Ocean Eyes • BNHA

By anacarolinarac

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𝐀𝐓𝐒𝐔𝐊𝐎 não tinha família. Ao menos, não uma família a qual se lembrasse. Quando tinha quatro anos, perd... More

𖤍𖡼 𝐈𝐍𝐓𝐑𝐎𝐃𝐔𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍 𖡼𖤍
𖤍𖡼 𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍 𝐄𝐘𝐄𝐒 𖡼𖤍
𖤍𖡼 𝐄𝐏𝐈𝐆𝐑𝐀𝐏𝐇 𖡼𖤍
𖤍𖡼↷ 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐍𝐆: 𝐏𝐒𝐈𝐐𝐔𝐄
𖤍𖡼↷ 𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄
𖤍𖡼↷ 𝐎𝐍𝐄
𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐎
𖤍𖡼↷ 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄
𖤍𖡼↷ 𝐅𝐎𝐔𝐑
𖤍𖡼↷ 𝐅𝐈𝐕𝐄
𖤍𖡼↷ 𝐒𝐈𝐗
𖤍𖡼↷ 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍
𖤍𖡼↷ 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓
𖤍𖡼↷ 𝐍𝐈𝐍𝐄
𖤍𖡼↷ 𝐓𝐄𝐍
𖤍𖡼↷ 𝐄𝐋𝐄𝐕𝐄𝐍
𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐄𝐋𝐕𝐄
𖤍𖡼↷ 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐄𝐄𝐍
𖤍𖡼↷ 𝐂𝐔𝐑𝐈𝐎𝐒𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄𝐒
𖤍𖡼↷ 𝐅𝐎𝐔𝐑𝐓𝐄𝐄𝐍
𖤍𖡼↷ 𝐅𝐈𝐅𝐓𝐄𝐄𝐍
𖤍𖡼↷ 𝐒𝐈𝐗𝐓𝐄𝐄𝐍
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𖤍𖡼↷ 𝐍𝐈𝐍𝐄𝐓𝐄𝐄𝐍
𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘
𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄
𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐓𝐖𝐎
𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄
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𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐅𝐈𝐕𝐄
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𖤍𖡼↷ 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘
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𖤍𖡼↷ 𝐄𝐒𝐏𝐄𝐂𝐈𝐀𝐋

987 83 51
By anacarolinarac

-Eu quero ficar com você, Jean Grey. Mas nós dois sabemos que isso não vai dar certo. Quero que fique comigo pensando em mim e não tentando esquecer outra pessoa.

ʙᴜᴛ ɪᴛ ᴡᴏᴜʟᴅ'ᴠᴇ ʙᴇᴇɴ ғᴜɴ
ɪғ ʏᴏᴜ ᴡᴏᴜʟᴅ'ᴠᴇ ʙᴇᴇɴ ᴛʜᴇ ᴏɴᴇ

alternate ending

Quando Shoto e eu começamos a namorar, eu imaginei que nosso namoro iria durar para sempre. Afinal, como todos sabiam, havia sido algo pelo qual eu esperei minha vida inteira. Na minha mente de quinze anos, nós dois teríamos um final feliz juntos e construiriamos uma família. Para mim, aquilo soava bonito e certo naquela época. Mas se tem algo que tanto eu quanto Shoto aprendemos, é que sonhos são capazes de mudar. E que mesmo que nós nos amassemos e para sempre fôssemos ser melhores amigos, tem certas coisas que apenas não dão certo da forma como a gente gostaria.

Uma dessas coisas, foi meu namoro com ele. Passamos até que bastante tempo juntos, na verdade. Cinco anos e três meses não são pra qualquer um. Mas quando viramos heróis profissionais, nossos caminhos começaram a tomar rumos diferentes e nossos interesses mudaram. A verdade é que mesmo que ainda existisse muito amor entre nós, aquela chama do nosso relacionamento já tinha sido apagada há muito tempo. A melhor parte do meu relacionamento com Shoto, é que nossa comunicação é boa. Ao longo dos anos, ela só ficou melhor. Por isso, juntos, nós entendemos que deveríamos nos separar e tomar caminhos diferentes. Nem por causa disso deixamos de ser amigos, pelo contrário. Ele sempre seria minha família e meu porto seguro, mas a verdade é que já não encontrávamos mais um no outro o que era necessário para manter um namoro.

Acho que perceber isso requer muita maturidade, algo que poucas pessoas tem. Seria mentira dizer que terminar com Shoto não me fez sofrer. Não por eu ainda querer ele como namorado, mas toda a mudança machuca de uma certa forma. Foi estranho no começo voltar a sermos apenas amigos e foi ainda mais estranho me dar conta que ele não era mais o motivo pelas borboletas no meu estômago. Foi ainda mais estranho me dar conta que estava tudo bem também. Por mais que eu o amasse com todo meu coração, eu não podia forçar algo apenas por medo de me arriscar com novos romances.

Ou quase isso, sendo bem sincera, porque o que eu estava vivendo agora não tinha nada de novo.

O conceito de se reapaixonar por alguém é bem real, na verdade. Achei que fosse viver isso com Shoto tentando dar outra chance ao nosso relacionamento da primeira vez que resolvemos terminar, mas percebemos que isso não ia acontecer. A verdade é que se reapaixonar não acontece quando você força aquilo a acontecer. Acontece quando você menos espera e menos deseja. O que, às vezes, pode ser uma verdadeira merda e servir pra te fazer surtar pra caralho, como fez comigo quando me dei conta que tinha me apaixonado mais uma vez pelo meu primeiro namorado e provavelmente dessa vez de uma forma que nunca tinha antes.

Eu não estava esperando e nem procurando gosta de Katsuki dessa forma. A gente sabia muito bem onde tinha nos levado da última vez que tentamos algo, e foi a nós dois, no auge dos nossos quinze anos, chateados por sabermos que éramos melhores apenas como amigos. Não era como se eu nunca tivesse gostado dele, entretanto. Apenas não do jeito como ele gostaria que eu gostasse.

Quando Shoto e eu terminamos de vez, quem esteve do meu lado foi Katsuki. Ele ajudou a colocar os caquinhos de volta no lugar e me fazer perceber que eu podia sim recomeçar.

Mas não se engane; Eu não me apaixonei de novo por Katsuki apenas porque ele me deu apoio em um momento difícil da minha vida, Katsuki esteve em infinitos momentos difíceis da minha vida. Eu acho que foi algo que só aconteceu. E diferente da primeira vez, foi algo que aconteceu lentamente e de uma forma verdadeira, simples. Eu não fiquei confusa sobre o que eu estava sentindo em nenhum momento, ou sobre o que significava. Tudo estava tão claro para mim quanto a luz do sol, sendo sincera.

E se eu ia fazer algo a respeito?

Definitivamente não.

-Quê?! Como assim não vai fazer nada a respeito?! - Yao-Momo perguntou incrédula e eu fiz uma careta. Apenas suspirei enquanto brincava como copo de vidro na minha mão, decidindo se eu ia beber ou não. Na verdade eu só queria evitar o olhar duro de Momo me julgando sobre mim. -Atsuko, por que está se contendo? Isso é por causa do Todoroki-kun? Ele não tá saindo com o Midoriya?

-Nossa, a fofoca corre solta mesmo, hein. Quem te contou? A Ochako? - falei com uma risada, mas Yaoyorozu apenas arqueou a sobrancelha para mim, sabendo muito bem que eu só estava tentando fugir do assunto. Revirei os olhos. -Tá legal, você venceu. Eu quebrei o coração dele, Momo. Não acho que o Katsuki vá um dia me ver como algo além de melhor amiga de novo.

Yao-Momo apenas suspirou. Eu sabia que ela entendia todas as minhas ressalvas e as minhas frustrações, porque era quem Momo era. Uma amiga foda pra caralho que sempre foi capaz de se colocar no meu lugar. Além de ter ótimos conselhos e ser um bom ombro amigo para dar a famosa choradinha.

-Vou sempre repetir a mesma coisa pra você, Atsu.- Momo riu, estendendo a mão e agarrando a minha. Eu ri, pois já sabia o que ela ia falar antes mesmo de dizer. -Você só vai descobrir a verdade se tentar.

-É, é, eu sei. Fácil falar! Difícil de fazer... - suspirei enquanto me levantava com o copo de vidro ainda entre meus dedos. Com a mão livre, agarrei Yao-Momo e a puxei junto comigo. -Mas viemos aqui pra nos divertir e esquecer que somos heroínas por uma noite ou falar da desgraça da minha vida amorosa?

A única resposta que tive foi a risada de Yao-Momo antes de a puxar para o meio da multidão de pessoas dançado. E talvez eu fosse me arrepender muito na manhã seguinte por ter bebido aquela bebida no copo em minhas mãos. E ter pedido mais umas seis daquela.

Acordei na manhã seguinte com a cabeça latejando. A primeira coisa que soltei foi um gemido de dor enquanto me revirava na cama. Percebi que tinha algo errado quando quase cai por falta de espaço, o que era sim muito estranho já que minha cama era cama de casal.

Com dificuldade, abri meus olhos e pisquei algumas vezes, me dando conta que não estava em casa. Mas. Que. Porra. É. Essa?

Eu poderia me desesperar mais ainda por não estar na minha cama, mas eu sabia onde estava. O que, sinceramente, me deixava um tanto atordoada, por isso levantei meio apressada da cama de Katsuki.

Quis morrer ao perceber que estava usando uma camiseta dele como pijama e que eu não lembrava de nada do que tinha acontecido noite passada. Meu coração batia tão forte dentro do peito só com a ideia de eu ter feito algo constrangedor que parecia querer saltar para fora. Katsuki ia me zoar até o fim da minha existência. Era isso. Eu estava definitivamente condenada!

Fiz o caminho já bem conhecido por mim até a cozinha depois de escovar os dentes (eu tinha coisas minhas até demais largadas na casa dele, mas até que vinham a ser úteis), seguindo o cheiro de café. Não sabia se ficava feliz por Katsuki estar de folga hoje ou horrorizada por ter que encarar ele depois de eu certamente ter dado um vexame na noite anterior. Como caralhos eu tinha ido parar na casa dele, era o que eu queria saber.

Cheguei onde Katsuki estava terminando de fazer café da manhã, vestindo apenas uma calça de moletom cinza. Não que isso fosse grande coisa, eu já o tinha visto sem camiseta inúmeras vezes, já conhecia cada cicatriz ali também. Mesmo assim... Putz, que visão.

Percebi que alguma coisa estava errada quando os sentimentos de Katsuki me atingiram em cheio. Não combinava nem um pouco com a expressão serena em seu rosto, ele definitivamente estava em conflito e sentindo uma irritação imensa.

É. Eu definitivamente devia ter feito merda, ainda mais quando ele estava com toda a sua barreira mental erguida contra mim, o que só fez meu coração ficar ainda mais agitado dentro do peito.

Eu tava fodida.

-Bom dia. - murmurei e Katsuki se virou para mim, seus olhos vermelhos cravando na minha pessoa sem nenhum tipo de misericórdia. Aquela carranca no rosto de Bakugo só serviu para me fazer torcer o nariz em uma careta. -Que foi, biribinha? Tá puto por que? - sim, eu posso até ter feito alguma merda bem grande, mas jamais vou perder a chance de provocar ele.

Bakugo bufou.

-Jean Grey, você definitivamente não deveria sair pra beber, ainda mais sendo a porra de uma figura pública, sua imbecil. - ele disse irritado, parecendo bem perto de querer atirar aquela frigideira na minha cara. Não que fosse adiantar já que eu ia impedir ela de me acertar com minha telecinese, mas mesmo assim.

-Eu sei que fiz merda! Foi mal! Quer dizer, eu não sei exatamente o que eu fiz, mas deve ter sido merda se você tá tão bravo assim comigo, né. Me diz, eu vomitei no seu sofá, não foi? - falei com uma careta, mordendo meu lábio inferior com força, esperando pela verdade humilhante. Katsuki revirou os olhos e me deu as costas, voltando a mexer a panqueca.

-Você vomitou nas suas próprias roupas e eu tive que te carregar para o banheiro, o que não foi uma tarefa legal e nem fácil quando você não parava de brincar com minha mente criando a porra de ilusões muito sem sentido. - ele reclamou e eu apenas queria bater a cabeça contra a parede. -Em partes a culpa é minha por ter deixado, mas você é uma idiota.

Tá bom, eu tinha feito merda, mas eu sentia que tinha algo faltando nessa história. Se tinha sido só isso, por que ele não deixava eu entrar em sua mente?

-Me deixa ver. - falei semicerrando os olhos. Katsuki se virou e franziu a sobrancelha. -Sua mente. Quero ver a cena.

-Quê? Não. Já não se humilhou demais, quer um gostinho adicional? -ele zombou com um sorriso maldoso e eu só quis o socar.

-Vai, Katsuki! Se foi só isso que eu fiz, quero ver! - reclamei, dando um passo na direção dele para tocar seu braço, mas Katsuki se afastou. Isso me pegou tão de surpresa que me deixou completamente desnorteada por um instante. -Você se esquivou.

-Não fode. - ele grunhiu, passando a mão no cabelo loiro bagunçado. Eu pisquei.

-Não, sério. Agora tenho certeza que fiz algo muito ruim e zoado. Você tá bravo comigo, não adianta você tentar mentir, eu literalmente sinto seus sentimentos, seu merda! Me deixa ver o que eu fiz, só assim eu vou poder...

Calei a boca, pois nesse momento ele abaixou toda aquela proteção idiota e eu consegui ver os pensamentos dele.

Ou melhor, o que eu tinha feito na noite anterior.

Estava chovendo e quando Katsuki abriu a porta, lá estava eu parada e bêbada e completamente molhada. Como era de se esperar, Bakugo zombou com minha cara, mas eu estava com aquele olhar estúpido de determinação. Eu nem precisava continuar vendo pra saber o que eu ia falar, graças a Yao-Momo e seu discurso motivacional!

-Você lembra quando terminou comigo, biribinha? Você disse que queria que eu ficasse com você pensando em você e não tentando esquecer outra pessoa. - eu tinha dito, cambaleando e deixando Katsuki completamente perplexo e indignado. Ele até tinha tentado me fazer calar a boca, mas eu estava bem determinada a foder com minha própria vida. -Pois adivinha, Katsuki! Você é tudo o que eu consigo pensar, vinte e quatro horas por dia! Caralho, achei que isso nem era possível de rolar, mas tô apaixonada por você. Muito piada, né?

Saí da mente dele porque no segundo seguinte eu vomitei e tudo certamente só tinha ficado pior. Minhas bochechas estavam definitivamente pegando fogo agora.

-Katsuki...- comecei, mas ele apenas arqueou a sobrancelha e cruzou os braços. Ainda bem, bem puto.

-Guarda pra você, Atsuko. Eu tô pouco me fudendo. Eu sei, você tava bêbada, chateada ou sei lá e falou demais. Eu entendo. Mas não vem me arrastar pra essa merda de novo não, tá? Eu tô fora.

Caralho, escutar aquilo era como tomar um soco no meio do estômago. Não que eu tirasse a razão dele, de forma alguma, mas...

-Eu tava bêbada, sim! Mas e daí, hein? O que eu falei não é mentira! - eu queria gritar na cara dele, mas me contentei em só falar isso de forma um tanto alterada.

-Para com essa porra! - ele quase gritou, parecendo bem perto de realmente jogar a frigideira em mim. -Eu não vou servir de consolo pra você até voltar com aquele meio a meio de novo, Atsuko!

-Por que é tão difícil pra você acreditar que eu posso realmente só estar apaixonada por você e querer você, seu bosta? Ai, Katsuki, eu não vou brigar com você por causa disso, sabia que era um erro dizer a verdade, mas meu eu bêbado fala demais! Esquece disso tudo. - falei com um suspiro, bagunçando de leve meu cabelo.

Eu entendia o porque era difícil para Katsuki acreditar nisso, mas eu nunca tinha mentido para ele sobre o que sentia e sempre fui muito sincera com ele. Nos conhecíamos há anos; éramos amigos há anos. Eu jamais ia fazer algo assim para o magoar ou suprir minha carência, era tudo o que eu menos queria. Mas ele duvidar dessa forma só me fazia perceber que talvez eu tivesse falhado mais com ele do que gostaria de admitir.

Sentindo a derrota me atingir em cheio, me virei para ir buscar minhas coisas e ir para casa. Eu estava de folga, pelo menos poderia aproveitar a desgraça da minha vida o dia inteirinho sozinha.

Eu dei apenas um passo antes de Katsuki agarrar meu braço com força. Eu virei para ele, puta da vida, tentando dar um socão em seu nariz, mas ele já estava esperando por isso, pois agarrou meu braço e me jogou contra o chão sem dó nem piedade. E eu o puxei junto comigo, sem dó nem piedade.

Ficamos em uma posição bem estranha, sendo sincera. Eu estava com as costas pressionadas contra o chão e Katsuki estava sobre mim, seus olhos vermelhos fixos no meu. Tão perto que eu podia sentir a respiração quente dele contra meu rosto.

-Você não deveria ter feito isso, sua imbecil. - ele murmurou, mas agora bem menos agressivo e sem irritação, apenas confusão. -Não pode dizer coisas assim e ir embora, Jean Grey.

-Eu não quero te magoar de novo, Katsuki, ou te deixar no meio da confusão que eu sou. - murmurei baixinho.

-A escolha é minha. - ele disse arqueando a sobrancelha e dando um sorriso sarcástico pra mim. -E que se foda.

Antes que eu pudesse entender o que isso significava, Katsuki grudou a boca na minha. Meu coração foi parar no teto com aquilo, e era como voltar no tempo, para aquele dia que ele tinha me beijado pela primeira vez quando eu tinha quinze anos. Sem nenhuma delicadeza, mas com muito carinho.

Minhas mãos tremiam um pouco quando as levei até o cabelo de Katsuki, afundando meus dedos ali e o puxando para mais perto de mim. Ele me beijava como se tivesse passado muito tempo querendo fazer isso e agora não pudesse mais se conter, sua língua envolvendo a minha de forma urgente.

Ele se afastou mais rápido do que eu gostaria que tivesse, seus olhos vermelhos fixando nos meus enquanto Katsuki arqueava a sobrancelha para mim.

-Que foi? - perguntei, franzindo minhas sobrancelhas em confusão. -Foi você que me beijou.

-Não brinca. - ele disse com sarcasmo enquanto se levantava e me puxava para que fizesse o mesmo. Eu não conseguia ler o que Katsuki estava pensando naquele momento, o que só me deixava um pouco mais angustiada.

-Katsuki, para de...- comecei, mas engoli minhas palavras quando ele me olhou daquele jeito que fazia toda minha pele formigar.

Não terminei de falar e nem precisei, porque Katsuki se aproximou de mim e me puxou para seu colo, me pegando de surpresa. Passei os braços ao redor do pescoço dele, o olhando e arqueando a sobrancelha para ele, o que o fez dar um sorrisinho sarcástico.

-O chão não era muito legal, né. - ele zombou e eu revirei os olhos.

-Por que você sempre precisa ser tão rude em tudo?- reclamei, mas Katsuki cagou para isso enquanto me jogava na cama como se eu fosse um saco de batata. Eu o olhei com ainda mais irritação.

-E ainda assim, olha só onde você tá. - ele zombou antes de indicar a si mesmo. -Apaixonada por mim, não choca ninguém, sinceramente.

-Vai se fuder!- reclamei, estedendo a mão para o dar um soco.

Katsuki desviou e segurou minhas mãos, as prendendo acima da minha cabeça contra o colchão antes de dar um sorrisinho para mim. Eu apenas revirei os olhos, sabendo que ele achava que tinha ganhado, mas a verdade é que se eu quisesse mesmo, poderia facilmente me livrar desse imbecil. A verdade era só que eu não queria mesmo me afastar dele.

Ele deve ter percebido isso pois se aproximou mais de mim e eu não hesitei antes de me livrar do aperto dele e envolver o rosto de Katsuki nas minhas mãos, acariciando de leve sua bochecha.

-Não vou fazer uma declaração pra você, sabe disso. - Katsuki falou, o que só serviu para me fazer rir. É, eu sabia, o conhecia bem o suficiente para saber disso.

-Eu sei o que você sente. Já basta pra mim. - falei e era sincera. Katsuki também sabia disso.

Quando ele me beijou de novo, eu soube que não importava o que fosse acontecer no dia seguinte ou o que tinha acontecido entre nós anos atrás. O que importava agora, naquele momento, era eu e ele ali. Descobrindo mais uma vez o que era gostar um do outro. E não precisavamos ter pressa naquilo.



ʙᴜᴛ ᴡᴇ ᴡᴇʀᴇ sᴏᴍᴇᴛʜɪɴɢ, ᴅᴏɴ'ᴛ ʏᴏᴜ ᴛʜɪɴᴋ sᴏ?
ʀᴏᴀʀɪɴɢ 20s, ᴛᴏssɪɴɢ ᴘᴇɴɴɪᴇs ɪɴ ᴛʜᴇ ᴘᴏᴏʟ
ᴀɴᴅ ɪғ ᴍʏ ᴡɪsʜᴇs ᴄᴀᴍᴇ ᴛʀᴜᴇ
ɪᴛ ᴡᴏᴜʟᴅ'ᴠᴇ ʙᴇᴇɴ ʏᴏᴜ

Boa tarde povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Sim, um capítulo aleatório que eu escrevi durante meu surto essa madrugada. Não ia nem postar, mas porque não, né. Tem tanta gente que shippa Atsuko e Bakugo ainda e eu prometi que ia fazer um final alternativo pra eles, então ai está KKKK

E boa parte desse capítulo especial é culpa da surtada da Maria que me faz ficar lembrando toda hora do como Atsuko e Bakugo fizeram sim um bom casal :')

Tentarei postar hoje o próximo capítulo da fanfic, prometo

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 10/10/22

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