A Calmaria da Tempestade
ACORDADA com o tamborilar constante da chuva, Sophie abriu os olhos tranqüilos lentamente enquanto o canto da chuva em fusão com o dos pássaros trouxe um sorriso ao seu rosto.
Ela raramente acordava feliz, pois não havia nada em Kattegat que lhe trouxesse prazeres simples, exceto talvez seus momentos de treinamento ou suas pequenas conversas com os dois únicos amigos que ela tinha. Nada mais importava para ela.
Todos os dias se tornaram a mesma rotina. Treinando, visitando Helen e Yelda, terminando com longas noites solitárias que Sophie passou pensando em sua casa. Ela se perguntou se algum dia voltaria a pôr os pés em suas terras.
Ubbe não apareceu naquela manhã por razões desconhecidas para ela, então Sophie se viu caminhando para a cidade e, para sua surpresa, o povo de Kattegat estava olhando para ela, seus olhares duros fazendo seu coração disparar.
"Cristão!" alguém assobiou seguido por outros que seguiram seu insulto. Se seus olhares eram duros, então suas palavras eram mais duras enquanto ela tentava o seu melhor para ignorá-los.
Seus olhos de repente encontraram o homem alto, o melhor amigo de Ragnar; Floki. Ele tinha uma intensidade em seus olhos que combinava com os das pessoas, mas ele não disse nada enquanto apenas olhava para ela.
Sophie queria fugir de todos enquanto corria seus passos até chegar ao celeiro na esperança de encontrar Helen e Yelda. Seus olhos vasculharam o celeiro em busca de seus rostos, procurando algum tipo de explicação, mas tudo o que ela encontrou foram olhos terríveis que olharam para ela com pena.
"Helen?" Ela sussurrou enquanto se aproximava das duas mulheres ignorando os olhos duros dos outros servos.
"Você não deveria estar aqui", foi tudo o que Helen disse.
"O que é goi-"
"Margrethe é uma mulher livre agora", Yelda falou, aspereza aparente em seu tom.
"O que isso tem a ver comigo?" Sophie perguntou a ela.
"Ela-" Helen começou, mas se cortou logo.
"Ela o quê, Helen? Diga-me."
"Ele sabe", disse Yelda, sua voz pingando de raiva com cada palavra que ela derramou. "E não apenas isso."
"O quê? Quem sabe?" Sophie perguntou, mas não obteve resposta quando Yelda se levantou duramente antes de se afastar dela.
"Helen o que está acontecendo, me diga!" A voz de Sophie tremeu quando ela se virou para a mulher mais velha.
"De volta aos seus deveres!" A escrava da casa que acabara de entrar no celeiro chamou fazendo com que todos os servos se afastassem e saíssem do celeiro.
"Sophie, vá minha filha," Helen sussurrou enquanto pegava a mão de Sophie apertando-a antes que ela seguisse os outros hesitantemente. Ela tinha mais o que falar Sophie podia dizer pelo jeito que seus olhos olhavam para ela, mas algo a segurava e ela não tinha certeza do quê.
Desmoronando no feno em que Helen e Yelda estavam sentadas um momento atrás, ela tentou recuperar o fôlego enquanto sua mente se esforçava demais para processar os eventos que estavam se desenrolando à sua frente.
"O rei requer sua presença", uma voz a tirou de seu devaneio quando ela olhou para cima para encontrar um dos homens de Ragnar parado na porta conduzindo-a a segui-lo. Ela apenas desejava que fosse Athelstan, pois ele se sentia o mais próximo de casa naquele momento, mas tudo o que ela podia fazer era desejar.
Obedecendo ao homem, Sophie ficou de pé sobre as pernas trêmulas antes de segui-lo. Ele teve que empurrar as pessoas para fora do caminho enquanto elas se amontoavam ao redor deles chamando Sophie com ressentimento evidente em seus tons. Todo mundo de repente a odiava e ela não tinha ideia do porquê.
Alcançando a casa do rei, o homem a conduziu para entrar apenas para empurrá-la para frente quando ela hesitou. "Vá", ele ordenou a ela.
Com as mãos trêmulas, Sophie abriu a porta do corredor antes de entrar apenas para ser recebida com uma flecha voadora que caiu bem ao lado de sua cabeça na porta.
Ela congelou com a visão.
Ela congelou com a visão.
Lá estava Ragnar Lothbrok parado no corredor com um arco apontado para ela. "Bem-vinda, princesa," ele sorriu fazendo Sophie engolir em seco com suas palavras. "Por favor, entre."
Ele sabe.
Ele sabe.
Com passos hesitantes, Sophie aproximou-se dele com cuidado, seus olhos nunca deixando a flecha que ameaçava ser disparada a qualquer momento, mas isso não a preparou, pois seu coração ficou preso em sua garganta no momento em que ele a soltou e novamente ele a errou por centímetros.
A verdade era que Ragnar Lothbrok gostava de atormentá-la e agora que ele tinha motivos para isso, isso lhe dava prazer além de qualquer outra coisa.
"Você perguntou por mim Rei Ragnar?" ela reuniu coragem para falar, mas sua voz saiu mais fraca do que ela pretendia que fosse.
"Sophie Ealhmunding," ele disse com um sorriso malicioso antes de abaixar a cabeça em zombaria. "Princesa."
O coração de Sophie estava martelando em seu peito quando ela se sentiu tonta de repente.
Não poderia ser.
Isso é melhor ser um sonho.
"Você deve estar se perguntando como eu fiquei sabendo", disse ele. "Bem, um passarinho me contou seus segredos."
Ela tentou falar, mas nada saiu enquanto ela estava ali com os olhos arregalados. E Lacrimejando
"Eu sei quem você é. Todos eles sabem, e agora..." ele fez uma pausa. "Todos eles querem você morta."
"Mas eu não fiz nada com eles," a voz de Sophie tremeu. "Ou para você." Diz Com algumas lágrimas escorrendo
Rei Ragnar soltou uma risada antes de dar alguns passos ameaçadores em direção a ela até que ele estava bem na frente dela.
Sophie nervosa da alguns passos para trás. Que não passa despercebido pelo Rei Ragnar. Que logo da uma risada baixa
"Você não fez," ele disse enquanto olhava para ela. "Mas seu pai fez."
Ela engoliu em seco. "Fez o que?"
"Destruiu meu povo", ele sussurrou em seu ouvido. "Ele traiu a mim e ao meu povo."
Tudo o que ela estava escondendo desde o início estava à vista de todos quando seus segredos foram revelados, deixando-a vulnerável e sem nada para se defender contra aqueles pagãos.
"Pensei que podia confiar nele, assim como pensei que podia confiar em você", Ragnar falou muito perto dela enquanto ela lutava contra o desejo de recuar. "Mas agora eu entendo por que você decidiu mentir para mim."
O medo estava tomando o controle da mente de Sophie enquanto ela consistentemente falhava em defender seu caso.
"Rei Ecbert vai pagar o preço."
Xoxo