Mantenho meus olhos fechados. Já havia acordado alguns minutos. Estava deitada de bruços na cama. Sentia a mão de Kara deslizar pela minha costas descoberta. Quando ela para, quase reclamo. Mas decido fingir que ainda estava dormindo. Sinto um beijo próximo a minha nuca.
- Eu sei que está acordada. – Ela ri. Continuo imóvel. Kara afasta meus cabelos para o lado. Então sinto a respiração de sua boca em minha orelha. – Eu estou com sede, Lena.
Suspiro.
Sinto no momento que Kara me morde. A sensação me atinge com força. Deixo escapar um gemido alto. Ergo meu quadril, roçando-o em sua intimidade. Sua mão sobe para minha coxa e começa a me masturbar.
- I-isso... ah... Kara... - Com a outra mão, ela segura minha cintura e fricciona mais seu sexo em minha bunda. Sinto o quanto está molhada. – Coloca dentro. – Peço. Ela insere dois dedos e meu grito ecoa no quarto. Chegamos ao ápice juntas.
Kara deita do meu lado.
- Sua vez. – Ela insinua seu pescoço para mim.
Fico por cima do seu corpo e a beijo.
- Quero beber de outro lugar. – Sorrio maliciosa. Desço seu corpo. Seguro sua coxa. Lambo na região interna, bem próximo ao seu sexo. – Aqui.
Finco meus dentes e me delicio com seu sangue. Kara aperta meus cabelos e ofega. Quando me sinto satisfeita, paro.
Chupo um dedo meu. Ela olha sabendo onde queria colocar ele e morde o lábio inferior.
Um som alto me assusta. Era alguém na porta. Saio rapidamente da cama e abro uma fresta da porta.
- Mãe?
- Lena, nós... – Então ela percebe que não estou vestida e a vejo ficar envergonha. – Você estava demorando para descer. Agora entendo que esteja ocupada agora. – Ela abaixa o som da voz, quase num sussurro, acreditando que apenas eu ouviria. – Que bom que esteja gostando da escrava. Eles acabam sendo muito úteis.
Trinco o maxilar. A raiva começa a me consumir com ela se referindo a Kara assim.
Depois que fecho a porta, encaro Kara sentada na cama. Ela me olhava triste e sabia que tinha ouvido tudo.
- Desculpa. – Digo de cabeça baixa.
Ela sai da cama e segura meu rosto.
- Está tudo bem. – Ela dá de ombros. – Eu vim para ser sua escrava. Eles não sabem que você me deu seu sangue.
- Eu preciso falar com eles.
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Tinha pedido para Kara ficar no quarto. Não queria chocar meus pais já com a aparição de Kara não mais humana.
Encontro meus pais na sala. Eles olham em minha direção.
- Como foi sua noite? – Meu pai pergunta tranquilamente. – Já ouvi que aproveitou.
- Completei minha transição, papai. – Então ele sorri orgulhoso. Antes que ele me parabenize, volto a falar. – Preciso contar algo a vocês. – Tomo fôlego. - Ontem percebi que Kara não era apenas uma escrava para mim. Na verdade, sabia isso desde o momento que bati os olhos nela. Sabia que ela seria só minha.
- Tudo bem, filha. Ela será só sua e demais ninguém. – Ele fala. – Você poderá mantê-la o tempo que quiser.
- Eu quero ela como minha companheira de alma. – Digo de uma vez.
A risada do meu pai é alta e curta.
- Que absurdo! Não brinque com isso, Lena.
- Eu estou falando sério. – Encaro seu olhar. – E não estou aqui pedindo permissão. Só notificando.
- Filha... – Minha mãe tenta amenizar a situação. – Ninguém vai tirá-la de você, se essa é sua preocupação.
- Vocês não estão entendendo. – Falou alto, assustando minha mãe. Já estava perdendo a paciência.
- Eu não vou aceitar! – Meu pai diz.
- Eu não ligo! – Grito de volta.
Sinto o tapa arder no rosto. Meu pai estava com a mão erguida.
Um vulto passa na minha frente. Era Kara, ela se coloca na minha frente.
- Você não vai tocar nela nunca mais! – Ela mostra as presas e olha meu pai com raiva.
Meus pais olham abismados.
- Você a transformou. – Minha mãe está com a mão na boca. – Não acredito...
- Vocês entrelaçaram a alma? – Meu pai pergunta enfurecido. – RESPONDE!
Não preciso responder. Meu olhar e o dela diz tudo. Num ataque rápido, meu pai segura o pescoço de Kara. Ele ergue ela do chão.
- Eu vou te matar. – Ele diz furioso. – Você seduziu a filha da pessoa errada.
- PARA! – Grito e agarro seu braço. Mas Lionel é muito mais forte. Kara se debate e meu desespero aumenta. – Se matar ela, vai ter que me matar também! PAI!
Meu pai vira o rosto me encarando. Minhas lágrimas corriam sem pudor. Imploro mais uma vez para ele parar. Vejo sua expressão vacilar. Minha mãe olhava todo aquele acontecimento horrorizada. Meu pai bufa alto e solta Kara. Ela cai no chão e vou ao seu encontro.
- Você. – Meu pai se dirige a Kara. – Um passo fora da linha e não vou mostrar piedade. – Ele sai da sala acompanhado de minha mãe.
Ainda não consigo parar de chorar. Sinto os braços de Kara me trazendo até seu peito.
- Eu estou bem. Está tudo bem. – Ela repetia me acalmando. Ela limpava minhas lágrimas dos olhos. – Não chora. Não suporto ver você chorando.
- Achei que ia te perder. – Soluço. Kara me abraça mais forte.
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[Muitos anos depois]
Hoje é um dia especial. Eu e Kara estamos comemorando mil anos desde do momento que entrelaçamos nossas almas.
Nossas malas estavam prontas e colocadas em frente a porta de saída. Eu e Kara tínhamos decidido passar um mês viajando. Minha família tinha algumas casas espalhadas pelo mundo que iríamos nos hospedar. O carro que nos levaria até o jato da família Luthor estava nos aguardando na porta.
Meu pai e minha mãe estão parados no meio da sala.
Primeiro abraço minha mãe.
- Divirta-se, querida. – Lilian diz.
Depois abraço meu pai, que retribui com um abraço forte.
Kara se despede da minha mãe com um abraço. E para a surpresa do meu pai, ela também o abraça.
- Sei que vai sentir minha falta, sogrinho.
- Ainda não sei o que minha filha viu em você. – Meu pai diz sério, mas depois sorri. – Cuida dela.
- Sempre. – Ela sorri para mim.
Seguro a mão de Kara e partimos para nossa viagem.
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A casa era em cima de uma montanha do meio de uma densa floresta. A região era coberta por uma densa neblina, onde o sol não alcançava em nenhuma hora do dia, o que para nossa espécie era ótimo.
Largo as malas no chão e me viro para Kara. Ela larga as dela e já vem em minha direção. Me puxa pela cintura e cola nosso lábios.
- Acho que está na hora da refeição. – Passo a língua pelo seu pulso. O coração de Kara bate mais rápido. Sorrio sabendo que depois de anos juntas, suas reações são as mesmas. Minhas presas saltam e vão de encontro ao seu pescoço. Sinto seu corpo estremecer. Ela agarra minha cintura e me leva até o sofá mais próximo. Me empurra bruscamente nele, interrompendo o gosto magnífico do seu sangue. Vejo suas presas evidentes e arfo. – Parece faminta.
- Sim. – Suas pupilas estavam dilatadas. – Eu vou te comer inteira. – Sinto uma pontada no sexo. Ela retira suas roupas e observo cada minuto. Logo em seguida, retira todas minhas roupas. Kara ergue meu pulso e morde. Sinto o arrepio percorrendo meu corpo. Se desprende e morde um pouco acima. Novamente o arrepio. Solta e morde meu ombro. Depois próximo ao meu seio.
- A-aaaa – Começo a ofegar. Essas sensações me invadem e depois são interrompidas. Estava tirando minha sanidade. – K-kara... você está me torturando... – Gemo novamente com uma mordida em minha barriga. Estava tão molhada já, precisava de alívio. Quando ela mordeu pescoço, foi o estopim. Gozei sem ao menos ela me tocar.
As mordidas estavam em todo meu corpo. Ela sorria, excitada. Ainda por baixo, levei minha mão entre suas pernas e a penetrei com dois dedos.
- Rebola. – Ordeno. Deixo minha mão parada enquanto ela começa a rebolar e quicar em cima dela. Seu grito sai estridente quando se desmancha em cima de mim. Abraço seu corpo junto ao meu. Inspiro seu cheiro. – Amo sentir meu cheiro em você
Kara segura meu rosto e me beija. Calmo, lento... apaixonante.
- Eu te amo, Lena. Eu vou te amar para sempre.
Toda vez que ouço essas três palavras, sinto que meu peito vai explodir.
- Eu te amo mais.
FIM