apaixonado por esse cabelo de merda.

Acabou que eles conversaram e Kirishima o desculpou pelo jeito que Katsuki o tratou aquele dia. O avermelhado acabou se declarando por impulso e Bakugo disse que retribuía os sentimentos dele, agora eles estavam saindo antes de resolverem realmente entrar em um relacionamento.

— É, mamãe... Quebrei sua confiança de novo, mas pelo menos estou bem agora. — Midoriya disse olhando a foto de sua mãe que sempre levava consigo. — Espero que a senhora possa me perdoar um dia, mas vou entender caso a senhora não possa fazer isso. Boa noite, mamãe, eu te amo. — guardou a foto embaixo do travesseiro e se ajeitou na cama da cela para dormir.

Tinha muito tempo que Izuku não dormia tão bem.

●●●

Oi?

Eu quase não consegui terminar esse especial e sinceramente? Não sei se gostei.

Mas para não quebrar minha tradição, aí, o especial de halloween 2022!

Espero que tenham gostado e até a próxima!

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